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  1. 31

    MILTON CAMPOS 2013

    A primeira morte Eliane Brum  A notícia veio em um exame de rotina, aberto na página do laboratório na internet enquanto tomava um chocolate quente. Na verdade, leite com um chocolate em pó cheio de porcarias que ele toma desde a infância e, por isso, aos 43 anos, é uma fonte de alegria permanente na prateleira da cozinha. Quando bateu na minha porta, os olhos escancarados, avisando que tinha uma má notícia, eu pensei logo em câncer. No nosso tempo, é o que a gente sempre pensa, mesmo que não diga. “Meu colesterol está alto”, ele disse. “Muito acima do péssimo.” Amoleci inteira e até esbocei um sorriso. “Ah, mas isso não é tão grave.” Mas era. Eu não fui capaz de perceber logo, mas era a primeira morte de meu melhor amigo.  Não era uma doença incurável, não era um drama humanitário, não era nada que alterasse a ordem do mundo. Era só a pequena tragédia dele. Comezinha e cotidiana. A tragédia de um homem comum, com uma vida comum, que sentia a primeira fisgada do fim.  No percurso de uma vida, quando temos a sorte de ter uma existência longa, passamos por várias pequenas mortes e renascimentos. É importante que partes de nós morram para que outras possam nascer – ou apenas para que esses pedaços mofados de nossas crenças sobre nós ou da crença de outros sobre nós saiam do caminho. É triste quando alguém é uma coisa só a vida toda – perdendo a chance de acolher todos os outros de si. Quando alguém anda pela vida apertado em uma roupa que nunca lhe serviu direito, mas que foi vestida nele ou nela por seus pais ainda na infância, como se fosse o único modelo que lhe coubesse.  É importante que, em algum momento, de preferência mais cedo do que tarde, a gente descubra que essa roupa não serve – ou que apenas algumas partes servem e outras precisam ser jogadas fora, para que novas possam ser inventadas. É essencial que nos libertemos dos dogmas impingidos sobre nós para podermos criar uma vida que faça mais sentido – e para nos sentirmos livres para recriá-la o tempo todo. O olhar do outro sobre nós, a começar pelo dos nossos pais, às vezes é redenção, em outras é prisão, em geral é ambos.  Por isso me parece que uma vida é mais rica quando morremos e renascemos muitas vezes. Mas esta é a existência psíquica, é o que se passa em nossas porções invisíveis, naquela parte da nossa geografia que não se pode tocar com as mãos. Poucas coisas ou nenhuma são mais assustadoras do que ousar se libertar de um jeito de ser cujo funcionamento conhecemos. Porque ainda que esse jeito nos sequestre o desejo, nos parece mais seguro do que enfrentar o vazio de descobrir formas de viver mais próximas de nossos anseios. Mas, se tivermos essa coragem que anda de mãos agarradas com o medo, nós nos responsabilizamos pelas nossas escolhas, seguimos e criamos e morremos e renascemos. Muitas vezes.  Em algum momento, porém, o corpo anuncia uma morte da qual não é possível renascer. A rigor, começamos a morrer desde o nascimento. De fato, nosso declínio físico começa aos 20 e poucos anos, mas esses sinais podem ser ignorados. E são. Por volta dos 40 – um pouco depois, para quem tem mais sorte, um pouco antes, para quem tem mais azar –, recebemos a notícia da primeira morte que não podemos ignorar. A primeira morte do corpo.  Foi o que aconteceu com meu melhor amigo. Para não morrer nos próximos anos de enfarte ou AVC por causa das artérias entupidas de gordura, ele matou com um só golpe um mundo inteiro dentro de si. Não é uma mera mudança de hábitos, como médicos e nutricionistas tentam nos convencer em consultas, reportagens e sites da internet. É um mundo inteiro que se extingue como se o Sol explodisse de repente, muito antes dos bilhões de anos calculados pelos astrônomos. Para quem vive nesse planeta, é uma hecatombe. Para a imensidão do universo, é um nada, estrelas morrem o tempo todo sem que a ordem da vida dos outros se altere.  Para o planeta humano que é meu melhor amigo, foi uma hecatombe. Acabaram-se as feijoadas, o churrasco, a pizza, o hambúrguer, a batata frita, os pastéis, os bolos, os bolinhos, as tortas, os chocolates. Mas não só. Encerrou-se a possibilidade de renovar a qualquer momento a memória de uma vida de afetos: a receita de bacalhau da mãe que morreu, a torta de morangos que só a sogra sabe fazer, o feijão gordo que a mulher prepara toda quinta-feira e havia se tornado um acontecimento, a noite com o amigo de infância recheada de cumplicidade, chope e frituras.  Acabou-se a possibilidade de degustar territórios ainda não desbravados. As experiências gastronômicas com um amigo chefe de cozinha. O acesso às dores de alma e as alegrias de outros povos e terras através da comida, dos ingredientes e dos temperos, que o instigavam a jamais perder nenhuma chance de viajar. Suas próprias invenções com as panelas que reuniam os mais próximos em alegres descobertas na mesa da cozinha. Agora, ele terá de recusar pratos em almoços e jantares – e será um problema na cozinha alheia.  Um mundo dentro do mundo morreu em um segundo. E a notícia dessa morte o lembra o tempo todo de que é só a primeira das muitas que virão. “Tenho medo de morrer de repente”, ele diz. Porque sente que uma parte dele teve morte súbita tendo ele mesmo por testemunha. “Eu não fumo, não uso drogas, só bebo em ocasiões especiais”, ele diz, traído. Eu quase digo: “A vida não dá garantias”, mas me contenho a tempo.  Sei que dentro dele toca o réquiem de Verdi, dramático e grandiloquente, mas só ele escuta. Porque sua tragédia é prosaica, acontece com muitos, não é notícia nem na família. Ele é só mais um homem diante do parapeito da ponte – sem vontade de atirarse dali, mas apavorado porque um dia vai estar lá embaixo.  Pesquisamos juntos na internet, tentamos inventar receitas, descobrir novos ingredientes, criar um mundo novo dentro do universo restrito ao qual ele foi confinado. Cheiramos desconfiados uma linguiça de soja, passamos retos pela manteiga, enchemos o carrinho de coisas verdes. Depois vamos ao cinema para esquecer seu pequeno drama diante da grandeza do drama maior de um outro, mas, quando estaqueamos diante da pipoca, o luto desce sobre ele, inexorável. Sabemos que é preciso aceitar essa morte, assim como todas que virão, com o excesso de perdas que ela contém. Em geral não se morre de uma vez só, mas aos poucos. E é o corpo que nos ensina a brutalidade dessa verdade.  O colesterol não encolheu apenas a largura das artérias de meu melhor amigo, mas também a largura da sua vida. Ele sabe que não pode escapar dos limites impostos pelo corpo. Pode, como todos nós, no máximo adiá-los. No exame do laboratório o tal do LDL avisa que a juventude, aquele tempo no qual era possível fingir que não havia limites, acabou. Mas a gordura que entulha as artérias de meu melhor amigo não lhe obstrui o espírito. Porque morreu e nasceu muitas vezes ao longo de seus 43 anos, há nele uma vida dentro da vida que se amplia também nesse choque com os limites. Enquanto o corpo falha, sua mente recolhe suas lágrimas, sua surpresa e sua dor e os transforma em uma experiência a mais.  Sempre foi assim, afinal. É no confronto com a miséria da condição humana que produzimos o melhor do humano. Condenados eternamente ao fracasso de nosso embate com a morte, inventamos essa vida dentro da vida. Que, se tivermos a ousadia de morrer e nascer várias vezes no espaço de uma existência, será uma vida maior que a vida.  Não tenho dúvidas de que meu melhor amigo seguirá suspirando de saudades de uma picanha gorda ou de um feijão com costelinha de porco. Mas, nesse último final de semana, ele já havia colado um cartaz patético na cozinha, com imagens suas de a.C. e d.C. – “C” não de Cristo, mas de colesterol. Estava entrouxado de roupas porque acreditava que os 100 gramas que tinha perdido desde que abriu o exame tornaram-no “mais friorento”. E tentava inventar uma maionese caseira sem ovos nem óleo.  Soube então que estava salvo. Não do colesterol, mas de algo muito pior: uma vida pequena. (Fonte: revistaepoca.globo.com)   Em todos os trechos a seguir, a autora se utilizou de palavras e/ou expressões que possuem um efeito de sentido figurado, EXCETO em

