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Quer colocar o estudo em prática? O Stoodi tem exercícios de Elementos de Articulação Textual: Conectivos dos maiores vestibulares do Brasil.

Estude Gramática com esses e mais de 30000 que caíram no ENEM, Fuvest, Unicamp, UFRJ, UNESP e muitos outros vestibulares!

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  1. 31

    UFU 2004

        1É bastante comum a percepção cotidiana do luxo com um assunto leviano, supérfluo, símbolo de ostentação e poder de uma sociedade perversa, em desvario e "desbussolada". O que é bastante curioso é que, por muitos milênios, o luxo foi percebido de uma maneira bem diferente. Desde a era paleontológica até a Idade Moderna, o luxo tem servido de elemento para acalmar o homem. Existem registros da época do homem das cavernas que apontam o luxo como sinal de identidade, da relação do homem com algo maior do que ele, incompreensível e inapreensível, e que, mais tarde, muitos viriam a chamar de Deus.     7Nas festas primitivas, a diminuição das riquezas de uma tribo em função de oferendas a Deus SIGNIFICAVA ASSEGURAR um novo ciclo de vida, um rejuvenescimento, uma recriação do mundo. 13No período medieval, quando uma cidade QUERIA ADQUIRIR status, ERA EDIFICADA uma catedral a custo de muitas privações dos cidadãos. No início da Era Clássica, as classes privilegiadas DOAVAM por testamento suas riquezas à Igreja, a fim de preparar a salvação eterna. 3Sacrifícios como esses ERAM FEITOS em louvor a Deus, pois 15o luxo ERA a marca da aliança, a maneira que o homem encontrou de não se perder. O luxo SITUAVA o homem em relação a Deus ou aos deuses.     16O luxo carregou um significado sagrado até a Revolução Francesa, quando se degenerou em batalha pela hierarquia social. O luxo passou de Deus para âmbito da pura exibição burguesa, algo necessário para o confronto com o outro em uma base do "quem pode mais". No entanto, se é inegável que as condutas de luxo são indissociáveis dos afrontamentos simbólicos entre os homens, existem razões para acreditarmos que, diante de um mundo globalizado e da evaporação da hierarquia social em favor da multiplicação em pequenos mundos, 11estamos recuperando o antigo sentido divino do luxo.     17Em um tempo de individualismo galopante, é inegável a necessidade que o indivíduo tem de se destacar da massa, de não ser como o outro, de se sentir exceção. 4Como dizia Nietzsche, em "Além do Bem e do Mal", existe um prazer de se saber diferente. 8No entanto, a despeito da sobrevivência das motivações elitistas, tais motivações não são mais fundadas na ostentação social. 9Agora fundam-se no sentimento da distância em relação ao outro, na diferença que se busca por obtenção de coisas raras, singulares, que fazem um furo no comum e que definem uma pessoalidade singular, alheia às formas e aos padrões convencionais. Hoje, o luxo está mais a serviço da promoção de uma imagem singular do que de uma imagem de classe.     O luxo está em via de "desinstitucionalização", paralelamente ao que está ocorrendo nas esferas da família, da sexualidade, da religião, da moda e da política. A emergência de uma relação mais afetiva, mais sensível aos bens de luxo tem despertado novas formas de consumo dispendioso. Tais formas estão mais no regime das emoções e das sensações pessoais do que em estratégias distintivas de classe social. 14Hoje em dia, por exemplo, vendem-se mais cremes antirrugas do que maquiagem. O luxo passou a ser outra coisa.     5O luxo continua sendo uma raridade. O que é raro nos dias de hoje? 2Segundo o sociólogo Domenico de Mais, primeiro, o tempo. Nossa maior riqueza é o tempo. Segundo, a autonomia; terceiro, o silêncio; quarto, a beleza; e, quinto, o espaço. São esses os cinco elementos do luxo. Ele acrescenta dizendo que o grande luxo é gostar de comer pêssegos e damascos sabendo que 12pêssegos e damascos são originários da China - e da China quando o Japão a invade e os rouba, levando-os para a Pérsia, que os difunde por toda a Europa. Ao saber disso, a pessoa percebe um sabor inédito ao colocar um pêssego ou um damasco na boca.     Muito menos ligadas nas vias do olhar do outro, hoje em dia as práticas do luxo são muito mais dominadas pela busca de saúde, do experencial, do sensitivo, do bem-estar emocional. Teatro das aparências, o luxo se põe a serviço do indivíduo em sua vida íntima e em suas sensações subjetivas. 6Na nossa sociedade, o luxo é aquilo capaz de ressuscitar uma aura do sagrado e da tradição formal, que fornece tonalidade cerimonial ao universo das coisas e que reinscreve a ritualidade no mundo desencantado, "massimediatizado" da consumação.     10Nossa relação com o luxo é nossa necessidade, nesse momento, de nos subtrair à inconsistência do efêmero, e de tocar em solo firme, sedimentado, em que o presente esteja carregado de uma referência durável. Por aí há uma surda necessidade espiritual. Alguma coisa que paire sempre sobre os nossos desejos de gozar, como os deuses, das coisas mais raras e belas que existem. Cada vez mais, haverá um luxo para cada um. Jorge Forbes. Folha de S. Paulo, 23 de fevereiro de 2004. Em:     "... pêssegos e damascos são originários da China - E da China quando o Japão a invade e os rouba..." (ref. 12) a conjunção E tem valor

  2. 32

    ENEM 2001

        O mundo é grande     O mundo é grande e cabe     Nesta janela sobre o mar.     O mar é grande e cabe     Na cama e no colchão de amar.     O amor é grande e cabe     No breve espaço de beijar         ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro. Nova Aguilar 1983. Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de

  3. 33

    ENEM 2014

    Tarefa Morder o fruto amargo e não cuspir Mas avisar aos outros quanto é amargo Cumprir o trato injusto e não falhar Mas avisar aos outros quanto é injusto Sofrer o esquema falso e não ceder Mas avisar aos outros quanto é falso Dizer também que são coisas mutáveis... E quando em muitos a não pulsar – do amargo e injusto e falso por mudar – então confiar à gente exausta o plano de um mundo novo e muito mais humano. CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática,

