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  1. 121

    FATEC 2007

     LIBRA (23 set. a 22 out.) Com a Lua transitando em Gêmeos, os librianos podem esperar mais clareza mental, acuidade, boa expressão e facilidade ambiente, porque o mundo irá girar num ritmo consoante com seu jeito de ser. Justamente porque tudo flui melhor você não precisa reagir com extremos. Segure essa impaciência. (Folha de S.Paulo, 13-09-2006) Considere as seguintes afirmações relacionadas a esse texto. I. Na frase - segure essa impaciência - poderia ser empregado também o pronome esta, pois se trata de referência à pessoa a quem se dirige a sugestão contida no texto. II. O texto mantém-se de acordo com a norma culta caso se empregue - contém essa impaciência - em lugar de - segure essa impaciência. III. Pode-se interpretar como de causa a circunstância expressa por - Com a Lua transitando em Gêmeos. IV. As palavras “acuidade” e “consoante” podem ser substituídas, no contexto, correta e respectivamente, por “agudeza” e “em harmonia”. V. A relação sintática e de sentido expressa em - porque tudo flui melhor - tem equivalente em - como tudo flui melhor. Estão corretas apenas as afirmações

  2. 122

    UTFPR 2016

    Chuva fora de época dá só 18 dias de alívio a represas da Grande SP As primeiras duas semanas de setembro trouxeram chuvas acima da média e ampliaram em 50 bilhões de litros as reservas das principais represas da Grande São Paulo. Todo esse volume, porém, representa apenas um ligeiro alívio nos agonizantes mananciais e deverá ser todo consumido num intervalo de apenas três semanas de estiagem – como aconteceu nos últimos 18 dias do mês de agosto. E é justamente essa a previsão dos climatologistas para a próxima semana. Segundo essas previsões, a região metropolitana e seu entorno, onde estão os seis principais reservatórios, terá bastante calor e quase nenhuma chuva. Setembro é o último mês da estação seca, iniciada em abril. A expectativa do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é que as chuvas em grande volume voltem a partir de outubro – na última estação chuvosa, porém, elas só vieram em fevereiro e março. A Grande SP vive hoje a mais grave seca já registrada. Fabrício Lobel (Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano. Acesso em: 15 set. 2015) Sobre o texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) A conjunção porém, no segundo parágrafo, introduz uma ideia de oposição às informações do primeiro parágrafo. ( ) No segundo parágrafo, o travessão ( – ) foi empregado para introduzir um esclarecimento à informação anterior. ( ) No terceiro parágrafo, o pronome indefinido onde foi empregado para retomar o lugar, citado anteriormente. ( ) No título da notícia, a palavra alívio recebe acento por ser uma paroxítona terminada em - a. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.  

  3. 123

    UNICENTRO 2010

    O Rei dos Animais Millôr Fernandes   Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim o Leão encontrou o Macaco e perguntou: "Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais?" O Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: "Claro que é você, Leão, claro que é você!". Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: "Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão?" E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: "Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?". Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: "Coruja, não sou eu o maioral da mata?" "Sim, és tu", disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o tigre. "Tigre, - disse em voz de estentor - eu sou o rei da floresta. Certo?" O tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: "Sim". E rugiu ainda mais mal humorado e já arrependido, quando o leão se afastou. Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o elefante. Perguntou: "Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?" O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensanguentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou: "Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado". M O R A L: CADA UM TIRA DOS ACONTECIMENTOS A CONCLUSÃO QUE BEM ENTENDE. Disponível em . Acesso em 23 jul 2009.    “Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar.” A locução conjuntiva destacada introduz uma idéia de

  4. 124

    PUC-GO 2016

    Raios de sol ao meio   Mais uma vez ele aparecia na minha frente como se tivesse vindo do nada. Seus olhos eram grandes e negros e pareciam ter nascido bem antes dele. Suas espinhas se agigantavam conforme o ângulo de que eram vistas. Sua orelha era algo indescritível. Além de orelha ela era disforme, meio redonda e meio achatada nas pontas. Ela era meio várias coisas. Uma orelha monstro. A boca era alguma coisa que só estava ali para cumprir seu espaço no rosto. Era boca porque estava exatamente no lugar da boca. E era a segunda vez que ele me mobilizava. Mas no conjunto de elementos díspares reinava uma sensualidade ímpar que me tirava de mim sem que eu soubesse navegar no outro que em mim surgia. De mim não sabia entender o que emanava para ele em toda a sua estranha vastidão de patologia visual. No meio sol da meia-noite as coisas se anunciaram e antes que a madrugada avançasse a lua em sua metade escondida ardeu com um olhar malicioso e sorriu. GONÇALVES, Aguinaldo. Das estampas. São Paulo: Nankin, 2013. p. 177.   Em relação ao processo argumentativo do texto, assinale a alternativa correta:

  5. 125

    UNIPAM 2012

    Qualidade de morte Até meados do século 20, dava quase na mesma ser pobre ou rico na hora de morrer: iam-se todos de modo semelhante, pois as doenças ignoravam privilégios. Diante da tuberculose, por exemplo, não havia ouro que comprasse sofrimento menor ou alguma sobrevida: morriam afogados, na derradeira hemoptise, tanto os operários de Manchester estudados por Engels como os burgueses dos quais nos fala Thomas Mann em “A Montanha Mágica”. Com o avanço da ciência, porém, tudo parece ter mudado. Hoje há muitos que acreditam que o dinheiro, além de comprar uma vida mais “rica”, também garante a qualidade da morte: por meio dele, os abastados despedem-se deste mundo no ambiente glamuroso de “hospitais boutique”, sob os cuidados dos “médicos da moda”. Mas será que as coisas são tão simples? Por um lado, ainda que a pobreza torne a vida difícil, é ingênuo pensar que a riqueza, por si só, seja capaz de resolver os enigmas que a existência nos impõe, magnatas ou não. E o remorso não raro corrói a paga que os “eleitos” recebem por sua ganância. Se isso não é tão claro, é porque a maioria das pessoas desconhece a intimidade dos poderosos, sempre dilacerada por conflitos: os psicoterapeutas e os próprios poderosos sabem bem do que falo. Por outro lado, o acesso à medicina “de ponta” nem sempre é garantia de boa recuperação ou de morte tranquila, além de dar origem a paradoxos. Um exemplo é a angústia que destrói a saúde dos que sofrem, no presente, com as moléstias que – imaginam – terão no futuro. Martirizam-se, assim, por não terem um plano de saúde “top”, o qual já se tornou, ao lado do carro “zero”, o atual sonho de consumo. Para essa angústia contribuem, crucialmente, a propaganda dos centros diagnósticos – que não param de crescer – e a ingenuidade de médicos que confundem prevenção com obsessão por doenças. Outro exemplo é o caso dos doentes terminais mantidos vivos mesmo à custa de muita dor, bem como a insensatez de uma legislação que proíbe a eutanásia para as pessoas que dela necessitam, condenando-as, cruelmente, ao papel de axiomas de grotesca tese: a de que a vida deve ser sempre preservada, “coûte que coûte”... Mas, já que a morte segue inevitável – muito embora a publicidade procure nos convencer de que somos imortais –, não seria melhor que encarássemos a vida de outro modo, empregando-a não só para “conquistar um lugar ao sol” mas também para aceitar um “cantinho” nas sombras para onde iremos todos? Não seria importante que aprendêssemos a morrer, buscando, se preciso, nas ideias de outras épocas a espiritualidade que tanta falta nos faz? Infelizmente, não é o que vemos. Ao ideal da morte honrosa dos gregos, da morte-libertação dos gnósticos, da boa morte dos cristãos medievais, da morte heroica dos românticos, nós contrapomos a “morte segura” no leito high-tech de um hospital chique, transfixados por catéteres e “plugados” na TV. Uma morte que é o símbolo perfeito da doença que acomete a nossa civilização e que, decerto, vai matá-la: o conformismo hedonista. CLÁUDIO L. N. GUIMARÃES DOS SANTOS, 50, escritor, artista plástico, médico e diplomata, é mestre em artes pela ECA-USP e doutor em Linguística pela Universidade de Toulouse-Le Mirail (França). Blog: http://perplexidadesereflexoes.blogspot.com Assinale a interpretação INCORRETA acerca dos termos e/ou expressões destacados(as) nas alternativas. “Com o avanço da ciência, porém, tudo parece ter mudado. Hoje há muitos que acreditam que o dinheiro, além de comprar uma vida mais “rica”, também garante a qualidade da morte...”

