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  1. 151

    FCMMG 2009

    “A tuberculose surpreendeu Bandeira por volta dos 18 anos, quando o poeta preparava-se para matricular-se no curso de engenheiroarquiteto da Escola Politécnica de São Paulo. (...) Aceitara com resignação o mal pertinaz e, mais do que isso, aprendera a conviver com a morte ao ouvir de seu médico que era portador de ‘lesões incompatíveis com a vida’”. (JUNQUEIRA, Ivan. Testamento de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p.39)   O poeta NÃO faz referência à sua enfermidade em:

  2. 152

    ENEM PPL 2012

    TEXTO I   Poema de sete faces   Mundo mundo vasto mundo, Se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração. ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2001 (fragmento).   TEXTO II   CDA (imitado)   Ó vida, triste vida! Se eu me chamasse Aparecida dava na mesma. FONTELA, O. Poesia reunida. São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.   Orides Fontela intitula seu poema CDA, sigla de Carlos Drummond de Andrade, e entre parênteses indica “imitado” porque, como nos versos de Drummond,

  3. 153

    UFU 2015

    O leitor brasileiro que porventura entrar em contato com a arte de Guimarães Rosa através de Primeiras Estórias inevitavelmente haverá de experimentar um choque, devido à agressiva novidade de estilo, à qual os leitores antigos do autor se vêm habituando progressivamente (falamos no leitor brasileiro, porque o estrangeiro, que a conhecer através da tradução, terá forçosamente sob os olhos um texto atenuado e filtrado, adaptado pelo tradutor aos padrões existentes da língua acolhedora). Lembre-se de que o autor fez sua aparição na literatura como escritor regionalista. Não adotara, porém, nenhuma das três técnicas à disposição do regionalismo: servir-se da linguagem regional indistintamente em todo o livro, restringi-la à fala das personagens, ou substituí-la integralmente por uma linguagem literária, convencional. A quarta solução, adotada por ele, consistia em deixar as formas, rodeios e processos da língua popular infiltrarem o estilo expositivo e as da língua elaborada embeber a linguagem dos figurantes. Disse língua elaborada e não culta: Guimarães Rosa, conhecedor dos mais profundos do idioma, não se satisfaz em explorar-lhe todo o tesouro registrado e codificado, mas submete-o a uma experimentação incessante, para testar-lhe flexibilidade. Daí um estilo personalíssimo, que das obras de caráter regionalístico se alastrou por toda obra de ficção de nosso autor, e até por suas raras produções ensaísticas. [...] RÓNAI, Paulo. Os vastos espaços. In: ROSA, João Guimarães. Primeiras Estórias. 4ª ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 1968, p. Xl-XlI. (Fragmento)   De acordo com o texto, assinale a alternativa INCORRETA.

  4. 154

    UPE 2012

    Texto 1 Ana ainda teve tempo de pensar por um segundo que os irmãos viriam jantar — o coração batia-lhe violento, espaçado. Inclinada, olhava o cego profundamente, como se olha o que não nos vê. Ele mascava goma na escuridão. Sem sofrimento, com os olhos abertos. O movimento da mastigação fazia-o parecer sorrir e de repente deixar de sorrir, sorrir e deixar de sorrir — como se ele a tivesse insultado, Ana olhava-o. E quem a visse teria a impressão de uma mulher com ódio. Mas continuava a olhá-lo, cada vez mais inclinada — o bonde deu uma arrancada súbita, jogando-a desprevenida para trás, o pesado saco de tricô despencou-se do colo, ruiu no chão — Ana deu um grito, o condutor deu ordem de parada antes de saber do que se tratava — o bonde estacou, os passageiros olharam assustados. LISPECTOR, Clarice. “Amor” In Laços de Família. Rio de Janeiro, Editora Rocco, 2000.   Texto 2  Sem fazer véspera. Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos. Só fiz, que fui lá. Com um lenço, para o aceno ser mais. Eu estava muito no meu sentido. Esperei. Ao por fim, ele apareceu, aí e lá, o vulto. Estava ali, sentado à popa. Estava ali, de grito. Chamei, umas quantas vezes. E falei, o que me urgia, jurado e declarado, tive que reforçar a voz: — "Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!... E, assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo.” ROSA, João Guimarães. “A terceira margem do rio” In Primeiras Estórias. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1988.   Considerando os textos 1 e 2, analise as afirmativas a seguir: I. A linguagem utilizada por Lispector anuncia uma narrativa cuja principal característica é, por meio dos desvarios das personagens centrais e secundárias, promover e possibilitar denúncias sociais e históricas. II. Guimarães Rosa procura, por meio de uma linguagem sofisticada, trazer à tona as inquietudes e as angústias de um homem sertanejo cansado de sua família e que decidiu ir à procura de novas aventuras amorosas para a sua vida. III. O encontro com o cego que masca chiclete provoca em Ana um sentimento de inquietação. Ana vivencia uma espécie de epifania, ocorrência, por sinal, comum também em outras narrativas de Lispector. IV. No texto 1, o narrador discorda daqueles que têm seu pai como louco. Na sua narrativa, Guimarães Rosa põe o leitor para refletir sobre desejos humanos, como a necessidade de tomar atitudes não previsíveis. V. Lispector e Guimarães Rosa, cada um ao seu modo, por meio dos textos “Amor” e “A terceira margem do rio”, fazem notar ao leitor que a vida humana, mesmo quando parece ordeira, pode, de um momento para o outro, sofrer modificações.   Está CORRETO o que se afirma em