  4. 34

    FCMMG 2012

    “Somos pacifistas mas não abrimos mão de estudos e manipulações científicas que se entrelaçam, quer para fins bélicos ou pacíficos”. A conjunção mas, destacada no fragmento, estabelece relação lógico-semântica de

  5. 35

    UEL 2016

    Acontece tudo em O Pequeno Príncipe Melhor momento da adaptação que estreia hoje é o “desenho dentro do desenho”, misturando stop motion e digital; o filme é uma recriação inspirada no texto de Saint-Exupéry. O Pequeno Príncipe é um desses clássicos da literatura que pertencem ao povo – não é à toa a chacota de que é o livro preferido das misses, mas também integra com frequência as listas de leitura das escolas. Talvez a forma como usa metáforas para falar de coisas adultas faça com que seja apreciado por tantos públicos diferentes.Por isso, não se sabe como o brasileiro reagirá à animação de mesmo nome que estreia hoje nos cinemas. Sensações O menino de roupas verdes está lá, e as sensações que ele provoca lembram a leitura do livro. Mas a história é outra, uma narrativa maior que engloba o enredo do principezinho e de certa forma lhe serve de continuação. Nem sempre o espectador aceita que se “mexa” na obra, utilizando seu universo para criar algo diferente. Resumindo, não se trata de uma versão do livro para as telas. Férias Uma menina se muda para um bairro novo em sua cidade sombria, onde a mãe controladora determina cada minuto das atividades de férias de verão, com o objetivo de prepará-la para uma escola de elite. As longas horas acabam passadas ao lado de um novo amigo, o velhinho que mora ao lado e que se revela aviador da história de O Pequeno Príncipe. História Além da casa cheia de apetrechos para colorir a vida da garota sem nome, ele tem uma incrível história para contar: justamente sobre um príncipe que vivia sozinho em um planeta e que amava uma rosa... CARNIERI, H. Acontece tudo em O Pequeno Príncipe. Jornal de Londrina, 20 ago. 2015. Cultura. ano 27, n.8. p.24 (adaptado). Em relação aos recursos linguístico-semânticos sublinhados no texto, considere as afirmativas a seguir. I. O conectivo “mas” é utilizado com o sentido de oposição nas duas ocorrências do texto. II. O termo “Resumindo” antecipa que a informação subsequente caracteriza-se como uma generalização das rejeições ao filme. III. O termo “que” em “uma narrativa maior que engloba o enredo do principezinho” e “o velhinho que mora ao lado” desempenha a mesma função sintática nas duas ocorrências. IV. A expressão “Por isso” pressupõe a introdução de uma ideia conclusiva em relação ao que foi dito anteriormente. Assinale a alternativa correta.

  6. 36

    PUCPR 2022

    O post a seguir é referência para a próxima questão. Apesar de não haver uma conjunção que ligue as duas orações do período, é possível identificar que existe entre elas 

  7. 37

    UNIFESP 2019

    Para responder à(s) questão(ões) a seguir, leia o trecho do livro Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre. Mas a casa-grande patriarcal não foi apenas fortaleza, capela, escola, oficina, santa casa, harém, convento de moças, hospedaria. Desempenhou outra função importante na economia brasileira: foi também banco. Dentro das suas grossas paredes, debaixo dos tijolos ou mosaicos, no chão, enterrava-se dinheiro, guardavam-se joias, ouro, valores. Às vezes guardavam-se joias nas capelas, enfeitando os santos. Daí Nossas Senhoras sobrecarregadas à baiana de teteias, balangandãs, corações, cavalinhos, cachorrinhos e correntes de ouro. Os ladrões, naqueles tempos piedosos, raramente ousavam entrar nas capelas e roubar os santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras joias de São Benedito; mas sob o pretexto, ponderável para a época, de que “negro não devia ter luxo”. Com efeito, chegou a proibir-se, nos tempos coloniais, o uso de “ornatos de algum luxo” pelos negros. Por segurança e precaução contra os corsários, contra os excessos demagógicos, contra as tendências comunistas dos indígenas e dos africanos, os grandes proprietários, nos seus zelos exagerados de privativismo, enterraram dentro de casa as joias e o ouro do mesmo modo que os mortos queridos. Os dois fortes motivos das casas-grandes acabarem sempre mal-assombradas com cadeiras de balanço se balançando sozinhas sobre tijolos soltos que de manhã ninguém encontra; com barulho de pratos e copos batendo de noite nos  paradores; com almas de senhores de engenho aparecendo aos parentes ou mesmo estranhos pedindo padres-nossos, ave-marias, gemendo lamentações, indicando lugares com botijas de  dinheiro. Às vezes dinheiro dos outros, de que os senhores ilicitamente se haviam apoderado. Dinheiro que compadres, viúvas e até escravos lhes tinham entregue para guardar. Sucedeu muita dessa gente ficar sem os seus valores e acabar na miséria devido à esperteza ou à morte súbita do depositário. Houve senhores sem escrúpulos que, aceitando valores para guardar, fingiram-se depois de estranhos e desentendidos: “Você está maluco? Deu-me lá alguma cousa para guardar?” Muito dinheiro enterrado sumiu-se misteriosamente. Joaquim Nabuco, criado por sua madrinha na casa-grande de Maçangana, morreu sem saber que destino tomara a ourama para ele reunida pela boa senhora; e provavelmente enterrada em algum desvão de parede. […] Em várias casas-grandes da Bahia, de Olinda, de Pernambuco se têm encontrado, em demolições ou escavações, botijas de dinheiro. Na que foi dos Pires d’Ávila ou Pires de Carvalho, na Bahia, achou-se, num recanto de parede, “verdadeira fortuna em moedas de ouro”. Noutras casas-grandes só se têm desencavado do chão ossos de escravos, justiçados pelos senhores e mandados enterrar no quintal, ou dentro de casa, à revelia das autoridades. Conta-se que o visconde de Suaçuna, na sua casa-grande de Pombal, mandou enterrar no jardim mais de um negro supliciado por ordem de sua justiça patriarcal. Não é de admirar. Eram senhores, os das casas-grandes, que mandavam matar os próprios filhos. Um desses patriarcas, Pedro Vieira, já avô, por descobrir que o filho mantinha relações com a mucama de sua predileção, mandou matá-lo pelo irmão mais velho. (In: Silviano Santiago (coord.). Intérpretes do Brasil, 2000.) Em “Não é de admirar. Eram senhores, os das casas-grandes, que mandavam matar os próprios filhos.” (3º parágrafo), a conjunção que poderia unir as duas frases, sem alteração de sentido, é:

  8. 38

    UNICAMP 2020

    O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias. (Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota- boa- noticia-e-que-para.html. Acessado em 01/03 /2019.) Considerando a matéria apresentada no jornal, o uso da conjunção adversativa seguido da expressão “a boa notícia é que” permite ao jornalista

  9. 39

    G1 - IFPE 2019

    AS CRÔNICAS DE NÁRNIA Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal – o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí. Seis outros livros vieram depois e, juntos, ficaram conhecidos como “As Crônicas de Nárnia”. Em um universo completamente mágico e original, C.S. Lewis conduz a terra de Nárnia desde a sua criação até o seu fim em sete livros incríveis. “As Crônicas de Nárnia” é um conjunto de histórias que abrangem diversas épocas dentro de um cenário repleto de castelos, membros da realeza, guerreiros, criaturas fantásticas, feiticeiras e uma mitologia bem extensa. O autor buscou uma forma de elaborar a história da Bíblia em um contexto original e inspirado no livro sagrado, de modo que até mesmo quem não concorda com os seus preceitos e ensinamentos sinta interesse em iniciar a sua leitura. Além disso, há também referências claras às mitologias grega e nórdica e aos contos de fada, além da inserção de seres icônicos como o Papai Noel. Desde o Gênese ao Apocalipse, Nárnia vivencia muitos períodos, nos quais questões muito diferentes são abordadas. Entretanto, há um elemento comum em todos os livros: os papéis principais são dados a crianças. São esses pequenos heróis que se descobrem grandes salvadores e se sentem no dever de lutar para proteger a terra que tanto amam e que depende deles. A oposição entre Aslam e Tash começa a ganhar força no decorrer da cronologia dos livros, sempre camuflada em um contexto de conflitos por terras e guerras entre reinos. Em “A Última Batalha”, é citado que Aslam remete ao bem e Tash, ao mal. Qualquer um que estiver seguindo a um dos dois e praticar o bem estará, na verdade, seguindo a Aslam. Se for o oposto, estará seguindo a Tash. Ambos são os contrastes de atitudes boas e ruins que podem ser cometidas de acordo com o caráter, o comportamento e as escolhas de cada um. No geral, os personagens de mais destaque em toda a obra são: Aslam, Digory Kirke, Polly Plummer, A Feiticeira Branca, Pedro Pevensie, Susana Pevensie, Edmundo Pevensie, Lucy Pevensie, Sr. Tumnus, Os Castores, Caspian X, Ripchip, Trumpkin, Shasta, Aravis, Eustáquio Mísero, Jill Pole, Brejeiro, Rilian, Confuso, Manhoso, Tirian e Tash. Cada um possui uma personalidade bastante distinta do outro e todos apresentam características que os tornam originais e clássicos em uma obra que é considerada essencial na vida de uma criança, mas que também pode ser apreciada por pessoas de qualquer faixa etária. [...] LIMA, Victor. Disponível em:<https://nomeumundo.com/2016/08/17/as-cronicas-de-narnia/>. Acesso em: 09 maio 2019 (adaptado). No que diz respeito a relações sintático-semânticas estabelecidas por conectivos no texto, assinale a alternativa CORRETA.

  10. 40

    UEL 2010

    Marte é o Futuro   O pouso na Lua não foi só o ápice da corrida espacial. Foi também o passo inicial do turbocapitalismo que dominaria as três décadas seguintes. Dependente, porém, de matérias-primas do século 19: aço, carvão, óleo. Lançar-se ao espaço implicava algum reconhecimento dos limites da Terra. Ela era azul, mas finita. Com o império da tecnociência, ascendeu também sua nêmese, o movimento ambiental. Fixar Marte como objetivo para dentro de 20 ou 30 anos, hoje, parece tão louco quanto chegar à Lua em dez, como determinou John F. Kennedy. Não há um imperialismo visionário como ele à vista, e isso é bom. A ISS (estação espacial internacional) representa a prova viva de que certas metas só podem ser alcançadas pela humanidade como um todo, não por nações forjadas no tempo das caravelas. Marte é o futuro da humanidade. Ele nos fornecerá a experiência vívida e a imagem perturbadora de um planeta devastado, inabitável. Destino certo da Terra em vários milhões de anos. Ou, mais provável, em poucas décadas, se prosseguir o saque a descoberto da energia fóssil pelo hipercapitalismo globalizado, inflando a bolha ambiental. Adaptado de: LEITE, M. Caderno Mais!. Folha de São Paulo. São Paulo, domingo, 26 jul. 2009. p. 3. Nas expressões dos trechos “[...] tão louco quanto chegar à Lua em dez [...]”  “Ou, mais provável, em poucas décadas...” “[...] se prosseguir o saque a descoberto da energia fóssil [...]”   os termos grifados têm a função de representar, respectivamente, as noções de:

  11. 41

    UFRRJ

    Observe o período: “Nada se sabe dele, senão que morreu de fome.”   Nesse período, pode-se substituir o conectivo destacado, sem alterar o sentido da frase, por:

  12. 42

    ENEM PPL 2013

    Brasil é o maior desmatador, mostra estudo da ONU   O Brasil reduziu sua taxa de desmatamento em vinte anos, mas continua líder entre os países que mais desmatam, segundo a FAO (órgão da ONU para a agricultura).   A entidade apresentou ontem estudo sobre a cobertura florestal no mundo e o resultado é preocupante: em apenas dez anos, uma área de floresta do tamanho de dois estados de São Paulo desapareceu do país. De forma geral, a queda no ritmo da perda de cobertura florestal foi de 37% em dez anos. Entre 1990 e 1999, 16 milhões de hectares por ano sumiram. Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares.   Mas o número é considerado alto. A América do Sul é apontada como a maior responsável pela perda de florestas do mundo, com cortes anuais de 4 milhões de hectares. A África vem em seguida, com 3,4 milhões de hectares/ano. O Estado de São Paulo, 26 mar. 2010.   Na notícia lida, o conectivo “mas” (terceiro parágrafo) estabelece uma relação de oposição entre as sentenças: “Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares” e “o número é considerado alto”. Uma das formas de se reescreverem esses enunciados, sem que lhes altere o sentido inicial, é:

  13. 43

    UTFPR 2015

    Profissão Na hora de escolher a carreira é bom se informar, planejar a longo prazo e não temer uma guinada no futuro Assustados, confusos, indecisos. É assim que muitos jovens se sentem na hora de escolher sua profissão, às vésperas das inscrições para os vestibulares. Aquela certeza desde pequeno do que se vai ser quando crescer não rolou. Surge o medo de não dar certo. E a angústia aperta mais diante do variado leque de alternativas de curso superior. São mais de 150 e, a cada dia, surgem novas opções de carreiras e de oportunidades de trabalho. O que fazer? Esse turbilhão de dúvidas não deve ser encarado como um problema grave. Com vários caminhos abertos à sua frente, o indeciso tem maiores chances de escolher melhor do que quem apoia sua certeza em fantasias. Por isso, recomenda-se que essa fase da vida seja enfrentada com tranquilidade pelos jovens e sua família. Afinal, toda decisão pressupõe incertezas e uma dose de risco. E esse é o primeiro grande desafio do jovem diante do novo e do desconhecido. Uma forma de diminuir a pressão é saber que essa escolha profissional não é necessariamente definitiva. Novos caminhos vão surgir durante a faculdade, o mercado de trabalho pode exigir adaptações ou uma grande guinada na carreira. A mudança não significa fracasso nem frustração, mas sim a aceitação de desafios que a vida vai trazendo. Escolher uma profissão representa esboçar um projeto de vida, questionar valores, as habilidades, o que se gosta de fazer, a qualidade de vida que se pretende ter. E esse momento de reflexão pode render bem mais quando é compartilhado com a família. Um passo importante para o jovem indeciso é investigar, reunindo informações sobre as profissões e cursos oferecidos pelas faculdades. As transformações econômicas que atingiram o mundo de forma global impulsionaram novas e promissoras carreiras. São as profissões que envolvem inova- ções tecnológicas e áreas de inteligência e conhecimento. As carreiras tradicionais, como medicina, direito, engenharia, letras e administração, ainda são as mais procuradas nos vestibulares. Elas se renovaram e ganharam áreas de atuação que prometem sucesso e bons rendimentos. É bom também ficar antenado com o crescimento dos setores de serviços, lazer e entretenimento, meio ambiente e projetos sociais. Eles abriram oportunidades atraentes de trabalho para os profissionais com formação em biologia e educação física, que andavam em baixa, e valorizaram cursos que antes eram considerados de segunda linha, como relações internacionais, turismo e hotelaria. (...) Disponível em: .   Em relação ao texto, considere as seguintes afirmativas: I) As palavras "assustados", "confusos", "indecisos" são adjetivos usados para caracterizar os jovens. II) A conjunção "por isso" exprime uma ideia aditiva à oração que introduz. III) O pronome "Elas" é um elemento coesivo que retoma as "carreiras tradicionais".   Está(ão) correta(s) apenas:

  14. 44

    MACKENZIE 2005

    Me sinto com a cara no chão, mas a verdade precisa ser dita ao menos uma vez: aos 52 anos eu ignorava a admirável forma lírica da canção paralelística (...).   O “Cantar de amor” foi fruto de meses de leitura dos cancioneiros. Li tanto e tão seguidamente aquelas deliciosas cantigas, que fiquei com a cabeça cheia de “velidas” e “mha senhor” e “nula ren”; sonhava com as ondas do mar de Vigo e com romarias a San Servando. O único jeito de me livrar da obsessão era fazer uma cantiga. Manuel Bandeira No trecho Li tanto e tão seguidamente aquelas deliciosas cantigas, que fiquei com a cabeça cheia, a circunstância expressa pela frase destacada é de:

  15. 45

    UFV 2011

    Há vampiros entre nós? Matemático afirma que, ao menos em termos numéricos, a existência dessas criaturas seria possível (...) Sejdinovic diz que os dois físicos subestimaram tanto a capacidade de resistência dos seres humanos quanto a inteligência dos vampiros. E não contabilizaram que parte dos predadores morreria durante esses dois anos por conta de seus pontos fracos – estacas, crucifixos, dentes de alho, sol e água benta (e talvez por osteoporose e excesso de proteínas). “Como são inteligentes, os vampiros controlariam o estoque de humanos para não exaurir a espécie.” (ROSA, Guilherme. Há vampiros entre nós? Revista Galileu, n. 227, p. 56, jun. 2010.)   Assinale a alternativa em que o vocábulo como aparece empregado com o mesmo valor semântico que na passagem destacada no texto:   

  16. 46

    UFRN 2002

    "Embora um tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que rege os dois tipos de atitude é exatamente o mesmo".   O sentido da frase acima permanecerá inalterado, mesmo se substituirmos a conjunção embora pela locução conjuntiva

  17. 47

    FUVEST 2004

    Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)   A palavra assinalada pode ser substituída, sem que haja alteração de sentido, por

  18. 48

    ENEM PPL 2014

    A tendência dos nomes   O nome é uma das primeiras coisas que não escolhemos na vida. Estará inscrito nos registros: na maternidade, no RG, no CPF, no obituário etc. Enfim, uma escolha que não fizemos nos acompanha do berço ao túmulo, pois na lápide se dirá que ali jaz Fulano de Tal. SILVA, D. Língua, n. 77, mar. 2012.   Algumas palavras atuam no desenvolvimento de um texto contribuindo para a sua progressão. A palavra "enfim" promove o encadeamento do texto, tendo sido utilizada com a intenção de 

