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  1. 31

    UFSC 2013

    Tecnologia e comunicação   Em relação à comunicação, cada invenção tecnológica que surge tem um forte impacto nas práticas cotidianas e no relacionamento humano. Pensemos, por exemplo, no efeito da criação e da popularização do telefone sobre o ato de escrever cartas. Depois de Graham Bell ter inventado o telefone, as pessoas passaram a escrever cada vez menos cartas e a usar cada vez mais o telefone para comunicações cotidianas. É raro, hoje em dia, alguém escrever uma carta para um amigo de outra cidade para perguntar quais são as novidades. É preferível falar com esse amigo por telefone por alguns minutos.   Mais recentemente, o surgimento dos telefones celulares alterou a maneira de usarmos o próprio telefone. O celular apresenta inúmeras vantagens. A mais óbvia delas é a portabilidade, que permite a comunicação sem que seja necessário estar fixo a um lugar. Podemos levar o celular e utilizá-lo, a qualquer momento, em diferentes lugares. Com aparelhos celulares mais modernos é possível até mesmo realizar operações bastante sofisticadas, que não eram sequer imaginadas quando utilizávamos só o telefone fixo tradicional. Por exemplo: o desenvolvimento de uma nova tecnologia já permite que, através de um mapa exibido no visor do celular, seja possível aos pais saber a localização de seus filhos...   O computador é mais uma dessas muitas invenções tecnológicas e, atualmente, ocupa cada vez mais lugar de destaque nas práticas cotidianas. Essa máquina é hoje utilizada como meio de transmissão tanto de mensagens escritas e orais como de imagens estáticas (fotografias) e em movimento (vídeos). O computador criou a possibilidade de comunicação escrita entre duas pessoas (e-mail, bate-papo), ou entre várias pessoas (fóruns, espaços abertos para a conversação). Esses diversos tipos de interação podem ocorrer simultaneamente (como nas conversas telefônicas) ou pode existir um espaço de tempo entre a produção do texto e sua leitura. BRAGA, Denise B.; RICARTE, Ivan L. M. Letramento e tecnologia. Cefiel/IEL/Unicamp, 2005- 2010, p. 20-21. [Adaptado]     Considere os trechos abaixo, extraídos do texto.   I. “Mais recentemente, o surgimento dos telefones celulares alterou a maneira de usarmos o próprio telefone. O celular apresenta inúmeras vantagens.”   II. “É raro, hoje em dia, alguém escrever uma carta para um amigo de outra cidade para perguntar quais são as novidades.“   III. “Com aparelhos celulares mais modernos é possível até mesmo realizar operações bastante sofisticadas, que não eram sequer imaginadas quando utilizávamos só o telefone fixo tradicional.”     Assinale a alternativa CORRETA.

  2. 32

    PUC-RS 2010

    1. Se não tivéssemos medo, não teríamos nenhum 2. receio de carros em alta velocidade, de animais ve- 3. nenosos e de doenças contagiosas. Tanto nos seres 4. humanos como nos animais, o medo tem por objeti- 5. vo promover a sobrevivência. Com o decorrer do tem- 6. po, as pessoas que sentiram medo tiveram mais 7. pressão evolutiva favorável. 8. Hoje, não precisamos mais lutar por nossas vi- 9. das na selva, mas o medo está longe de desapare- 10. cer, pois continua servindo ao mesmo propósito que 11. servia na época em que nos encontrávamos com um 12. leão enquanto trazíamos água do rio. A diferença é 13. que agora carregamos carteiras e andamos pelas 14. ruas da cidade. A decisão de usar ou não aquele ata- 15. lho deserto à meia-noite é baseada em um medo 16. racional que promove a sobrevivência. Na verdade, 17. o que mudou foram só os estímulos, já que corre- 18. mos o mesmo risco que corríamos há centenas de 19. anos e nosso medo ainda serve para nos proteger 20. da mesma forma que nos protegia antes. 21. A maioria de nós jamais esteve perto da peste 22. bubônica (epidemia que atacou a Europa na época 23. medieval), mas nosso coração para ao vermos um 24. rato. Para o ser humano, além do instinto, também 25. há outros fatores envolvidos no medo. O ser huma- 26. no pode ter o dom da antecipação, o que nos faz 27. imaginar coisas terríveis que poderiam acontecer: 28. coisas que ouvimos, lemos ou vemos na TV. A maio- 29. ria de nós nunca vivenciou um acidente de avião, 30. mas isso não nos impede de sentar em um avião e 31. agarrar firme nos apoios dos braços. A antecipação 32. de um estímulo de medo pode provocar a mesma 33. reação que teríamos se vivêssemos a situação real. 34. Isso também é um benefício obtido com a evolução. INSTRUÇÃO: Para responder, relacione as palavras/expressões destacadas às funções apresentadas após, numerando os parênteses. 1. “Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência.” (linhas 03 a 05) 2. “Hoje,  não  precisamos  mais  lutar  por  nossas vidas na selva, ....” (linhas 08 e 09) 3. “...na  época  em  que  nos  encontrávamos  com um leão enquanto trazíamos água do rio.” (linhas 11 e 12) 4. “...e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes.” (linhas 19 e 20) 5. “A maioria de nós jamais esteve perto da peste bubônica...” (linhas 21 e 22) 6. “Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo.” (linhas 24 e 25) 7. “A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a situação real.” (linhas 31 a 33)   (   ) Liga o passado ao presente através da ideia de continuidade. (   ) Indica uma negação de um fato do passado. (   ) Vincula duas ações concomitantes. (   ) Menciona um item já pertencente a um grupo. (   ) Indica uma situação hipotética.   A sequência correta de cima para baixo é  