  2. 32

    UNESP 2013

    Os donos da comunicação   Os presidentes, os ditadores e os reis da Espanha que se cuidem porque os donos da comunicação duram muito mais. Os ditadores abrem e fecham a imprensa, os presidentes xingam a TV e os reis da Espanha cassam o rádio, mas, quando a gente soma tudo, os donos da comunicação ainda tão por cima. Mandam na economia, mandam nos intelectuais, mandam nas moças fofinhas que querem aparecer nos shows dos horários nobres e mandam no society que morre se o nome não aparecer nas colunas. Todo mundo fala mal dos donos da comunicação, mas só de longe. E ninguém fala mal deles por escrito porque quem fala mal deles por escrito nunca mais vê seu nome e sua cara nos “veículos” deles. Isso é assim aqui, na Bessarábia e na Baixa Betuanalândia. Parece que é a lei. O que também é muito justo porque os donos da comunicação são seres lá em cima. Basta ver o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela mídia deles, não é mesmo? Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam sair 10% do que sabem? Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas besteiras. Corajoso mesmo, eu acho, é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica xinfrim, teu terrorismo sai em corpo 6 e se você morre vai lá pro fundo do jornal em quatro linhas. Millôr Fernandes. Que país é este?, 1978. As repetições, o uso de palavras e expressões populares, a justaposição fluente de ideias, dispensando vírgulas, e as ironias constantes atribuem ao texto de Millôr Fernandes

  3. 33

    UEMS 2008

    Capítulo XVII Os Vermes “Ele fere e cura”! Quando, mais tarde, vim a saber que a lança de Aquiles também curou uma ferida que fez, tive tais ou quais veleidades de escrever uma dissertação a este propósito. Cheguei a pegar em livros velhos, livros mortos, livros enterrados, a abri-los, a compará-los, catando o texto e o sentido, para achar a origem comum do oráculo pagão e do pensamento israelita. Catei os próprios vermes dos livros, para que me dissessem o que havia nos textos roídos por eles. – Meu senhor, respondeu-me um longo verme gordo, nós não sabemos absolutamente nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, nem amamos ou detestamos o que roemos; nós roemos. Não lhe arranquei mais nada. Os outros todos, como se houvessem passado palavra, repetiam a mesma cantilena. Talvez este discreto silêncio sobre os textos roídos fosse ainda um modo de roer o roído.     No enunciado “Cheguei a pegar em livros velhos, livros mortos, livros enterrados”, é possível identificar uma:

  4. 34

    UNIPAM 2015

    É menina   É menina, que coisa mais fofa, parece com o pai, parece com a mãe, parece um joelho, upa, upa, não chora, isso é choro de fome, isso é choro de sono, isso é choro de chata, choro de menina, igualzinha à mãe, achou, sumiu, achou, não faz pirraça, coitada, tem que deixar chorar, vocês fazem tudo o que ela quer, isso vai crescer mimada, eu queria essa vida pra mim, dormir e mamar, aproveita enquanto ela ainda não engatinha, isso daí quando começa a andar é um inferno, daqui a pouco começa a falar, daí não para mais, ela precisa é de um irmão, foi só falar, olha só quem vai ganhar um irmãozinho, tomara que seja menino pra formar um casal, ela tá até mais quieta depois que ele nasceu, parece que ela cuida dele, esses dois vão ser inseparáveis, ela deve morrer de ciúmes, ele já nasceu falante, menino é outra coisa, desde que ele nasceu parece que ela cresceu, já tá uma menina, quando é que vai pra creche, ela não larga dessa boneca por nada, já podia ser mãe, já sabe escrever o nomezinho, quantos dedos têm aqui, qual é a sua princesa da Disney preferida, quem você prefere, o papai ou a mamãe, quem é o seu namoradinho, quem é o seu príncipe da Disney preferido, já se maquia dessa idade, é apaixonada pelo pai, cadê o Ken, daqui a pouco vira mocinha, eu te peguei no colo, só falta ficar mais alta que eu, finalmente largou a boneca, já tava na hora, agora deve tá pensando besteira, soube que virou mocinha, ganhou corpo, tenho uma dieta boa pra você, a dieta do ovo, a dieta do tipo sanguíneo, a dieta da água gelada, essa barriga só resolve com cinta, que corpão, essa menina é um perigo, vai ter que voltar antes de meia-noite, o seu irmão é diferente, menino é outra coisa, vai pela sombra, não sorri pro porteiro, não sorri pro pedreiro, quem é esse menino, se o seu pai descobrir, ele te mata, esse menino é filho de quem, cuidado que homem não presta, não pode dar confiança, não vai pra casa dele, homem gosta é de mulher difícil, tem que se dar valor, homem é tudo igual, segura esse homem, não fuxica, não mexe nas coisas dele, tem coisa que é melhor a gente não saber, não pergunta demais que ele te abandona, o que os olhos não veem o coração não sente, quando é que vão casar, ele tá te enrolando, morar junto é casar, quando é que vão ter filho, ele tá te enrolando, barriga pontuda deve ser menina, é menina.   É menino   É menino, a cara do pai, a cara da mãe, esse menino vai ser safado, só quer saber das meninas, só brinca com as meninas, nem parece menino, mas é menino, tem pipi de menino, tem que botar ele no futebol, não é possível que ele odeie futebol, todo menino gosta de futebol, ele ainda vai descobrir que gosta, tem que levar ele pro estádio, ele tem é que passar mais tempo com o pai, isso é falta de pai, ele tem é que sair da aba da mãe, ele tem é que ir pra uma escola só de meninos, isso é falta de porrada, é impressão minha ou desde que ele entrou na escola de meninos ele tá ainda mais menina, acho que ele passa tempo demais com meninos, daí só quer saber de meninos, deve ser isso, é falta de carinho, é falta de mulher, acho que ele tem que passar mais tempo com as meninas, ele tem é que se apaixonar por uma menina, ele acha que gosta de meninos porque ainda não encontrou a menina certa, se ele só se dá bem com meninas deve ser porque gosta tanto de meninas que não consegue sair de perto delas, já saquei qual é a dele, é muito esperto, finge que é menina pra se aproveitar delas, esses são os piores, também não precisava se vestir de menina, acho que ele tá exagerando, coitado dos pais dele, o que é que eu vou falar pros seus avós, acho que o seu avô se mata, pena que ainda não dá pra mandar pro Exército, tem que botar no escoteiro que dali ele vai direto pro Exército, acho que nem o escoteiro vai querer saber dele vestido desse jeito, não acredito que ele quer mudar de nome, isso tem que resolver na terapia, deve ter sido abusado na infância, tá querendo agredir os pais, espera que essa moda passa, hoje em dia a pessoa é obrigada a ser bicha, parece que tem um revólver na cabeça da criançada, é a ditadura gay, tá demorando a passar essa moda, cresceu peito nele ou isso é uma meia, onde foi que os pais erraram, ou quem errou foi a sociedade, a culpa é da televisão, a culpa é da escola, a culpa é de algum tio que deve ter abusado dele, e não é que ele dá uma mulher bonita, nem parece homem, já mandei meu marido sair de perto dele, desculpa, eu me recuso a chamar ele de ela, eu vi ele crescer, ele tem um negócio debaixo da saia, ele é menino, ele sempre vai ser menino, essas coisas a gente não muda, essas coisas a gente não muda, essas coisas não mudam a gente, essas coisas a gente é, a gente é o que a gente for, é menina.   Julgue a correspondência entre o fragmento selecionado e a indicação da figura de linguagem.   I. De É menina: “ela deve morrer de ciúmes” → hipérbole II. De É menina: “agora deve tá pensando besteira → eufemismo III. De É menino: “isso é falta de porrada” → eufemismo IV. De É menino: “acho que o seu avô se mata” → hipérbole   É CORRETO apenas o que se afirma em

  5. 35

    UNEMAT 2008

    Figura de linguagem é uma forma de expressão que consiste no emprego de palavras em sentido diferente daquele em que convencionalmente são empregadas. Na frase “Comida é pasto”, a palavra pasto foi empregada como:

  6. 36

    UEMG 2006

    Assinale a alternativa em que o(s) termo(s) em negrito do fragmento citado NÃO contém (êm) traço(s) da função emotiva da linguagem.

  7. 37

    UEMS 2006

    Queremos rir   Um mágico trabalhava em um navio. Como o público era diferente a cada semana, ele sempre repetia os mesmos números. O papagaio do capitão, que assistia a todos os shows, começou a descobrir os truques do mágico. Durante as apresentações, o papagaio dizia: – Ele está escondendo as flores debaixo da mesa!   – Ei, por que todas as cartas são ases de espadas?   – Atenção, não olhem para a mesma cartola!   O mágico ficava fulo da vida, mas não podia fazer nada – afinal, o papagaio era do capitão.   Um dia o navio afundou. O mágico se salvou, agarrando-se a um pedaço de madeira. Por um capricho do destino, viu-se junto do papagaio. Os dois passaram dois dias boiando no mar, olhando-se com desprezo e sem dizer uma palavra. Finalmente, no terceiro dia o papagaio não se conteve e disse para o mágico:   – O.k., seu safado! Eu desisto! Onde você enfiou a porcaria do navio?         No texto “Queremos Rir” a interação do papagaio com o mágico reflete o uso da seguinte figura de linguagem:

  8. 38

    UNEMAT 2010

    A Gramática da Língua Portuguesa define metáfora como sendo a “alteração do sentido de uma palavra, pelo acréscimo de um significado segundo, quando entre o sentido de base e o acrescentado há uma relação de semelhança, de intersecção, isto é, quando eles apresentam traços semânticos comuns”. Fonte:Platão & Fiorin, 2003. Com base na definição, assinale a alternativa em que a frase contém a figura de linguagem denominada metáfora.

  9. 39

    UNICENTRO 2014

    Leia o texto, a seguir, e responda à questão.   O grande marechal Cândido Rondon, que desbravou os rincões brasileiros, tinha como lema na colonização de terras indígenas o famoso “Morrer se preciso for; matar nunca”. Os lendários irmãos Villas Bôas, mundialmente famosos por terem feito o primeiro contato com os índios gigantes da Amazônia, os crenacarores, pautavam-se pelos mesmos cuidados de Rondon. A manutenção da vida e a saúde dos índios eram uma obrigação do estado brasileiro em sua política de expansão das fronteiras civilizadas sobre terras habitadas pelas populações originais pré-cabralinas. A Rondon e aos irmãos Villas Bôas não escapava a melancólica sensação da inevitabilidade da extinção ou, em um cenário benigno, da mutilação das culturas daqueles povos. Sempre foi trágico para o mais fraco o milenar encontro de populações em estágios díspares de desenvolvimento tecnológico. “Quem carregava o aço, a pólvora ou os germes mais fortes dizimava o outro. Assim caminhou a humanidade desde tempos imemoriais”, escreveu o geógrafo americano Jared Diamond. A conclusão é que não existe política indigenista justa para os índios. Qual a solução para a questão indígena brasileira? A pergunta não tem resposta simples. Está na hora de tirar o problema do âmbito do Conselho Indigenista Missionário e das ONGs estrangeiras e tratá-lo como uma questão de estado norteada pelo tema do marechal Rondon e pela insatisfatória, mas realista, visão dos irmãos Villas Bôas. Os índios precisam de proteção do estado para que não sejam usados como massa de manobra por manipuladores a quem mais interessam os mártires. (Adaptado de: A questão indígena. Veja. Carta ao Leitor. 12 jun. 2013. São Paulo: Ed. Abril, ano 46, n.24. p.12.)   Assinale a alternativa que corresponde, corretamente, à figura de linguagem presente em “para que não sejam usados como massa de manobra por manipuladores”.