  19. 49

    UFV 2010

    PowerPoint com carteirinha   PowerPoint era o invento que faltava. Permite projetar na parede o que antes era colocado em garranchos escritos no quadro-negro. Fim do pó de giz. Fim da perda de tempo esperando o professor escrever. Viva o império das cores, dos desenhos elegantes, dos sons, dos hipertextos (com YouTube e animações). Fim das falhas de memória, pois, uma vez bem feito, dura para sempre. Mas, se necessário, corrigimos em segundos. Para a sucata o retroprojetor, que precisava de ajudante para passar seus acetatos caros, que não aceitavam correções, que caíam no chão e se misturavam. Só que, na prática, costuma ser um desastre. Cruzes! Lá vem um PowerPoint chatíssimo! Mas no escurinho, indecisa entre ouvir e ler, a plateia cochila. Aliás, está proibido em cada vez mais empresas e no Exército americano falar-se de "morte por PowerPoint". Os erros se repetem, começando com o congestionamento visual. Cores demais, borboletas, plim-plins, acordes dramáticos, desenhos de mau gosto, pletora de caracteres tipográficos conflitantes, informações periféricas à aula, logotipos e outros balangandãs. Depois vem o excesso de informações e de slides, sobrecarregados com textos intermináveis. Culmina com o erro fatal: o texto lido! Como lemos cinco vezes mais rápido do que o professor fala, passamos à sua frente. Ou seja, o pobre professor levou para a aula um concorrente que tomou a sua cena, pois já lemos o texto e não escutamos mais o que ele diz.   Há uma regra clássica: se alguém que não assistiu à aula recebe o PowerPoint e o entende, está errado por excesso. Os slides terão arruinado a aula, arrancando-a do professor e deixando desgovernada a atenção da plateia. Aliás, se é para ler, o que faz lá o conferencista? O texto dos slides deve ser apenas um recurso mnemônico, para fixar os conceitos mencionados e para criar a arquitetura mental das principais ideias. Que fique claro: o PowerPoint não substitui nem o professor nem as leituras. O que ele substitui é o quadro-negro! Ele é um resumo e, bem sabemos, não se aprende em resumos. Serve para fixar na memória as grandes ideias. Para aprender, precisamos dos exemplos e dos detalhes.   O PowerPoint é maravilhoso, se for bem usado. Visualmente, precisa ser de extrema simplicidade. Se a figura não vale mil palavras, lixo com ela. Já se disse, quem vê Steve Jobs e Bill Gates usá-lo aprende tudo de que precisa. Imitemos o supremo despojamento de Jobs e seremos bem-sucedidos. Imitemos Gates e afundaremos na barafunda visual.   Se Jesus usasse PowerPoint, não teria discípulos, pois histórias, parábolas, contos e narrativas são enredos na contramão das listas mostradas nos slides. Não se contam histórias emocionantes com ele. É impossível narrar uma aventura com PowerPoint (vá lá projetar o mapa). A sua lógica é a enumeração, e nem tudo pode ser transformado em uma lista. Para deduzir um teorema, mostrar uma lei da física ou fazer conexões lógicas, precisamos recorrer a gráficos ou a outra lógica de apresentação, fugindo dos "marcadores" (bullets) enfiados goela abaixo dos usuários.   Para quem quer encontrar o bom caminho do PowerPoint, o livro Presentation Zen é a redenção. O autor nos lembra que nosso cérebro tem um hemisfério esquerdo, que cuida da razão, e um direito, encarregado das emoções, das evocações. Uma boa aula ativa na plateia os dois hemisférios: inspira o direito e explica ao esquerdo. E com qual hemisfério o PowerPoint vai se comunicar? Se falar ao esquerdo, da razão, vai competir com as palavras do professor. É o desastre anunciado. Nele, as poucas palavras são para reter na memória as ideias ouvidas, não para lançá-las. Portanto, sua missão deve ser evocar, inspirar, infiltrar sentimentos. Daí a importância da escolha judiciosa das imagens. Melhor que sejam fotografias (abundantes no Google Images), e que se fuja, como o diabo da cruz, da Clip-art e dos desenhos humorísticos.   Diante disso tudo, só resta uma solução: exigir carteira de habilitação para usar PowerPoint. Vamos à autoescola e tiramos carteira, para reduzir o risco de atropelar uma velhinha na primeira esquina. Então, carteira para usar PowerPoint, para evitar que barbeiragens ponham a perder o potencial educativo de um recurso tão extraordinário, mas que pode ser usado também para confundir a plateia e mentir. (CASTRO, Cláudio de Moura. PowerPoint com carteirinha. Veja. São Paulo, ano 43, n. 32, p. 26, 11 ago. 2010.)   “Portanto, sua missão deve ser evocar, inspirar, infiltrar sentimentos.” Nessa sentença, o termo “portanto” pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:

  20. 50

    ENEM PPL 2014

    Miss Universo: “As pessoas racistas devem procurar ajuda”               SÃO PAULO – Leila Lopes, de 25 anos, não é a primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. A primazia coube a Janelle “Penny” Commissiong, de Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em 1977. Depois dela vieram Chelsi Smith, dos Estados Unidos, em 1995; Wendy Fitzwilliam, também de Trinidad e Tobago, em 1998, e Mpule Kwelagobe, de Botswana, em 1999. Em 1986, a gaúcha Deise Nunes, que foi a primeira negra a se eleger Miss Brasil, ficou em sexto lugar na classificação geral. Ainda assim a estupidez humana faz com que, vez ou outra, surjam manifestações preconceituosas como a de um site brasileiro que, às vésperas da competição, e se valendo do anonimato de quem o criou, emitiu opiniões do tipo “Como alguém consegue achar uma preta bonita?” Após receber o título, a mulher mais linda do mundo – que tem o português como língua materna e também fala fluentemente o inglês – disse o que pensa de atitudes como essa e também sobre como sua conquista pode ajudar os necessitados de Angola e de outros países. COSTA, D. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 10 set. 2011 (adaptado).   O uso da expressão “ainda assim” presente nesse texto tem como finalidade