  3. 33

    UPE 2016

    Texto 1 Ter mais e ter menos   Vários leitores me escreveram para acusar os "tempos modernos", em que "ter" é mais importante do que "ser". Hoje, o que temos nos define, à condição, claro, de ostentá-lo o suficiente para que os outros saibam: constatando nossos "bens", eles reconheceriam nosso valor social.   Essa seria a razão da cobiça de todos e, em última instância, da facilidade com a qual todos nos tornamos criminosos. A partir dessa constatação, alguns de meus correspondentes tentam explicar uma diferença entre ricos e pobres em matéria de crime. O argumento básico funciona mais ou menos assim: 1) para ser alguém, na nossa sociedade, é preciso ter e ostentar bens; 2) quem vale menos na consideração social (o desfavorecido, o excluído, o miserável) teria um anseio maior de conquistar aqueles bens que aumentariam seu valor aos olhos dos outros.   Em suma, precisamos ter para ser – e, se formos pouco relevantes ou invisíveis socialmente, só poderemos querer ter mais e com mais urgência. À primeira vista, faz sentido. Mas, antes de desenvolver o raciocínio, uma palavra em defesa da modernidade.   Tudo bem, uma sociedade em que as diferenças são decididas pelo "ter" (vale mais quem tem mais) pode parecer um pouco sórdida. Acharíamos mais digna uma sociedade na qual valeria mais quem "é" melhor, não quem acumulou mais riquezas.   O problema é que, em nosso passado recente, as sociedades organizadas pelo "ser" já existiram, e não foram exatamente sociedades para onde a gente voltaria alegremente – eu, ao menos, não gostaria de voltar para lá.   Geralmente, uma sociedade organizada pelo "ser" é uma sociedade imóvel. Por exemplo, no antigo regime, você podia nascer nobre, perder todos os bens de sua família, inclusive a honra, e continuaria nobre, porque você já era nobre. Inversamente, você podia nascer numa sarjeta urbana e enriquecer pelo seu trabalho ou pela sua sabedoria, e nem por isso você se tornaria nobre, porque você não o era. Ou seja, em matéria de mobilidade social, as sociedades nas quais o que importa é o "ser" são sociedades lentas, se não paradas, e as sociedades nas quais o que importa é o "ter" são sociedades nas quais a mudança é possível, se não encorajada.   É bom lembrar disso quando criticamos nossa "idolatria" consumista ou nossa vaidade. Podemos sonhar com uma sociedade organizada pelas qualidades supostamente intrínsecas a cada um (haveria os sábios, os generosos, os fortes etc.), mas a alternativa real a uma sociedade do "ter" são sociedades em que castas e dinastias exercem uma autoridade contra a qual o indivíduo não pode quase nada.   Voltemos agora à observação de que, numa sociedade do "ter" como a nossa, os que têm menos seriam, por assim dizer, famintos – e, portanto, propensos a querer a qualquer custo. Eles recorreriam ao crime porque sua dignidade social depende desse "ter" – para eles, ter (como navegar) é preciso.   Agora, o combustível de uma sociedade do "ter" é uma mistura de cobiça com vaidade. Por cobiça, preferimos os bens materiais a nossas eventuais virtudes, mas essa cobiça está a serviço da vaidade. A riqueza que acumulamos não vale "em si", ela vale para ser vista e reconhecida pelos outros: é a inveja deles que afirma nossa desejada "superioridade". Em outras palavras, os bens que desejamos são indiferentes; o que importa é o reconhecimento que esperamos receber graças a eles. Por consequência, nenhum bem pode nos satisfazer, e a insatisfação é parte integrante de nosso modelo cultural.   Não é que estejamos insatisfeitos porque nos falta alguma coisa (aí seria fácil, bastaria encontrá-la). Somos (e não estamos) insatisfeitos porque o reconhecimento dos outros é imaterial, difícil de ser medido e nunca suficiente. A procura por bens é infinita ou, no mínimo, indefinida, como é indefinida a procura pelo reconhecimento dos outros.   Os bens que conquistamos (roubando ou não, tanto faz) não estabelecem nenhum "ser", apenas alimentam, por um instante, um olhar que gratificaria nossa vaidade. Não existe uma acumulação a partir da qual nós nos sentiríamos ao menos parcialmente acalmados em nossa busca por esse reconhecimento. Ao contrário, é provável que a cobiça e a vaidade cresçam com o "ter". Ou seja, é bem possível que a tentação do crime seja maior para quem tem mais do que para quem tem menos.  Contardo Calligaris. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/05/1634384-ter-mais-e-termenos.shtml. Acesso em: 27/06/15. Adaptado.   Ao longo do Texto 1, o autor se vale de algumas estratégias linguísticas para revelar seus pontos de vista em relação ao tema de que trata. Acerca dessas estratégias, é CORRETO afirmar que