  10. 40

    UFV 2005

    Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernardo, de Graciliano Ramos: I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir a propriedade S. Bernardo, onde trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões. II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava aboletado desde meio-dia, tomava café e conversava, bastante satisfeito. III. João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados de trás para diante. IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que fôssemos como os bois? Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar-se um vivente por gosto? Será? Não será? Para que isso? Procurar dissabores! Será? Não será? V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia. Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o exercício de metalinguagem em São Bernardo:

  11. 41

    UNAMA 2008

    O Círio de Nazaré   “Na romaria de Nazaré, o melhor dia é a noite da transladação, diziam os namorados. Noite em que a Virgem de Nazaré saía do Instituto Gentil Bittencourt, um colégio de moças, para a Catedral na Cidade Velha, passando a procissão pelas três janelas da família Alcântara. Da velha e bela Sé, o Círio, na manhã seguinte, novamente passando pelos Alcântaras, levaria a santa na sua berlinda para a Basílica ainda e sempre em construção. [...]”   Nas passagens “... passando a procissão pelas três janelas da família Alcântara.” e “... novamente passando pelos Alcântaras...”, o autor organizou seu pensamento de modo especial para relacionar o ir-e-vir da procissão do Círio com os Alcântaras e a residência deles. Para isso, valeu-se da:    

  12. 42

    UEMS 2010

    A capacidade de superação Resiliência Humana     Quando o vento sopra, o bambu se curva; quando o vento pára, o bambu não emite qualquer som”. Daí então, quando algo acontece, eu comparo com a situação original. Quando acaba, eu retiro de minha mente os efeitos. Tsai Chih Chung       Resiliência em metalurgia refere-se à propriedade de um material recuperar-se ou adaptar-se rapidamente. Resiliência também é a propriedade pela qual um corpo devolve a energia que armazena ao sofrer uma deformação elástica assim que cessa a tensão deformadora. Dentro deste conceito, o aço tem alta resiliência e o chumbo é um dos metais de mais baixa resiliência. Com pouquíssimo esforço consegue-se vergar uma lâmina de chumbo, que se manteria vergada enquanto nada fosse feito para recuperar a sua condição inicial. Por mais que se tente ajeitá-la, a lâmina fica com imperfeições ou até mesmo rachaduras na área da dobra.   Uma lâmina de aço com as mesmas dimensões que a dechumbo, exige um enorme esforço para vergá-la e, se o esforço não for exagerado, assim que ele cessa, a lâmina volta ao estado inicial, ficando sem qualquer defeito e ainda devolvendo uma energia proporcional ao esforço empregado para vergá-la.   Usando o aço e o chumbo como metáforas, pode-se dizer que existem pessoas que suportam as tremendas forças de mudança, aprendem durante o processo de transformação e retornam ao estado de tranqüilidade sem qualquer desgaste emocional e muito mais operacionalmente preparada para enfrentar futuras adversidades.   Assim como o aço, pessoas deste estilo, que têm a capacidade de adquirir mais experiência pessoal e profissional no processo da mudança, são ditas de alta resiliência. Já outros indivíduos, muito antes das pressões da mudança ocorrerem, já se antecipam em lamentos, sofrendo terrivelmente com as prováveis transformações que poderão ocorrer e permanecendo num estado de ânimo alterado. Em geral, pessoas deste estilo mantêm-se deprimidas, mesmo depois de cessarem as tensões para a mudança, e assim como o chumbo, são ditas de baixa resiliência.           No texto “A capacidade de superação – Resiliência humana”, as palavras “aço” e “chumbo” foram empregadas também no sentido metafórico; este mesmo sentido se apresenta na frase

  13. 43

    UNESP 2013

    A questão toma por base um texto de Millôr Fernandes (1924-2012).     Os donos da comunicação   Os presidentes, os ditadores e os reis da Espanha que se cuidem porque os donos da comunicação duram muito mais. Os ditadores abrem e fecham a imprensa, os presidentes xingam a TV e os reis da Espanha cassam o rádio, mas, quando a gente soma tudo, os donos da comunicação ainda tão por cima. Mandam na economia, mandam nos intelectuais, mandam nas moças fofinhas que querem aparecer nos shows dos horários nobres e mandam no society que morre se o nome não aparecer nas colunas.   Todo mundo fala mal dos donos da comunicação, mas só de longe. E ninguém fala mal deles por escrito porque quem fala mal deles por escrito nunca mais vê seu nome e sua cara nos “veículos” deles. Isso é assim aqui, na Bessarábia e na Baixa Betuanalândia. Parece que é a lei. O que também é muito justo porque os donos da comunicação são seres lá em cima. Basta ver o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela mídia deles, não é mesmo? Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam sair 10% do que sabem?   Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas besteiras. Corajoso mesmo, eu acho, é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica xinfrim, teu terrorismo sai em corpo 6 e se você morre vai lá pro fundo do jornal em quatro linhas. (Millôr Fernandes. Que país é este?, 1978.)     Millôr Fernandes emprega com conotação irônica o termo inglês society, para referir-se a

  14. 44

    FAAP 1996

    "Silencioso e branco como a bruma".   À repetição das mesmas consoantes em BRANCO e BRUMA em busca da sonoridade, dá-se o nome:

  15. 45

    UNIFESP 2016

    Leia o trecho inicial de um artigo do livro Bilhões e bilhões, do astrônomo e divulgador científico Carl Sagan (1934-1996), para responder à questão.   O tabuleiro de xadrez persa Segundo o modo como ouvi pela primeira vez a história, aconteceu na Pérsia antiga. Mas podia ter sido na Índia ou até na China. De qualquer forma, aconteceu há muito tempo. O grão-vizir, o principal conselheiro do rei, tinha inventado um novo jogo. Era jogado com peças móveis sobre um tabuleiro quadrado que consistia em 64 quadrados vermelhos e pretos. A peça mais importante era o rei. A segunda peça mais importante era o grão-vizir – exatamente o que se esperaria de um jogo inventado por um grão-vizir. O objetivo era capturar o rei inimigo e, por isso, o jogo era chamado, em persa, shahmat – shah para rei, mat para morto. Morte ao rei. Em russo, é ainda chamado shakhmat. Expressão que talvez transmita um remanescente sentimento revolucionário. Até em inglês, há um eco desse nome – o lance final é chamado checkmate (xeque-mate). O jogo, claro, é o xadrez. Ao longo do tempo, as peças, seus movimentos, as regras do jogo, tudo evoluiu. Por exemplo, já não existe um grão-vizir – que se metamorfoseou numa rainha, com poderes muito mais terríveis. A razão de um rei se deliciar com a invenção de um jogo chamado “Morte ao rei” é um mistério. Mas reza a história que ele ficou tão encantado que mandou o grão-vizir determinar sua própria recompensa por ter criado uma invenção tão magnífica. O grão-vizir tinha a resposta na ponta da língua: era um homem modesto, disse ao xá. Desejava apenas uma recompensa simples. Apontando as oito colunas e as oito filas de quadrados no tabuleiro que tinha inventado, pediu que lhe fosse dado um único grão de trigo no primeiro quadrado, o dobro dessa quantia no segundo, o dobro dessa quantia no terceiro e assim por diante, até que cada quadrado tivesse o seu complemento de trigo. Não, protestou o rei, era uma recompensa demasiado modesta para uma invenção tão importante. Ofereceu joias, dançarinas, palácios. Mas o grão-vizir, com os olhos apropriadamente baixos, recusou todas as ofertas. Só desejava pequenos montes de trigo. Assim, admirando-se secretamente da humildade e comedimento de seu conselheiro, o rei consentiu. No entanto, quando o mestre do Celeiro Real começou a contar os grãos, o rei se viu diante de uma surpresa desagradável. O número de grãos começa bem pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024... mas quando se chega ao 64o quadrado, o número se torna colossal, esmagador. Na realidade, o número é quase 18,5 quintilhões*. Talvez o grão-vizir estivesse fazendo uma dieta rica em fibras. Quanto pesam 18,5 quintilhões de grãos de trigo? Se cada grão tivesse o tamanho de um milímetro, todos os grãos juntos pesariam cerca de 75 bilhões de toneladas métricas, o que é muito mais do que poderia ser armazenado nos celeiros do xá. Na verdade, esse número equivale a cerca de 150 anos da produção de trigo mundial no presente. O relato do que aconteceu a seguir não chegou até nós. Se o rei, inadimplente, culpando-se pela falta de atenção nos seus estudos de aritmética, entregou o reino ao vizir, ou se o último experimentou as aflições de um novo jogo chamado vizirmat, não temos o privilégio de saber. *1 quintilhão = 1 000 000 000 000 000 000 = 1018. Para se contar esse número a partir de 0 (um número por segundo, dia e noite), seriam necessários 32 bilhões de anos (mais tempo do que a idade do universo). SAGAN, Carl. Bilhões e bilhões, 2008 (Adaptado).   No artigo, o recurso à ironia está bem exemplificado em:

  16. 46

    ENEM 2004

    Cidade grande Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas por enquanto, e mais promete. Carlos Drummond de Andrade   Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a 

  17. 47

    FCMMG 2015

    Sobre a medicina tradicional (o poder da cura)  A medicina tradicional sempre será a antítese de tudo o que aprendi durante a minha formação como médico, desde a objetividade das dissecações anatômicas ou dos cães de Pavlov dos primeiros anos de faculdade até as intermináveis cirurgias digestivas com suas vogais elípticas e os sintomas dos pacientes desordenados que não estavam nos tratados durante a residência médica. Não que eu tenha deixado de aprender. Aliás, sempre, e muito, ainda agora deste lado de cá. Antítese porque esta medicina que aprendo continuamente, baseada em conceitos bioquímicos, na farmacologia das drogas, na história natural das doenças (final feliz este o das doenças infecciosas pré-aids, quando na maioria das vezes os pacientes curavam-se ou ficavam com sequelas mínimas) e baseada em evidências e que quer ser a mais racional possível, vem agora a se juntar com o poder da cura de uma outra medicina, a medicina tradicional, a que sempre quis negar (embora de interesse sociológico e cultural) e que agora tenho que aprender. Medicina baseada em conceitos muito menos palpáveis (alguns não), como a fé (sim, é preciso ter), o "acreditar no sagrado", nas raízes milenares e nas raízes trituradas no pilão de pedra, nos simbolismos e nos arquétipos, nos xamãs, nas dançarinas mukanda e seus rituais de circuncisão (nada mais que ritos de passagens), no poder das pedras, nas cabeças secas de animais dependuradas no kimbandeiro, nos emplastros, nos chás abortivos, nas escarificações terapêuticas, nas agulhas comunitárias, nas mutilações femininas, imaginar-se tentando explicar a uma mãe de cinco filhos HIV positiva, analfabeta, que precariamente esboça o português (ou serei eu o analfabeto, que mal consigo esboçar um "você está bem" em kimbundo?), cuja renda mensal é menor que 100 dólares, explicar que o ideal é não amamentar o seu filho recém-nascido no seio e sim alimentá-lo preferencialmente com leite artificial (uma lata sai por 30 dólares e não é suficiente para uma semana) é esforçar-se muito, não era esta a medicina que eu conhecia, aprender, a criança não morre de aids porque a história natural desta doença é interrompida pelo banho de cólera, quem lembrou de garantir a água filtrada no preparo do leite? E então eu deixo de racionalizar e fico consternado, aprender, quando abro o Jornal e leio que uma distinta senhora dita "doutora em medicina" cura os pacientes soropositivos [VIH positivos] com injeções de pentamidina, seguido de depoimentos dos projetos de Lázaros incentivando charlatanices para todas as direções, doenças e mau olhados. Porque são muitas as vezes que estes ditos usam-se das práticas tradicionais, julgando-se doutores kimbandeiros, para afirmarem terem a cura de doenças cujo horizonte clínico não são mais do que tênues linhas alaranjadas no céu das seis da tarde. Aprender. Mais algumas vezes.  (TOLEDO, João Paulo. http://angolajpt.blogspot.eom.br/ Acesso em 21/07/2014.)    Releia o trecho final do texto: "( ... ) julgando-se doutores kimbandeiros, para afirmarem terem a cura de doenças cujo horizonte clínico não são mais do que tênues linhas alaranjadas no céu das seis da tarde. Aprender. Mais algumas vezes."   A metáfora presente nesse trecho sugere que