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    UERJ 2011

    Como e porque sou romancista   Minha mãe e minha tia se ocupavam com trabalhos de costuras, e as amigas para não ficarem ociosas as ajudavam. Dados os primeiros momentos à conversação, passava-se à leitura e era eu chamado ao lugar de honra.   Muitas vezes, confesso, essa honra me arrancava bem a contragosto de um sono começado ou de um folguedo querido; já naquela idade a reputação é um fardo e bem pesado.   Lia-se até a hora do chá, e tópicos havia tão interessantes que eu era obrigado à repetição. Compensavam esse excesso, as pausas para dar lugar às expansões do auditório, o qual desfazia-se em recriminações contra algum mau personagem, ou acompanhava de seus votos e simpatias o herói perseguido.   Uma noite, daquelas em que eu estava mais possuído do livro, lia com expressão uma das páginas mais comoventes da nossa biblioteca. As senhoras, de cabeça baixa, levavam o lenço ao rosto, e poucos momentos depois não puderam conter os soluços que rompiam-lhes o seio.   Com a voz afogada pela comoção e a vista empanada pelas lágrimas, eu também cerrando ao peito o livro aberto, disparei em pranto e respondia com palavras de consolo às lamentações de minha mãe e suas amigas.   Nesse instante assomava à porta um parente nosso, o Revd.º Padre Carlos Peixoto de Alencar, já assustado com o choro que ouvira ao entrar – Vendo-nos a todos naquele estado de aflição, ainda mais perturbou-se:   - Que aconteceu? Alguma desgraça? Perguntou arrebatadamente.   As senhoras, escondendo o rosto no lenço para ocultar do Padre Carlos o pranto e evitar seus remoques1, não proferiram palavra. Tomei eu a mim responder:   - Foi o pai de Amanda que morreu! Disse, mostrando-lhe o livro aberto.   Compreendeu o Padre Carlos e soltou uma gargalhada, como ele as sabia dar, verdadeira gargalhada homérica, que mais parecia uma salva de sinos a repicarem do que riso humano. E após esta, outra e outra, que era ele inesgotável, quando ria de abundância de coração, com o gênio prazenteiro de que a natureza o dotara.   Foi essa leitura contínua e repetida de novelas e romances que primeiro imprimiu em meu espírito a tendência para essa forma literária [o romance] que é entre todas a de minha predileção?   Não me animo a resolver esta questão psicológica, mas creio que ninguém contestará a influência das primeiras impressões. JOSÉ DE ALENCAR Como e porque sou romancista. Campinas: Pontes, 1990. 25   1remoque: zombaria, caçoada     O fragmento destacado poderia ser reescrito, com o emprego de um conectivo. A reescritura que preserva o sentido original do fragmento é:

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    ITA 2015

    A questão refere-se aos dois excertos de entrevistas com dois africanos de Guiné-Bissau, que foram universitários no Brasil nos anos 1980.   Excerto 1: Para muitas pessoas, mesmo professores universitários, a África era um país. “Ah, você veio de onde? Da África?” “Sim, da Guiné-Bissau.” “Ah, Guiné-Bissau, região da África.” Quer dizer, Guiné-Bissau pra eles é como Brasil, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro.   Excerto 2: Porque a novela passa tudo de bom, o pobre vive bem, né? Mesmo dentro da favela, você vê aquela casa bonitinha, tal. Então tinha uma ideia, eu, pelo menos, tinha uma ideia de um Brasil... quer dizer, fantástico! (Extraídos do curta-metragem Identidades em trânsito, de Daniele Ellery e Márcio Câmara. Disponível em: http://portacurtas.org.br)   No Excerto 1, a expressão quer dizer introduz uma

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    UEMS 2008

    Sugestão   Antes que venham ventos e te levem do peito o amor — este tão belo amor, que deu grandeza e graça à tua vida —, faze dele, agora, enquanto é tempo, uma cidade eterna — e nela habita. [...]   Ai de um amor assim, vergado ao vínculo de tão amargo fado: o de albatroz nascido para inaugurar caminhos no campo azul do céu e que, entretanto, no momento de alçar-se para a viagem, descobre, com terror, que não tem asas. Ai de um pássaro assim, tão malfadado a dissipar no campo exíguo e escuro onde residem répteis: o que trouxe no bico e na alma — para dar ao céu.   É tempo. Faze tua cidade eterna, e nela habita: antes que venham ventos, e te levem do peito o amor — este tão belo amor que dá grandeza e graça à tua vida. MELLO, Thiago de. Vento Geral. Poesia 1951/1981. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984. Na estrofe “Ai de um amor assim, vergado ao vínculo / de tão amargo fado: o de albatroz / nascido para inaugurar caminhos / no campo azul do céu e que, entretanto, / no momento de alçar-se para a viagem, / descobre, com terror, que não tem asas.”, os termos destacados são responsáveis por indicar, respectivamente, ideia de:

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    UNIFESP 2015

    Texto 1 Isso é um assassinato e eu endosso. A autora [da adaptação] quer que a Academia se manifeste. Para ela, vai ser a glória. Mas vários acadêmicos se manifestaram. Eu me manifestei. Há temas em que a instituição não pode se baratear. Essa mulher quer que nós tenhamos essa discussão como se ela estivesse propondo a ressurreição eterna de Machado de Assis, como se ele dependesse dela. Confio na vigilância da sociedade. Vamos para a rua protestar. (Nélida Piñon. http://entretenimento.uol.com.br)     Texto 2 É melhor que o sujeito comece a ler através de uma adaptação bem feita de um clássico do que seja obrigado a ler um texto ilegível e incompreensível segundo a linguagem e os parâmetros culturais atuais. Depois que leu a adaptação, ele pode pegar o gosto, entrar no processo de leitura e eventualmente se interessar por ler o Machadão no original. Agora, dar uma machadada em um moleque que tem PS3, Xbox, 1000 canais a cabo e toda a internet à disposição é simplesmente burrice. (Ronaldo Bressane. http://entretenimento.uol.com.br)     Texto 3 Não defenderia, jamais, que Secco [autora da adaptação] fosse impedida de realizar seu projeto, mas não me parece que a proposta devesse merecer apoio do Ministério da Cultura e ser realizada com a ajuda de leis que, afinal, transferem impostos para a cultura. Trata-se, na melhor das hipóteses, de ingenuidade; na pior, de excesso de “sagacidade”. Não será a adulteração de obras, para torná-las supostamente mais legíveis por ignorantes, que irá resolver o problema do acesso a textos literários históricos – mesmo porque, adulterados, já terão deixado de ser o que eram. (Marcos Augusto Gonçalves. http://www.folha.uol.com.br)     Examine os enunciados:   • “Vamos para a rua protestar.” (Texto 1) • “Não será a adulteração de obras, para torná-las supostamente mais legíveis por ignorantes” (Texto 3)     O termo “para”, em destaque nos enunciados, expressa, respectivamente, sentido de