  6. 126

    PUC-RS 2009

    Darwin ensina a aceitar as diferenças.   1. Este ano de 2009 irá se caracterizar pela pre- 2. sença muito frequente, na mídia e nos meios acadê- 3. micos, de Charles Darwin, o pacato cidadão que nas- 4. ceu no dia 12 de fevereiro de 1809, portanto há 200 5. anos, e que mudou nossa maneira de ver o mundo. 6. _______ época _______ ele viveu, considerava- 7. se que os seres vivos haviam sido criados no pas- 8. sado tal como se mostravam no século 19. É o que se 9. chamou de fixismo: as espécies, incluindo a nossa, 10. seriam fixas, isto é, imutáveis. Pois Darwin sugeriu, 11. baseado em intensos e extensos estudos, principal- 12. mente após sua viagem de quase cinco anos pelo 13. mundo, _______ todos os seres vivos, sem exce- 14. ção, modificaram-se ao longo do tempo. A abelha, 15. que hoje forma colmeias e produz o tão apreciado 16. mel, no passado não era assim, não era nem mês- 17. mo um inseto social. As aves, que hoje nos encan- 18. tam com sua beleza e muitas delas com seu canto, 19. foram diferentes milhões de anos atrás. Na verdade, 20. estudos mostraram que elas evoluíram de um grupo 21. de dinossauros! 22. (...) 23. Ao propor que todos os seres vivos se modifica- 24. ram  a  partir  de  formas  ancestrais,  Darwin  criou  a 25. imagem de uma árvore da vida. Todas as folhas que 26. estão na parte externa dos ramos representam os 27. seres  vivos  atuais;  as  internas,  os  extintos.  Essa 28. imagem nos leva à conclusão de que todos viemos 29. de um ou poucos ancestrais muito remotos. De fato, 30. estudos de biologia molecular têm confirmado essa 31. inferência. 32. Qual a implicação dessa ideia? Todos constituí- 33. mos uma família! Somos, portanto, parentes uns dos 34. outros. (...) Como irmãos, temos nossas diferenças: 35. alguns são mais altos, outros mais gordos, alguns 36. possuem pele bem clara, outros pele escura, alguns 37. cabelos lisos, outros não, e assim por diante. 38. Na  perspectiva  darwiniana,  não  há  um  povo 39. escolhido, muito menos um povo que representa o 40. mal. Somos todos iguais do ponto de vista biológico, 41. no sentido da fraternidade. Diferença não implica qua- 42. lificação como melhor ou pior. É isto que celebramos 43. em Darwin: por meio de algumas ideias e conceitos 44. simples,  ele  revolucionou  o  mundo  acadêmico  e 45. também o modo como nos vemos no dia a dia. (...)   As palavras que completam corretamente as lacunas do segundo parágrafo do texto (linhas 06 a 21), na ordem em que se encontram, são  

  7. 127

    ENEM PPL 2010

    Diego Souza ironiza torcida do Palmeiras    O Palmeiras venceu o Atlético-GO pelo placar de 1 a 0, com um gol no final da partida. O cenário era para ser de alegria, já que a equipe do Verdão venceu e deu um importante passo para conquistar a vaga para as semifinais, mas não foi bem isso que aconteceu.    O meia Diego Souza foi substituído no segundo tempo debaixo de vaias dos torcedores palmeirenses e chegou a fazer gestos obscenos respondendo à torcida. Ao final do jogo, o meia chegou a dizer que estava feliz por jogar no Verdão.   — Eu não estou pensando em sair do Palmeiras. Estou muito feliz aqui — disse.   Perguntado sobre as vaias da torcida enquanto era substituído, Diego Souza ironizou a torcida do Palmeiras.   —Vaias? Que vaias? — ironiza o camisa 7 do Verdão, antes de descer para os vestiários. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 29 abr. 2010.    A progressão textual realiza-se por meio de relações semânticas que se estabelecem entre as partes do texto. Tais relações podem ser claramente apresentadas pelo emprego de elementos coesivos ou não ser explicitadas, no caso da justaposição. Considerando-se o texto lido, 

  8. 128

    PUC-CAMPINAS 2016

    A questão a seguir remete ao parágrafo abaixo, em seu contexto. Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento. (Péricles Alcântara, inédito)   Considere o parágrafo e o verbete extraído do Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa.   □ aliás advérbio 1 de outro modo, de outra forma Ex.: sempre ajudou o filho, a. seria mau pai se não o fizesse 2 além disso Ex.: a., não era a primeira sujeira que ele fazia 3 emprega-se em seguida a uma palavra proferida ou escrita por equívoco; ou melhor, digo Ex.: estávamos em março, a., abril 4 seja dito de passagem; verdade seja dita; a propósito Ex.: não aceitou o emprego, que a. é muito cobiçado 5 no entanto, contudo Ex.: andar muito é cansativo, sem, a., deixar de ser saudável   O sentido preciso com que a palavra aliás foi empregada no texto está indicado em

