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  1. 571

    UERJ 2014

    Superman: 75 anos   Não era um pássaro nem um avião. O verdadeiro Superman era um pacato contador passando férias num resort ao norte de Nova York. Joe Shuster, um dos criadores do personagem, junto com Jerry Siegel, descansava na colônia de férias quando encontrou Stanley Weiss, jovem de rosto quadrado e porte atlético, que ele julgou ser a encarnação do herói. Lá mesmo, pediu para desenhar o moço que serviria de modelo para os quadrinhos dali em diante. Só neste ano, esses desenhos estão vindo à tona nos E.U.A., como parte das atividades comemorativas dos 75 anos do personagem. Embora tenha mantido a aparência de rapagão musculoso, Superman não foi o mesmo ao longo dos anos. Nos gibis, oscilou entre mais e menos sarado. Na TV, já foi mais rechonchudo, até reencarnar como o púbere Tom Welling, da série de TV “Smallville”. “Desde pequeno eu sabia que Superman não existia. Mas também sabia que meu pai era o verdadeiro Superman”, brincou David Weiss, filho do modelo do herói, em entrevista à Folha de São Paulo. Weiss cresceu comparando o rosto do pai ao desenho pendurado na sala de casa. Mas logo Joe Shuster, que foi seu principal desenhista, acabaria cedendo espaço para novos cartunistas, que adaptaram a figura aos fatos correntes. “Essa mudança é o segredo do Superman. Cada época precisa de um herói só seu, e ele sempre pareceu ser o cara certo”, diz Larry Tye, considerado o maior estudioso do personagem. “Nos anos 1930, ele tiraria a América da Grande Depressão. Nos anos 1940, era duro com os nazistas. Nos anos 1950, lutou contra a onda vermelha do comunismo.”E foi mudando de cara de acordo com a função. Invenção dos judeus Jerry Siegel e Joe Shuster, Superman também é visto como um paralelo da história de Moisés, a criança exilada que cresce numa terra estrangeira e depois se apresenta como um salvador. A aparência é um misto do também personagem bíblico Sansão, do deus grego Hércules e de acrobatas de circo. Mas há quem atribua, até hoje, a dualidade do personagem, que se alterna entre o nerd indefeso, tímido e de vista fraca (como Joe Shuster) e um super-herói possante, à origem judaica dos seus criadores. “É o estereótipo judeu do homem fraco, tímido e intelectual que depois se revela um grande herói”, diz Harry Brod, autor do e-book Superman Is Jewish? (Superman é judeu?), lançado nos E.U.A. em novembro passado. “Ele é a versão moderna de Moisés: um bebê de Krypton enviado à Terra, que desenvolve superpoderes para salvar o seu povo.” Segundo Brod, a analogia é tão nítida que os nazistas chegaram a discutir a suposta relação em revistas de circulação interna do regime. Mas, para ele, Hollywood e o tempo suavizaram o paralelo, transformando Superman numa releitura de Jesus Cristo. “Sua figura foi se tornando mais cristã com o tempo”, diz Brod. ”Não importa a religião. A ideia de um fracote que se torna um herói não deixa de ser uma fantasia universal.”  Silas Martí Adaptado de folha.uol.com.br, 03/03/2013   Não era um pássaro nem um avião. (l. 1) A primeira frase do texto remete às perguntas feitas por personagens que observavam intrigados o voo do Super-homem em suas muitas histórias: É um pássaro? É um avião? Não! É o Superhomem! Essa primeira frase configura um recurso da linguagem conhecido como:

  2. 572

    PUC-PR 2016

    Alfredo Bosi, em sua História concisa da literatura brasileira, diz a respeito de Inocência, de Visconde de Taunay:   “Por temperamento e cultura, o Visconde de Taunay tinha condições para dar ao regionalismo romântico a sua versão mais sóbria. Homem de pouca fantasia, muito senso de observação, formado no hábito de pesar com a inteligência as suas relações com a paisagem e o meio (era engenheiro, militar e pintor), Taunay foi capaz de enquadrar a história de Inocência (1872) em um cenário e em um conjunto de costumes sertanejos onde tudo é verossímil. Sem que o cuidado de o ser turve a atmosfera agreste e idílica que até hoje dá um renovado encanto à leitura da obra". (BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2003, p. 144 -145).   Com base no trecho acima, é possível dizer que: 

  3. 573

    UNEMAT 2006

    Machado de Assis desmascara certos hábitos de raciocínio, de mecanismos de pensamento, de benevolência retórica, enraizados na cultura brasileira. Cria, assim, mecanismos de pensamento a que acostumara o povo brasileiro e assinala, ironicamente, os seus defeitos. A repetição de certos temas e episódios como o amor e o adultério, nos Contos machadianos, deve, assim ser compreendida como um todo coerente organizado e como busca do esforço criador em favor de uma profundidade metafórica do social. Reflita sobre tais afirmativas e assinale a alternativa INCORRETA.

  4. 574

    MILTON CAMPOS 2013

    Referindo-se a Recordações do escrivão Isaías Caminha, o crítico Alfredo Bosi afirma que “é admirável como teia de imagens a simbolização desse instante de perplexidade, em que a esperança e a desesperança não só alternam como parecem engendrar-se uma da outra”. (BOSI, A. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p.190) Assinale a passagem do romance de Lima Barreto que melhor comprove a opinião do ensaísta:

  5. 575

    FUVEST 2010

    Uma quentura, um querer bem, um bem Um “libertas quae sera tamen”* Que um dia traduzi num exame escrito: “Liberta que serás também” E repito! Vinícius de Moraes, “Pátria minha”, Antologia poética. *A frase em latim traduz-se, comumente, por “liberdade ainda que tardia”.   Considere as seguintes afirmações: I. O diálogo com outros textos (intertextualidade) é procedimento central na composição da estrofe. II. O espírito de contradição manifesto nos versos indica que o amor da pátria que eles expressam não é oficial nem conformista. III. O apego do eu lírico à tradição da poesia clássica patenteia-se na escolha de um verso latino como núcleo da estrofe. Está correto o que se afirma em

  6. 576

    ENEM PPL 2010

    Jesulín y Cayetano Rivera salieron a hombros por la puerta grande aplaudidos por María José Campanario y la duquesa de Alba. Expectación, mucha expectación fue la que se vivió el pasado sábado en la localidad gaditana de Ubrique. Un cartel de lujo para una tarde gloriosa formado por los diestros Jesulín, “El Cid”, y Cayetano Rivera. El de Ubrique pudo presumir de haber sido “profeta en su tierra” en una tarde triunfal, con un resultado de tres orejas y salida por la puerta grande. Desde primera hora de la tarde, numerosos curiosos y aficionados fueron llegando a los alrededores de la plaza y al hotel Sierra de Ubrique, donde hubo un gran ambiente previo a la cita taurina, dado que era el sitio donde estaban hospedados los toreros. Revista ¡Hola!, n. 3.427, Barcelona, 7 abr. 2010 (fragmento). O texto traz informações acerca de um evento de grande importância ocorrido em Ubrique — uma tourada. De acordo com esse fragmento, alguns dos fatos que atestam a vitória nesse evento típico da cultura espanhola são 

