Geografia: o guia completo!

 

 

INTRODUÇÃO

Hoje preparamos uma surpresa para você: o guia completo da Geografia. Ele serve para você rever toda a matéria do Ensino Médio e o conteúdo do Enem. Esse texto sobre Ciências Humanas foi feito, também, para você que pretende entrar em uma faculdade de Geografia.

Encontre tudo o que você precisa saber sobre essa matéria tão apaixonante, que estuda a relação entre a natureza e o homem, coloque seus estudos em dia e faça uma ótima prova!

O que é Geografia?

A questão principal desse tópico é: o que a geografia estuda? Essa parece ser uma pergunta muito simples, mas faz referência a um ramo do conhecimento científico repleto de polêmica. Mesmo o termo Geografia sendo muito antigo, foi incluído ao vocabulário cotidiano, da forma que qualquer um poderia dar uma breve explicação sobre o assunto.

Contudo, existe uma intensa controvérsia, em termos científicos, sobre a real matéria abordada por essa disciplina. Todo esse questionamento está implicado sobre o objeto de estudo dessa ciência ou, melhor dizendo, nas várias atribuições que são definidas.

Para você ficar por dentro do assunto, vamos destacar três grandes correntes do pensamento geográfico. Continue a leitura!

Formulação kantista

Muitos autores consideram a Geografia como o estudo da superfície terrestre. Apesar de ser a definição mais usual é, ao mesmo tempo, a mais vaga. Isso acontece porque a superfície terrestre é um mosaico privilegiado (durante muito tempo o único) de toda a sistemática científica, o que impede que o seu estudo seja feito por apenas uma disciplina.

Definir o objeto dessa maneira é apoiar-se no próprio significado etimológico da palavra Geografia — descrição da Terra.

Assim, fica a cargo do geógrafo estudar todos os fenômenos que se manifestam na superfície do planeta, condecorando a Geografia como uma síntese de todas as ciências. Essa concepção originou-se em função das formulações de Kant.

Geografia como o estudo da paisagem

Você sabe o que é paisagem geográfica? Alguns autores definiram a Geografia como o estudo da paisagem. Para esses cientistas, uma pesquisa geográfica ficaria reservada às características visíveis do real.

Colocada como objeto exclusivo da Geografia, a paisagem se comporta como uma mescla de múltiplos fenômenos. Isso reforça a colocação de Kant como uma ciência de síntese, que trabalha de maneira interdisciplinar.

Existem duas variáveis comportadas por essa visão da Geografia:

  • abordagem morfológica: tem uma tônica descritiva, preocupada em enumerar os elementos aparentes e discutir suas formas;
  • abordagem fisiológica: estuda o relacionamento entre os elementos e sua dinâmica.

Geografia como a relação entre o homem e o meio

A última definição, muito aceita no meio acadêmico, é a ideia de que estudar Geografia seria analisar as relações do ser humano com o meio ambiente — ou, falando de outra forma, entre a sociedade e a natureza.

Assim, a particularidade estaria reservada na ideia de que essa disciplina buscaria explicar a dinâmica entre esses dois domínios da realidade. Seria uma área de contato entre as ciências da natureza e as humanas, ou sociais.

Essa abordagem abarca três grandes visões de objeto científico. Acompanhe!

  1. Os primeiros autores aprendem seus estudos baseados na concepção de que a natureza influencia, de maneira determinante, o desenvolvimento da humanidade. Para eles, a ação do homem sobre o meio é uma verdade inquestionável. Essa proposta é conhecida como determinismo geográfico.
  2. Posteriormente, alguns autores mantiveram a concepção de Geografia como a dinâmica entre o homem e o meio, mas agora definiram o objeto como a ação do homem na transformação da natureza. Invertendo totalmente o contexto da situação, esses cientistas deram origem ao possibilismo geográfico.
  3. Houve ainda outros autores que basearam-se na relação em si para conceber o objeto geográfico, com os fenômenos humanos e os naturais obtendo o mesmo peso. Caberia então estudar o estabelecimento, a manutenção e a ruptura do equilíbrio entre o ser humano e o meio ambiente.