  5. 155

    FATEC 2011

    O parnasianismo, entre nós, foi especialmente uma reação de cultura. É mesmo isso que o torna simpático... As academias de arte, algumas delas, até ridículas superfetações1 em nosso meio, como a de Belas Artes da Missão Lebreton, mesmo criadas muito anteriormente, só nesse período começam a produzir verdadeiros frutos nativos, na pintura, na música. Se dava  então um progresso cultural verdadeiramente fatal, escolas que tradicionalizavam seu tipo, maior difusão de leitura, maior difusão da imprensa. Essa difusão de cultura atingiu também a poesia. Excetuado um Gonçalves Dias, a nossa poesia romântica é fundamentalmente um lirismo inculto. Todo o nosso romantismo se caracteriza bem brasileira mente por essa poesia analfabeta, canto de passarinho, ou melhor, canto de cantador; em sensível oposição à poética culteranista anterior. Mesmo da escola mineira, que, se não se poderá dizer culteranista, era bastante cultivada, principalmente com Cláudio Manuel e Dirceu. É possível reconhecer que os nossos românticos liam muito os poetas e poetastros estrangeiros do tempo. Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para epígrafe de seus poemas; por dentro, estes poemas perseveraram edenicamente analfabetos. A necessidade nova de cultura, se em grande parte produziu apenas, em nossos parnasianos, maior leitura e consequente enriquecimento de temática em sua poesia, teve uma consequência que me parece fundamental. Levou poetas e prosadores em geral a um.... culteranismo novo, o bem falar conforme às regras das gramáticas lusas. Com isso foi abandonada aquela franca tendência pra escrever apenas pondo em estilo gráfico a linguagem falada, com que os românticos estavam caminhando vertiginosamente para a fixação estilística de uma língua nacional. Os parnasianos, e foi talvez o seu maior crime, deformaram a língua nascente, “em prol do estilo”. [...]    Essa foi a grande transformação. Uma necessidade de maior extensão de cultivo intelectual para o poeta, atingiu também a poesia. Da língua boa passou-se para a língua certa.   superfetações1: A palavra significa, literalmente, fecundação de um segundo óvulo, no curso de uma gestação. Mário de Andrade a emprega em sentido figurado.   À vista do texto e das teses correntes sobre os estilos de época em nossa literatura, é correto afirmar que, nesse texto, Mário de Andrade  