  7. 577

    ENEM CANCELADO 2009

    Texto I   Principiei a leitura de má vontade. E logo emperrei na história de um menino vadio que, dirigindo-se à escola, se retardava a conversar com os passarinhos e recebia deles opiniões sisudas e bons conselhos. Em seguida vinham outros irracionais, igualmente bem-intencionados e bem falantes. Havia a moscazinha que morava na parede de uma chaminé e voava à toa, desobedecendo às ordens maternas, e tanto voou que afinal caiu no fogo. Esses contos me intrigaram com o [livro] Barão de Macaúbas. Infelizmente um doutor, utilizando bichinhos, impunha-nos a linguagem dos doutores. — Queres tu brincar comigo? O passarinho, no galho, respondia com preceito e moral, e a mosca usava adjetivos colhidos no dicionário. A figura do barão manchava o frontispício do livro, e a gente percebia que era dele o pedantismo atribuído à mosca e ao passarinho. Ridículo um indivíduo hirsuto e grave, doutor e barão, pipilar conselhos, zumbir admoestações. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1986 (adaptado).   Texto II   Dado que a literatura, como a vida, ensina na medida em que atua com toda sua gama, é artificial querer que ela funcione como os manuais de virtude e boa conduta. E a sociedade não pode senão escolher o que em cada momento lhe parece adaptado aos seus fins, enfrentando ainda assim os mais curiosos paradoxos, pois mesmo as obras consideradas indispensáveis para a formação do moço trazem frequentemente o que as convenções desejariam banir. Aliás, essa espécie de inevitável contrabando é um dos meios por que o jovem entra em contato com realidades que se tenciona escamotear-lhe. CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. Duas Cidades. São Paulo: Ed. 34, 2002 (adaptado). Os dois textos acima, com enfoques diferentes, abordam um mesmo problema, que se refere, simultaneamente, ao campo literário e ao social. Considerando-se a relação entre os dois textos, verifica-se que eles têm em comum o fato de que

  8. 578

    UEL 2013

    Sobre a obra O Primo Basílio, considere as afirmativas a seguir.   I. Com base nas ideias científicas do momento (darwinismo, determinismo e positivismo), o romance intenta a moralização de uma sociedade em crise de valores, atribuindo à literatura uma função transformadora.   II. Há na obra uma crítica ferrenha ao movimento romântico, que é responsabilizado pela degeneração da sociedade e pela prática do adultério feminino, ambas decorrência de leituras impróprias por parte das mulheres.   III. Há uma extrema idealização da mulher, que é tratada como uma criatura inatingível, revelando o forte sentimentalismo com o qual o escritor realista busca abordar a temática do enlace amoroso em suas obras.   IV. O romance retoma valores expressos pela estética romântica, uma vez que traz a história de um amor impossível entre Luísa e Basílio, impedidos de serem plenamente felizes pela interferência do marido possessivo e da família moralista.     Assinale a alternativa correta.

  9. 579

    UFMG 2010

    Ahora, lo peor es la epidemia del pánico   “Ahora, peor que la gripe porcina es la epidemia del pánico que se está instalando en el país”, apuntó ayer Juan Carr, fundador de la Red Solidaria, que fue convocado oficialmente por el Gobierno para trabajar en la prevención de la enfermedad.   Así calificó Carr las reacciones de los directivos de algunas escuelas de la Capital y de la provincia de Buenos Aires que decidieron que los alumnos y docentes (o sus familiares) que hubieran viajado a zonas endémicas o que padecieran síndromes febriles deben presentar un certificado médico que acredite que no tienen la enfermedad para volver a clases.   Según Carr, se trata de una reacción discriminatoria. “Para un adolescente o un chico es terrible que sus amigos no quieran verlo o hablarle por temor al contagio. Es absurdo y está basado en la ignorancia”, dijo Carr a La Nación.   La lista de reacciones discriminatorias continúa con ejemplos como el de Mendoza, en la que un grupo de vecinos atacó con piedras el ómnibus que llegaba desde Chile, en cuyo interior viajaba un hombre que tenía fiebre, pero no gripe porcina. “Tenemos redes en Nueva York, Europa, México, entre otros lugares, y venimos observando el comportamiento de la comunidad frente a la pandemia. De los 48 países en los que apareció el virus, la peor reacción fue la de Mendoza. Es el manual de lo que no hay que hacer”, dijo.   “Hoy, lo más riesgoso no es el virus: es el pánico. El miedo es muy vendedor, nos vende barbijos y nos hace consumir ciertos productos. Son lógicas las razones del miedo: éste es un virus que la humanidad no conoce y teme. Lo tremendo es que cualquiera que tenga fiebre sea discriminado”, dijo.   Carr aseveró que el miedo se combate con información científica. “Si esto continúa así, va a hacer más daño la discriminación que el virus en sí mismo”, afirmó. La Nación. Disponible en: . Acceso en: 27 mayo 2009. (Adaptado)   Según el texto, es CORRECTO afirmar que lo que dice Juan Carr tiene por objetivo

  10. 580

    UEL 2014

    Leia os textos a seguir, publicados nositedo jornal Folha de S. Paulo, em um mês de 2013, e responda à questão.     (A) Bolsa anticrack   Com grande espanto e indignação li a manchete “Governo de SP exclui menor de idade da ’bolsa anticrack”’ (“Cotidiano”, 10/5). Segundo a reportagem, os menores de idade – que somam 38% dos usuários – não serão beneficiados pela bolsaanticrack, porque o Estado diz que não há clínicas especializadas no atendimento a adolescentes. Isso mostra que o Estado não está voltado para todos. Os jovens – que possuem mais chances de serem recuperados do mundo das drogas, pois ainda têm uma longa vida pela frente – são ignorados pelo Estado. Os adolescentes merecem uma atenção maior, merecem mais uma chance. O ideal seria investir em campanhas educativas voltadas aos jovens e no fortalecimento do atendimento ambulatorial, onde o paciente é tratado sem a obrigação de ser internado. (Adaptado de: Jean-Pierre Mickael K. Fleury, 14 anos (São Paulo-SP).)     (B) Bolsa anticrack   Em referência à carta “Bolsa anticrack” (Painel do Leitor, 12/5), o Estado possui, sim, atendimento a crianças e adolescentes com problemas de dependência química. Mas esse serviço é distinto do que é oferecido a adultos dentro do Programa Estadual de Enfrentamento ao Crack, agora denominado de Programa Recomeço, porque segue o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente. Para estes casos, conforme o ECA, não é permitido, no mesmo espaço, atender adultos e adolescentes. É importante ressaltar que o Cartão Recomeço é mais uma das ações do Programa Recomeço, e não a única. O atendimento a crianças e adolescentes é prestado nos acolhimentos. A dependência química é tratada pelos profissionais nesses equipamentos sociais. (Adaptado de: Rodrigo Garcia, Secretário de Estado de Desenvolvimento Social (São Paulo-SP).)     Acerca dos dois textos, assinale a alternativa correta.