O debate entre essas três definições de objeto geográfico expressa a mais exaustiva discussão do pensamento geográfico.

História da Geografia

Você sabe quem inventou a Geografia? Essa é uma palavra bem antiga, derivada da Antiguidade Clássica, remontando especificamente ao pensamento grego. Todavia, apesar da disseminação do seu uso naquela época, o seu significado gerava um conteúdo bastante variado.

Autores gregos, como Tales e Anaximandro, ocuparam-se com a medição do espaço e o debate sobre o formato da Terra, contribuindo para uma ciência hoje chamada de Geodésia.

Heródoto preocupou-se em descrever os lugares favorecendo, dessa maneira, a Geografia Regional. Houve também autores que apresentaram discussões, hoje concebidas como geográficas, mas que não eram consideradas assim naquela época.

No geral, o conhecimento geográfico estava disperso. Constituía-se como Geografia:

  • relatos de viagem, com um teor mais literário;
  • curiosidades na forma de compêndios, para descrever lugares exóticos;
  • relatórios sobre estatística de órgãos administrativos;
  • obras sucintas, reunindo conhecimentos existentes a respeito dos fenômenos da natureza;
  • catálogos ordenados e atlas geográficos, tratando dos continentes e dos países.

Não havia, de fato, uma síntese científica ou uma disciplina consolidada. Essa situação vai se prolongar até o final do século XVIII, mas isso não significa a ausência de outros nomes expressivos, que contribuíram de alguma maneira para o que hoje compreendemos como Geografia.

O conhecimento geográfico será sistematizado somente no século XIX e as coisas não poderiam ter acontecido de outra maneira. Isso porque pensar nessa ciência como uma matéria autônoma ou particular demandava certas condições históricas que apenas o tempo poderia propiciar.

Os pressupostos que eram necessários para sintetizar a Geografia estavam relacionados ao avanço e domínio das relações capitalistas de produção. Confira agora três condições necessárias para que a Geografia fosse consolidada:

  • conhecimento da real extensão do globo terrestre;
  • repertório (banco de dados) de informações das diversas partes do Planeta Terra;
  • aprimoramento das técnicas cartográficas que, por excelência, são instrumentos do geógrafo.

Essas condições substanciais são formadas no processo de avanço e domínio das relações capitalistas. Elas tratam do amadurecimento das forças produtivas ligadas à aplicação da nova maneira de se produzir.

Tal processo necessitou tanto dos pressupostos materiais quantos dos relacionados à evolução do pensamento. A Geografia foi sistematizada e colocada como uma ciência particular e autônoma graças a um desenvolvimento das modificações operadas na vida social, pela emergência do modo produção capitalista.

Mais do que isso, a Geografia foi, na realidade, um utensílio da última etapa desse processo de consolidação do capitalismo em alguns países da Europa.

Importância da Geografia

A compreensão do espaço geográfico é determinante para o desenvolvimento de qualquer civilização. O significado desse termo pode ser concebido como uma entidade específica do real, de características e dinâmicas próprias.

Sabendo o que é espaço geográfico, uma pessoa, ou toda uma sociedade, pode tomar consciência da interação entre homem e natureza, atribuindo um sentimento de pertencimento ao lugar e determinando as melhores estratégias de sobrevivência e adaptação ao meio.

O indígena nomeia os lugares sagrados da sua terra, fenômeno chamado de toponímia, conservando de geração em geração as tradições e ritos de passagem da sua tribo por meio de uma tradição oral. De maneira inusitada, ele acaba fazendo Geografia.

As sociedades modernas são compostas por complexas redes de comunicação e transporte, que dinamizam o fluxo de informações e pessoas o tempo inteiro, de uma maneira que um índio nunca imaginaria há 500 anos.

As técnicas da cadeia produtiva foram generalizadas desde a Revolução Industrial e não existem mais tantas diferenças aparentes entre os modos de produção em todo o mundo.