  9. 129

    UNIFESP 2006

    Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados, Um garbo senhoril, nevada alvura, Metal de voz que enleva de doçura, Dentes de aljôfar, em rubi cravados. Fios de ouro, que enredam meus cuidados, Alvo peito, que cega de candura, Mil prendas; e (o que é mais que formosura) Uma graça, que rouba mil agrados. Mil extremos de preço mais subido Encerra a linda Márcia, a quem of’reço Um culto, que nem dela inda é sabido. Tão pouco de mim julgo que a mereço, Que enojá-la não quero de atrevido Co’as penas que por ela em vão padeço (Flinto Elisio) No verso "Metal de voz que enleva de doçura", a preposição "de" ocorre duas vezes, formando expressões que indicam, respectivamente, relação de

  10. 130

    UPF 2014

    Vespertina tropical Então Deus, tendo acabado de criar o firmamento e os continentes, o homem e a mulher, a zebra, os elétrons, o umbu e a neblina, quis dar um último toque em Sua obra: num arroubo de lirismo, lá pelas 17h54 do sexto dia, pintou a aurora boreal. É, de fato, um troço estupendo: mais bonito que o pôr do sol, mais improvável que a girafa, mais grandioso que o relâmpago. Era pra ser o corolário da criação, a maior atração da Terra, diante da qual casais em lua de mel deixariam cair os queixos, japoneses ergueriam as câmeras e mochileiros bateriam palmas, contentes por terem nascido neste planeta abençoado e multicolor, mas, infelizmente, como se sabe, a aurora boreal não pegou. Claro: é longe, é raro e é muito cedo, como esses espetáculos incríveis encenados domingo de manhã no Sesc Belenzinho. Imagina se a aurora boreal fosse nos trópicos, seis e meia da tarde? O sujeito tá num táxi na avenida Atlântica, olha pro lado, o céu todo verde e amarelo e laranja e roxo, saca o celular, faz um "selfie" [tava louco pra usar essa palavra], posta "#vespertinatropical!!!" e segue pra casa, satisfeito. Mas não, é pra lá da Groenlândia, 4h30 AM, ninguém sabe quando: aí, não adianta reclamar que o público é ignorante e prefere a caretice hollywoodiana de um arco-íris. Fosse só a aurora boreal, beleza, mas a natureza tá cheia de desarranjos semelhantes. Não surpreende: ela foi criada há milhões de anos, nunca passou por uma revisão e ainda é administrada pelo fundador. Se eu fosse Javé, chamava uma dessas consultorias especializadas em fazer a transição de empresas familiares para organizações, digamos, mais competitivas, e dava um choque de gestão. Nem precisa gastar muito, basta alocar melhor os recursos. Veja os cometas, por exemplo. Tudo espalhado por aí, nos visitam só a cada 70, cem anos, às vezes chegam de lado, outras vezes de dia, ninguém vê, baita desperdício de energia. Por que não otimizar essas órbitas? Fazer com que venham cinco, dez ao mesmo tempo na noite de Réveillon, proporcionando uma queima de fogos global à nossa sofrida humanidade? A gravidade é outro assunto que merece uma calibrada: tem que ser mesmo 9,8 m/s2? Por quê? Como Deus chegou a esse número? Gostaria que Ele abrisse as planilhas para entendermos se cada m/s2 é realmente necessário. Com metade dessa atração, nós continuaríamos colados ao chão e seria muito mais agradável se locomover por aí. O mínimo que o Senhor poderia fazer era dar uma amainada de dezembro a março: imagina que alívio encarar esse calorão com 25% menos esforço, durante a "Gravidade de Verão". Sem falar, óbvio, em 50% para grávidas, idosos e cadeirantes. Não tenho dúvida de que o Todo Poderoso resistirá a essas e outras reformas. Criar o Universo é o tipo da coisa que infla um pouco o ego do sujeito, mas seria bom se Ele se animasse a colocar o mundo nos eixos – literalmente: já repararam como a Terra gira toda torta, envergada como um frei Damião? Se meu pacote de sugestões não puder convencê-lo pelo bom senso, quem sabe ao menos uma parte cutuque a Sua vaidade? Ora, El Shaddai, a aurora boreal é um negócio tão lindo, tão grandioso, tão divino, não é justo que siga sendo exibida, ano após ano, apenas para os ursos-polares, as focas e a Björk, é ou não é? PRATA, Antonio. Vespertina Tropical. Folha de São Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 21 mar. 2014.     “O sujeito tá num táxi na avenida Atlântica, olha pro lado, o céu todo verde e amarelo e laranja e roxo, saca o celular, faz um "selfie" [tava louco pra usar essa palavra], posta "#vespertinatropical!!!" e segue pra casa, satisfeito”. Considerando o trecho destacado, extraído do texto, é correto afirmar que:

  11. 131

    UFSC 2013

    Mais microcomputadores, internet e celular   Você sabia que aumentou o número de microcomputadores, acesso à internet e celulares no Brasil? De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011, de 2009 para 2011, houve um crescimento de 39,8% de microcomputadores com acesso à internet; 29,7% de microcomputadores sem acesso à internet e 26,6% de telefone celular. Em 2011, 69,1% da população de 10 anos ou mais de idade tinham celular para uso pessoal. Mas o maior percentual de pessoas com celular tinha entre 25 e 29 anos (83,1%). Os jovens também acessam mais a internet. Também em 2011, 77,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade declararam ter usado a internet nos três meses anteriores à data da entrevista da pesquisa, um aumento de 14,7% em relação a 2009. A faixa etária que menos acessou a internet no período pesquisado foi a de pessoas com 50 anos ou mais idade, apenas 18,4%. Disponível em: [Adaptado] Acesso em: 06 jun 2013.     Observe os seguintes trechos retirados do texto e identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo.   I. “Você sabia que aumentou o número de microcomputadores, acesso à internet e celulares no Brasil?”   II. “Os jovens também acessam mais a internet. Também em 2011, 77,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade declararam ter usado a internet [...].”   III. “Em 2011, 69,1% da população de 10 anos ou mais de idade tinham celular para uso pessoal.”     ( ) Em I, há elipse da preposição “de” diante de “acesso” e de “celulares”.   ( ) Em II, as duas ocorrências de “também” dizem respeito ao mesmo referente: “os jovens”.   ( ) Em I e II, “acesso” e “acessam” são formas verbais que estão flexionadas, respectivamente, na primeira pessoa do singular e na terceira pessoa do plural do presente do modo indicativo.   ( ) Em I e II, segundo as regras de acentuação gráfica, o acento indicador de crase em “a” é opcional nas três ocorrências sublinhadas.   ( ) Em III, de acordo com a variedade padrão da língua portuguesa, a forma verbal sublinhada poderia estar no singular (tinha), concordando com “população”.     Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.

