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  1. 61

    ENEM 2011

    Palavra indígena A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma guarani os artefatos da era da computação que ganharam importância em sua vida, como mouse (que eles chamam de angojhá) e windows (oventã) Quando a Internet chegou àquela comunidade, que abriga em torno de 400 guaranis, há quatro anos, por meio de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pela Star One (da Embratel), Potty e sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz. Ele conta que usam a rede, por enquanto, somente para preparação e envio de documentos, mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da cultura indígena. A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a novidade tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet e da computação para eles está expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário. — Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou.  “A gente não está querendo chamar computador de “computador”. Sugeri a eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram aiú irú rive, “caixa pra acumular a língua”. Nós, brancos, usamos mouse, windows e outros termos, que eles começaram a adaptar para o idioma deles, como  angojhá (rato) e oventã (janela) – conta Rodrigo Baggio, diretor do CDI. Disponível em: http://www.revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 22 jul. 2010. O uso das novas tecnologias de informação e comunicação fez surgir uma série de novos termos que foram acolhidos na sociedade brasileira em sua forma original, como mouse, windows, site, download, homepage, entre outros. O texto trata da adaptação de termos da informática à língua indígena como uma reação da tribo Sapucaí, o que revela

  2. 62

    FCMMG 2009

    Nem mesmo um escafandro pode deter a imaginação.   O Escafandro e a Borboleta é um título que inspira sensibilidade, assim como sua história. História, aliás, adaptada das memórias de um jornalista francês chamado Jean-Dominique Bauby, e lançado na França em 1997. E por que as memórias de Bauby, a quem os mais próximos chamavam JeanDo, parecem tão instigantes? É isso que Julian Schnabel tenta mostrar.   Schnabel assina também a direção da cinebiografia mais famosa de Basquiat (Basquiat, 1996), e nessa sua mais nova empreitada pôs a prova muito de sensibilidade, pois numa adaptação como essa - que envolve personagens reais e um universo de sentimentos e situações reais - além da sagacidade do roteirista, é necessária também uma carga extra de feeling por parte do diretor. No filme, vemos o mundo - quase o tempo todo - através dos olhos de Jean-Dominique (interpretado por Mathieu Amalric). Na verdade, através de seu olho esquerdo. Jean-Dominique Bauby ficou famoso por ser editor chefe da revista Elle francesa, por suas belas namoradas e por suas companhias famosas. Um belo dia (sempre um belo e comum dia) JeanDo resolve levar seu filho mais velho ao teatro. No meio do caminho, alguma coisa começa a sair errado: ele sofre uma espécie de derrame...   O filme começa exatamente no momento em que ele consegue acordar. Vemos toda a ação através dos olhos confusos de JeanDo, que ainda está atordoado demais para se dar conta do que aconteceu. Entendemos o que se passa através do que dizem os médicos ao redor dele, das terapeutas que lhe são apresentadas. E o diagnóstico não é dos melhores: JeanDo passou a sofrer de uma síndrome rara chamada locked-in. Acordar, depois de vinte dias de coma, e saber-se imóvel da cintura para baixo, com movimentos restritos da cabeça e apenas um dos olhos em bom funcionamento é uma tragédia pessoal.   A partir daí acompanhamos o novo dia-a-dia de Jean-Dominique, que, trancado dentro de si mesmo, recebe visitas, passa por exercícios, é abandonado em frente à TV ligada num canal que ele não gosta por cerca de quatro horas, e precisa reaprender a se comunicar. Tudo isso estando completamente lúcido. E preso dentro de seu próprio corpo.   Logo de cara é difícil não lembrar do personagem Ramón Sampedro de Mar Adentro (interpretado por Javier Bardem e dirigido por Alejandro Amenábar) e sua luta por querer morrer. No entanto, o caso de JeanDo é contado por outro prisma... Apesar de eventualmente se chatear com sua nova condição e de ter certo pudor em aparecer novamente para os conhecidos (principalmente seus filhos), a narrativa de Bauby é mais leve. No momento em que ele descobre que sua principal arma contra o tédio de sua nova vida nesse escafandro metafórico só pode ser rompida através da imaginação, o personagem passa a esforçar-se.   E sua terapeuta, que dá o melhor de si por ser aquele caso - o mais complexo que ela já teve em mãos -, o convida a experimentar um método de comunicação criado por ela: repetir as letras do alfabeto, uma a uma, numa ordem que vai das letras mais usadas até as menos usadas, e esperar que ele pisque uma vez para cada letra que quiser usar e assim montar palavras e frases.   De início até os espectadores concordam com JeanDo, que acha aquele método enfadonho. Mas o tempo e a persistência da terapeuta fazem com que o método vá se aprimorando, assim como a capacidade de todos ao redor do personagem que reaprendem a comunicar-se com ele através da cartela de letras.   Com sua imaginação em pleno funcionamento e com o método de comunicação mais desenvolvido, Bauby procura um editor que havia lhe prometido publicar uma adaptação que ele estava escrevendo para O Conde de Monte Cristo (aliás, várias analogias entre a situação de Bauby são comparadas a situações deste clássico da literatura) e lhe propõe um novo negócio: publicar suas memórias! A única coisa que ele pede é uma assistente de confiança com paciência para tomar suas anotações. Negociação concluída e intermediada pela própria terapeuta, Jean-Dominique começa a escrever! A partir daí vemos em flashback várias situações de sua vida e o arrependimento latente de pequenas coisas não ditas.   Uma das passagens sem dúvida mais emocionantes é quando, no hospital, Bauby recebe um telefonema de seu pai, o senhor Papinou (Max Von Sydow).    Com uma fotografia interessante, alternando ângulos restritos (tentando reproduzir a visão de Bauby) e vastas paisagens, O Escafandro e a Borboleta merece aplausos pelas interpretações e também pela mensagem, pois nos mostra que o melhor de um homem são o amor e sua imaginação.   EUZEBIO, Geo, http://www.cineplayers.com/critica.php?id=1360. Acessado em 3/07/2008.   O vocabulário do texto foi INCORRETAMENTE explicado em:

