Curso de História: o guia completo!

Você sempre foi fascinado por figuras que marcaram gerações, gosta de aprender sobre as mudanças da sociedade ao longo do tempo, tem facilidade para assimilar datas e a sua matéria preferida na escola era justamente história? Se a resposta foi um “sim”, é bem provável que você já tenha batido o martelo e queira fazer o curso de História.

Afinal, nada melhor do que trabalhar na área que desperta a sua curiosidade e é, de fato, algo com o qual se tem afinidade! Porém, será que você já conhece todos os detalhes dessa graduação e quais são as possibilidades de atuação existentes no mercado? Pensando nisso, preparamos um post com tudo o que é preciso saber sobre a formação e a vida profissional nesse ramo para tirar as suas dúvidas. Acompanhe!

O que é História?

A História nada mais é do que um eterno processo de descobrimento, aprendizado e principalmente reflexão crítica dos fatos e acontecimentos que ocorreram em diversos períodos da evolução da humanidade. Porém, o objetivo dela não se trata apenas de datar quando cada situação ou evento ocorreu.

Ao contrário, é entender como eles influenciaram (e ainda influenciam) as nossas construções sociais, as diferentes culturas, a formação das cidades e das nações, as construções políticas e econômicas e até mesmo a maneira com a qual nos relacionamos e interagimos uns com os outros.

Fazendo uma analogia simples, podemos dizer que o contexto atual em que vivemos é como uma teia de aranha. Para entendermos o que se passa ao nosso redor, no momento presente, é preciso saber como cada fio (fato ou acontecimento histórico) se entrelaça e forma um grande emaranhado de linhas. Ou seja, um ponto se liga ao outro, estando todos intrinsecamente conectados. Já parou para pensar sobre isso?

Formato do curso de História

Se você já pesquisou alguma vez sobre a faculdade de História, provavelmente se deparou com o fato de existir não só uma, mas duas delas disponíveis em diversas instituições de ensino. Isso acontece porque esse curso, assim como muitas outras graduações, é ofertado como bacharelado e também como licenciatura.

É por isso que os jovens que não estão familiarizados com esses termos acabam se questionando a mesma coisa: afinal, qual a diferença entre eles? Se você também tem a mesma dúvida, fique atento a este tópico que nós vamos esclarecer tudo sobre os dois formatos!

Licenciatura

A licenciatura em História é a opção mais clássica e popular. A razão disso é que ela é a escolha de quem deseja se tornar professor tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio, pois é um curso no qual você aprende sobre os aspectos educacionais envolvidos na relação docente e aluno dentro e fora da sala de aula.

Além disso, é nela que os graduandos desenvolvem as competências necessárias para saber se comunicar, expressar ideias, expor conceitos e promover o saber teórico com eficiência para crianças, adolescente e adultos.

Geralmente, a licenciatura dura quatro anos. Porém, algumas faculdades otimizam o planejamento pedagógico dela e a oferecem em um período mais curto de três anos.

Bacharelado

Já aqueles que não desejam lecionar, mas que ainda assim querem desenvolver atividades relacionadas à História podem optar pelo outro formato de graduação. Basta ter em mente o seguinte: todo professor é historiador, mas nem todo historiador é professor.

É exatamente por essa razão que existe o bacharelado — que geralmente dura oito semestres —, pois é nele que você desenvolve habilidades generalistas que o permitem explorar diferentes segmentos do mercado nos quais o seu conhecimento teórico e prático pode ser aplicado e aproveitado.

Procura pela faculdade de História

Conforme os dados liberados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na 23ª edição das Sinopses Estatísticas da Educação Superior – Graduação, há, em todo o país, 456 cursos de História sendo oferecidos pelos centros universitários. Desse total, 63 são do tipo bacharelado.

Ou seja, a esmagadora maioria (86,12%) é voltada para a formação de professores. Essa diferença também é vista no número de matriculados em cada formato. Para se ter ideia, em 2017, um total de 7.411 alunos ingressaram no bacharelado em História, enquanto 52.291 entraram na licenciatura.

Esse último número é tão expressivo que entre todas as opções de licenciaturas disponíveis no ensino superior, ela foi a quarta mais procurada pelos vestibulandos que desejam se tornarem futuros docentes. Abaixo, listamos o top 4 para você conferir e matar a curiosidade sobre quais são as outras três graduações:

  • licenciatura em Educação Física: 111.294;
  • licenciatura em Biologia: 63181;
  • licenciatura em Matemática: 52.609;
  • licenciatura em História: 52.291.