  12. 132

    UEAP 2010

    A SOMBRA DA INVEJA A inveja está presente em todos nós e é encarada como algo ruim. Mas é possível tirar proveito desse sentimento para evoluir, sem prejudicar ninguém. Conta uma antiga fábula que, depois de muito fugir de uma cruel serpente, o vaga-lume se rendeu, pedindo apenas para que ela lhe respondesse três perguntas, antes de devorá-lo. Um pouco relutante, mas satisfeita por mostrar sua superioridade diante da presa, a serpente aceitou a proposta. Para começar, o inseto quis saber se fazia parte da cadeia alimentar de sua perseguidora. Rapidamente, ela respondeu que não fazia. Percebendo que não se tratava de uma questão alimentar, o vaga-lume tentou puxar pela memória algo pessoal. No entanto, não se recordou de nenhum conflito entre eles. Questionou, então, se já havia feito algum mal à cobra. Ela balançou a cabeça negativamente. Confuso e sem entender o que se passava, ele perguntou, por fim, o que fazia a serpente caçá-lo com tanta insistência e ódio. A resposta foi objetiva. “É que não suporto vê-lo brilhar”, disse. Essa simples história retrata com clareza um sentimento conhecido por todos nós: a inveja. Afinal, quem é que nunca se sentiu incomodado com o sucesso alheio, desejou estar no lugar de outra pessoa ou possuir algo que não era seu? E mais que isso, qual de nós nunca notou (e temeu!) olhos invejosos diante de um momento feliz que estava vivenciando? “A inveja faz parte da natureza humana. E, por mais que as pessoas a evitem e sintam vergonha de admiti-la, é preciso reconhecer sua ação em nossas vidas e, assim, encontrar uma forma de trabalhá- la”, ressalta a terapeuta transpessoal Cida Medeiros, de São Paulo. Uma das principais questões acerca da inveja é a competitividade. Apesar de esse conceito ser um velho conhecido dos seres humanos – antes ligado a questões importantes, como a sobrevivência – atualmente, sua atuação é muito mais intensa e abrange as mais diversas áreas. “A cultura moderna prega padrões profissionais, estéticos e até pessoais que levam as pessoas a competirem o tempo todo, sem nem sequer se dar conta disso. E competição leva à comparação. Esse é o ponto de partida para muitas situações em que a inveja figura”, comenta Cida Medeiros. O raciocínio é lógico: quando comparamos duas ou mais pessoas, alguém termina em posição de desvantagem. E é aí que, geralmente, pinta aquele incômodo persistente, quase que como uma voz que nos estimula a cobiçar o trunfo do outro. No início a coisa é branda: a gente reconhece as qualidades dele e até lamenta por não ser daquele jeito. Existem casos, porém, em que a inveja toma proporções tão grandes que cria o desejo de destruir o ser invejado. Muita gente acredita, no entanto, que acertando a dose e sabendo direcioná-la é possível livrar a inveja do estigma de vilã. E mais do que isso, dá até para utilizá-la em favor próprio, sem prejudicar o outro. “A inveja pode funcionar como ferramenta para o crescimento. Isso ocorre quando as pessoas enxergam aquele que obteve sucesso como um exemplo e fazem disso um estímulo para buscar o que desejam ter ou ser”, explica Priscila Araújo. É o que chamamos de inveja boa e os especialistas de inveja criativa. Acontece que, muitas vezes, presenciar a vitória de outra pessoa nos desperta a vontade de vencer também. Aí, começamos uma série de atitudes benéficas: pensamos no que nos falta para chegar lá, planejamos, mudamos aquilo que não estava bom... É como um empurrãozinho, a força que faltava para irmos atrás de nossos objetivos. “Diante disso, fica claro que mesmo os sentimentos que rotulamos como negativos podem vir a serviço de algo, revelando-se, na verdade, transformadores. O segredo é acolher as emoções como parte de nós, refletir sobre elas e tudo o que sinalizam”, finaliza Cida Medeiros. (Extraído de Patrícia Affonso – Edição 29/2009 – Editora Escala, SP: Revista Vida Natural)   Analise as proposições e, posteriormente, assinale a alternativa que contém a opção correta. I- O o que aparece em ...o que fazia a serpente... tem o valor de um pronome demonstrativo. II- Por anteceder a um verbo, o vocábulo a apresenta equivalência morfológica nas três situações seguintes: a evitem, a competirem, a cobiçar. III- Em ...pinta aquele incômodo persistente..., o vocábulo em destaque é marca predominante da linguagem informal. IV- Em Essa simples história retrata com clareza um sentimento conhecido por todos nós: a inveja., os termos em negrito designam uma expressão que faz menção à palavra história.

  13. 133

    UNICENTRO 2010

    O Rei dos Animais Millôr Fernandes   Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim o Leão encontrou o Macaco e perguntou: "Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais?" O Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: "Claro que é você, Leão, claro que é você!". Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: "Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão?" E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: "Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?". Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: "Coruja, não sou eu o maioral da mata?" "Sim, és tu", disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o tigre. "Tigre, - disse em voz de estentor - eu sou o rei da floresta. Certo?" O tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: "Sim". E rugiu ainda mais mal humorado e já arrependido, quando o leão se afastou. Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o elefante. Perguntou: "Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?" O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensanguentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou: "Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado". M O R A L: CADA UM TIRA DOS ACONTECIMENTOS A CONCLUSÃO QUE BEM ENTENDE. Disponível em . Acesso em 23 jul 2009   . Assinale a alternativa em que a preposição de traduz uma relação de causa.

  14. 134

    MACKENZIE 2011

    Experiências comprovaram que, quando você conhece uma pessoa que lhe pareça confiável, o nível do hormônio ocitocina no seu cérebro aumenta. Isso faz com que você se sinta mais propenso a criar uma relação com aquela pessoa. Ou seja: graças à ocitocina, o cérebro aprendeu a transformar algo que era necessário à sobrevivência - a cooperação - em prazer. Com a evolução, a amizade deixou de ser imprescindível à sobrevivência do indivíduo. No mundo atual, para obter comida, basta ir a um restaurante. Dá para fazer isso sozinho, mas é muito desagradável, porque o seu cérebro está condicionado a fazer alianças.   É por isso que procuramos amigos, mesmo que tecnicamente não precisemos deles. Ter amigos só traz benefícios. Quanto mais, melhor; mas há um limite. Um estudo feito na Universidade de Oxford chegou a uma conclusão reveladora: 150 é o máximo de amigos que uma pessoa consegue ter ao mesmo tempo. Para que você mantenha uma amizade com alguém, precisa memorizar informações sobre aquela pessoa, que serão acionadas quando vocês interagirem. Por algum motivo, o cérebro não comporta dados sobre mais de 150 pessoas. (...) Adaptado de Camilla Costa e Bruno Garattoni, Revista Superinteressante, fev. 2011   A respeito do texto, observa-se que:

  15. 135

    UEL 2006

    A questão referem-se ao Canto V de Os Lusíadas (1572), de Luís Vaz de Camões (1524/5?-1580).   XXXVII Porém já cinco sóis eram passados Que dali nos partíramos, cortando Os mares nunca de outrem navegados, Prosperamente os ventos assoprando, Quando ua noite, estando descuidados Na cortadora proa vigiando, Ua nuvem, que os ares escurece, Sobre nossas cabeças aparece.   XXXVIII Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo. Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo - “Ó Potestade – disse – sublimada, Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?” CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. 4ª. ed. Porto: Editorial Domingos Barreira, s.d. p. 332.   Com base no segundo verso da estrofe XXXVIII, considere as afirmativas a seguir. I. O “que” substitui “nuvem”, termo presente no penúltimo verso da estrofe anterior. II. O “que” é um conectivo com valor de consequência das situações apresentadas no verso anterior. III. A expressão “um grande medo” é complemento da forma verbal “pôs”. IV. O agente da forma verbal “pôs” é “nuvem”, termo omitido neste verso.   Podemos inferir o que é estabelecido pelas alternativas

  16. 136

    UPE 2016

    Português no topo das línguas mais importantes   A língua portuguesa é a segunda língua mais importante no mundo dos negócios, pelo menos para quem tem o inglês como língua materna. Quem o diz é Ofer Shoshan, um colaborador da revista norte-americana Entrepeneur, num artigo divulgado esta semana.   Espanhol, português e chinês são, na opinião do autor do artigo, as línguas que “todos os diretores executivos de empresas globais devem aprender”. A lista refere um total de 6 línguas, incluindo o russo, o árabe e o alemão.   “A língua portuguesa já é a quarta língua mais traduzida, na nossa empresa, o que reflete o seu crescimento nos últimos anos”, diz Ofer, que é o diretor executivo da empresa de traduções One Hour Translations.   O autor admite, contudo, que este aumento da ‘procura’ da língua portuguesa está ligado ao Brasil e não a Portugal, já que “a economia brasileira está a deixar de ser emergente para passar a ser uma das mais ricas do mundo, com uma população gigantesca, vastos recursos naturais e uma forte comunidade tecnológica”.   Ofer Shoshan recorda que o próprio Bill Gates assumiu, recentemente, um dos seus maiores arrependimentos: não falar uma segunda língua para além do inglês.   Por outro lado, o autor refere o momento em que o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, “mostrou um impressionante domínio da língua chinesa, durante uma visita, em outubro passado, a uma universidade de Pequim”.   “Ao aprender chinês, Zuckerberg demonstrou que dominar a língua local é fundamental para aprofundar relações de negócio e conquistar a alma e o coração dos mercados”, diz Ofer Shoshan. Disponível em: https://iilp.wordpress.com/2015/05/06/portugues-no-topo-das-linguas-mais-importantes Acesso em:23/05/2015. Adaptado.   No que se refere a algumas relações semânticas que se apresentam no texto, analise as afirmações abaixo.   I. No trecho: “A língua portuguesa é a segunda língua mais importante no mundo dos negócios, pelo menos para quem tem o inglês como língua materna.”, o segmento sublinhado expressa uma ressalva. II. No trecho: “O autor admite, contudo, que este aumento da ‘procura’ da língua portuguesa está ligado ao Brasil”, o termo destacado indica que o autor pretendeu mudar a direção argumentativa do texto. III. Ao iniciar o sexto parágrafo com a expressão “Por outro lado”, o autor sinaliza ao leitor que vai inserir no texto um novo ponto de vista. IV. No trecho: “Ao aprender chinês, Zuckerberg demonstrou que dominar a língua local é fundamental para aprofundar relações de negócio”, o segmento destacado expressa condicionalidade.   Estão CORRETAS:

  17. 137

    UNICENTRO 2010

    Somos muito atrasados (literalmente) As estatísticas mostram que a ineficiência dos serviços públicos e privados no país rouba horas preciosas dos cidadãos. A origem disso é também cultural: o Brasil tem um dos povos menos pontuais do mundo Kalleo Coura   Esperar é sofrer. Tanto pela ansiedade associada à expectativa de ver algo se realizar como pela sensação, na maioria das vezes correta, de que se está desperdiçando algo valioso: tempo. Estima-se que um americano médio gaste cinco anos de sua vida parado em filas e seis meses esperando semáforos se abrirem. Se o mesmo estudo fosse feito no Brasil, as conclusões seriam ainda mais desanimadoras. A burocracia, a ineficiência de alguns serviços e o trânsito sobrecarregado fazem com que os brasileiros percam uma parcela muito maior de sua vida em atividades improdutivas do que, por exemplo, os americanos. Como a jornada de trabalho no Brasil também é maior, o resultado é que sobra menos tempo para a diversão. A cena de aeroportos abarrotados por causa do atraso de voos retrata o confisco de tempo livre a que os brasileiros costumam ser submetidos. Na quinta-feira 19, as companhias aéreas registraram um pico de 23% de voos com mais de trinta minutos de atraso. A média de outubro, que já foi alta, chegou a 14%. A população lida com essa realidade das duas únicas maneiras possíveis: ou incorpora a lentidão ao seu ritmo de vida, ou se exalta e perde a paciência. "A primeira postura é a que predomina no Brasil", diz o psicólogo social americano Robert Levine, autor do livro Uma Geografia do Tempo, inspirado na sua experiência como professor visitante em Niterói. No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados – do ponto de vista temporal, bem entendido – do mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres. O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. "Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria dos brasileiros considera aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público? Ou se, antes de ir a uma reunião, foi necessário gastar um tempo excessivo na fila de um posto de atendimento de uma operadora de celular para resolver um problema qualquer? Pôr a culpa apenas na burocracia e nos atrasos causados pelo subdesenvolvimento é compreensível só até certo ponto. Afinal de contas, as companhias aéreas, as empresas de telefonia e o sistema de tráfego são comandados e operados por indivíduos cuja melhor qualidade também não é a pontualidade – brasileiros, portanto. É impossível saber o que veio primeiro: a cultura do atraso ou a infraestrutura que provoca atrasos. Conclui-se daí que o Brasil está preso num círculo vicioso. A relação flexível com o relógio afeta a qualidade dos serviços do dia a dia, o que, por sua vez, rouba tempo da população e, assim, perpetua o desprezo generalizado pela pontualidade. Nos consultórios médicos, em especial, a permissividade com os horários é um espanto – e enseja situações desagradáveis. O infectologista Esper Georges Kallás, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, diz aceitar bem o atraso de seus pacientes, porque ele reconhece que às vezes não os atende no horário combinado. "Nem todos, porém, entendem isso. Certa vez, uma senhora se irritou porque eu me atrasei por mais de uma hora, brigou com a secretária e foi embora antes de ser atendida", diz Kallás. O descompasso entre a maioria que se conforma com – e causa – atrasos e a minoria que se esforça em planejar melhor o seu tempo é uma grande fonte de stress para os brasileiros. Uma pesquisa feita pela International Stress Management Association (Isma-Brasil) com 1 000 executivos mostra que 62% deles consideram a dificuldade em administrar seu tempo o principal fator de stress. "Como a síndrome de burnout, o grau extremo de stress, é mais comum entre os brasileiros do que entre os ingleses ou americanos, povos com uma relação mais rígida com o tempo, isso indica que nossa condescendência com a impontualidade não nos torna mais relaxados", diz a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma-Brasil. Perder tempo, assim, é um atraso de vida em todos os sentidos. Texto adaptado de . Acesso em 20 dez 2009.    Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao emprego dos elementos linguísticos e seus sentidos na construção do texto.