No meio de tanta informação circulando, avanços no campo científico, conflitos generalizados entre culturas, pobreza e subdesenvolvimento, a Geografia aparece apontando o caminho para diversas áreas do conhecimento.

O geógrafo está apto a trabalhar em vários ramos do mercado. Ele é capacitado em realizar levantamentos ambientais de impacto e risco de áreas vulneráveis, elaborando também caracterizações que tratam de todos os aspectos físicos de uma região.

Dentro da Geografia Humana você pode se especializar em planejamento urbano e trabalhar com cadastro municipal, por exemplo. Existem também órgãos públicos que trabalham especificamente com análises geográficas focadas no planejamento — é o caso do IBGEInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

 

Geografia no Ensino Médio

Chegou a hora de revisar as matérias mais importantes do Ensino Médio referentes à Geografia. Aproveite esse conteúdo, pois ele foi feito especialmente para você mandar bem na prova de Ciências Humanas do Enem!

Cartografia

Geografia

Durante algumas situações na sala de aula e também em diferentes momentos do cotidiano, nos deparamos com diversos mapas que nos auxiliam no dia a dia. Mapas são, basicamente, representações da superfície terrestre. Eles foram e continuam sendo uma técnica essencial para as civilizações humanas conseguirem sobreviver, além de favorecerem a expansão de seus projetos de apropriação e dominação do espaço.

Para interpretarmos mapas geográficos, geralmente utilizamos uma linguagem simbólica específica, a linguagem cartográfica. A princípio, analisaremos alguns tópicos que fazem parte dessa linguagem, além de outras características dos mapas.

Coordenadas geográficas

A localização geográfica de qualquer ponto do planeta é realizada por meio do sistema de coordenadas geográficas. Esse sistema é baseado na representação de linhas imaginárias ao redor do globo.

As linhas são definidas como meridianos, que estão distribuídos no sentido norte-sul, e os paralelos, que estão dispostos no vetor leste-oeste. O cruzamento entre os meridianos e os paralelos determina a orientação geográfica do ponto em questão.

Podemos encontrar as coordenadas geográficas pela longitude, que é medida em graus (até 180º) entre o meridiano de Greenwich e o meridiano que atravessa o ponto definido, e pela latitude, que é definida como a distância, em graus (90º), entre a Linha do Equador e o ponto que se deseja encontrar, estando ao norte ou ao sul.

Mapas mais detalhados acrescentam os minutos e segundos como unidade de medida entre os paralelos e meridianos.

Escala geográfica

A escala é um elemento essencial dos mapas. Sem ela a sua interpretação pode dar errado. Por isso fique atento quanto à sua definição e não deixe passar os detalhes. Ela serve, essencialmente, para indicar a proporção entre os objetos da superfície real e suas respectivas representações no mapa, além de proporcionar o cálculo das distâncias reais do terreno.

Logo, ao bater os olhos no mapa, observe a escala. Ela pode aparecer de duas maneiras: gráfica ou numérica. Conheça agora a escala gráfica:

Geografia

O exemplo apresenta uma escala gráfica em que cada centímetro traçado no mapa equivale a 50 quilômetros da área representada.

Agora dê uma olhada na escala numérica:

Geografia

Você deve ter reparado que essa maneira de descrever a escala apresenta somente numerais. Foi colocado, por convenção, que no momento que não houver unidade de medida sendo indicada, a escala é medida em centímetros. De acordo com o exemplo, podemos ainda escrever a escala das seguintes maneiras, mesmo que sejam pouco utilizadas: 1:50 km ou 1:50 000 m.

Fuso horário

O movimento de rotação terrestre incitou muitas civilizações a criarem variadas medições de passagem do tempo para conseguirem organizar melhor o seu cotidiano.

Esse quadro se alterou durante as primeiras décadas do século XIX, consequência direta do aprimoramento do transporte ferroviário nos Estados Unidos e na Europa, além da grande expansão comercial que o mundo estava passando. Durante esse período tornou-se necessário estabelecer um sistema universal de determinação da hora legal.