“E onde se concentram os alunos? Nas instituições de ensino públicas ou particulares?”, você deve estar se questionando para ter uma noção de como anda a concorrência no vestibular. Por isso, saiba que os estudantes de bacharelado estão majoritariamente nas universidades federais e estaduais (cerca de 93,38%). Já no caso da formação de professor o resultado não é diferente — embora o percentual seja razoavelmente menor. Ao todo, 68,35% estão em centros universitários públicos.

Curso de história EAD

Se você gosta de estudar online, pois sente que assim tem mais autonomia sobre o seu próprio ritmo de aprendizado, temos uma boa notícia: há curso de História a distância — e nos dois formatos (bacharelado e licenciatura)!

Isso é algo excelente não só para quem já tem o dia a dia tomado pelos afazeres do trabalho, mas também para quem só encontrou a oferta de graduação em período integral nas instituições públicas de ensino da cidade onde mora, algo que é realidade em muitas universidades federais e estaduais do país.

Portanto, com o curso de História EAD, você tem a chance de ter uma formação com flexibilidade de tempo e o principal: personalização. Ou seja, é possível acompanhar as aulas virtuais, tirar dúvidas com tutores e programar as atividades de acordo com os seus horários, as suas dúvidas e o seu nível de assimilação do conteúdo.

Curso de História: grade curricular

Como já explicamos, existem dois tipos de cursos de história que você pode fazer: o bacharelado e a licenciatura. A questão é que, como cada um deles tem uma proposta diferente de formação, a grade curricular deles não são idênticas.

Afinal, o primeiro formato requer conteúdos mais abrangentes que o preparem para as diversas opções de atividades que um historiador pode exercer no mercado de trabalho. Por outro lado, o segundo requer conteúdos que o capacitem a lecionar e a contribuir para o aprendizado de diversos alunos ao longo da sua carreira.

No entanto, apesar de cada curso seguir um caminho diferente, eles têm, sim, algumas disciplinas compartilhadas entre si, viu? Elas servem justamente para que você se aprofunde na história e aprenda sobre os processos sociais e culturais que marcaram desde municípios até continentes inteiros. Veja, abaixo, algumas delas:

  • Pré-História;
  • História Medieval;
  • História da América;
  • História do Brasil;
  • História da África;
  • História Contemporânea.

Agora, nós vamos mostrar algumas das matérias específicas de cada tipo de graduação para que você entenda melhor como eles se distanciam e têm abordagens distintas mesmo pertencendo a mesma área. Confira!

Bacharelado em História

Ao longo do bacharelado, os alunos aprendem sobre as diferentes aplicações que a história pode ter fora do ambiente escolar e como o historiador faz a diferença na arte, na cultura, no audiovisual e muito mais. É por isso que, ao longo do curso, você verá disciplinas como:

  • Pesquisa em História;
  • História e Patrimônio Cultural;
  • História e Arquivo;
  • Análise Historiográfica;
  • Arqueologia;
  • Recursos Audiovisuais na História;
  • Museologia;
  • História e Documentação;
  • História da Arte.

Licenciatura em História

A licenciatura, por sua vez, traz matérias mais focadas na construção do raciocínio crítico e reflexivo, além de ensinar sobre didática, gestão e planejamento no contexto escolar. Não é à toa que você terá as seguintes disciplinas:

  • Didática;
  • Gestão Educacional;
  • Antropologia;
  • Sociologia;
  • Filosofia;
  • Aprendizagem e Inclusão;
  • Psicologia do Desenvolvimento;
  • Avaliação da Aprendizagem
  • Planejamento Educacional.

coliseu curso de história

Curso de História: nota de corte

Se você planeja se formar em uma universidade estadual ou federal, certamente, se preocupa com a nota de corte em História — e é fácil entender o porquê. Afinal, atingi-la é imprescindível para garantir a sua vaga. Não é para menos que o recomendado aos vestibulandos é sempre acompanhar a evolução das edições dos últimos anos do Enem.

Assim, além de exercitar o seu nível de conhecimento com as questões que já caíram nas provas, você monitora as pontuações finais na instituição em que deseja ingressar.

Para ajudá-lo nessa tarefa, reunimos algumas das principais universidades do país e os respectivos resultados dela na versão 2019.1 desse vestibular, conforme os dados do Simulador Sisu que é uma plataforma desenvolvida pelo MEC que contém todas as notas de corte do exame desde a versão de 2012.1. Maravilha, né? Dessa forma, dá para ter uma ideia bem clara de quais instituições são mais concorridas. Confira:

  • Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul: 547,05;
  • Universidade Federal de Goiás: 617,74;
  • Universidade de Brasília: 693,94;
  • Universidade Estadual do Piauí 628,79;
  •  Universidade de Pernambuco: 705,52;
  • Universidade do Estado da Bahia: 676,18;
  • Universidade Federal do Ceará: 686,92;
  •  Universidade Federal do Rio Grande do Sul: 735,78;
  • Universidade do Estado de Minas Gerais: 696,29;
  • Universidade Federal do Estado Rio de Janeiro: 701,69;
  •  Universidade Federal do Amazonas: 685,83;
  • Universidade Federal do Acre: 679,05.