  18. 48

    UNIFESP 2005

    De gramática e de linguagem E havia uma gramática que dizia assim: “Substantivo (concreto) é tudo quanto indica Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”. Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!... As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso. As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém. Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre, Ovo pode estar choco: é inquietante…) As cousas vivem metidas com as suas cousas. E não exigem nada. Apenas que não as tirem do lugar onde estão. E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. Para quê? não importa: João vem! E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão. Amigo ou adverso... João só será definitivo Quando esticar a canela. Morre, João... Mas o bom, mesmo, são os adjetivos, Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto. Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso. Sonoro. Lento. Eu sonho Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais. Ainda mais: Eu sonho com um poema Cujas palavras sumarentas escorram Como a polpa de um fruto maduro em tua boca, Um poema que te mate de amor Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido: Basta provares o seu gosto...   Observe os pares de versos: “Substantivo (concreto) é tudo quanto indica Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.” “Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido: Basta provares o seu gosto…” Considerando-se o título e os sentidos propostos no poema, é correto afirmar sobre os versos que

  19. 49

    UERJ 2011

    De repente voltou-me a ideia de construir o livro. (...)   Desde então procuro descascar fatos, aqui sentado à mesa da sala de jantar (...).   Às vezes, entro pela noite, passo tempo sem fim acordando lembranças. Outras vezes não me ajeito com esta ocupação nova.   Anteontem e ontem, por exemplo, foram dias perdidos. Tentei debalde canalizar para termo razoável esta prosa que se derrama como a chuva da serra, e o que me apareceu foi um grande desgosto. Desgosto e a vaga compreensão de muitas coisas que sinto.   Sou um homem arrasado. Doença? Não. Gozo perfeita saúde. (...) Não tenho doença nenhuma.   O que estou é velho. Cinquenta anos pelo S. Pedro. Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada.   Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Comer e dormir como um porco! Como um porco! Levantar-se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! (...)   Coloquei-me acima da minha classe, creio que me elevei bastante. Como lhes disse, fui guia de cego, vendedor de doce e trabalhador alugado. Estou convencido de que nenhum desses ofícios me daria os recursos intelectuais necessários para engendrar esta narrativa. Magra, de acordo, mas em momentos de otimismo suponho que há nela pedaços melhores que a literatura do Gondim. Sou, pois, superior a mestre Caetano e a outros semelhantes. Considerando, porém, que os enfeites do meu espírito se reduzem a farrapos de conhecimentos apanhados sem escolha e mal cosidos, devo confessar que a superioridade que me envaidece é bem mesquinha.   (...)   Quanto às vantagens restantes – casas, terras, móveis, semoventes, consideração de políticos, etc. – é preciso convir em que tudo está fora de mim.   Julgo que me desnorteei numa errada. GRACILIANO RAMOS São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 2004.     Na sentença destacada no texto ocorre a elipse de um determinado termo, o qual, no entanto, pode-se deduzir pelo contexto e pela construção gramatical.   Esse termo está indicado em:

  20. 50

    UEMA 2013

    O mulato, de Aluísio Azevedo, é considerado a obra inicial do Naturalismo brasileiro. O fragmento a seguir é referência para responder à questão.  [...] O padre Diogo, pois era dele a outra voz, não tivera tempo de fugir e caíra, trêmulo, aos pés de José. Quando este largou das mãos a traidora, para se apossar do outro, reparou que a tinha estrangulado. Ficou perplexo e tolhido de assombro. Houve então um silêncio ansioso. Ouvia-se o resfolegar dos dois homens. A situação dificultava-se; mas o vigário, recuperando o sangue-frio, ergueu-se, concertou as roupas e, apontando para o corpo da amante, disse com firmeza: — Matou-a! Você é um criminoso! — Cachorro! E tu?! Tu serás porventura menos criminoso do que eu? — Perante as leis, decerto!, porque você nunca poderá provar a minha suposta culpa e, se tentasse fazê-lo, a vergonha do fato recairia toda sobre a sua própria cabeça.  [...] O assassino ficou aterrado e abaixou a cabeça. — Vamos lá!... disse o padre afinal, sorrindo e batendo no ombro do português. Tudo neste mundo se pode arranjar, com a divina ajuda de Deus... só para a morte não há remédio! Se quiser, a defunta será sepultada com todas as formalidades civis e religiosas... [...]    AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Saraiva, 2010. "Hipálage é uma figura de linguagem que consiste em se associar um adjetivo a um substantivo que não é, do ponto de vista lógico, o seu determinado correspondente." HENRIQUES, C. C. Estilística e discurso. Rio de Janeiro: EDUERJ , 2011.  Essa figura ocorre no seguinte trecho: 