  4. 34

    UFSC 2013

    Texto 1  Old Greenwich, 3 de agosto de 1946. Clarice, Uma praia com areia preta. Um jardim todo torto, a grama cheia de folhas secas. Na frente o mar, com um homem barbado dando braçadas. A mulher de touca branca olha para trás dentro d’água, ri do barbado que deve ser seu marido, apesar da barba. A barba fica molhada, colada ao peito, escorrendo água. Na cabeça ele tem uma touca de meia de mulher. Estamos em 1912. No jardim tem uma árvore, debaixo da árvore tem uma mesa de vime, em cima da mesa uma máquina, em frente à mesa uma cadeira de vime e em cima da cadeira eu. Me sinto feito de vime também.[...] Abraço com muita amizade. Fernando   Texto 2 Berna, 14 de agosto de 1946. Fernando, A descrição de Old Greenwich começou muito bem, eu lendo apenas; depois fui entrando em 1912, e entrei em transe – fiquei passeando pela praia com um maillot até os tornozelos e com meu lanche numa cestinha; e depois, na hora do pôr do sol, botei meu chapéu de abas largas até os olhos, meu vestido comprido de linho bordado e me sentei num banco junto de um homem de bigode e chapéu de palha. Que maravilha se a gente pudesse mesmo usar o pó do pirlimpimpim. “Nandinho”, que carta boa a sua. [...] Um abraço, Clarice SABINO, Fernando. Cartas perto do coração – Fernando Sabino, Clarice Lispector. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 42; 52. [Adaptado]   Observe os seguintes trechos retirados dos textos 1 e 2.   I. “Que maravilha se a gente pudesse mesmo usar o pó do pirlimpimpim.” (texto 2) II. “No jardim tem uma árvore, debaixo da árvore tem uma mesa de vime [...]” (texto 1) III. [...] botei meu chapéu de abas largas até os olhos, meu vestido comprido de linho bordado [...]” (texto 2)   Assinale a alternativa CORRETA.