  18. 138

    UNCISAL 2016

    Patricia é o furacão “mais poderoso” da história, diz governo mexicano   Com ventos constantes de 325 km/h e máximos de 400 km/h, o furacão Patricia tornou-se o “mais poderoso que já surgiu no planeta em toda a história”, disse nesta sexta-feira (23) o diretor da Conagua (Comissão Nacional de Água do México), Roberto Ramírez.   “Não há um furacão em todo o planeta, em toda a história, que tenha chegado à velocidade de 325 km/h em seus ventos”, disse Ramírez ao destacar que analistas já consideram este como o “mais poderoso” jamais registrado.    Este furacão é “extremamente violento” e “pode ser muito catastrófico”, afirmou em entrevista coletiva para dar detalhes sobre a evolução do fenômeno meteorológico.    Ramírez explicou que nas últimas horas aconteceu uma mudança de rota, e atualmente ele se dirige em direção a Playa Perula, no sul do Estado de Jalisco, por isso está em uma “região de muito maior influência do Estado de Colima”.    Por isso, a cidade de Manzanillo, que fica a 90 km de Playa Perula, é a área de maior risco, embora isso não signifique que “esta seja a região de impacto”, ressaltou.    Segundo o boletim das 10 h 15 (hora local, 12 h 15 de Brasília) do SMN (Serviço Meteorológico Nacional), Patricia avança provocando ventos de 400 km/h em direção ao litoral dos Estados do Pacífico mexicano de Michoacán, Colima e Jalisco, e já causa ventos fortes e ressacas. [...]  Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015.     Considerando os operadores argumentativos presentes no texto, dadas as afirmativas,   I. Os modalizadores valorativos em Este furacão é “extremamente violento” são representados pelo pronome este e pela expressão adverbial.   II. Os verbos no modo indicativo exprimem, enquanto modalizadores valorativos, a posição de convicção do enunciador em relação às ideias apresentadas no texto.   III. Os operadores por isso e embora, presentes no 4º parágrafo, contêm noções semânticas de consequência e concessão, respectivamente.    IV. O vocábulo segundo (último parágrafo) confere a consistência da informação, recurso textual próprio de abordagem impessoal.     verifica-se que estão corretas

  19. 139

    ESPM 2006

    A morte do livro Ferreira Gullar   A morte do livro como veículo da literatura já foi profetizada várias vezes, na chamada época moderna. E não por inimigos da literatura, mas pelos escritores mesmos. Até onde me lembro, o primeiro a fazer essa profecia foi nada menos que o poeta Guillaume Apollinaire, no começo do século 20. (...) De qualquer modo, Apollinaire, que foi um bom poeta, revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram a se valer do livro para difundir seus poemas enquanto o disco veio servir mesmo foi aos cantores e compositores de canções populares, que são de fato os aedos modernos. [...] Ferreira Gullar. Folha de S.Paulo, 19/03/2006. No trecho "De qualquer modo, Apollinaire, que foi um bom poeta, revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram a se valer do livro para difundir seus poemas", o conector em destaque só não possui o mesmo valor semântico de

  20. 140

    UFAM 2010

    Das frases abaixo, a única que contém conjunção indicativa de tempo é:

  21. 141

    ACAFE 2014

    Santa Catarina tem bons indicadores sociais, mas ainda está distante do alto nível de desenvolvimento humano, aponta estudo.   Santa Catarina é o estado brasileiro que mais tem reduzido proporcionalmente o combate à pobreza. O índice caiu de 19% da população em 1990 para 11% em 2009. Contudo, ainda há cerca de 800 mil pessoas nessa condição, e destas, 102 mil têm renda inferior a R$ 70 mensais. Estas e outras constatações estão presentes no estudo "Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – Santa Catarina", lançado em dezembro de 2011 pelo Movimento Nós Podemos Santa Catarina (MNPSC), que reúne diversas entidades públicas, empresas, organizações da sociedade civil, universidades e prefeituras. A proposta da publicação é mobilizar a sociedade catarinense para que as Metas do Milênio – também conhecidas como "Oito Jeitos de Mudar o Mundo" – sejam atingidas até 2015, conforme preconiza a Organização das Nações Unidas (ONU). Oito grandes temas são abordados com recorte por regiões e por segmentos sociais: acabar com a fome; melhorar a educação; promover a igualdade entre os sexos; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental, e estabelecer uma parceria mundial para garantir as condições de desenvolvimento. O estudo aponta que Santa Catarina tem bons indicadores sociais, mas está longe de ser a "Europa brasileira". Um dos capítulos trata especificamente disso. Quando o estado é comparado aos países da OCDE – Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico, que reúne 34 países com economias de alta renda –, está em boa situação quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), escolaridade e mortalidade infantil. Mas não está bem em termos de emprego para as mulheres, saneamento e acesso à internet. Em resumo, há conquistas importantes, mas muito a avançar. No ODM 2, Educação, o estado atingiu a meta de acesso ao ensino fundamental, entretanto 25% dos jovens não o concluem. Existe igualdade entre sexos nas escolas, o que atende parcialmente ao ODM 3, mas as mulheres, mesmo com mais escolaridade, recebem menores salários do que os homens. Santa Catarina precisará de grande esforço da sociedade para atingir o ODM 4, cuja meta é chegar a 2015 com 7,5 óbitos por mil nascidos. Também será preciso investir na redução da mortalidade materna e na reversão da tendência de crescimento da Aids, principalmente entre jovens. A situação do acesso à água é muito positiva, próxima à universalização, mas o saneamento tratado é um dos piores do Brasil. O estudo faz diversas recomendações ao governo do estado, empresas, prefeituras e outras instituições para uma ampla mobilização social que contribua para a melhoria das condições de vida da população. Disponível em: http://www.nospodemos.org.br/noticias_detalhe/290/santacatarina-tem-bons-indicadores-sociais-mas-ainda-estadistante-do-alto-nivel-de-desenvolvimento-humano-apontaestudo. Acesso em: 17 abr. 2014 (adaptado).   Assinale a alternativa em que a substituição do termo sublinhado pelo termo sugerido entre parênteses não modifica o sentido da frase no texto.