  11. 581

    UERJ 2009

    TEXTO I Herói na contemporaneidade Quando eu era criança, passava todo o tempo desenhando super-heróis. Recorro ao historiador de mitologia Joseph Campbell, que diferenciava as duas figuras públicas: o herói (figura pública antiga) e a celebridade (a figura pública moderna). Enquanto a celebridade se populariza por viver para si mesma, o herói assim se tornava por viver servindo sua comunidade. Todo super-herói deve atravessar alguma via crucis. Gandhi, líder pacifista indiano, disse que, quanto maior nosso sacrifício, maior será nossa conquista. Como Hércules, como Batman. Toda história em quadrinhos traz em si alguma coisa de industrial e marginal, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. Os filmes de super-herói, ainda que transpondo essa cultura para a grande e famigerada indústria, realizam uma outra façanha, que provavelmente sem eles não ocorreria: a formação de novas mitologias reafirmando os mesmos ideais heróicos da Antigüidade para o homem moderno. O cineasta italiano Fellini afirmou uma vez que Stan Lee, o criador da editora Marvel e de diversos heróis populares, era o Homero dos quadrinhos. Toda boa história de super-herói é uma história de exclusão social. Homem-Aranha é um nerd, Hulk é um monstro amaldiçoado, Demolidor é um deficiente, os X-Men são indivíduos excepcionais, Batman é um órfão, Super-Homem é um alienígena expatriado. São todos símbolos da solidão, da sobrevivência e da abnegação humana. Não se ama um herói pelos seus poderes, mas pela sua dor. Nossos olhos podem até se voltar a eles por suas habilidades fantásticas, mas é na humanidade que eles crescem dentro do gosto popular. Os superheróis que não sofrem ou simplesmente trabalham para o sistema vigente tendem a se tornar meio bobos, como o Tocha-Humana ou o Capitão América. Hulk e Homem-Aranha são seres que criticam a inconseqüência da ciência, com sua energia atômica e suas experiências genéticas. Os X-Men nos advertem para a educação inclusiva. Super-Homem é aquele que mais se aproxima de Jesus Cristo, e por isso talvez seja o mais popular de todos, em seu sacrifício solitário em defesa dos seres humanos, mas também tem algo de Aquiles, com seu calcanhar que é a kriptonita. Humano e super-herói, como Gandhi. Não houve nenhuma literatura que tenha me marcado mais do que essas histórias em quadrinhos. Eu raramente as leio hoje em dia, mas quando assisto a bons filmes de super-heróis eu lembro que todos temos um lado ingênuo e bom, que pode ser capaz de suportar a dor da solidão por um princípio. FERNANDO CHUÍ. Adaptado de http://fernandochui.blogspot.com TEXTO II Piaimã1 A inteligência do herói estava muito perturbada. Acordou com os berros da bicharia lá em baixo nas ruas, disparando entre as malocas temíveis. E aquele diacho de sagüi-açu2 (...) não era sagüim não, chamava elevador e era uma máquina. De-manhãzinha ensinaram que todos aqueles piados berros cuquiadas sopros roncos esturros não eram nada disso não, eram mas cláxons3 campainhas apitos buzinas e tudo era máquina. As onças pardas não eram onças pardas, se chamavam fordes hupmobiles chevrolés dodges mármons e eram máquinas. Os tamanduás os boitatás4 as inajás5 de curuatás6 de fumo, em vez eram caminhões bondes autobondes anúncios-luminosos relógios faróis rádios motocicletas telefones gorjetas postes chaminés... Eram máquinas e tudo na cidade era só máquina! O herói aprendendo calado. De vez em quando estremecia. Voltava a ficar imóvel escutando assuntando maquinando numa cisma assombrada. Tomou-o um respeito cheio de inveja por essa deusa de deveras forçuda, Tupã7 famanado que os filhos da mandioca chamavam de Máquina, mais cantadeira que a Mãe-d’água8, em bulhas9 de sarapantar10. Então resolveu ir brincar com a Máquina pra ser também imperador dos filhos da mandioca. Mas as três cunhãs11 deram muitas risadas e falaram que isso de deuses era gorda mentira antiga, que não tinha deus não e que com a máquina ninguém não brinca porque ela mata. A máquina não era deus não, nem possuía os distintivos femininos de que o herói gostava tanto. Era feita pelos homens. Se mexia com eletricidade com fogo com água com vento com fumo, os homens aproveitando as forças da natureza. Porém jacaré acreditou? nem o herói! (...) Macunaíma passou então uma semana sem comer nem brincar só maquinando nas brigas sem vitória dos filhos da mandioca com a Máquina. A Máquina era que matava os homens porém os homens é que mandavam na Máquina... Constatou pasmo que os filhos da mandioca eram donos sem mistério e sem força da máquina sem mistério sem querer sem fastio, incapaz de explicar as infelicidades por si. Estava nostálgico assim. Até que uma noite, suspenso no terraço dum arranhacéu com os manos, Macunaíma concluiu: — Os filhos da mandioca não ganham da máquina nem ela ganha deles nesta luta. Há empate. Não concluiu mais nada porque inda não estava acostumado com discursos porém palpitava pra ele muito embrulhadamente muito! que a máquina devia de ser um deus de que os homens não eram verdadeiramente donos só porque não tinham feito dela uma Iara explicável mas apenas uma realidade do mundo. De toda essa embrulhada o pensamento dele sacou bem clarinha uma luz: os homens é que eram máquinas e as máquinas é que eram homens. Macunaíma deu uma grande gargalhada. Percebeu que estava livre outra vez e teve uma satisfa mãe. MÁRIO DE ANDRADE Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986. Vocabulário: 1 Piaimã – personagem do romance 2 sagüi-açu, sagüim – macacos pequenos 3 cláxon – buzina externa nos automóveis antigos 4 boitatá – cobra-de-fogo, na mitologia tupi-guarani 5 inajá – palmeira de tamanho médio 6 curuatá – flor de palmeira 7 Tupã – entidade da mitologia tupi-guarani 8 Mãe-d’água – espécie de sereia das águas amazônicas 9 bulha – confusão de sons 10 sarapantar – espantar 11 cunhã – mulher jovem, em tupi   No texto Herói na contemporaneidade, o autor valoriza um determinado perfil de herói, em contraposição a outro por ele considerado “bobo”, sem importância. O perfil de Macunaíma difere desses dois tipos de herói. Tal diferença pode ser verificada na seguinte caracterização de Macunaíma:

  12. 582

    UNIFESP 2006

    Ultimamente ando de novo intrigado com o enigma de Capitu. Teria ela traído mesmo o marido, ou tudo não passou de imaginação dele, como narrador? Reli mais uma vez o romance e não cheguei a nenhuma conclusão. Um mistério que o autor deixou para a posteridade. Fernando Sabino, O bom ladrão. Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que... Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Machado de Assis, Dom Casmurro. No texto de Sabino, o narrador questiona a traição de Capitu. Lendo o texto de Machado, pode-se entender que esse questionamento decorre de  