  5. 35

    UFAM 2015

    Há muito tempo, o homem sonha construir máquinas que possam livrá-lo das tarefas entediantes do dia a dia. Durante todo o século XX, os escritores de ficção científica estavam preocupados em criar histórias sobre robôs que serviam seus mestres em tudo, sem reclamar e sem se cansar. Essa era uma visão tentadora, mas, do ponto de vista tecnológico, até o final do século XX continuava a ser um sonho remoto, simplesmente porque não houve meios de construir essas máquinas. Que atrasados ainda somos! E, apesar da rejeição de muitos, essa perspectiva tem um quê de atraente.   Alguns pesquisadores dos Estados Unidos, da Europa e do Japão continuam a perseguir, incansavelmente, o sonho de criar servidores robóticos multifuncionais, que possam fazer o trabalho pesado. A busca tem sido difícil e os progressos, lentos. No entanto, a partir do ano 2000, vêm sendo desenvolvidos robôs experimentais com considerável sofisticação. Muitos cientistas já se convenceram de que essa tecnologia não é apenas possível, mas inevitável. Hoje em dia, a “era dos robôs” continua situada em algum lugar do futuro, mas está cada dia mais próxima. Sendo assim, daqui a alguns anos, não pegaremos numa vassoura que não seja através de um robô.    Como dizia o escritor Oscar Wilde, a civilização precisa de escravos. Que os escravos sejam, então, as máquinas. Por isso, esses robôs têm que ser construídos, para que tenhamos um novo amanhecer em nossa vida, com um enlace entre homens e máquinas. (BALCH, Tucher. “As Maravilhosas máquinas inteligentes do futuro”. Texto adaptado.)   Assinale a alternativa em que a palavra QUE exerce a função de advérbio de intensidade:

  6. 36

    UEL 2012

    Imagine uma cidade sem cinema, biblioteca ou livraria. Não é difícil, esta é mais ou menos a regra. Bem, se tal cidade existe, também não terá um teatro e, muito menos, um museu. Talvez nem mesmo um jornal, semanal que seja. Muitas não têm nada disso e, apesar de todo o prestígio da música popular, também não contam com uma casa de shows – loja de discos, nem pensar.   Donde essas cidades são habitadas por pessoas que nunca assistiram a um filme ou peça de teatro. Espetáculo de dança, esqueça. Nunca ouviram um concerto, nunca viram um quadro ou escultura importante e, bem provável, nunca leram um livro que não fosse o da lição. Da mesma forma, nunca recitaram ou ouviram um poema, não sabem o que é ópera e os cantores que conhecem é por ouvir falar.   Há muitas cidades assim no Brasil. E não pense que sejam burgos perdidos no sertão ou no meio da selva amazônica. Algumas são bem conhecidas pelo nome e ficam em estados prósperos e orgulhosos, mais perto de nós do que imaginamos. São dados do IBGE, colhidos no último recenseamento, não muito difíceis de consultar.   O que não falta nessas cidades é televisão – porque 95% dos lares brasileiros têm pelo menos um aparelho. Mas não é bom para ninguém, nem para a televisão, que ela seja o único contato das pessoas com o mundo. Claro que, não demora muito, todas terão internet e, quando isso acontecer, dar-se-á o fenômeno de cidades que passaram da cultura zero para o universo digital, onde supostamente cabe tudo, sem o estágio intermediário, milenar da cultura analógica.   Essas cidades podem ser zero em cultura, mas têm Prefeitura e Câmara Municipal. E, em época de eleição, candidatos a deputado, senador, governador, talvez até presidente, devem aparecer por lá, com grande cara de pau. Interessante país, este que estamos formando. CASTRO, Ruy. Cultura Zero. Folha de São Paulo. São Paulo, 29 jun. 2011. Caderno Opinião, p.2   Acerca do texto, considere as afirmativas a seguir. I. No primeiro parágrafo, o pronome “esta” resume a expressão “cidade sem cinema, biblioteca ou livraria”. II. No primeiro parágrafo, o pronome “muitas” substitui “música, casa de shows, loja de discos”. III. No terceiro parágrafo, o advérbio “assim” resume a condição de pessoas desinteressadas pela cultura, apesar da disponibilidade de acesso aos bens culturais. IV. O pronome “todas”, na expressão “todas terão internet”, presente no penúltimo parágrafo, pode remeter tanto a “cidades” como a “pessoas”. Assinale a alternativa correta.  