No ano de 1884, uma conferência internacional foi realizada na cidade de Washington e contou com a presença de representantes de 25 países. Essa conferência teve o objetivo de criar o fuso horário, dividindo os 360º de circunferência da Terra em 24 horas, tempo relativo ao deslocamento terrestre em torno do seu próprio eixo. Dessa maneira, o planeta foi dividido em 24 faixas com 15º cada uma. Cada faixa corresponde a um fuso horário e equivale a 1 hora.

A hora mundial foi estipulada a partir do Meridiano de Greenwich que detém o valor de 0º. Vale lembrar que quando você se desloca para oeste do globo, a cada 15º aumenta-se 1 hora e quando você vai para leste, subtrai-se 1 hora a cada 15º.

Geografia no Enem

Chegou o momento crucial de conhecer o conteúdo de Geografia que pode cair na prova do Enem. Não deixe de conferir o texto até o final para fazer uma boa prova de Ciências Humanas.

Geografia do Brasil

Geografia

Para realizarmos uma compreensão sistemática que envolva todos os aspectos de maneira integrada do território brasileiro, é necessário, em primeiro lugar, um estudo da Geografia Física do Brasil. Essa abordagem engloba fatores como o clima, o relevo, a vegetação, e a hidrografia do país.

Após realizada essa parte, o estudo da Geografia Humana vai elucidar questões relevantes quanto à organização social, adaptação e transformação do meio, das quais podemos citar a Geografia Agrária, a Geografia Urbana, a Geopolítica, além de fatores como a industrialização, demografia, globalização etc.

Relevo geográfico do Brasil

A geografia do relevo brasileiro tem três grandes classificações gerais. A primeira delas foi proposta por Aroldo de Azevedo (1910-1974) durante a década de 1940 e utilizou critérios como a hipsometria: regiões situadas em altitudes superiores a 200 metros foram chamadas de planaltos geográficos. Inferiores a esse valor foram denominadas de planícies geográficas.

No decorrer da década de 1950, o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1924-2012) revisou toda a classificação anterior, considerando os processos geomorfológicos predominantes na formação do relevo: nos planaltos, os processos erosivos acontecem em grande escala, pois o desgaste e transporte de sedimentos é maior. Nas planícies acontece o contrário, o processo de sedimentação ou deposição de sedimentos é o que predomina.

Recentemente, no final da década de 1990, Jurandyr Ross baseou-se em Ab’Sáber para realizar um levantamento aerofotogramétrico, com a ajuda do Projeto Radambrasil, e propôs uma nova classificação do relevo brasileiro. Os critérios utilizados foram os mesmos que o anterior, com o transporte e a deposição de sedimentos servindo como base de definição.

Graças ao recursos cartográficos da época, foi possível identificar mais uma unidade de relevo chamada de depressão geográfica, que não aparecia no trabalho de Ab’Sáber. Nas depressões os processos erosivos são predominantes, mas acontecem em uma altitude menor.

Climatologia geográfica do Brasil

O Brasil é conhecido como um país de clima tropical. Isso acontece por causa da sua localização geográfica, que conta com 92% do território inserido na zona tropical do continente sul-americano. Apenas 7% do país está localizado no Hemisfério Norte, acima da linha do Equador, enquanto 93% se encontra no Hemisfério Sul, além de ter 80% de suas terras abaixo do trópico de Capricórnio.

A proporção continental do território brasileiro favorece a existência de diferentes tipos de climas, estando diretamente relacionado à diversidade de massas de ar interagindo no país durante o ano. Estudar a atuação das massas de ar é fundamental para você conseguir compreender a dinâmica da atmosfera e sua influência no tempo e no clima.

Essas massas de ar podem se originar nas regiões polares, tropicais e equatoriais. Confira agora as massas de ar que atuam no Brasil e que contribuem diretamente para a distribuição do clima do país:

  • massa Equatorial continental(mEc): massa quente e úmida, originada na Amazônia Ocidental;
  • massa Equatorial atlântica (mEa): massa quente e úmida, originada no Atlântico Norte;
  • massa Tropical atlântica (mTa): massa quente e úmida, originada no Oceano Atlântico;
  • massa Polar atlântica (mPa): pode variar de menos fria e mais úmida no verão ou mais fria e menos úmida no inverno — tem sua origem no Atlântico Sul;
  • massa Tropical continental (mTc): massa quente e seca, originada no próprio continente na Depressão de Chaco, no Paraguai.