  13. 583

    UEL 2013

    Preocupación entre los expertos por las nuevas píldoras antiobesidad   Quien descubra la píldora para adelgazar, habrá encontrado una mina de oro. La obesidad es un problema de salud pública (se calcula que el 20% de la población mundial tiene sobrepeso, un porcentaje que en los países ricos pasa del 30%), y la idea de tratarla con pastillas es muy atractiva. Pero este abordaje no convence a los expertos españoles del Centro de Investigación Biomédica en Red de Fisiopatología de la Obesidad y la Nutrición (Ciberobn), que recuerdan que para combatir el sobrepeso lo primero que hay que hacer es “reducir la ingesta calórica, practicar ejercicio físico y modificar los hábitos alimentarios”. El recurso al tratamiento farmacológico es la última opción. Debe hacerse “cuando las demás opciones hayan fallado o como complemento de estas”, según los médicos.   El motivo de esta advertencia es la aprobación por la Agencia del Medicamento (FDA) de EE UU de las dos primeras pastillas para adelgazar en años: Belviq y Qsymia. Su uso en quienes tienen sobrepeso solo se aconseja si se tiene algún otro factor de riesgo, como hipertensión, colesterol o diabetes, y siempre acompañado de dieta y ejercicio. Este compuesto – una combinación de dos principios activos – es el que más preocupa a los médicos. “Existe una falta de datos de eficacia a largo plazo y de seguridad para la farmacoterapia antiobesidad, limitando así la recomendación de rutina de dicho tratamiento en periodos prolongados”, apunta en una nota José López Miranda, del comité de dirección del Ciberobn. Los estudios, además, “incluyeron pocos pacientes de edad avanzada”, por lo que “este grupo de población queda fuera de cualquier recomendación”, añade. (Adaptado de: . Acesso em: 1 ago. 2012).     Em relação às novas pílulas antiobesidade, pode-se inferir que:

  14. 584

    UNIR 2010

    Por onde anda Emília?   Dona Benta e Tia Anastácia faleceram, Rabicó virou presunto há muito tempo, Pedrinho e Narizinho tornaram-se adultos e sumiram. Mas Emília continua viva. Idosa agora – mesmo bonecas envelhecem –, ela continua a mesma contestadora de sempre. Continua em busca da Casa das chaves, aquela em que penetrou buscando desligar a Chave da Guerra (mas enganou-se: desligou a Chave do Tamanho, e tornou-se a precursora – bem melhor que a sequela – do filme Querida, encolhi as crianças). As chaves que Emília agora quer desligar são as chaves da Pobreza, do Desemprego, da Fome. Mas será difícil. Se não conseguiu isso há 50 anos, não conseguirá agora, que sua energia é muito menor.   Emília sonha. Com que sonha? Com o Sítio do Picapau Amarelo. E sonha que o sítio está sendo invadido pelos sem-terra, que ali tentam se instalar. Querem plantar, no que era o território da fantasia, milho e feijão. Emília hesita; seu lado anarquista quer aderir aos invasores, seu lado conservador acha isso uma barbaridade. Procura uma resposta, mas não acha; o único que poderia aconselhá-la, o amável escritor chamado Monteiro Lobato, morreu há muito tempo. SCLIAR, Moacyr. In MESQUITA, R.M. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Saraiva, 2007.   Sobre usos de recursos linguísticos e textuais, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) A relação intertextual com o filme Querida, encolhi as crianças mostra o mesmo engano tanto na obra A Chave do Tamanho quanto no filme. ( ) O período "Se não conseguiu isso há 50 anos, não conseguirá agora, que sua energia é muito menor." é constituído de três orações, uma principal, uma subordinada e uma coordenada. ( ) As várias frases curtas que iniciam o segundo parágrafo imprimem tom oral, ênfase informacional e ritmo aligeirado. ( ) O primeiro período do texto traz as ideias de cada oração em igualdade de posição sintática e semântica pelo uso do processo de coordenação.   Assinale a sequência correta.

  15. 585

    UNICENTRO 2010

    Twitter ya es rentable Google y Microsoft pagarán cada año 17,5 millones por datos de la red social AITOR RIVEIRO - Madrid - 28/12/2009   Cuando todavía no ha cumplido cuatro años de vida, el servicio de microblogging Twitter (que permite publicar y compartir mensajes de hasta 140 caracteres) ha logrado ser rentable gracias a un acuerdo que ha alcanzado con Google y Microsoft y que permitirá a los buscadores de ambas compañías ofrecer entre sus resultados información extraída de la red social a cambio de 17,5 millones de euros anuales. El acuerdo fue anunciado el pasado mes de octubre, pero hasta ahora no se han conocido los términos económicos del mismo tras ser publicados en la revista especializada Business Week, que asegura que el dinero aportado por ambas compañías cubre el 100% de los costes de mantenimiento del servicio. En su momento, Google, a través de su blog oficial, justificó el acuerdo en la necesidad de sus usuarios de obtener resultados en tiempo real. Para ello, contar con los contenidos de Twitter es imprescindible ya que la red social tiene 58 millones de usuarios mensuales en todo el mundo, según los datos que ofrece la firma especializada ComScore. Hasta ahora Twitter había sobrevivido gracias a las inversiones de sociedades de capital riesgo, según relató uno de los fundadores de la compañía, Jack Dorsey, en una entrevista en EL PAÍS el pasado mes de marzo. A lo largo de 2009, sus gestores han comenzado a plantear nuevas vías de financiación dado que, casi desde el principio, Twitter renunció a la publicidad como sustento ante el rechazo de sus usuarios y, sobre todo, porque difícilmente podría cubrir ni una pequeña parte de sus necesidades. Sin embargo, una vez conseguida una gran masa de fervientes seguidores, la compañía modificó el pasado septiembre sus términos de uso y abrió la puerta a la inclusión de anuncios. Las previsiones indican que en 2010 el sector publicitario continuará de capa caída salvo en Internet, donde está previsto que experimente un crecimiento de la inversión superior al 8%, según el estudio Zenthinela que se publicó la semana pasada. Otro informe dado a conocer en septiembre, esta vez de la consultora PricewaterhouseCoopers, situó a la publicidad en la Red por encima incluso de la televisiva en Reino Unido. Sin embargo, los anunciantes están lejos de garantizar la viabilidad de muchos de los grandes proyectos en Internet. Por eso la trascendencia del acuerdo de Twitter con Google y Microsoft estriba en que los dos gigantes han aceptado pagar por incluir en el índice los contenidos de terceros, algo a lo que se habían negado hasta ahora. O al menos Google, porque Microsoft y el magnate de los medios de comunicación Rupert Murdoch negocian un acuerdo en virtud del cual el buscador del gigante de Redmond, Bing, tendría la exclusiva sobre los contenidos de las cabeceras propiedad del holding News Corp, tal y como aseguró el propio Murdoch hace poco más de un mes. El buscador de Microsoft, Bing, fue lanzado al mercado el pasado mayo y supera ya el 10% de cuota de mercado en Estados Unidos. El empresario británico ha reiterado en múltiples ocasiones su intención de hacer de pago todos sus medios online. De esta manera, y si el acuerdo se hace efectivo, las páginas web de Robert Murdoch (desde The Wall Street Journal hasta MySpace pasando por Sky News) podrían perder muchas de las visitas que proporciona Google, cuyo buscador domina de forma abrumadora el mercado mundial, pero, a cambio, recibirían una suculenta suma de dinero de Microsoft quien, por su parte, contaría con material exclusivo con el que tratar de recortar la distancia que le separa a Bing de su gran rival. Google, que en un principio renegó de la decisión del magnate Murdoch, anunció poco después que implementará una funcionalidad nueva en su buscador que permitirá a los editores que así lo deseen obligar a los usuarios que utilicen su servicio Google News a pagar una cantidad aún sin fijar cuando consulten más de cinco informaciones de un determinado medio. En este contexto, la guerra a tres bandas está servida. Por un lado, los editores y administradores de páginas web que buscan cómo sacar beneficios de sus negocios online; por otro, la de los buscadores, quienes sin contenidos que referenciar y ofrecer perderían parte de su relevancia y, por último, la posición de los usuarios, que podrían tener que cambiar sus hábitos de navegación en los próximos meses si iniciativas como la de Murdoch triunfan y se extienden a otros medios. (Trecho extraído del periódico online El País – 28.12.2009 )   Sobre o Twitter é INCORRETO afirmar que