  7. 37

    UFRGS 2015

    Hoje os conhecimentos se estruturam de modo fragmentado, separado, compartimentado nas disciplinas. Essa situação impede uma visão global, uma visão fundamental e uma visão complexa. “Complexidade” vem da palavra latinacomplexus, que significa a compreensão dos elementos no seu conjunto.   As disciplinas costumam excluir tudo o que se encontra fora do seu campo de especialização. A literatura, no entanto, é uma área que se situa na inclusão de todas as dimensões humanas. Nada do humano lhe é estranho, estrangeiro.   A literatura e o teatro são desenvolvidos como meios de expressão, meios de conhecimento, meios de compreensão da complexidade humana. Assim, podemos ver o primeiro modo de inclusão da literatura: a inclusão da complexidade humana. E vamos ver ainda outras inclusões: a inclusão da personalidade humana, a inclusão da subjetividade humana e, também, muito importante, a inclusão do estrangeiro, do marginalizado, do infeliz, de todos que ignoramos e desprezamos na vida cotidiana.   A inclusão da complexidade humana é necessária porque recebemos uma visão mutilada do humano. Essa visão, a dehomo sapiens, é uma definição do homem pela razão; de homo faber, do homem como trabalhador; de homo economicus, movido por lucros econômicos. Em resumo, trata-se de uma visão prosaica, mutilada, que esquece o principal: a relação do sapiens/demens, da razão com a demência, com a loucura.   Na literatura, encontra-se a inclusão dos problemas humanos mais terríveis, coisas insuportáveis que nela se tornam suportáveis. Harold Bloom escreve: “Todas as grandes obras revelam a universalidade humana através de destinos singulares, de situações singulares, de épocas singulares”. É essa a razão por que as obras-primas atravessam séculos, sociedades e nações.   Agora chegamos à parte mais humana da inclusão: a inclusão do outro para a compreensão humana. A compreensão nos torna mais generosos com relação ao outro, e o criminoso não é unicamente mais visto como criminoso, como o Raskolnikov de Dostoievsky, como o Padrinho de Copolla.   A literatura, o teatro e o cinema são os melhores meios de compreensão e de inclusão do outro. Mas a compreensão se torna provisória, esquecemo-nos depois da leitura, da peça e do filme. Então essa compreensão é que deveria ser introduzida e desenvolvida em nossa vida pessoal e social, porque serviria para melhorar as relações humanas, para melhorar a vida social. Adaptado de: MORIN, Edgar. A inclusão: verdade da literatura. In: RÖSING, Tânia et al. Edgar Morin: religando fronteiras. Passo Fundo: UPF, 2004. p.13-18.     Considere as seguintes afirmações referentes às marcas de pessoa e de tempo no texto.   I - O emprego de primeira pessoa do plural, em referência exclusiva ao autor, produz um efeito de neutralidade.   II - O emprego do advérbio Hoje permite inferir que a argumentação proposta não é válida para todo e qualquer tempo.   III- O advérbio agora sinaliza a progressão dos argumentos apresentados no texto.   Quais estão corretas?

  8. 38

    ITA 2003

    (...) As angústias dos brasileiros em relação ao português são de duas ordens. Para uma parte da população, a que não teve acesso a uma boa escola e, mesmo assim, conseguiu galgar posições, o problema é sobretudo com a gramática. É esse o público que consome avidamente os fascículos e livros do professor Pasquale, em que as regras básicas do idioma são apresentadas de forma clara e bem-humorada. Para o segmento que teve oportunidade de estudar em bons colégios, a 1principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer a essa demanda que um novo tipo de profissional surgiu: o professor de português especializado em adestrar funcionários de empresas. Antigamente, os cursos dados no escritório eram de gramática básica e se destinavam principalmente a secretárias. De uns tempos para cá, eles passaram a atender primordialmente gente de nível superior. Em geral, os professores que atuam em firmas são acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho esporadicamente para ganhar um dinheiro extra. "É fascinante, porque deixamos de viver a teoria para enfrentar a língua do mundo real", diz Antônio Suárez Abreu, livre-docente pela Universidade de São Paulo (...) (JOÃO GABRIEL DE LIMA. "Falar e escrever, eis a questão". VEJA, 7/11/2001, nº 1725)   O adjetivo "principal" (ref. 1) permite inferir que a clareza é apenas um elemento dentro de um conjunto de dificuldades, talvez o mais significativo. Semelhante inferência pode ser realizada pelos advérbios:

  9. 39

    ITA 2003

    Sonolento leitor, o jogo do Brasil já aconteceu. Como estou escrevendo ontem, não faço ideia do que ocorreu. Porém, tentei adivinhar a atuação dos jogadores. Cabe ao leitor avaliar minha avaliação e dar-me a nota final. TORERO, José Roberto. Folha de S. Paulo, 13 jun. 2002 Com o uso do advérbio em “Como estou escrevendo ontem…”, o autor

  10. 40

    UEG 2004

    A nova mania das americanas agora é recorrer aos implantes de silicone para aumentar e modelar o bumbum. O silicone está baixando de nível nos Estados Unidos. ISTOÉ. São Paulo, 10 mar. 2004.   De acordo com os dados fornecidos pelo texto, especialmente pelas palavras “nova” e “agora”, é CORRETO dizer que a expressão “está baixando de nível” refere-se

  11. 41

    UFSC 2013

    Texto 1  Old Greenwich, 3 de agosto de 1946. Clarice, Uma praia com areia preta. Um jardim todo torto, a grama cheia de folhas secas. Na frente o mar, com um homem barbado dando braçadas. A mulher de touca branca olha para trás dentro d’água, ri do barbado que deve ser seu marido, apesar da barba. A barba fica molhada, colada ao peito, escorrendo água. Na cabeça ele tem uma touca de meia de mulher. Estamos em 1912. No jardim tem uma árvore, debaixo da árvore tem uma mesa de vime, em cima da mesa uma máquina, em frente à mesa uma cadeira de vime e em cima da cadeira eu. Me sinto feito de vime também.[...] Abraço com muita amizade. Fernando   Texto 2 Berna, 14 de agosto de 1946. Fernando, A descrição de Old Greenwich começou muito bem, eu lendo apenas; depois fui entrando em 1912, e entrei em transe – fiquei passeando pela praia com um maillot até os tornozelos e com meu lanche numa cestinha; e depois, na hora do pôr do sol, botei meu chapéu de abas largas até os olhos, meu vestido comprido de linho bordado e me sentei num banco junto de um homem de bigode e chapéu de palha. Que maravilha se a gente pudesse mesmo usar o pó do pirlimpimpim. “Nandinho”, que carta boa a sua. [...] Um abraço, Clarice SABINO, Fernando. Cartas perto do coração – Fernando Sabino, Clarice Lispector. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 42; 52. [Adaptado]   Com base nos textos 1 e 2, identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo. ( ) O trecho da carta cujo destinatário é Clarice é basicamente descritivo, com verbos no tempo presente do modo indicativo; já o trecho da carta dirigida a Fernando mescla narração e descrição, com verbos predominantemente no pretérito perfeito do mesmo modo. ( ) No texto 1, as referências de localização são mais espaciais do que no texto 2; neste, há mais referências temporais do que naquele. ( ) As duas primeiras frases da carta cujo remetente é Fernando e a última frase da carta escrita por Clarice não contêm verbos. ( ) Embora se trate de cartas pessoais, em ambas há predomínio da terceira pessoa, pois os textos são de natureza literária. ( ) As cartas foram escritas ao final da primeira metade do século XX, por isso as mensagens trocadas estão totalmente ultrapassadas, sem nenhum valor para o leitor de hoje.   Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.