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    UEMS 2008

    Os emergentes pedem passagem As “indústrias velhas” dos EUA e da Europa – como siderúrgicas, ferrovias, cervejarias – serão dominadas pelos emergentes. Marcel Telles, que já é sócio de ferrovia nos EUA (a maior da costa leste do país) e de cervejaria na Bélgica (a InBev), a maior do mundo, tem desenvolvido essa hipótese com alguns interlocutores. Ele avalia que, embora relativamente simples de administrar, esses são negócios com péssima gestão no Primeiro Mundo – e, apesar disso, lucrativos. Para ele, os jovens americanos mais capacitados não querem saber de trabalhar nesse tipo de indústria – os jovens lá de fora estão basicamente voltados para o setor de tecnologia. Por isso, abre-se uma enorme janela para brasileiros, mexicanos, indianos, sul-africanos e outros emergentes.     A palavra em destaque no fragmento “Marcel Telles, que já é sócio de ferrovia nos EUA (a maior da costa leste do país) e de cervejaria na Bélgica (a InBev), a maior do mundo, tem desenvolvido essa hipótese com alguns interlocutores.”, refere-se a    

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    ENEM - 3 APLICACAO 2014

    É possível ter cãibras no coração? É impossível ter cãibras no coração, apesar de ser comum pacientes se queixarem de dores semelhantes a uma contratura no órgão. A musculatura cardíaca é diferente da musculatura esquelética das pernas e braços, onde sentimos as cãibras. Isso porque o coração possui um tipo especial de fibra muscular estriada, que tem movimento involuntário. O órgão contrai e relaxa automaticamente. Não há registro de casos em que ele permaneça contraído sem relaxamento imediato, que é como a cãibra se apresenta. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jun. 2012 (fragmento). Os conectivos são elementos fundamentais para a ligação de palavras e orações no texto. Contextualmente, o conectivo "apesar de" (l. 1) expressa

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    UNIFESP 2016

    Leia o excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes”, de Antônio Vieira (1608-1697), para responder.   A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. [...] Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens. Olhai, peixes, lá do mar para a terra. Não, não: não é isso o que vos digo. Vós virais os olhos para os matos e para o sertão? Para cá, para cá; para a cidade é que haveis de olhar. Cuidais que só os tapuias se comem uns aos outros, muito maior açougue é o de cá, muito mais se comem os brancos. Vedes vós todo aquele bulir, vedes todo aquele andar, vedes aquele concorrer às praças e cruzar as ruas: vedes aquele subir e descer as calçadas, vedes aquele entrar e sair sem quietação nem sossego? Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer, e como se hão de comer. [...] Diz Deus que comem os homens não só o seu povo, senão declaradamente a sua plebe: Plebem meam, porque a plebe e os plebeus, que são os mais pequenos, os que menos podem, e os que menos avultam na república, estes são os comidos. E não só diz que os comem de qualquer modo, senão que os engolem e os devoram: Qui devorant. Porque os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não se contenta a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a poucos, senão que devoram e engolem os povos inteiros: Qui devorant plebem meam. E de que modo se devoram e comem? Ut cibum panis: não como os outros comeres, senão como pão. A diferença que há entre o pão e os outros comeres é que, para a carne, há dias de carne, e para o peixe, dias de peixe, e para as frutas, diferentes meses no ano; porém o pão é comer de todos os dias, que sempre e continuadamente se come: e isto é o que padecem os pequenos. São o pão cotidiano dos grandes: e assim como pão se come com tudo, assim com tudo, e em tudo são comidos os miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que os não carreguem, em que os não multem, em que os não defraudem, em que os não comam, traguem e devorem: Qui devorant plebem meam, ut cibum panis. Parece-vos bem isto, peixes? VIEIRA, Antônio. Essencial, 2011.   “Santo Agostinho, que pregava aos homens, para encarecer a fealdade deste escândalo mostrou-lho nos peixes; e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominá- vel é, quero que o vejais nos homens.” (1o parágrafo). Nas duas ocorrências, o termo “para” estabelece relação de