  16. 586

    ENEM 2009

    Serafim da Silva Neto defendia a tese da unidade da língua portuguesa no Brasil, entrevendo que no Brasil as delimitações dialetais espaciais não eram tão marcadas como as isoglossas1 da România Antiga. Mas Paul Teyssier, na sua História da Língua Portuguesa, reconhece que na diversidade socioletal essa pretensa unidade se desfaz. Diz Teyssier: “A realidade, porém, é que as divisões ‘dialetais’ no Brasil são menos geográficas que socioculturais. As diferenças na maneira de falar são maiores, num determinado lugar, entre um homem culto e o vizinho analfabeto que entre dois brasileiros do mesmo nível cultural originários de duas regiões distantes uma da outra.” SILVA, R. V. M. O português brasileiro e o português europeu contemporâneo: alguns aspectos da diferença. Disponível em: www.uniroma.it. Acesso em: 23 jun. 2008. 1 isoglossa – linha imaginária que, em um mapa, une os pontos de ocorrência de traços e fenômenos linguísticos idênticos. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. De acordo com as informações presentes no texto, os pontos de vista de Serafim da Silva Neto e de Paul Teyssier convergem em relação 

  17. 587

    UFU 2015

    El enigma Messi   De Messi escribió Roberto Fontanarrosa (Usted no me lo va a creer) quizá ni cuando había nacido Messi. Rosales, un ojeador de niños futbolistas, había visto un caso único, desde la esquina de un bar polvoriento de Rosario, de donde es el mejor (¿el mejor? El espejo de Blancanieves dice que sí) futbolista del mundo. La pelota iba tras un muchacho, sin que el pibe hiciera nada; la querencia era tal que no había ni sombra entre los dos, eran el muchacho y la pelota a la vez, como si esa atracción benévola ya fuera definitiva y la pelota formara parte del cuerpo del pibe.   "Era una de esas siestas agobiantes del verano donde no corre ni una sola gota de aire", escribió Fontanarrosa en el célebre cuento en el que nace, sin haber nacido, Lionel Messi. "La pelota, entonces, sola, solita como le cuento, como me lo contó Rosales, empieza a rodar y se va detrás del pibe, como un perro". La historia es ficción, pero por esos andurriales de la imaginación de Fontanarrosa andaba sin duda Lionel Messi. Y ese fantasma, como para los de Aracataca el fantasma de Gabo, se sigue apareciendo por los bares y por las noches. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2015 (fragmento).   O texto estabelece um paralelo entre a trama de um conto de Roberto Fontanarrosa e o jogador de futebol Lionel Messi. Ao afirmar "la querencia era ta" o autor do texto

  18. 588

    UFJF 2012

    Texto I Uma noite em 67 Era 21 de outubro de 1967. No Teatro Paramount, centro de São Paulo, acontecia a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Diante de uma plateia fervorosa - disposta a aplaudir ou vaiar com igual intensidade -, alguns dos artistas hoje considerados de importância fundamental para a MPB se revezavam no palco para competir entre si. As canções se tornariam emblemáticas, mas até aquele momento permaneciam inéditas. Entre os 12 finalistas, Chico Buarque e o MPB 4 vinham com “Roda Viva”; Caetano Veloso, com “Alegria, Alegria”’; Gilberto Gil e os Mutantes, com “Domingo no Parque”; Edu Lobo,  com “Ponteio”; Roberto Carlos, com o samba “Maria, Carnaval e Cinzas”; e Sérgio Ricardo, com “Beto Bom de  Bola”. A briga tinha tudo para ser boa. E foi. Entrou para a história dos festivais, da música popular e da cultura do País. “É naquele momento que o Tropicalismo explode, a MPB racha, Caetano e Gil se tornam ídolos instantâneos, e se confrontam as diversas correntes musicais e políticas da época”, resume o produtor musical, escritor e compositor Nelson Motta. O Festival de 1967 teve o seu ápice naquela noite. Uma noite que se notabilizou não só pelas revoluções artísticas, mas também por alguns dramas bem peculiares, em um período de grandes tensões e expectativas. Foi naquele dia, por exemplo, que Sérgio Ricardo selou seu destino artístico ao  quebrar o violão e atirá-lo à plateia depois de ser duramente vaiado pela canção “Beto Bom de Bola”. O documentário Uma Noite em 67, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, mostra os elementos que transformaram aquela final de festival no clímax da produção musical dos anos 60 no Brasil. Para tanto, o filme resgata imagens históricas e traz depoimentos inéditos dos principais personagens: Chico, Caetano, Roberto, Gil, Edu e Sérgio Ricardo. Além deles, algumas testemunhas privilegiadas da festa/batalha, como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados) e o produtor Solano Ribeiro, partilham suas memórias de uma noite inesquecível.   Notas da imprensa "Para quem viveu aqueles anos, trata-se de um passeio pela memória; para quem, daquelas canções, conhece apenas as lendas (...), o filme é um passeio pelo Brasil que fez manifestação contra a guitarra elétrica e, calado pela ditadura, parecia disposto a vaiar quem quer que fosse, de Roberto Carlos a Caetano Veloso" (Ana Paula Sousa – Folha de S. Paulo) "Contra a azia e a má digestão causadas pelas recentes falas de dois generais, existe um antiácido. Trata-se do documentário "Uma Noite em 67", de Renato Terra e Ricardo Calil (...). É uma deliciosa viagem" (Zuenir Ventura – O Globo) . "O filme faz uma excepcional prospecção de imagens da época e acerta ao preservar as apresentações completas dos concorrentes" (Luiz Zanin – O Estado de S. Paulo)inesquecível. "O filme é mais do que ‘musical’. É político, ideológico. Foi, para mim, uma experiência visceral." (Luiz Carlos Merten – O Estado de S. Paulo) "Um programa de TV? Um ringue de luta? Uma festinha doméstica de fim de ano? Ou um microcosmo da cultura em transformação? O festival foi tudo isso e muito mais. O filme o rememora mediante reflexões reveladoras, contradições expostas e informações inéditas de bastidores. Não precisa mais que isso para se ter um bom documentário." (Carlos Alberto Mattos) "'Uma Noite em 67' é um documentário sobre seis canções. Simples assim. O complexo, na história do filme e do Brasil, é que em torno dessas apresentações giraram e ainda giram as questões mais essenciais da nossa cultura popular." (Carlos Nader, documentarista - Trip) "Nos divertimos muito vendo o documentário “Uma Noite em 67”. O formato é simples, alternando imagens da época com depoimentos recentes dos cantores, mas generoso em detalhes." (Daniel Piza, O Estado de S. Paulo) (...)   Contexto histórico Entre 1965 e 1972, o Brasil viveu o auge do que ficou conhecido como a Era dos Festivais. Organizados pelas TVs Record, Excelsior, Globo e Rio em forma de programas de auditório, os festivais eram grandes competições da música brasileira que se mostraram capazes de mobilizar a população tanto quanto uma disputa de clássicos no futebol. Nesses programas, novos compositores e intérpretes ganhavam  espaço para mostrar seu talento. Nomes como Elis Regina, Jair Rodrigues, Edu Lobo, Nara Leão, Chico Buarque, Caetano Veloso, Jorge Ben e Raul Seixas emocionaram multidões em apresentações históricas, sedimentaram suas carreiras e ajudaram a fazer a transição do intimismo da bossa nova e do samba-canção para a encruzilhada de possibilidades da MPB. Tradição e modernidade se desentenderam e fizeram as pazes nos festivais – especialmente no da TV Record, de 1967, no qual as tensões políticas do País ajudaram a esquentar uma já quente briga. O saldo da edição foi um violão quebrado, uma MPB inaugurada e algumas canções imortalizadas. http://www.sampaonline.com.br/colunas/elmo/coluna2001set14.htm http://www.umanoiteem67.com.br/o-filme-2.html     Texto II "Uma Noite em 67" é o tipo do filme que levanta o público e Terra e Calil já se acostumaram a ver espectadores exaltados - e eufóricos com o que para muitos ainda é uma novidade. "Uma Noite em 67" dirige seu foco para a noite de encerramento do Festival da Record de 1967, talvez o mais emblemático dos festivais de música ocorridos no País. Algo decisivo ocorreu naquela noite. O Brasil vivia sob uma ditadura e o palco virou cenário de uma disputa ideológica. A guerra da canção de protesto com a guitarra elétrica, símbolo da dominação imperialista, que Gilberto Gil usou em "Domingo no Parque". Colocar guitarra elétrica na MPB era considerado de direita. Os artistas de raiz, contrários à guitarra, eram de esquerda. Houve um clima de radicalismo - um Fla-Flu musical, como define Calil. "Não quisemos fazer um filme didático, mas trabalhar o emocional, entregando ao público um documentário que as pessoas precisam completar." E elas completam - e como! Quatro músicas dominavam a competição - "Ponteio", "Domingo no Parque", "Roda Viva" e "Alegria, Alegria". "Até hoje elas polarizam as opiniões. Tem gente que reclama por que Alegria, Alegria não ganhou, ou Roda Viva". O público que viveu a época agradece aos diretores por trazê-la de volta. Os jovens, porque o filme os projeta num mundo que não conheceram. http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,uma-noite-em-67-revive-festival-de-musica-da-record,588109,0.htm   No texto I, fala-se da “guerra” contra a guitarra elétrica. No texto II, justifica-se essa manifestação do público, falando-se de “disputa ideológica”. Nesse momento da música no Brasil, a guitarra