Você já conhece as massas de ar em atuação no Brasil, agora confira os climas que são controlados por essas massas:

  • equatorial úmido;
  • equatorial subúmido;
  • litorâneo úmido;
  • semiárido;
  • tropical;
  • tropical de altitude;
  • subtropical úmido.

Hidrografia do Brasil

Nosso país é privilegiado quanto ao aspecto dos recursos hídricos, com destaque para a Bacia Amazônica e a Bacia do Paraná. A atuação direta das forças de drenagem sobre o relevo brasileiro, seguida de densos processos erosivos, durante milhares de anos, contribuíram para a formação da geomorfologia atual.

O Brasil também tem um potencial enorme de reservas hídricas subterrâneas, caso do Aquífero Guarani, alvo de intenso debate sobre a apropriação e uso do solo.

Questões ambientais

O uso e ocupação do solo e do relevo são envoltos de problemas tanto em áreas urbanas quanto rurais.

Perdas sociais e prejuízos econômicos acontecem anualmente durante deslizamentos de terra na região sudeste. Isso acontece pois ali estão localizados os Planaltos e serras do Atlântico leste-sudeste, região de encostas íngremes, vales fluviais estreitos e profundos, além de solos rasos e clima tropical úmido.

A falta de planejamento das pessoas ao construírem suas casas nas vertentes desses planaltos leva a recorrentes deslizamentos de terra durante o verão.

Inundações também fazem parte da rotina das pessoas que moram no meio urbano. Existem alguns fatores que contribuem para o ocasionamento desse fenômeno durante as tempestades de verão, como:

  • impermeabilização do solo;
  • retificação e a canalização do leito dos rios e córregos;
  • deposição inadequada de lixo sólido.

A mineração, atividade de extrema importância para a sociedade, está inserida no setor primário de produção. Grande parte dos objetos que utilizamos no dia a dia depende diretamente da exploração mineral, de uma maneira que seria impossível concebermos a vida moderna sem ela. Toda via, a extração de minério vem causando imensos danos e prejuízos ao meio ambiente, dentre os quais podemos citar:

  • desmatamento e remoção do solo;
  • deposição de rejeitos minerais;
  • contaminação da água.

Fases do capitalismo e industrialização

Geografia

Alguns processos e fases fizeram parte do trajeto percorrido pela indústria na Geografia. Eles têm uma abordagem espaço-temporal e vêm transformando profundamente a paisagem geográfica e meio ambiente. Essas fases do capitalismo estão diretamente ligadas ao modo de produção capitalista desenvolvido desde o mercantilismo. Acompanhe!

Capitalismo comercial

Compreendida no período das Grandes Navegações (séculos XV, XVI E XVII), essa fase do capitalismo baseava-se na acumulação de riquezas por meio do comércio, tanto aquele exercido entre as próprias cidades europeias quanto o intercontinental.

Destaque para esse último tipo de comércio, que foi estabelecido graças aos desenvolvimentos das embarcações marítimas e da Cartografia.

O mercantilismo foi a característica mais marcante dessa época. Conheça os fundamentos dessa prática comercial:

  • metalismo: acumulação de metais;
  • balança comercial favorável: exportar mais do que importar;
  • protecionismo alfandegário: cobrança de taxas sobre os produtos importados;
  • soma zero: volume do comércio global inalterável, o lucro de um representava perdas para outros;
  • incentivo à produção de manufaturas: em razão de serem mais valorizados do que as matérias-primas básicas.

Capitalismo industrial

No decorrer do século XVIII começou na Inglaterra uma das maiores mudanças que já aconteceram no espaço geográfico, em função da chamada Revolução Industrial. Durante o século XIX, essas mudanças percorreram toda a Europa, América do Norte (Estados Unidos), Ásia (Japão), mas nos séculos que estariam por vir, adentrou os demais continentes.