O profissional do curso de História

Dependendo do curso de História que você deseja fazer e principalmente do ramo no qual você quer trabalhar, é preciso desenvolver algumas características importantes que vão facilitar a sua carreira, tornando muito mais fáceis as suas atividades diárias. Abaixo, a gente reuniu algumas delas de acordo com os dois perfis de historiador que apresentamos ao longo do post: o generalista e o docente. Veja quais são elas!

Perfil do historiador generalista

  • dominar outros idiomas (inglês, mandarim, alemão etc.);
  • ter uma postura investigativa e sempre interessada em aprender mais;
  • gostar de ler diferentes fontes de informação (desde manuscritos até e-books);
  • apreciar o hábito de escrever, pois será comum a produção de textos críticos, projetos de pesquisa, relatórios técnicos e outros materiais no trabalho.

Perfil do historiador docente

  • saber se comunicar bem em público, pois as aulas devem ser claras e fáceis de se compreender para que alguns alunos não fiquem com dúvidas ou acabem atrasados na disciplina em relação aos colegas;
  • ser paciente com os demais, especialmente pessoas mais novas;
  • ter boa organização para planejar aulas, corrigir provas, montar tarefas etc;
  • conseguir trabalhar bem em equipe, visto que no contexto escolar é comum que corpo docente, coordenação e supervisão realizem atividades em conjunto.

Mercado de trabalho

Para concluir nosso post, guardamos um assunto que gera bastante dúvidas e que você, certamente, estava ansioso para saber mais a respeito: o mercado de trabalho para o historiador. Aqui, vamos falar sobre as principais áreas de atuação e, em especial, quanto ganha um profissional da História. Vamos lá?

Áreas de atuação

Você já sabe com o quê o licenciado em História pode trabalhar, pois isso já ficou claro desde o início do texto: a docência. Mas e os segmentos nos quais os recém-formado com título de bacharel podem atuar? Tem alguma ideia? Em caso negativo, sem problemas! Nós listamos uma série de possibilidades para o seu futuro profissional, independentemente do formato do seu curso. Confira!

Docência

A primeira e mais conhecida área de atuação de quem se forma em História é justamente a docência nos ensinos fundamental e médio. Por ser uma carreira mais flexível, é comum que muitos professores não sejam fixos de uma única instituição, atuando ao longo do dia em vários colégios (sejam eles públicos, sejam eles privados). Porém, essa não é a única possibilidade.

Isso porque há muitas pessoas que optam por se tornarem professores do ensino superior. Se essa for a sua escolha, saiba de antemão que será imprescindível cursar um mestrado e um doutorado após se graduar, pois muitos concursos para docentes universitários exigem uma formação com pós-graduação stricto sensu.

Pesquisa histórica

A pesquisa histórica, por sua vez, é uma área voltada ao aprofundamento do conhecimento e posterior divulgação de descobertas relevantes para a sociedade e o campo científico.

Os profissionais que se dedicam a ela escolhem um período histórico (como revolução industrial ou independência do Brasil) ou uma temática específica (direitos humanos, movimento negro, feminismo etc.) e passam meses ou mesmo anos empenhados em levantar dados, obras, relatos, imagens e documentos oficiais relacionados ao objeto de estudo.

Muitos desses pesquisadores atuam em departamentos dentro de universidades com projetos acadêmicos em que envolvem tanto alunos quanto docentes. Contudo, também há aqueles que desenvolvem esse tipo de trabalho para empresas privadas, institutos culturais e até órgãos públicos.

Produção audiovisual

Outro ramo no qual você pode atuar é a produção audiovisual para tv, cinema, teatro e internet. Basta lembrar que não faltam séries, novelas, filmes, documentários, espetáculos, show, musicais, programas e afins que são de época e buscam reproduzir determinados períodos históricos com fidelidade não só no figurino, mas também nos cenários, nas locações, nos costumes/tradições e até mesmo nas tramas que serão apresentadas.

Para atingir esse objetivo com êxito, estúdios e emissoras contam com um ou mais consultores de história que auxiliam a equipe de produção, roteiro e direção nessa tarefa. É um trabalho árduo e que requer muita dedicação, especialmente no caso de obras cinematográficas que têm o objetivo de concorrer a premiações em grandes festivais de cinema ao redor do mundo (como o Oscar, o de Cannes, o Sundance, o de Toronto etc.).