  12. 42

    UNIPAM 2012

    Qualidade de morte Até meados do século 20, dava quase na mesma ser pobre ou rico na hora de morrer: iam-se todos de modo semelhante, pois as doenças ignoravam privilégios. Diante da tuberculose, por exemplo, não havia ouro que comprasse sofrimento menor ou alguma sobrevida: morriam afogados, na derradeira hemoptise, tanto os operários de Manchester estudados por Engels como os burgueses dos quais nos fala Thomas Mann em “A Montanha Mágica”. Com o avanço da ciência, porém, tudo parece ter mudado. Hoje há muitos que acreditam que o dinheiro, além de comprar uma vida mais “rica”, também garante a qualidade da morte: por meio dele, os abastados despedem-se deste mundo no ambiente glamuroso de “hospitais boutique”, sob os cuidados dos “médicos da moda”. Mas será que as coisas são tão simples? Por um lado, ainda que a pobreza torne a vida difícil, é ingênuo pensar que a riqueza, por si só, seja capaz de resolver os enigmas que a existência nos impõe, magnatas ou não. E o remorso não raro corrói a paga que os “eleitos” recebem por sua ganância. Se isso não é tão claro, é porque a maioria das pessoas desconhece a intimidade dos poderosos, sempre dilacerada por conflitos: os psicoterapeutas e os próprios poderosos sabem bem do que falo. Por outro lado, o acesso à medicina “de ponta” nem sempre é garantia de boa recuperação ou de morte tranquila, além de dar origem a paradoxos. Um exemplo é a angústia que destrói a saúde dos que sofrem, no presente, com as moléstias que – imaginam – terão no futuro. Martirizam-se, assim, por não terem um plano de saúde “top”, o qual já se tornou, ao lado do carro “zero”, o atual sonho de consumo. Para essa angústia contribuem, crucialmente, a propaganda dos centros diagnósticos – que não param de crescer – e a ingenuidade de médicos que confundem prevenção com obsessão por doenças. Outro exemplo é o caso dos doentes terminais mantidos vivos mesmo à custa de muita dor, bem como a insensatez de uma legislação que proíbe a eutanásia para as pessoas que dela necessitam, condenando-as, cruelmente, ao papel de axiomas de grotesca tese: a de que a vida deve ser sempre preservada, “coûte que coûte”... Mas, já que a morte segue inevitável – muito embora a publicidade procure nos convencer de que somos imortais –, não seria melhor que encarássemos a vida de outro modo, empregando-a não só para “conquistar um lugar ao sol” mas também para aceitar um “cantinho” nas sombras para onde iremos todos? Não seria importante que aprendêssemos a morrer, buscando, se preciso, nas ideias de outras épocas a espiritualidade que tanta falta nos faz? Infelizmente, não é o que vemos. Ao ideal da morte honrosa dos gregos, da morte-libertação dos gnósticos, da boa morte dos cristãos medievais, da morte heroica dos românticos, nós contrapomos a “morte segura” no leito high-tech de um hospital chique, transfixados por catéteres e “plugados” na TV. Uma morte que é o símbolo perfeito da doença que acomete a nossa civilização e que, decerto, vai matá-la: o conformismo hedonista. CLÁUDIO L. N. GUIMARÃES DOS SANTOS, 50, escritor, artista plástico, médico e diplomata, é mestre em artes pela ECA-USP e doutor em Linguística pela Universidade de Toulouse-Le Mirail (França). Blog: http://perplexidadesereflexoes.blogspot.com Assinale a interpretação INCORRETA acerca dos termos e/ou expressões destacados(as) nas alternativas. “Com o avanço da ciência, porém, tudo parece ter mudado. Hoje há muitos que acreditam que o dinheiro, além de comprar uma vida mais “rica”, também garante a qualidade da morte...”

  13. 43

    FUVEST 2015

    Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o capanga um casal de velhinhos, que seguiam diante dele o mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios particulares. Das poucas palavras que apanhara, percebeu Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer um moquirão*, com que pretendiam abrir uma boa roça. - Mas chegará, homem? perguntou a velha. - Há de se espichar bem, mulher! Uma voz os interrompeu: - Por este preço dou eu conta da roça! - Ah! É nhô Jão! Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham por homem de palavra, e de fazer o que prometia. Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar que estava destinado para o roçado. Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem mais deu costas ao par de velhinhos e foi-se deixando-os embasbacados. José de Alencar, Til. * moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).   Considerada no contexto, a palavra sublinhada no trecho “mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada” expressa ideia de

  14. 44

    UNEMAT 2009

    Habitação O déficit habitacional é grande no Brasil. Existem milhões de famílias que não possuem condições habitacionais adequadas. Nas grandes e médias cidades é muito comum a presença de favelas e cortiços. Encontramos também pessoas morando nas ruas, embaixo de viadutos e pontes. Nestes locais, as pessoas possuem uma condição inadequada de vida, passando por muitas dificuldades. Fonte:www.suapesquisa.com/educacaoesportes/arrumar_emprego.htm.   Assinale a alternativa incorreta.