  19. 589

    ENEM PPL 2014

    El candombe es participación Bastaría nombrar al tambor en nuestro país, y ya estaría implícita la referencia al candombe, patrimônio cultural uruguayo y, desde setiembre del 2009, Patrimonio Inmaterial de la Humanidad, reconocido por las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura – Unesco. Proceso que se remonta a la época colonial, cuando era tenido como un mero baile de negros esclavos, ruidoso y obsceno, definición que toman incluso algunos diccionarios antiguos y no tanto, viéndolo como divertimento de pésima categoría por su procedencia racial. Esto fue cambiando merced al combate sin tregua a los prejuicios, siempre en crecimiento su aceptación por el conjunto de la sociedad, hasta llegar a nuestros días, cuando el Gobierno progresista en el 2006 promovió la ley 18059, consagrando los 3 de diciembre como Día del Candombe, la Cultura Afrouruguaya y la Equidad Racial, que en su artículo 5to y final dice: “Declárese patrimonio cultural de la República Oriental del Uruguay al candombe, caracterizado por el toque de los tambores denominados chico, repique y piano, su danza y canto, creado por los afrouruguayos a partir del legado ancestral africano, sus orígenes rituales y su contexto social como comunidad.” ANDRADE, S. Disponível em: http://alainet.org. Acesso em: 22 fev. 2012 (adaptado). O status atual do candombe, resultante de um conjunto de mudanças ocorridas no país, contrasta com um passado marcado por preconceitos. Segundo o texto, esse status se deve à

  20. 590

    FUVEST 2014

    CAPÍTULO LXXI O senão do livro   Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...   E caem! — Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair. Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas   Um leitor que tivesse as mesmas inclinações que as atribuídas, pelo narrador, ao leitor das Memórias póstumas de Brás Cubas teria maior probabilidade de impacientar-se, também, com a leitura da obra

  21. 591

    UNEMAT 2010

    Michael Jackson: subastan guante enjoyado en Australia Un guante blanco enjoyado que Michael Jackson le lanzó a un seguidor australiano hace más de 10 años se vendió el domingo en una subasta por 57 000 dólares australianos (48 000 dólares estadounidenses), casi el doble del precio estimado de venta. Warwick Stone, un comprador para el Hard Rock Hotel y Casino en Las Vegas, superó a otros cinco postores por el guante del difunto Rey del Pop, dijo Charlotte Stanes, vocera de la casa de subasta Bonhams and Goodman, en Melbourne. El precio de venta estimado antes de la subasta era de 30 000 dólares australianos. “Estamos muy felices con el resultado”, dijo Stanes. “Es el primer guante del que conocemos en Australia”. Bonhams and Goodman dijo que fue la primera subasta de un guante de Michael Jackson desde su muerte el 25 de junio a los 50 años de edad. Disponível em: http://noticias.terra.com/articulos/act1932280. Acesso em: 6 nov. 2009 (adaptado).    De acordo com o texto, 

  22. 592

    UP 2015

    Assim como Graciliano Ramos e Jorge Amado, José Lins do Rego é um dos principais representantes do Romance de 30. Sua obra Fogo morto foi publicada em 1943. Sobre essa obra, considere as seguintes afirmativas: 1. Ao contrário do realismo constante nas obras de Graciliano Ramos e de Jorge Amado, em Fogo morto predominam o saudosismo e as visões idílicas da infância. 2. Em Fogo morto, José Lins do Rego trata da decadência das formas tradicionais de produção de cana-de-açúcar, enfatizando as consequências desse processo nas relações sociais. 3. Os três protagonistas de Fogo morto – Mestre José Amaro, Seu Lula e Capitão Vitorino – condenam as ações do bando de cangaceiros de Antônio Silvino, que ameaçam suas propriedades. Assinale a alternativa correta.  