  3. 63

    ENEM 2002

    Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center, delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas.   Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque,que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber: …… • Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer “Tu vai” em espaços públicos do território nacional; • Nenhum cidadão paulista poderá dizer “Eu lhe amo” e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como “Me vê um chopps e dois pastel”; …… • Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra “borraxaria” e nenhum dono de banca de jornal anunciará “Vende-se cigarros”; …… • Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como “casar-me-ei” ou “ver-se-ão”. PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001. No texto acima, o autor

  4. 64

    FGV-SP 2009

    Todos os Nomes Passar os olhos pela relação dos jogadores inscritos por nossos clubes profissionais para a atual temporada profissional pode ser uma experiência reveladora. O que primeiro salta à vista é a quantidade de nomes estrangeiros – em geral de origem inglesa, ainda que existam alguns Jeans, Michels e Pierres de sabor francês e um ou outro Juan de sonoridade castelhana. O grosso mesmo é de nomes anglo-saxões.   Só de Wellingtons eu contei seis. Se bobear, tem mais Wellington que José no nosso futebol. Nem vamos perder tempo falando da profusão de Williams, de Christians, de Rogers e de Andersons. Até aqui, parece que eu, um mero Zé, estou me queixando dessa invasão onomástica estrangeira e engrossando o coro dos que, como o deputado Aldo Rebelo, querem defender a “pureza” da língua pátria a golpes de multas e proibições.   Longe de mim tal insensatez. Uma língua se enriquece no contato e na troca com todas as outras.   Os nomes predominantes em uma geração refletem o imaginário de sua época, não o determinam. Mais significativo do que a assimilação pura e simples dos nomes estrangeiros – é o processo de canibalização que eles sofrem aqui. Abaixo do Equador, Alain vira Allan, Michael vira Maicon (ou Maycon), David vira Deivid e Hollywood vira Oliúde.   lsso sem falar nas criações genuinamente brasileiras, como o espantoso Maicosuel (jogador do Cruzeiro). É a contribuição milionária de todos os erros, como queria......................................................................... José  G. Couto. Folha de S. Paulo, 02/02/2008. Adaptado.   Ao colocar entre aspas a palavra “pureza” o enunciador expressou:    