  6. 156

    UNAMA 2006

    “Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um homem feliz”. A frase do poeta russo Vladimir Maiakovski ecoa uma milenar tradição de profecias e presságios que têm como objeto um paraíso chamado Brasil, seja ele o país descoberto há cinco séculos, seja um lugar imaginário. Resumo da ópera: Jorge Mautner (Geléia Geral/Warner) achou que a coisa dava samba, encomendou a canção. A encomenda dá a emergência que leva à catarse. É ato de fé. Gilberto Gil concordou e assim nasceu, no fim do ano passado, o samba de exaltação “Outros viram”, primeira canção composta pelo baiano desde que virou ministro da Cultura. A canção vai integrar o próximo disco que, em fase de mixagem, terá, além da voz de Gil, participações do Afro Reggae, de Caetano Veloso e de Preta Gil. Conheça alguns trechos da canção “Outros viram”: (Fragmento do uma reportagem de Arnaldo Bloch para O Globo, publicada em 12/05/2006)   (...) “O que Walt Whitman viu Maiakovski viu Outros viram também Que a Humanidade vem Renascer no Brasil   (...) Todos disseram amém A essa luz que surgiu. Roosevelt que celebrou nossa miscigenação Até a considerou como sendo a solução Pro seu próprio país   (...) Rabindranath Tagore também profetizou Ousou dizer que aqui surgiria o ser do amor Ser superior, da paixão, da emoção, da canção Terra do samba, sim, e do eterno perdão Maiakovski ouviu A sereia do mar Lhe falar de um gentil De um povo mais feliz Que habita esse lugar Esta terra do sol Esta serra do mar esta terra Brasil Sob este céu de anil Sob a luz do luar.”   A respeito do texto lido, a alternativa correta é

  7. 157

    UNICENTRO 2008

    No poente avermelhado, um vulto preto se desenhou. Depois, o cavalo e o cavaleiro foram-se destacando na sombra escura que avançava. Ao chouto duro do cavalo, o cavaleiro subia e descia na sela, desengonçadamente, numa indiferença de macaco pensativo que se agacha num encontro de galhos e ali fica, deixando que o vento o empurre e sacuda à vontade. Era o Chico Bento. O cavalo parou debaixo do pau-branco seco que fazia as vezes de sombra. O dono apeou, com a mesma indolência desajeitada, tirou o cabresto de baixo da capa da sela e amarrou o animal no tronco. Vicente, sentado numa rede, o cigarro entre as mãos, via-o chegar. E respondendo à saudação tartamudeada do caboclo: — Boa tarde, compadre. Abanque-se! O vaqueiro sentou-se num banco de pau, junto ao parapeito. Vinha fazer um negócio... umas resinhas que ele tinha nas Aroeiras e queria vender... [...] Quando o vaqueiro montou novamente, o rapaz disse, a modo de despedida: — Pois de manhãzinha bem cedo mande o rapaz buscar o animal e a ordem do dinheiro para o Zacarias da Feira. Chico Bento saiu já com escuro. Lentamente o balançava o chouto largo do cavalo. Ia e vinha na larga sela de campo, de arção redondo e grandes capas bordadas. Pensava na troca. Umas reses tão famosas! Por um babau velho e cinqüenta mil-réis de volta! O que é a gente estar na desgraça... QUEIROZ, Rachel de. O quinze. 13. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971. p. 41-43. O fragmento contextualizado na obra permite afirmar:

  8. 158

    ACAFE 2014

    Acerca da relação entre a arte brasileira e as diversas fases da História do Brasil, analise as afirmações a seguir.   I Os movimentos impressionista e expressionista brasileiros estavam ligados aos movimentos revolucionários dos anos 60 e 70 do século XX. A contestação da ditadura foi ligada às obras que retratavam os pobres, os escravos e os operários. ll A música brasileira, criativa e sofisticada, apoiou-se em suas raízes multiculturais e influenciou o movimento denominado “arte global” que, no século XXI, reúne artistas dos principais países emergentes do mundo. lll Parte do cinema brasileiro das últimas décadas tem buscado retratar graves aspectos da realidade social brasileira como a violência e a desigualdade. lV O movimento modernista brasileiro voltou-se contra os padrões estéticos europeus. Em sua crítica da sociedade tradicional brasileira apoiou a Revolução de 30, o governo varguista e suas reformas. V No século XIX, a pintura brasileira ainda era fortemente influenciada por padrões estéticos europeus. Parte das temáticas retratadas evocava aspectos da história política do país.   Todas as afirmações corretas estão em:

  9. 159

    UNESPAR 2010

    A Revolução de Outubro, em 1930, assumiu um relevo social que acabou por influenciar a literatura da época. Sobre a literatura produzida na década de 30 é correto afirmar que:

  10. 160

    UFJF 2016

    Texto II A morte do leiteiro (Carlos Drummond de Andrade) Há pouco leite no país, é preciso entregá-lo cedo. Há muita sede no país, é preciso entregá-lo cedo. Há no país uma legenda, que ladrão se mata com tiro. Então o moço que é leiteiro de madrugada com sua lata sai correndo e distribuindo leite bom para gente ruim. Sua lata, suas garrafas e seus sapatos de borracha vão dizendo aos homens no sono que alguém acordou cedinho e veio do último subúrbio trazer o leite mais frio e mais alvo da melhor vaca para todos criarem força na luta brava da cidade. Na mão a garrafa branca não tem tempo de dizer as coisas que lhe atribuo nem o moço leiteiro ignaro. morador na Rua Namur, empregado no entreposto Com 21 anos de idade, sabe lá o que seja impulso de humana compreensão. E já que tem pressa, o corpo vai deixando à beira das casas uma apenas mercadoria. E como a porta dos fundos também escondesse gente que aspira ao pouco de leite disponível em nosso tempo, avancemos por esse beco, peguemos o corredor, depositemos o litro… Sem fazer barulho, é claro, que barulho nada resolve. Meu leiteiro tão sutil de passo maneiro e leve, antes desliza que marcha. É certo que algum rumor sempre se faz: passo errado, vaso de flor no caminho, cão latindo por princípio, ou um gato quizilento. E há sempre um senhor que acorda, resmunga e torna a dormir. Mas este entrou em pânico (ladrões infestam o bairro), não quis saber de mais nada. O revólver da gaveta saltou para sua mão. Ladrão? se pega com tiro. Os tiros na madrugada liquidaram meu leiteiro. Se era noivo, se era virgem, se era alegre, se era bom, não sei, é tarde para saber.   Mas o homem perdeu o sono de todo, e foge pra rua. Meu Deus, matei um inocente. Bala que mata gatuno também serve pra furtar a vida de nosso irmão. Quem quiser que chame médico, polícia não bota a mão neste filho de meu pai. Está salva a propriedade. A noite geral prossegue, a manhã custa a chegar, mas o leiteiro estatelado, ao relento, perdeu a pressa que tinha. Da garrafa estilhaçada. no ladrilho já sereno escorre uma coisa espessa que é leite, sangue… não sei Por entre objetos confusos, mal redimidos da noite, duas cores se procuram, suavemente se tocam, amorosamente se enlaçam, formando um terceiro tom a que chamamos aurora. ANDRADE, Carlos Drummond. Poesia 1930-62.São Paulo: Cosac Naif , 2012, pp. 407-411   Na sétima estrofe do poema “A morte do leiteiro” (Texto II), há uma construção irônica com relação ao “senhor” que assassina o leiteiro. O verso que expressa essa ironia é:

  11. 161

    INSPER 2014

    Sempre desconfiei Sempre desconfiei de narrativas de sonhos. Se já nos é difícil recordar o que vimos despertos e de olhos bem abertos, imagine-se o que não será das coisas que vimos dormindo e de olhos fechados... Com esse pouco que nos resta, fazemos reconstituições suspeitamente lógicas e pomos enredo, sem querer, nas ocasionais variações de um caleidoscópio. Me lembro de que, quando menino, minha gente acusava-me de inventar os sonhos. O que me deixava indignado. Hoje creio que ambas as partes tínhamos razão. Por outro lado, o que mais espantoso há nos sonhos é que não nos espantamos de nada. Sonhas, por exemplo, que estás a conversar com o tio Juca. De repente, te lembras de que ele já morreu. E daí? A conversa continua. Com toda a naturalidade. Já imaginaste que bom se pudesses manter essa imperturbável serenidade na vida propriamente dita? (Mario Quintana, A vaca e o hipogrifo. São Paulo: Globo,1995) Infere-se que a principal justificativa para a expressão contida no título e no primeiro período do texto é:  

  12. 162

    ENEM PPL 2012

    A rua   Bem sei que, muitas vezes, O único remédio É adiar tudo. É adiar a sede, a fome, a viagem, A dívida, o divertimento, O pedido de emprego, ou a própria alegria. A esperança é também uma forma De contínuo adiamento. Sei que é preciso prestigiar a esperança, Numa sala de espera. Mas sei também que espera significa luta e não, apenas, Esperança sentada. Não abdicação diante da vida.   A esperança Nunca é a forma burguesa, sentada e tranquila da espera. Nunca é figura de mulher Do quadro antigo. Sentada, dando milho aos pombos. RICARDO, C. Disponível em: www.revista.agulha.nom.br. Acesso em: 2 jan. 2012.   O poema de Cassiano Ricardo insere-se no Modernismo brasileiro. O autor metaforiza a crença do sujeito lírico numa relação entre o homem e seu tempo marcada por