  22. 142

    UFRGS 2014

    O menino sentado à minha frente é meu irmão, assim me disseram; e bem pode ser verdade, ele regula pelos dezessete anos, justamente o tempo em que estive solto no mundo, sem contato nem notícia.   A princípio quero tratá-lo como intruso, mostrar-lhe ........ minha hostilidade, não abertamente para não chocá-lo, mas de maneira a não lhe deixar dúvida, como se lhe perguntasse com todas as letras: que direito tem você de estar aqui na intimidade de minha família, entrando nos nossos segredos mais íntimos, dormindo na cama onde eu dormi, lendo meus velhos livros, talvez sorrindo das minhas anotações à margem, tratando meu pai com intimidade, talvez discutindo a minha conduta, talvez até criticando-a? Mas depois vou notando que ele não é totalmente estranho. De repente fereme ........ ideia de que o intruso talvez seja eu, que ele tenha mais direito de hostilizar-me do que eu a ele, que vive nesta casa há dezessete anos. O intruso sou eu, não ele.   Ao pensar nisso vem-me o desejo urgente de entendê-lo e de ficar amigo. Faço-lhe perguntas e noto a sua avidez em respondê- las, mas logo vejo a inutilidade de prosseguir nesse caminho, as perguntas parecem-me formais e as respostas forçadas e complacentes.   Tenho tanta coisa a dizer, mas não sei como começar, até a minha voz parece ter perdido a naturalidade. Ele me olha, e vejo que está me examinando, procurando decidir se devo ser tratado como irmão ou como estranho, e imagino que as suas dificuldades não devem ser menores do que as minhas. Ele me pergunta se eu moro em uma casa grande, com muitos quartos, e antes de responder procuro descobrir o motivo da pergunta. Por que falar em casa? E qual a importância de muitos quartos? Causarei inveja nele se responder que sim? Não, não tenho casa, há muitos anos que tenho morado em hotel. Ele me olha, parece que fascinado, diz que deve ser bom viver em hotel, e conta que, toda vez que faz reparos ........ comida, mamãe diz que ele deve ir para um hotel, onde pode reclamar e exigir. De repente o fascínio se transforma em alarme, e ele observa que se eu vivo em hotel não posso ter um cão em minha companhia, o jornal disse uma vez que um homem foi processado por ter um cão em um quarto de hotel. Confirmo ........ proibição. Ele suspira e diz que então não viveria em um hotel nem de graça. Adaptado de: VEIGA, José J. Entre irmãos. In: MORICONI, Ítalo M. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 186-189     Considere as afirmações abaixo, sobre os usos de e e mas no texto.     I - No segundo e terceiro parágrafo, a conjunção mas tem o papel de mostrar, por meio de oposições de sentido, os conflitos do narrador-personagem.   II - A conjunção E funciona como um articulador das dúvidas do irmão do narrador-personagem sobre o motivo da pergunta.   III- No final do último parágrafo, a conjunção e, além de estabelecer relação aditiva entre orações de idêntica função, também sinaliza a mudança de ações na narrativa.     Quais estão corretas?

  23. 143

    UNIPAM 2013

    Um “exercício de ubiqüidade”, esta “impertinente ausência”, de Michel de Certeau.   A autonomia do leitor depende de uma transformação das relações sociais que sobredeterminam a sua relação com os textos. [...]. Destacar alguns aspectos da operação leitora indica já como é que ela escapa à lei da informação. “Leio e me ponho a pensar... Minha leitura seria então a minha impertinente ausência. Seria a leitura um exercício de ubiqüidade?” Experiência iniciática: ler é estar alhures, onde não se está, em outro mundo; é constituir uma cena secreta, lugar onde se entra e de onde se sai à vontade; é criar cantos de sombra e de noite numa existência submetida à transparência tecnocrática e àquela luz implacável que, em Genet, materializa o inferno da alienação social. Já o observava Marguerite Duras: “Talvez se leia sempre no escuro... A leitura depende da escuridão da noite. Mesmo que se leia em pleno dia, fora, faz-se noite em redor do livro”. O leitor é o produtor de jardins que miniaturizam e congregam um mundo. Robinson de uma ilha a descobrir, mas “possuído” também por seu próprio carnaval que introduz o múltiplo e a diferença no sistema escrito de uma sociedade e de um texto. Autor romanesco, portanto. Ele se desterritorializa, oscilando em um não lugar entre o que inventa e o que modifica. Ora efetivamente como o caçador da floresta, ele tem o escrito à vista, descobre uma pista, ri, faz “golpes”, ou então, como jogador deixa-se prender aí. Ora perde aí as seguranças fictícias da realidade: suas fugas o exilam das certezas que colocam o eu no seu tabuleiro social. Quem lê com efeito? Sou eu ou o quê de mim? “Não sou eu como uma verdade, mas eu como a incerteza do eu, lendo estes textos da perdição[...]” . Longe de serem escritores, fundadores de um lugar próprio, herdeiros dos servos de antigamente mas agora trabalhando no solo da linguagem, cavadores de poços, construtores de casas, os leitores são viajantes; circulam nas terras alheias, nômades caçando por conta própria através dos campos que não escreveram, arrebatando os bens do Egito para usufruí-los. A escritura acumula, estoca e resiste ao tempo pelo estabelecimento de um lugar e multiplica sua produção pelo expansionismo da reprodução. A leitura não tem garantias contra o desgaste do tempo (a gente se esquece e esquece), ela não conserva ou conserva mal a sua posse, e cada um dos lugares por onde ela passa é repetição do paraíso perdido. Com efeito, a leitura não tem lugar: Barthes lê Proust no texto de Stendhal; o telespectador lê a paisagem de sua infância na reportagem da atualidade. A telespectadora que diz da emissão vista na véspera: “Era uma coisa idiota, mas eu não desligava”, qual era o lugar que a prendia, que era e no entanto não era o da imagem vista? O mesmo se dá com o leitor: seu lugar não é aqui ou lá, um ou outro, mas nem um nem outro, simultaneamente dentro e fora, perdendo tanto um como o outro misturando-os, associando textos adormecidos mas que ele desperta e habita, não sendo nunca o seu proprietário. Assim, escapa também à lei de cada texto em particular, como à do meio social. (CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1998).   Assinale a alternativa que faz uma leitura EQUIVOCADA do recurso sintático e/ou textual sublinhado no fragmento selecionado.