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    PUC-RS 2010

    1. Grande parte de nossas decisões é tomada de 2. maneira mais ou menos automática. Esse processo 3. é guiado pelo valor que se dá às diversas experiê- 4. ncias do passado. Se uma pessoa desperta boas emo- 5. ções em mim, toda vez que eu a encontrar vou reviver 6. uma   memória   que   se   divide   em   dois   aspectos: 7. o  cognitivo  (quem  é  essa  pessoa)  e  o  emocional 8. (é alguém de quem eu gosto). Não há memória ou 9. tomada de decisões neutras, sem emoção. 10. Na verdade, nada é mais essencial para a identi- 11. dade de uma pessoa do que o conjunto de experiên- 12. cias armazenadas em sua mente. Por isso, o que 13. mais distingue a memória humana é a capacidade 14. de ter uma autobiografia. Cada um de nós sabe quan- 15. do nascemos, quem são nossos pais, nossos ami- 16. gos, quais são nossas preferências, o que já realiza- 17. mos na vida… Enfim, qual é nossa história. Um chim- 18. panzé ou um cão têm isso de forma limitada; sua me- 19. mória não possui a mesma riqueza de detalhes e 20. abrangência. Essa diferença é amplificada pela lin- 21. guagem, que codifica memórias não verbais em for- 22. mas verbais, expandindo enormemente tudo o que o 23. ser humano é capaz de memorizar. 24. Cada vez que a memória decai, e conforme a ida- 25. de isso ocorre em maior ou menor grau, perde-se 26. um pouco da interação com o mundo. Mas a ciência 27. vem avançando no conhecimento dos mecanismos da 28. memória e de como fazer para preservá-la. Pesquisas 29. recentes permitem vislumbrar o dia em que será reali- 30. dade a manipulação da memória humana. (...) 31. A neurociência é um campo tão promissor que, nos 32. Estados Unidos, um quinto do financiamento em pes- 33. quisas médicas do governo federal vai para as tentati- 34. vas de compreender os mecanismos do cérebro. E os 35. estudos sobre a memória têm lugar destacado nesse 36. esforço científico. Afinal, mantê-la em perfeito funcio- 37. namento tornou-se preocupação central nas socieda- 38. des modernas, na qual dois fenômenos desafiam: a ex- 39. posição a uma carga diária excessiva de informações, 40. que o cérebro precisa processar, selecionar e, se rele- 41. vantes, reter para uso futuro; e o aumento da expecta- 42. tiva  de  vida,  que  se  traduz  em  uma  população  mais 43. vulnerável a distúrbios associados à perda de memória.   INSTRUÇÃO: Para responder à questão 30, relacione as ideias às expressões e numere os parênteses.   1. oposição 2. hipótese 3. conclusão 4. consequência 5. síntese 6. frequência 7. comparação   (   )  “Se” (linha 04) (   )  “Enfim” (linha 17) (   )  “Cada vez” (linha 24) (   )  “Mas” (linha 26) (   )  “tão ... que” (linha 31)   A numeração correta dos parênteses, de cima para baixo, é

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    UERJ 2015

    Bem no fundo   no fundo, no fundo, bem lá no fundo, a gente gostaria de ver nossos problemas resolvidos por decreto   a partir desta data, aquela mágoa sem remédio é considerada nula e sobre ela − silêncio perpétuo   extinto por lei todo o remorso, maldito seja quem olhar pra trás, lá pra trás não há nada, e nada mais   mas problemas não se resolvem, problemas têm família grande, e aos domingos saem todos a passear o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas Paulo Leminski Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.   O poeta emprega dois termos diferentes para se aproximar do leitor: a gente (v. 3) e nossos (v. 4). O emprego de tais termos produz, em relação à percepção de mundo, o sentido de:

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    UP 2015

    Sobre o presente Como dizia Gilberto Gil, “o melhor lugar do mundo é aqui e agora”. Todo mundo sabe exatamente o que isso significa, “aqui” e “agora”. Mas se paramos para pensar sobre o assunto, descobrimos que nenhum dos dois existe, ao menos de forma concreta. O que existe é uma representação do aqui e do agora em nossas mentes, criada a partir de um truque cognitivo. No final das contas, o aqui e o agora são invenções do nosso cérebro, e não entidades que existem, como você ou a cadeira em que você se senta. A nossa percepção do real, da realidade, é produto de uma integração extremamente complexa feita por nossos cérebros. São incontáveis estímulos sensoriais, imagens, sons, cheiros, tato, que são recolhidos pelos nossos órgãos, transferidos por impulsos nervosos ao nosso cérebro e lá, em regiões diversas, integrados para criar o que chamamos de realidade. O aqui e o agora são exemplos dessa integração, aproximações que criamos para que seja possível funcionar no mundo: sem uma noção do “aqui”, como nos posicionar no espaço? Sem uma noção do “agora”, do “presente”, como ligar passado e futuro? Que o cérebro constrói a realidade não deve ser surpresa para ninguém. Basta alterar seu funcionamento, após algumas cervejas, uma noite sem dormir ou com o uso de drogas, que nossa percepção do “real” é profundamente afetada. Ninguém dá muita bola para isso, até que acontece alguma coisa. Num caso mais extremo, a demência leva à destruição do indivíduo, do que chamamos de “eu”. Quem você é e como você se relaciona com o mundo externo dependem exclusivamente de como o seu cérebro integra informação sensorial e as memórias registradas do passado. O presente, em particular, é uma construção cognitiva fascinante. O tempo flui continuamente, ou assim o percebemos. Mas não temos um relógio dentro das nossas cabeças; o que temos são impulsos externos, estímulos que vêm de fora para dentro, aliados a mecanismos internos, como o bater do coração. Quando vemos algo, fótons de luz são recebidos pela retina de nossos olhos, e um impulso é transmitido pelo nervo óptico até a região posterior do cérebro, onde é analisado e transformado em uma imagem. Vemos o mundo de dentro para fora de nossas cabeças! E o que chamamos de presente é uma ilusão. Quando olhamos em torno, vemos objetos a distâncias diferentes ao mesmo tempo. Mas sabemos que a luz tem uma velocidade finita: o tempo que demora para viajar de um objeto mais distante é maior. Portanto, quando olhamos, por exemplo, para uma árvore e uma nuvem no céu, e vemos os dois objetos ao mesmo tempo, estamos, na verdade, vendo a árvore antes da nuvem; objetos mais distantes estão num passado mais longínquo. Mesmo o seu laptop ou o jornal que você lê não estão sendo vistos agora, mas um bilionésimo de segundo no passado, que é aproximadamente o tempo que a luz demora para ir da tela até seus olhos. Quando nos referimos ao presente, estamos, na verdade, nos referindo a uma ilusão construída por nossos cérebros. Nunca vemos nada como é “agora”. O presente existe apenas em nossas cabeças. GLEISER, Marcelo. Folha de S. Paulo, 25 maio 2014.    Quando olhamos em torno, vemos objetos a distâncias diferentes ao mesmo tempo. Mas sabemos que a luz tem uma velocidade finita: o tempo que demora para viajar de um objeto mais distante é maior. Portanto, quando olhamos, por exemplo, para uma árvore e uma nuvem no céu, e vemos os dois objetos ao mesmo tempo, estamos, na verdade, vendo a árvore antes da nuvem (...) O sentido e a correção do texto não serão afetados se as expressões grifadas forem substituídas respectivamente por:  

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