  15. 45

    UNICENTRO 2013

    TEXTO 1 Vacinas necessárias Vicente Amato Neto e Renato de Ávila Kfouri   Há muito é conhecido o poder das vacinas. Quando elas se tornam política pública, reduzem a mortalidade infantil, eliminam doenças e reduzem custos no setor de saúde.   Foi através de amplos programas de imunização que se eliminou a varíola do planeta e que obtivemos o controle de várias outras doenças.   Mas duas inquietudes ainda precisam ser resolvidas: o acesso de todos e o desenvolvimento de vacinas contra doenças negligenciadas - ou, como dizem, "doenças órfãs".   O acesso obedece à lógica do capitalismo, em que a indústria farmacêutica, que investe no desenvolvimento de novas moléculas e vacinas, recebe o retorno de seus grandes investimentos após o licenciamento desses produtos, aprovados após rigorosos exames feitos pelas agências regulatórias.   Fica evidente que são os países mais ricos, possivelmente os que menos necessitam, que se beneficiam com a inclusão de novos imunizantes em seus programas públicos.   No Brasil, nosso elogiado e copiado Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem sido exitoso não somente pelo número de vacinas contempladas, mas principalmente pelas altas coberturas vacinais atingidas, quase imbatíveis quando comparadas às de outros países.   Contudo, lembramos que existem medidas cogitáveis, como a inclusão das vacinas contra:   - A varicela, ou catapora, muitas vezes tida como benigna, mas podendo não raramente apresentar complicações; - O vírus do papiloma humano (HPV), importante agente sexualmente transmissível capaz de causar verrugas e câncer em homens ou mulheres; - Hepatite A, que representa importante agravo à saúde.   Essas vacinas citadas são hoje administradas somente em serviços privados de imunização.   Outros avanços ainda esperados são: ampliar o emprego da anti-hepatite B para todas as idades, expandir a utilização da vacina contra a meningite entre os adolescentes, contar com a prevenção da coqueluche em adultos, além de disponibilizarmos as protetoras de pneumonias de maneira mais efetiva para os idosos.   A propósito de males esquecidos, precisamos investir no desenvolvimento de imunizantes contra a dengue, a malária, a tuberculose, a AIDS e a hepatite C.   Convém conhecer quem estará à frente dos processos de pesquisas e desenvolvimento dessas novas vacinas. Os laboratórios públicos não conseguem competir com o investimento da indústria farmacêutica privada. As exigências, acertadamente cada vez mais severas para licenciar novos produtos, demandam estudos dispendiosos e com um enorme número de envolvidos.    Por isso, ficamos reféns de interesses no âmbito da produção de imunobiológicos, e assim ocorrem menos benefícios em países pobres.   Algumas iniciativas como a GAVI (Aliança Global de Apoio às Imunizações) e os altos investimentos em munização da Fundação Bill e Melinda Gates, fervorosos apoiadores dos progressos em imunizações, talvez não sejam suficientes para reduzir o grande abismo que há entre as nações. Entretanto, certamente são diligências como essas que estabelecerão o tamanho da diferença.    É hora de pensarmos em promoção de saúde através da prevenção, e não somente o intento de curar pessoas alcançadas por distúrbios indesejados. Agir assim requer esforços e investimentos muito maiores, sempre recordando que aliviar o sofrimento humano não tem preço. Folha de S.Paulo, 22 de julho de 2012. Tendências e debates   Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao que se afirma a respeito dos elementos linguísticos destacados.

  16. 46

    Espcex (Aman) 2015

    Assinale a alternativa em que há o correto emprego da palavra sublinhada.

  17. 47

    UFAC 1997

     O PRIMO  Primeira noite ele conheceu que Santina não era moça. Casado por amor, Bento se desesperou. Matar a noiva, suicidar-se, e deixar o outro sem castigo? Ela revelou que, havia dois anos, o primo Euzébio lhe fizera mal, por mais que se defendesse. De vergonha, prometeu a Nossa Senhora ficar solteira. O próprio Bento não a deixava mentir, testemunha de sua aflição antes do casamento. Santina pediu perdão, ele respondeu que era tarde - noiva de grinalda sem ter direito. (Cemitério de elefantes. Apud CARNEIRO, Agostinho Dias).   Na frase "Isso pouco importa, eu já lhe falei bastantes vezes", as palavras sublinhadas são, respectivamente:

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