  23. 593

    FGV-RJ 2013

    BOCAGE NO FUTEBOL Quando eu tinha meus cinco, meus seis anos, morava, ao lado de minha casa, um garoto que era tido e havido como o anticristo da rua. Sua idade regulava com a minha. E justiça se lhe faça: — não havia palavrão que ele não praticasse. Eu, na minha candura pânica, vivia cercado de conselhos, por todos os lados: — “Não brinca com Fulano, que ele diz nome feio!”. E o Fulano assumia, aos meus olhos, as proporções feéricas de um Drácula, de um Nero de fita de cinema.   Mas o tempo passou. E acabei descobrindo que, afinal de contas, o anjo de boca suja estava com a razão. Sim, amigos: — cada nome feio que a vida extrai de nós é um estímulo vital irresistível. Por exemplo: — os nautas camonianos. Sem uma sólida, potente e jucunda pornografia, um Vasco da Gama, um Colombo, um Pedro Álvares Cabral não teriam sido almirantes nem de barca da Cantareira. O que os virilizava era o bom, o cálido, o inefável palavrão.   Mas, se nas relações humanas em geral, o nome feio produz esse impacto criador e libertário, que dizer do futebol? Eis a verdade: — retire-se a pornografia do futebol e nenhum jogo será possível. Como jogar ou como torcer se não podemos xingar ninguém? O craque ou o torcedor é um Bocage. Não o Bocage fidedigno, que nunca existiu. Para mim, o verdadeiro Bocage é o falso, isto é, o Bocage de anedota. Pois bem: — está para nascer um jogador ou um torcedor que não seja bocagiano. O craque brasileiro não sabe ganhar partidas sem o incentivo constante dos rijos e imortais palavrões da língua. Nós, de longe, vemos os 22 homens correndo em campo, matando-se, agonizando, rilhando os dentes. Parecem dopados e realmente o estão: — o chamado nome feio é o seu excitante eficaz, o seu afrodisíaco insuperável. Nélson Rodrigues, À sombra das chuteiras imortais. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.   Leia também este texto, para responder à questão. Quando Bauer, o de pés ligeiros, se apoderou da cobiçada esfera, logo o suspeitoso Naranjo lhe partiu ao encalço, mas já Brandãozinho, semelhante à chama, lhe cortou a avançada. A tarde de olhos radiosos se fez mais clara para contemplar aquele combate, enquanto os agudos gritos e imprecações em redor animavam os contendores. A uma investida de Cárdenas, o de fera catadura, o couro inquieto quase se foi depositar no arco de Castilho, que com torva face o repeliu. Eis que Djalma, de aladas plantas, rompe entre os adversários atônitos, e conduz sua presa até o solerte Julinho, que a transfere ao valoroso Didi, e este por sua vez a comunica ao belicoso Pinga. (...)   Assim gostaria eu de ouvir a descrição do jogo entre brasileiros e mexicanos, e a de todos os jogos: à maneira de Homero. Mas o estilo atual é outro, e o sentimento dramático se orna de termos técnicos. Carlos Drummond de Andrade, Quando é dia de futebol. Rio: Record, 2002.   O gênero literário que Drummond tomou como base para a composição de seu texto revela, no escritor mineiro, uma determinada visão do futebol que também reponta no seguinte trecho do texto de Nélson Rodrigues:

  24. 594

    UEL

    Twitter revela que existen dos superdialectos del español Gracias a Twitter estos investigadores han llegado a una curiosa conclusión: existen dos grandes superdialectos, uno común a las grandes ciudades españolas y americanas y otro típico de las zonas rurales. Bruno Gonçalves, de la Universidad de Toulon (Francia) y David Sánchez, del Instituto de Física Interdisciplinar y Sistemas Complejos (IFISC, CSIC-UIB) en España, han usado los tuits geolocalizados de Twitter para analizar cómo cambia la manera de hablar según las distintas regiones. En total han recopilado unos 50 millones de tuits escritos en español durante dos años. De todos ellos, la mayoría habían sido lanzados desde España, Hispanoamérica y Estados Unidos, aunque también compilaron tuits de Latinoamérica y el este de Europa. Una vez recopilados eligieron distintas palabras que varían en función de la geografía para analizarlas. Por ejemplo “coche” puede decirse de otras muchas maneras como auto, carro, concho, automóvil... Lo mismo ocurre, por ejemplo, con la palabra “ordenador” que puede citarse como computadora, PC, computador, etcétera. Así pues, cruzando el uso de dichas palabras con la localización geográfica de las mismas obtuvieron un mapa de zonas donde se usaban más o menos esos sinónimos pudiendo llegar a una curiosa conclusión: existen dos superdialectos del español dentro de la red social del pájaro azul. El primero de ellos es una especie de variedad internacional del español cuyo uso se reduce prácticamente a las principales ciudades americanas y españolas. El segundo de ellos sería el más usado en zonas rurales. Como apuntan desde la agencia de noticias científicas SINC, para Gonçalves y Sánchez el primer caso se explicaría debido a la homogeneización creciente de la lengua causada por distintos mecanismos de nivelización (educación, medios de comunicación, Twitter...). En el segundo, en las zonas rurales de España y América, se detectaron tres variedades diferentes que corresponderían a un dialecto utilizado en España, otro presente en amplias zonas de Hispanoamérica y un tercero exclusivo del cono sur. Los investigadores piensan que su trabajo “abre un nuevo arco de posibilidades para nuevas aplicaciones en estudios lingüísticos computacionales, un campo lleno de grandes oportunidades”, apuntan a SINC. (Disponível em: . Acesso em: 7 out. 2014.)   Com base no texto, assinale a alternativa correta.

  25. 595

    UFAC 2011

    Lea, atentamente, el texto Gran Hermano en el mundo y señale la alternativa correcta, de acuerdo con las afirmaciones I, II, III y IV:   GRAN HERMANO EN EL MUNDO El programa más visto de la televisión: odiado por muchos y aclamado por otros.   “¿Por qué ciertos programas fascinan a millones de personas y se instalan como tema de conversación en la agenda colectiva? ¿Por qué Gran Hermano despierta tanto interés?   Es un fenómeno mundial, el formato más exitoso de la televisión global, que se hace en 70 países simultáneamente y en cada uno de ellos a la fórmula original se le agregan características locales. Gran Hermano resume lo que se llama la ‘glocalización’, según el sociólogo y profesor de español Manuel Castells, porque es la mezcla perfecta del formato global y el contenido local. Ese programa inició un modo de entrada de la gente común a la tele que luego fue copiado por otros reality shows: las personas desconocidas ingresan en la pantalla como estrellas. No hay un recorrido de construcción del estrellato: son estrellas porque están en Gran Hermano, y desde el primer momento se las presenta como tales. Son construidas como personajes que van a formar parte de un gran show que será visto por millones. En Gran Hermano abundan emociones, risas, llantos, bromas, estrategias, jugarretas, peleas y reconciliaciones.” Adriana Schettini. La TV construye lazos con los otros [...] Disponible en: http:// www.lanacion. com.ar/archivo/notas. asp? nota_id=88625.   I- El programa Gran Hermano es un programa fenomenal que despierta mucho interés, por eso es amado por todos. II- La temática a ser discutida por los participantes no es determinada por la producción del programa. III- Al ingresar en el reality show el estrellismo es algo instantáneo. IV- Los participantes no pueden demostrar emociones de tristeza ni manipulación porque eso transmite al telespectador la idea de debilidad y de carácter dudoso. 