  13. 163

    UPE 2012

    Texto 1   Pronominais   Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro. SCHWARTZ, Jorge (Org.). Literatura Comentada Oswald de Andrade. São Paulo, Nova Cultural, 1985.   Texto 2    Evocação do Recife   “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil Ao passo que nós O que fazemos É macaquear A sintaxe lusíada…” BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.   Considerando os textos 1 e 2, analise as afirmativas a seguir:   I. Os textos tratam da mesma questão: um jeito brasileiro de falar mais autêntico; livre da rigidez normativa, que advém da tradição do idioma imposto desde a época da colonização. Em ambos os casos, é explícita a exaltação à fala coloquial defendida por outros modernistas, como Mário de Andrade. II. “Me dá um cigarro” é “língua errada”, mas é a representação da “língua certa do povo”, que se opõe à “sintaxe lusíada”, referida por Bandeira, poeta modernista, praticante da irregularidade métrica e do lirismo repleto de cenas do cotidiano, que oscilava entre a vida e a morte. III. Em: “É macaquear / A sintaxe lusíada...”, há o que se pode compreender como oposição à forma exigida pela gramática normativa de “Dê-me um cigarro”, de Oswald de Andrade, cuja produção poética vai do penumbrismo simbolista à ironia e ao humor do Movimento Pau-Brasil e da Antropofagia. IV. “Ao passo que nós / O que fazemos / É macaquear / A sintaxe lusíada” são versos que expressam a opinião do eu lírico sobre as diferenças existentes entre o português falado pelo povo no Brasil e o português falado pelos lusitanos. Isso deixa explícita a posição do eu lírico quando da comparação entre os dois modos de perceber a língua. V. “Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil” é um verso que traduz a ironia presente na literatura de Manuel Bandeira, fazendo notar que a acidez do poeta o distancia do lirismo, já não muito relevante em sua poesia densa e propensa à crítica social.   Está CORRETO o que se afirma em

  14. 164

    UNICENTRO 2014

    Leia o trecho da peça O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, a seguir, e responda à questão. HELOÍSA – Faz versos? PINOTE – Sendo preciso... Quadrinhas... Acrósticos... Sonetos... Reclames. HELOÍSA – Futuristas? PINOTE – Não senhora! Eu já fui futurista. Cheguei a acreditar na independência... Mas foi uma tragédia! Começaram a me tratar de maluco. A me olhar de esguelha. A não me receber mais. As crianças choravam em casa. Tenho três filhos. No jornal também não pagavam, devido à crise. Precisei viver de bicos. Ah! Reneguei tudo. Arranjei aquele instrumento (mostra a faca) e fiquei passadista. (ANDRADE, O. O Rei da Vela. São Paulo: Globo, 2004, p.58.)   Sobre essa peça, assinale a alternativa correta.

  15. 165

    PUC-CAMPINAS 1995

    As afirmações a seguir são do escritor Mário de Andrade, e referem-se a obras suas:   I. Evidentemente não tenho a pretensão de que meu livro sirva pra estudos científicos e folclore. Fantasiei quando queria e sobretudo quando carecia pra que a invenção permanecesse arte e não documentação seca de estudo. Basta ver a macumba carioca desgeograficada com cuidado, com elementos dos candomblés baianos e das pagelanças paraenses.   II. Carlos carece de espelho e tem vergonha de se olhar nele, falo eu no meu jogo de imagens, depois de qualquer ação desonesta. Por isso se conserva honesto para poder olhar no espelho. A honestidade dele é uma secreção biológica. Pentear sem espelho na frente faz o repartido sair torto e isso deixa os cabelos doendo. Na própria página em que "inventei" o crescimento de Carlos, inculco visivelmente que ele vai ser honesto na vida por causa das reações fisiológicas. Porém não me conservei apenas nesse naturalismo que repudio, não.   III. Estou na segunda parte, já escrevi 50 páginas e inda não descrevi a primeira cena da parte que é Chico Antônio na fazenda acalmando os bois irritados com a morte dum novilho. A não ser algumas análises psicológicas mais fundas, o resto é descrição da realidade tal como é, só pra que a realidade atual fique descrita e se grave.   Mário de Andrade fala de AMAR, VERBO INTRANSITIVO

  16. 166

    UEG 2003

    Analise as afirmações acerca das obras indicadas para o vestibular 2003/2 da UEG e assinale a alternativa CORRETA:

  17. 167

    PUC-CAMPINAS 2016

    A década de 1950 foi marcada pelo anseio de modernização do país, cujos reflexos se fazem sentir também no plano da cultura. É de se notar o amadurecimento da poesia de João Cabral, poeta que se rebelou contra o que considerava nosso sentimentalismo, nosso “tradicional lirismo lusitano”, bem como o surgimento de novas tendências experimentalistas, observáveis na linguagem renovadora de Ferreira Gullar e na radicalização dos poetas do Concretismo. As linhas geométricas da arquitetura de Brasília e o apego ao construtivismo que marca a criação poética parecem, de fato, tendências próximas e interligadas. (MOUTINHO, Felipe, inédito)   O anseio pela renovação da linguagem poética ao longo da década de 50, presente tanto na poesia de Ferreira Gullar como na dos poetas concretos, manifestou-se sobretudo como um empenho em

  18. 168

    UPF 2016

    Avessas ao racionalismo da moderna civilização técnica, as narrativas de João Guimarães Rosa apostam em uma representação mitopoética, próxima à visão do homem rústico e da criança. Nesse sentido, é sintomático que os contos “As margens da alegria” e “Os cimos”, que servem como uma espécie de moldura às Primeiras estórias, sejam narrados do ponto de vista de:

  19. 169

    UFMG

    Todos os seguintes poemas, extraídos de Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, são marcados pela visualidade e pela síntese verbal, exceto

  20. 170

    PUC-PR 2016

    Considere o seguinte fragmento do poema que dá nome ao livro Muitas vozes, de Ferreira Gullar:   Meu poema é um tumulto: a fala que nele fala outras vozes arrasta em alarido.   Com base nesse excerto, pode-se afirmar que: 

  21. 171

    FGV 2014

    Sextilhas Românticas   Paisagens da minha terra, Onde o rouxinol não canta - Mas que importa o rouxinol? Frio, nevoeiros da serra Quando a manhã se levanta Toda banhada de sol!   Sou romântico? Concedo. Exibo, sem evasiva, A alma ruim que Deus me deu. Decorei “Amor e medo”, "No lar", "Meus oito anos" ... Viva José Casimiro Abreu!   Sou assim, por vído inato. Ainda hoje gasto de Diva, Nem não posso renegar Peri tão pouco índio, é fato, Mas tão brasileiro ... Viva, Viva José de Alencar! [...] Manuel Bandeira, Estrela-da-vida-inteira.    Em quatro das alternativas que se seguem, registram-se características que, presentes no excerto, atestam a filiação romântica declarada pelo poeta. A única alternativa em que isso NÃO ocorre é: 

  22. 172

    FATEC 2007

    Mãos dadas Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.   Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao amanhecer(*), a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente. Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo (1940) (*) no original: anoitecer Considere as seguintes afirmações sobre o texto. I. Trata-se de um poema em que o eu lírico afirma seu desejo de que a poesia possa reconstruir aquilo que, tendo sido destruído no passado, permanece atual em sua memória. II. O poeta manifesta a confiança de que sua nova poesia poderá superar os problemas pessoais que quase o levaram ao suicídio e o fizeram desejar isolar-se. III.O poeta convoca outros poetas para que, juntos, possam se libertar das velhas convenções que prejudicam a poesia moderna. IV.Os versos da 1ª estrofe indicam o anseio do eu lírico de que sua poesia se aproxime dos homens e ajude a transformar a vida presente. V. Na 2ª estrofe, o eu lírico nega que a poesia desse momento histórico deva tratar de temas sentimentais ou amorosos.   São corretas apenas as afirmações  

  23. 173

    UNESPAR 2010

    Leia o seguinte poema de Carlos Drummond de Andrade e depois assinale a alternativa correta. CIDADEZINHA QUALQUER Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras Pomar, amor, cantar.   Um homem vai devagar Um cachorro vai devagar Um burro vai devagar   Devagar ... as janelas olham.   Eta vida besta, meu Deus.