Produção editorial

O historiador que trabalha com produção editorial é o responsável por elaborar, segmentar e revisar o conteúdo presente em obras — e, em alguns casos, coletâneas — que abordam períodos e contextos históricos diferentes das sociedades ocidental e oriental.

É muito comum, por exemplo, que o profissional desse ramo acabe se especializando em uma temática (como imperialismo na África, guerra fria, república velha, cruzadas etc.) e participe de produções bibliográficas não-autorais de diversas personalidades que marcaram a história, seja para o bem, seja para o mal (como Nelson Mandela, Abraham Lincoln, Adolf Hitler, Mussolini etc.)

Além disso, atuando nesse segmento, você também pode planejar materiais didáticos (livros, paradidáticos, apostilas etc.) que serão utilizados em sala de aula por centenas de professores e milhares de estudantes do ensino fundamental e do ensino médio.

Produção de memorial

Um terceiro tipo de produção na qual o historiador atua é a de memoriais para vítimas de atentados, catástrofes ou genocídios em massa, combatentes em conflitos ou guerras internacionais, líderes de movimentos sociais que enfrentaram represálias e repressão cultural, personalidades responsáveis por guiarem a independência do país em meio a disputas com os antigos colonizadores e por aí vai.

O trabalho dele consiste em reunir o máximo de informação sobre essas pessoas e os eventos históricos em que elas estão envolvidas, traçando um paralelo entre eles e como cada caso afetou a nação. Assim, esses espaços prestam uma homenagem a esses nomes para que nunca sejam esquecidos e o principal: ajudam a contar a história da região para que esses acontecimentos — muitas vezes trágicos — não voltem a se repetir.

Preservação do patrimônio histórico e cultural

Muitos historiadores trabalham em órgãos públicos realizando uma importante tarefa: a preservação do patrimônio histórico e cultural das cidades em que vivem. Por exemplo, em Salvador há o Pelourinho, em Fortaleza há o Estoril e em São Paulo há o Edifício Alexandre Mackenzie.

São eles quem pesquisam e catalogam monumentos, prédios, praças e outras construções antigas para que os órgãos públicos (como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e entidades internacionais (como a Unesco) possam tombá-los e, dessa forma, garantirem a preservação desses cantos.

Para tanto, eles produzem inúmeros relatórios que explicam o valor simbólico que esses espaços representam e a necessidade de impedir alterações ou mesmo demolições na estrutura deles. Com isso, são criadas comissões, superintendências, unidades especiais e outras pastas que garantem o cumprimento das leis e a devida fiscalização local.

Museologia

Além do que já foi mencionado, saiba que os historiadores podem trabalhar em museus. Sim, isso mesmo que você leu. Nesse espaço, eles são os responsáveis por planejar e organizar as mostras, as exposições e os acervos.

Tudo isso de acordo com períodos ou acontecimentos históricos que a curadoria do local deseja apresentar, garantindo que as obras expostas cumpram, de fato, o papel de transmitir informação de forma clara, coerente com a época e fidedigna. De quebra, eles ainda preparam o material de apresentação de cada item dos museus (como placas de resumos, faixas de áudio ou cartilhas) para contextualizá-los para os visitantes.

Salário do profissional de história

Há pouco, a gente mostrou algumas das diversas áreas de atuação que um historiador pode ter. Porém, logo bate aquela dúvida sobre qual é a faixa de ganhos dele por mês, não é mesmo? Será que é um rendimento bom? Por isso, é hora de matar essa curiosidade!

Segundo o levantamento do portal Salário, que faz um apanhando das atividades profissionais já apresentadas para chegar a uma média nacional de remuneração para quem atua no ramo, o historiador ganha cerca de R$ 4.312,95.

Valor esse que é referente a uma jornada de trabalho de 40 horas por semana. Em alguns estados, esse valor é ainda maior, como é o caso de:

  • Rio de Janeiro: R$ 5.279,40;
  • São Paulo: R$ 4.884,71;
  • Manaus: R$ 4.807,00;
  • Bahia: R$ 4.659,00.

Como mostrado, quem faz o curso de História (seja bacharelado, seja licenciatura) pode não só lecionar e pesquisar sobre personalidades e períodos históricos, mas atuar em diversas áreas — algumas, inclusive, que você nem mesmo desconfiava que era possível, como mídia e produção editorial. Ou seja, a profissão de historiador é muita dinâmica, com um mercado de trabalho aquecido e o principal: ela é excelente para quem quer aprender e se aprofundar acerca dos acontecimentos que marcaram a trajetória da nossa sociedade.

Gostou do post e ficou ainda mais interessado nessa graduação? Pois então foque em montar um plano de estudos com todas as matérias para ter um ótimo desempenho no vestibular! Além disso, não deixe de treinar com os exercícios da plataforma Stoodi!