  26. 596

    UNICENTRO 2010

    Ir a discotecas, una diversión que aumenta el riesgo de contraer asma Publicado por cesarlmerlo en General, Medicina   Concurrir de manera frecuente a las discotecas aumenta el riesgo de que jóvenes puedan contraer asma, según un estudio que será publicado en el Diario Europeo de Neumología, en el mes de octubre. Christian Vogelberg, del hospital universitario infantil de Dresde, Alemania, analizó los vínculos entre el modo de vida y las actividades de ocio de adolescentes de entre 16 y 18 años y la aparición de síntomas asmáticos. De los 2.910 adolescentes que participaron en la investigación, 330 (un 11,3%) dijeron haber sufrido en 2006 al menos un episodio de sibilancias o silbidos en el pecho, uno de los síntomas de la enfermedad. Además, el estudio concluyó que el principal factor de riesgo para contraer asma es el tabaco. Así las cosas, la tasa de afectados alcanza el 19,2% entre fumadores, contra un 7,5% de los que no poseen ese hábito. La proporción de jóvenes que sufrió silbidos en el pecho es del 12,9% entre los asiduos de las discotecas, mientras que dicho porcentaje es del 9,9% entre los demás. “La diferencia es estadísticamente significativa”, dijo Vogelberg. Por el contrario, el estudio demuestra que el riesgo de desarrollar síntomas asmáticos es menor entre los adolescentes que practican deporte y también entre los fanáticos de la informática. http://www.queciencia.com.   Según el texto, el Sr. Christian Vogelberg

  27. 597

    FUVEST 2013

    Em Viagens na minha terra, assim como em

  28. 598

    UNICENTRO 2013

    Volta a São Luís Mal cheguei e já te ouvi gritar pra mim: bem te vi! E a brisa é festa nas folhas Ah, que saudade de mim! O tempo eterno é presente no teu canto, bem te vi (vindo do fundo da vida como no passado ouvi) E logo os outros repetem: bem te vi, te vi, te vi Como outrora, como agora, como no passado ouvi (vindo do fundo da vida) Meu coração diz pra si: as aves que lá gorjeiam não gorjeiam como aqui Ferreira Gullar   Leia as afirmações a seguir, a respeito do poema de Ferreira Gullar.   I. Os elementos “aqui” e “lá”, ambos de natureza anafórica, localizam o autor no tempo e no espaço, colocando-o distante do local em que viveu e no qual se encontra agora, ou seja, em São Luís, sua terra natal. II. Quando escreveu seu poema, Ferreira Gullar estava exilado, e as aves que gorjeiam em São Luís não gorjeiam da mesma forma onde o autor se encontra no momento em que escreve seu poema. III. Assim como outros escritores, Ferreira Gullar também utiliza o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, para compor seu poema, empregando, a exemplo daquele, versos em redondilha maior.   Está(ão) correta(s)

  29. 599

    FGV-SP 2009

    “Espécie de tragédia shakespeareana sertaneja, o romance tem um desfecho trágico que emana de uma estrutura reacionária, conseqüência de um conservadorismo patriarcalista, que não admitia as aspirações individuais.” (J. A. Castello) A personagem principal do romance a que se refere a frase acima está descrita em:

  30. 600

    UNB 2012

    Texto I Copa de 70 usada contra militantes Os militares usaram a Copa do Mundo de 1970 para tentar jogar a população contra os movimentos de esquerda, que faziam oposição à ditadura. Documentos do Ministério da Aeronáutica, de 1970, mostram que informes militares relacionaram o sequestro do embaixador alemão Ehreinfried Von Holeben ao desempenho do Brasil em campo. A intenção era sugerir que o atentado influenciava o resultado dos jogos da Seleção Brasileira. Nos relatórios, os militares pontuaram que o técnico e seu time estavam “alarmados” e que o sequestro realizado no Rio de Janeiro poderia “influir no estado de espírito dos jogadores”, que estavam em Guadalajara (México).   Em troca da liberdade do embaixador, os militantes exigiam a soltura de 40 presos políticos. “Os agentes do comunismo internacional, com a mesma marca subversiva de fanáticos criminosos, voltaram a agredir a sociedade brasileira com a finalidade específica de interromper a tranquilidade do povo ordeiro e trabalhador no momento em que a vitória do nosso futebol mundial faz a nação inteira vibrar de emoção cívica”, relataram os militares. Correio Braziliense, 24/jul./2012 (com adaptações).   Texto II Campeões do Mundo Embaixador: O que os senhores pretendem? Velho: O senhor está sendo sequestrado por um grupo de patriotas. Não somos bandidos. A ação que estamos praticando é uma ação política. Nada temos contra o senhor, pessoalmente, embora tenhamos muito contra o governo de seu país. Nossa luta no momento é contra a ditadura. Embaixador: Perdão, não entendo. Que tenho eu, embaixador de um país democrático, a ver com a ditadura de seu país? Velho: Vários companheiros nossos foram presos. Sabemos que estão sendo torturados e que muitos não têm a chance de sobreviver. Em primeiro lugar, queremos libertá-los. Embaixador: Entendi. Vão exigir a libertação deles em troca da minha. Velho: É uma das condições. A outra é a divulgação de um manifesto. Pelos jornais, rádio e televisão. Embaixador: Suponhamos que as autoridades não concordem. Velho: Vamos mantê-lo aqui até que aceitem nossas condições. Embaixador: Quantos são os presos? Velho: Quarenta. Embaixador: Não acha um pouco demais? Velho: O senhor, Embaixador, vale esse preço. Para a ditadura, naturalmente. Dias Gomes. Campeões do mundo. Coleção Dias Gomes, V. 3. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989, p. 443-4.   Texto III Crepúsculo dos Ídolos Em todos os tempos, quis-se “melhorar” os homens: este anseio, antes de tudo, chamava-se moral. Sob a mesma palavra, escondem-se tendências diversas. Tanto a domesticação da besta humana quanto a criação de determinado gênero de homem foi chamada “melhoramento”: somente estes termos zoológicos expressam realidades, realidades de que, com certeza, o típico “melhorador” nada sabe — nada quer saber... Chamar a domesticação de um animal seu “melhoramento” soa, para nós, quase como uma piada. Quem sabe o que acontece nos amestramentos em geral duvida de que a besta seja aí mesmo “melhorada”. Ela é enfraquecida, tornam-na menos nociva, ela se transforma em uma besta doentia através do afeto depressivo do medo, através do sofrimento, através das chagas, através da fome. A moral da criação e a moral da domesticação são plenamente dignas uma da outra, no que concerne aos meios de se impor. Podemos apresentar como princípio mais elevado o seguinte: para levar a termo a moral, é necessário ter a vontade incondicionada do contrário. Poder-se-ia dizer: todos os meios pelos quais até aqui a humanidade deveria tornar-se moral foram fundamentalmente imorais. F. W. Nietzsche. Crepúsculo dos ídolos. Ed. Hemus, 1976, p. 49-53 (com adaptações).   Com base nos textos apresentados, bem como na obra Campeões do Mundo, de Dias Gomes, julgue os itens:   (  ) Na peça Campeões do Mundo, todos os diálogos são formais, rebuscados, sofisticados e, portanto, distantes da linguagem simples e direta da vida cotidiana. (  ) Os textos I e II abordam, de forma distinta, um processo social e político de alienação do povo brasileiro, associado, nos dois textos, à conquista do campeonato mundial de futebol.   Coloque C para Certo e E para Errado e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.  

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