Primeira Revolução Industrial

Ocorreu nos séculos XVIII e XIX e foi caracterizada, principalmente, pela incorporação da divisão do trabalho e pela energia a vapor.

Segunda Revolução Industrial

Ocorreu nos séculos XIX e XX e foi caracterizada, principalmente, pela industrialização dos Estados Unidos e do Japão, além de uma reestruturação do sistema de produção e do método administrativo, marcada especificamente pela produção em série (produtos iguais) em uma concepção chamada de taylorismo.

Terceira Revolução Industrial

Ocorreu na metade do século XX (após a Segunda Guerra Mundial) e dura até os dias atuais. Foi caracterizada pela revolução técnico-científica-informacional, além modo de produção regido pelo toyotismo.

Capitalismo financeiro ou monopolista

Corresponde à fase atual desse sistema econômico e tem esse nome devido a enorme importância dos fluxos de capital, não apenas na forma de dinheiro, mas também àqueles provenientes do mercado de ações, dos títulos de dívidas públicas, entre outras transações econômicas.

Podemos caracterizar o capitalismo financeiro pela grande concentração de capital acumulado nas grandes empresas e corporações e, por isso, também é denominado capitalismo monopolista. As diferentes formas de associação entre empresas são compostas de oligopólios, conglomerados, holdings, trustes e cartéis.

Urbanização brasileira

A urbanização do Brasil acontece desde a colonização portuguesa, começando pelas cidades litorâneas, como Salvador (1549), Recife (1561) e Rio de Janeiro (1565).

Na região amazônica, cobiçada por espanhóis, franceses e ingleses, foram erguidos fortes no curso dos rios e fundadas as primeiras cidades portuárias, como Belém (PA) e São Luís (MA). Para realizarem o povoamento do interior da Colônia, os portugueses estabeleceram também cidades comerciais, a exemplo da atual cidade de São Paulo.

Durante o século XVIII, o ouro descoberto pelos bandeirantes em Minas Gerais mudou o rumo dos interesses da Coroa portuguesa. A capital da Colônia escravocrata foi transferida para a região mineradora, de Salvador para o Rio de Janeiro, no ano de 1763.

Um nova fase econômica foi iniciada no Brasil Colonial e o eixo produtivo foi transferido para Sudeste, com destaque para as cidades de Vila Rica, Mariana e Sabará.

Com a finalidade de abastecer essa região, cavalos e mulas eram transportados do extremo sul do país, desde Rio Grande (RS) e passando por São Paulo. Esse ciclo de abastecimento e transporte de mercadorias favoreceu a criação de várias cidades no trajeto, com destaque para a cidade de Sorocaba (SP).

No decorrer do ciclo do ouro, a cidade do Rio de Janeiro permaneceu praticamente estagnada, longe do centro de mineração. Ela só veio a sofrer um crescimento urbano em 1808, com a chegada da Coroa portuguesa e toda a sua comitiva, que contou com mais de 10 mil pessoas.

O aparecimento das primeiras cidades brasileiras aconteceu espontaneamente, sempre acompanhando a lógica da economia vigente. Caso o eixo produtivo viesse a mudar, a cidade poderia ficar abandonada.

Agropecuária brasileira

O processo de uso e ocupação do solo brasileiro, até o século XX, foi marcado pela extração vegetal e a agricultura monocultura de exportação como atividades econômicas decisivas. As principais características que marcaram esse processo vieram do ciclo do açúcar, do ciclo do ouro, e do ciclo do café.

Além disso, outro fator marcante da agropecuária brasileira, é a sua estrutura fundiária, ou seja, a maneira como as propriedades rurais estão distribuídas pelo território nacional e suas respectivas dimensões. A estrutura fundiária brasileira concentra uma das maiores polêmicas em torno da concentração de terras na mãos dos latifundiários, no geral focadas na produção para o mercado externo.

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