  24. 174

    PUC-CAMPINAS 2016

    Com base numa ideia central de Lucien Goldmann, o crítico e historiador Alfredo Bosi propõe, para a moderna ficção brasileira, enquadramentos como estes:   I. romances de tensão mínima: as personagens não se destacam visceralmente da estrutura social e da paisagem que as condicionam. Exemplos, as histórias populistas de Jorge Amado.   II. romances de tensão crítica: o herói opõe-se e resiste agonicamente às pressões da natureza e da exploração social. Exemplos, os romances de Graciliano Ramos.   III. romances de tensão transfigurada: o herói procura ultrapassar o conflito que o constitui existencialmente pela transmutação mítica ou metafísica da realidade: Exemplos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector. (Apud História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970)   Comparando-se a linguagem, o meio social retratado e os temas frequentados, poucos pontos comuns há entre Clarice Lispector e Guimarães Rosa, entre eles

  25. 175

    UFMG

    Todos os seguintes fragmentos, retirados de manifestos do Modernismo brasileiro, apresentam princípios também contidos na obra Pau-Brasil, exceto

  26. 176

    MACKENZIE 2009

    A descoberta   Seguimos nosso caminho por este mar de longo Até a oitava Páscoa Topamos aves E houvemos vista de terra   Oswald de Andrade, Pero Vaz Caminha   O texto exemplifica a seguinte característica da poesia de Oswald de Andrade:

  27. 177

    PUC-CAMPINAS 2015

    Reveste-se de excepcional importância a inauguração, segunda-feira próxima, do aparelhamento de televisão das Emissoras Associadas, de São Paulo [...]. Santos, Campinas, Jundiaí e demais cidades localizadas num raio de oitenta quilômetros também foram beneficiadas, e, assim, milhões de pessoas poderão ser servidas pela TV “Associada”, a primeira a entrar em funcionamento em toda a América do Sul. [...] Ligando intimamente a televisão “Associada” à poesia, será madrinha do moderno equipamento a poetisa Rosalina Coelho Lisboa Larragoiti, devendo, também, ser cantada, na ocasião, pela primeira vez a Canção da TV escrita especialmente pelo poeta Guilherme de Almeida e pelo maestro Marcelo Tupinambá. Será entregue oficialmente ao público paulista a estação televisora das "Emissoras Associadas". (Diário de São Paulo, 16 de setembro de 1950. Apud CALDEIRA, Jorge (org) Brasil. A história contada por quem viu. São Paulo: Mameluco, 2008, p. 525)     Esta reportagem, datada de 1950, situa-se no início de uma década na qual, além das primeiras transmissões de TV no Brasil, ocorreram outros passos no rumo da modernização.   Na literatura, é marcante a consagração de um poeta e de um ficcionista,

  28. 178

    MACKENZIE 2014

    Poema Tirado de uma Notícia de Jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. Manuel Bandeira   Sobre a poesia de Manuel Bandeira, é INCORRETO afirmar que o autor:

  29. 179

    ACAFE 2014

    Considerando o contexto histórico descrito no texto a seguir, assinale a alternativa correta quanto à produção literária no Brasil.   “Na Europa, a segunda Revolução Industrial promovera modificações profundas. Inovações tecnológicas desenvolveram a produção em massa de bens diversos. As cidades cresceram muito (em detrimento do campo), e formou-se um proletariado que logo começou a organizar-se politicamente. E, dentro desse contexto, as artes mudaram: a belle époque assiste a uma sucessão de movimentos artísticos revolucionários.” (LAFETÁ, 1982, p. 99)  

  30. 180

    UFAM 2015

    Leia o poema “Áporo”, de Carlos Drummond de Andrade: Um inseto cava cava sem alarme perfurando a terra sem achar escape. Que fazer, exausto, em país bloqueado, enlace de noite raiz e minério? Eis que o labirinto (oh razão, mistério) presto se desata: em verde, sozinha, anteuclidiana, uma orquídea forma-se. Sobre o poema, afirma-se: I. Por apresentar quatorze versos do mesmo tamanho (redondilhas menores), em dois quartetos e dois tercetos, pode ser considerado um soneto. II. Apresenta, na primeira estrofe, uma ideia (a tese), à qual se opõe um obstáculo na segunda (a antítese); esse dilema se soluciona no final (a síntese). III. O termo “antieuclidiana”, pelo contexto em que está situado, se refere a Euclides de Alexandria, considerado o Pai da Geometria. IV. Considerando-se o contexto brasileiro da época em que foi escrito, que era a ditadura de Vargas, o conteúdo do poema expressa a luta de um militante político pela liberdade. V. A palavra “Áporo” tem pelo menos três significados: inseto, problema de difícil solução e orquídea.   Assinale a alternativa correta:

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