  24. 144

    FGV-SP 2011

    A ideia de que as letras se destinam, exclusivamente, à motivação de fatos emocionais ou ao prazer lúdico do homem domina o juízo comum a respeito. No entanto, isso é um grande erro. As letras enriquecem o conhecimento com a mesma força, ainda que sob ângulos diversos, com que se apresentam os recursos científicos e os aperfeiçoamentos tecnológicos. Hoje, o estudo das letras se coloca na mesma posição intelectual que faz a justa glória dos pesquisadores e professores da área científica. Afrânio Coutinho Considerado o contexto, na oração “com que se apresentam os recursos científicos e os aperfeiçoamentos tecnológicos”, pode-se usar a preposição “de” em lugar de “com”, se o verbo for substituído por  

  25. 145

    PUC-RS 1994

    1. Os adolescentes usam a web como uma espécie 2. de laboratório social, para testar limites do relacio- 3. namento. A estudante paulista L.S.B., 15 anos, assí- 4. dua no Orkut e no MSN, diz ter maior intimidade com 5. o computador do que com os pais. “Quando estou 6. dando uma bronca, prefiro falar pessoalmente, mas 7. tem coisas que só consigo digitar”, diz. As novidades 8. não dizem respeito apenas a relacionamentos e tro- 9. ca de informações – mas, também, a velocidade. A 10. antropóloga Anne Kirah observou que a maior difi- 11. culdade dos imigrantes (isto é, aquelas pessoas nas- 12. cidas quando o telefone tinha disco e que, em caso 13. de  urgência,  enviavam  telegramas)  é  entrar  em 14. sintonia com o ritmo atual e acelerado da sociedade 15. on-line. Para os jovens, que não conheceram outra 16. vida, isso é perfeitamente natural. 17. A tecnologia abriu uma porta para que as pesso- 18. as possam estar em contato permanente umas com 19. as outras e para que tenham acesso ininterrupto à 20. informação. Ainda é cedo para conhecer os efeitos a 21. longo prazo da cultura da comunicação. O modelo é 22. espetacular, e seus benefícios para a difusão do co- 23. nhecimento são evidentes. Em contrapartida, a co- 24. nexão permanente parece estar reduzindo o tempo 25. disponível para simplesmente sentar e pensar. INSTRUÇÃO: Responder à questão com base nas afirmativas sobre o valor sintático e semântico das palavras no texto. I. Em  “Os  adolescentes”  (linha  01)  e  “os jovens” (linha 15), os termos em destaque não especificam os substantivos que os acompanham. II. Em “não dizem respeito apenas a relacionamentos” (linha 08), a substituição da palavra sublinhada por “amizades” exigiria o emprego de acento indicativo de crase. III. Em  “a velocidade”  (linha  09)  e  “a  longo  prazo” (linhas  20  e  21),  as  palavras  em  destaque  têm valor gramatical equivalente. IV. As expressões “aquelas pessoas” (linha 11) e “as pessoas”  (linhas 17 e 18)  referem-se  ao  mesmo conjunto de seres.   Pela análise das afirmativas, é possível concluir que estão corretas apenas  

  26. 146

    UEL 2010

    Poema obsceno 1. Façam a festa 2. cantem e dancem 3. que eu faço o poema duro 4. o poema-murro 5. sujo 6. como a miséria brasileira 7. Não se detenham: 8. façam a festa 9. Bethânia Martinho 10. Clementina 11. Estação Primeira de Mangueira Salgueiro 12. gente de Vila Isabel e Madureira 13. todos 14. façam 15. a nossa festa 16. enquanto eu soco este pilão 17. este surdo 18. poema 19. que não toca no rádio 20. que o povo não cantará 21. (mas que nasce dele) 22. Não se prestará a análises estruturalistas 23. Não entrará nas antologias oficiais 24. Obsceno 25. como o salário de um trabalhador aposentado 26. o poema 27. terá o destino dos que habitam o lado escuro do país 28. – e espreitam.   Sobre o texto, considere as afirmativas a seguir:   I. O verbo “socar”, aplicado ao fazer poético, revela a tendência metalinguística da poesia do autor. II. A conjunção adversativa “mas” (verso 21) estabelece oposição entre povo e poema. III. A alternância entre o imperativo afirmativo e o negativo representa a separação entre o eu-lírico (eu) e o povo (todos). IV. Em relação aos modos verbais no poema, ao referir-se à “festa”, há o emprego do imperativo.   Assinale a alternativa correta.

  27. 147

    Espcex (Aman) 2016

    Assinale a alternativa que apresenta uma circunstância de tempo.

  28. 148

    UECE 2015

    O milagre das folhas               1Não, nunca me acontecem milagres. Ouço falar, e às vezes 2isso me basta como esperança. Mas também me revolta: por que não a mim? Por que só de ouvir falar? 3Pois já cheguei a ouvir conversas assim, sobre milagres: “Avisou-me que, ao ser dita determinada palavra, um objeto de estimação se quebraria”. 4Meus objetos se quebram banalmente e pelas mãos das empregadas.             5Até que fui obrigada a chegar à conclusão de que sou 6daqueles que rolam pedras durante séculos, e não 7daqueles para os quais os seixos já vêm prontos, polidos e brancos. Bem que tenho visões fugitivas antes de adormecer – seria milagre? Mas já me foi tranquilamente explicado que isso até nome tem: cidetismo (sic), capacidade de projetar no alucinatório as imagens inconscientes.             Milagre, não. Mas as coincidências. 8Vivo de coincidências, vivo de linhas que incidem uma na outra e se cruzam e no cruzamento formam um leve e instantâneo ponto, tão leve e instantâneo que mais é feito de pudor e segredo: mal eu falasse nele, já estaria falando em nada.             9Mas tenho um milagre, sim. O milagre das folhas. Estou andando pela rua e do vento me cai uma folha exatamente nos cabelos. A incidência da linha de milhões de folhas transformadas em uma única, e de milhões de pessoas a incidência de reduzi-las a mim. 10Isso me acontece tantas vezes que passei a me considerar modestamente a escolhida das folhas. Com gestos furtivos tiro a folha dos cabelos e guardo-a na bolsa, como o mais diminuto diamante.             11Até que um dia, abrindo a bolsa, encontro entre os objetos a folha seca, engelhada, morta. Jogo-a fora: não me interessa fetiche morto como lembrança. E também porque sei que novas folhas coincidirão comigo.             12Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza.   LISPECTOR, Clarice. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos. Organização e introdução. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 186-187.   Acerca do “pois” da referência 3, deve-se dizer que

  29. 149

    UFABC 2006

    Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços. As palavras destacadas que exercem a mesma função sintática exercida pelo que no enunciado acima são:

  30. 150

    UNEMAT 2008

    Na frase “Enquanto a alguns é legitimado o direito de possuir, a outros, como consequência, é negado o direito animal de comer, beber, etc. [...]”, a conjunção enquanto pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por:

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