  21. 51

    PUC-MG 2015

    Eufemismos Sírio Possenti 1º § Quase todos os estudiosos que tratam das funções da linguagem destacam a função referencial, isto é, o fato de que falar é, em alguma medida, falar do mundo: de coisas por meio de palavras ou expressões e de fatos por meio de proposições. 2º § Assim, uma palavra como ‘árvore’ refere-se a uma coleção de indivíduos com determinadas características; ‘pinheiro’ refere-se a um tipo de árvore com determinadas características; ‘este pinheiro’ refere-se a um indivíduo particular (que, possivelmente, está no campo de visão do locutor e do interlocutor). 3º § ‘A neve é branca’ ou ‘o presidente viajou’ referem-se a fatos. O primeiro, supostamente, é um fato em qualquer lugar e tempo, enquanto que o segundo só o é para uma região e durante um período de tempo.   4º § Claro que nem tudo é tão pacífico. Se, em vez de ‘a neve’, dizemos ‘os vândalos’, a relação entre palavra e coisa (pessoas) pode ser considerada segura em uma língua e em certa época, mas também pode ser contestada (eles não são vândalos, são manifestantes).   5º § Ou seja, nem sempre a referência é aceita por todos os falantes de uma língua. Estudos de discursos particulares mostram que esse fenômeno é de extrema relevância. De fato, é um dos mais relevantes, se se quer conhecer uma língua de forma a incluir o sentido, que, afinal, talvez seja o que mais importa.   6º § Considerem-se, como exemplos facilmente aceitos, a famosa novilíngua do romance1984, de George Orwell, ou os fatos descritos em LTI, a linguagem do Terceiro Reich, de Victor Klemperer. Provavelmente, o consenso entre os falantes sobre o que uma palavra refere ou uma proposição afirma se restringe aos campos em que não há disputa.   7º § Até mesmo os regionalismos, que têm pouca ou nenhuma carga ideológica, testemunham as discrepâncias no interior das línguas, de forma que a tese de uma língua comum, em um país, não passa de fato de uma fórmula ideológica, com evidente peso político.    Uma coisa pela outra   8º § Consideremos, agora, um fenômeno particular. É fato que, eventualmente, além das divisões sociais que uma língua indica (é privatização ou concessão, vandalismo ou manifestação política), certas palavras têm grande peso histórico, e negativo.   9º § O movimento chamado de ‘politicamente correto’ fornece muitos exemplos de palavras que estariam carregadas de conotações negativas. Por isso, prega que elas devem ser evitadas, e substituídas por palavras sem aquela carga. Melhor ainda se forem substituídas por palavras de carga positiva.   10º § Uma nota lateral: muitos defensores dessa tese acreditam que palavras negativas fortalecem cognitivamente atitudes negativas (o inverso sendo também verdadeiro), de forma que a língua pode ser uma fonte de preconceitos ou de seu fim.   11º § Se, em vez de ‘empregada doméstica’, dissermos ‘auxiliar’ ou ‘secretária’ (estas pessoas que são praticamente (!) da família, isto é, que não são...), estaremos lutando pelo fim de uma atitude negativa em relação a tais profissionais (mesmo que achemos que é o fim do mundo que agora elas tenham direito ao FGTS).   12º § Se, em vez de ‘cliente desde...’, constar no talão de cheques que Fulano é ‘amigo desde...’, a relação leonina entre banco e cliente se torna menos pesada, menos injusta, menos assimétrica. 13º § São os famosos eufemismos, que, por um lado, se destinam a evitar empregos de termos tabus (em vez de ‘morrer’, diz-se ‘falecer’ / ‘faltar’) e, por outro, a evitar termos marcados negativamente.   14º § A fronteira entre o que parece uma questão de boas maneiras (‘minha esposa’ em vez de ‘minha mulher’ – as mulheres não dizem ‘este é meu homem’) e uma questão ideológica que divide grupos sociais nem sempre é muito clara, ou só o é nos casos extremos. [...]   15º § Pode-se dizer que isso é hipocrisia, que deveríamos (é uma questão de honestidade etc.) chamar as coisas por seu nome (ditadura / repressão / vandalismo). Mas, adotando uma perspectiva de analista, que nem sempre é fácil, percebe-se que é muito interessante dar-se conta de que é assim que as línguas funcionam. Mera questão semântica?   16º § As sociedades são heterogêneas e grupos disputam poder, espaço, prestígio etc. A língua é um dos lugares nos quais tais disputas são visíveis.   17º § Quando se diz que empregar uma palavra ou outra é mera ‘questão semântica’ (privatização ou concessão), porque supostamente o fato é um só, deixa-se de observar uma questão crucial: o papel da linguagem na materialização de uma ideologia, de uma visão de mundo, de uma filosofia.   18º § Pode parecer que não, mas uma disputa sobre a legitimidade de uma palavra de cunho político é do mesmo tipo que outras disputas que envolvem linguagem.   19º § Se, por exemplo, um presidente emprega um palavrão, diz-se que viola a liturgia do cargo. Se um cientista emprega um termo técnico e defende seu uso contra traduções que eventualmente se fazem (na divulgação?), diz-se que é elitista. Se um lacaniano se recusa a traduzir pedestremente as teses do psicanalista, diz-se que a obscuridade pretende fazer com que só iniciados compreendam.   20º § Por trás dessas teses está sempre outra, sempre a mesma, e que é falsa: as coisas existem enquanto tais e há uma boa linguagem que fala delas sem rebuços, sem enganação, sem distorção.   21º § Esta linguagem ‘objetiva’, cada um, modestamente, acha que é a sua. Disponível em: . Acesso em: 28 fev. 2015.   As meias aspas sinalizam ironia em:

  22. 52

    UFMS 2009

    Nas situações de interação verbal, costumamos empregar metaforicamente certas palavras. Considerando o contexto, assinale a alternativa cujo verbo foi assim empregado.

  23. 53

    UEL 2011

    Onde estás?   1. É meia-noite... e rugindo 2. Passa triste a ventania, 3. Como um verbo de desgraça, 4. Como um grito de agonia. 5. E eu digo ao vento, que passa 6. Por meus cabelos fugaz: 7. “Vento frio do deserto, 8. Onde ela está? Longe ou perto? 9. Mas, como um hálito incerto 10. Responde-me o eco ao longe: 11. “Oh! minh’amante, onde estás?...” 12. Vem! É tarde! Por que tardas? 13. São horas de brando sono, 14. Vem reclinar-te em meu peito 15. Com teu lânguido abandono!... 16. ’Stá vazio nosso leito... 17. ’Stá vazio o mundo inteiro; 18. E tu não queres qu’eu fique 19. Solitário nesta vida... 20. Mas por que tardas, querida?... 21. Já tenho esperado assaz... 22. Vem depressa, que eu deliro 23. Oh! minh’amante, onde estás?... 24. Estrela – na tempestade, 25. Rosa – nos ermos da vida, 26. Íris – do náufrago errante, 27. Ilusão – d’alma descrida! 28. Tu foste, mulher formosa! 29. Tu foste, ó filha do céu!... 30. ... E hoje que o meu passado 31. Para sempre morto jaz... 32. Vendo finda a minha sorte, 33. Pergunto aos ventos do Norte... 34. “Oh! minh’amante, onde estás?”   Assinale a alternativa que relaciona corretamente versos do poema a figuras de linguagem.

  24. 54

    UEMS 2008

    Sugestão [...] Dono do amor, és servo. Pois é dele que o teu destino flui, doce de mando: A menos que este amor, conquanto grande, seja incompleto. Falte-lhe talvez um espaço, em teu chão, para cravar os fundos alicerces da cidade.   No início da estrofe, em “Dono do amor, és servo“, pode-se verificar o emprego da figura de linguagem denominada:

  25. 55

    IBMECRJ 2006

    Me devolva o Neruda (que você nem leu) Quando o Chico Buarque escreveu o verso acima, ainda não tinha o “que você nem leu”. A palavra Neruda - prêmio Nobel, chileno, de esquerda - era proibida no Brasil. Na sala da Censura Federal o nosso poeta negociou a proibição. E a música foi liberada quando ele acrescentou o “que você nem leu”, pois ficava parecendo que ninguém dava bola para o Neruda no Brasil. Como eram burros os censores da ditadura militar! E coloca burro nisso!!! Mas a frase me veio à cabeça agora, porque eu gosto demais dela. Imagine a cena. No meio de uma separação, um dos cônjuges (me desculpe a palavra) me solta esta: me devolva o Neruda que você nem leu! Pense nisso. Pois eu pensei exatamente nisso quando comecei a escrever esta crônica, que não tem nada a ver com o Chico, nem com o Neruda e, muito menos, com os militares. É que eu estou aqui para dizer um tchau. Um tchau breve porque, se me aceitarem - você e o diretor da revista -, eu volto daqui a dois anos. Vou até ali escrever uma novela na Globo (o patrão vai continuar o mesmo) e depois eu volto. Esperando que você já tenha lido o Neruda. Mas aí você vai dizer assim: pó, escrever duas crônicas por mês, fora a novela, o cara não consegue? O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse papo de Neruda? Preguiçoso, no mínimo. Quando faço umas palestras por aí, sempre me perguntam o que é necessário para se tornar um escritor. E eu sempre respondo: talento e sorte. Entre os 10 e 20 anos, recebia na minha casa O Cruzeiro, Manchete e o jornal Última Hora. E lá dentro eu lia (me invejem): Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Fernando Sabino, Millôr Fernandes, Nelson Rodrigues, Stanislaw Ponte Preta, Carlos Heitor Cony. E pensava, adolescentemente: quando eu crescer, vou ser cronista. Bem ou mal, consegui meu espaço. E agora, ao pedir de volta o livro chileno, fico pensando em como eu me sentiria se, um dia, um desses aí acima escrevesse que iria dar um tempo. Eu matava o cara! Isso não se faz com o leitor (desculpe, minha amiga, não estou me colocando no mesmo nível deles, não!) E deixo aqui uns versinhos do Neruda para as minhas leitoras de 30 e 40 anos (e para todas): Escuchas otras voces en mi voz dolorida Llanto de viejas bocas, sangre de viejas súplicas, Amame, compañera. No me abandones. Sigueme, Sigueme, compañera, en esa ola de angústia. Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas Voy haciendo de todas un collar infinito Para tus blancas manos, suaves como las uvas. Desculpe o mau jeito: tchau! (Prata, Mario. Revista Época. São Paulo. Editora Globo, Nº- 324, 02 de agosto de 2004, p. 99) Relacione os fragmentos abaixo às funções da linguagem predominantes e assinale a alternativa correta. I - “Imagine a cena”. II - “Sou um homem de sorte”. III - “O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse papo de Neruda?”.

  26. 56

    UNICENTRO 2014

    Leia o texto, a seguir, e responda à questão.   O grande marechal Cândido Rondon, que desbravou os rincões brasileiros, tinha como lema na colonização de terras indígenas o famoso “Morrer se preciso for; matar nunca”. Os lendários irmãos Villas Bôas, mundialmente famosos por terem feito o primeiro contato com os índios gigantes da Amazônia, os crenacarores, pautavam-se pelos mesmos cuidados de Rondon. A manutenção da vida e a saúde dos índios eram uma obrigação do estado brasileiro em sua política de expansão das fronteiras civilizadas sobre terras habitadas pelas populações originais pré-cabralinas. A Rondon e aos irmãos Villas Bôas não escapava a melancólica sensação da inevitabilidade da extinção ou, em um cenário benigno, da mutilação das culturas daqueles povos. Sempre foi trágico para o mais fraco o milenar encontro de populações em estágios díspares de desenvolvimento tecnológico. “Quem carregava o aço, a pólvora ou os germes mais fortes dizimava o outro. Assim caminhou a humanidade desde tempos imemoriais”, escreveu o geógrafo americano Jared Diamond. A conclusão é que não existe política indigenista justa para os índios. Qual a solução para a questão indígena brasileira? A pergunta não tem resposta simples. Está na hora de tirar o problema do âmbito do Conselho Indigenista Missionário e das ONGs estrangeiras e tratá-lo como uma questão de estado norteada pelo tema do marechal Rondon e pela insatisfatória, mas realista, visão dos irmãos Villas Bôas. Os índios precisam de proteção do estado para que não sejam usados como massa de manobra por manipuladores a quem mais interessam os mártires. (Adaptado de: A questão indígena. Veja. Carta ao Leitor. 12 jun. 2013. São Paulo: Ed. Abril, ano 46, n.24. p.12.)   Acerca do texto, considere as afirmativas a seguir. I. O texto possui caráter argumentativo, com linguagem formal, e pretende defender um ponto de vista, revelando argumentos convincentes acerca de determinado assunto. II. O texto possui caráter informativo, com linguagem técnica, revelando a ideia de precisão, rigor e neutralidade, características próprias dessa modalidade de linguagem. III. A linguagem é conotativa, metafórica, pois os sentidos variam conforme o contexto. IV. A linguagem, cujos sentidos são iguais tanto para o emissor quanto para o receptor, é denotativa.   Assinale a alternativa correta.

  27. 57

    Espcex (Aman) 2014

    As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia lusitana, Por mares nunca dantes navegados, Passaram ainda além da Taprobana   A figura de linguagem presente no trecho sublinhado é

  28. 58

    UP 2015

    Na asa do vento Deu meia noite, a lua faz um claro Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste A aranha tece puxando o fio da teia A ciência da abeia, da aranha e a minha Muita gente desconhece Muita gente desconhece, olará, viu? Muita gente desconhece   A lua é clara, o sol tem rastro vermelho É o mar um grande espelho onde os dois vão se mirar Rosa amarela quando murcha perde o cheiro O amor é bandoleiro, pode inté custar dinheiro É fulô que não tem cheiro e todo mundo quer cheirar   Todo mundo quer cheirar, olará, viu? Todo mundo quer cheirar Disponível em . Acesso em 21 maio 2014.   Considere a seguinte definição de metáfora: “Designação de um objeto ou qualidade mediante uma palavra que designa outro objeto ou qualidade que tem com o primeiro uma relação de semelhança” (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Com base nessa definição, observa-se uma metáfora no seguinte verso de “Na asa do vento”:  

  29. 59

    EPCAR 2016

    Se não quiser adoecer   Por Dr. Dráuzio Varela   "Fale de seus sentimentos"   Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo, a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra é um poderoso remédio e excelente terapia.   "Busque soluções"   Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.   "Aceite-se"   A rejeição de si próprio, a ausência de autoestima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.   "Não viva SEMPRE triste!"   O bom humor, a risada, o lazer, a alegria recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia. (Trechos retirados de Pensador.uol.com.Br/autor/dr_drauzio_varela. Acesso em 11 de abril de 2015, às 11h.)     Sobre figuras de linguagem é correto afirmar que, no período

  30. 60

    FGV-SP 2009

    .............................................. Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?! Cruz e Souza, Últimos sonetos.   A figura de sintaxe denominada “anástrofe” é um tipo raro de inversão, que consiste na anteposição do determinante (preposição + substantivo) ao determinado, como ocorre no seguinte trecho:  

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