  5. 65

    ITA 2016

    Texto 1   Vou confessar um pecado: às vezes, faço maldades. Mas não faço por mal. Faço o que faziam os mestres zen com seus "koans". "Koans" eram rasteiras que os mestres passavam no pensamento dos discípulos. Eles sabiam que só se aprende o novo quando as certezas velhas caem. E acontece que eu gosto de passar rasteiras em certezas de jovens e de velhos...   Pois o que eu faço é o seguinte. Lá estão os jovens nos semáforos, de cabeças raspadas e caras pintadas, na maior alegria, celebrando o fato de haverem passado no vestibular. Estão pedindo dinheiro para a festa! Eu paro o carro, abro a janela e na maior seriedade digo: "Não vou dar dinheiro. Mas vou dar um conselho. Sou professor emérito da Unicamp. O conselho é este: salvem-se enquanto é tempo!". Aí o sinal fica verde e eu continuo.   "Mas que desmancha-prazeres você é!", vocês me dirão. É verdade. Desmancha-prazeres. Prazeres inocentes baseados no engano. Porque aquela alegria toda se deve precisamente a isto: eles estão enganados.   Estão alegres porque acreditam que a universidade é a chave do mundo. Acabaram de chegar ao último patamar. As celebrações têm o mesmo sentido que os eventos iniciáticos – nas culturas ditas primitivas, as provas a que têm de se submeter os jovens que passaram pela puberdade. Passadas as provas e os seus sofrimentos, os jovens deixaram de ser crianças. Agora são adultos, com todos os seus direitos e deveres. Podem assentar-se na roda dos homens. Assim como os nossos jovens agora podem dizer: "Deixei o cursinho. Estou na universidade".    Houve um tempo em que as celebrações eram justas. Isso foi há muito tempo, quando eu era jovem. Naqueles tempos, um diploma universitário era garantia de trabalho. Os pais se davam como prontos para morrer quando uma destas coisas acontecia: 1) a filha se casava. Isso garantia o seu sustento pelo resto da vida; 2) a filha tirava o diploma de normalista. Isso garantiria o seu sustento caso não casasse; 3) o filho entrava para o Banco do Brasil; 4) o filho tirava diploma.   O diploma era mais que garantia de emprego. Era um atestado de nobreza. Quem tirava diploma não precisava trabalhar com as mãos, como os mecânicos, pedreiros e carpinteiros, que tinham mãos rudes e sujas.   Para provar para todo mundo que não trabalhavam com as mãos, os diplomados tratavam de pôr no dedo um anel com pedra colorida. Havia pedras para todas as profissões: médicos, advogados, músicos, engenheiros. Até os bispos tinham suas pedras.   (Ah! Ia me esquecendo: os pais também se davam como prontos para morrer quando o filho entrava para o seminário para ser padre – aos 45 anos seria bispo – ou para o exército para ser oficial – aos 45 anos seria general.)   Essa ilusão continua a morar na cabeça dos pais e é introduzida na cabeça dos filhos desde pequenos. Profissão honrosa é profissão que tem diploma universitário. Profissão rendosa é a que tem diploma universitário. Cria-se, então, a fantasia de que as únicas opções de profissão são aquelas oferecidas pelas universidades.   Quando se pergunta a um jovem "O que é que você vai fazer?", o sentido dessa pergunta é "Quando você for preencher os formulários do vestibular, qual das opções oferecidas você vai escolher?". E as opções não oferecidas? Haverá alternativas de trabalho que não se encontram nos formulários de vestibular?   Como todos os pais querem que seus filhos entrem na universidade e (quase) todos os jovens querem entrar na universidade, configura-se um mercado imenso, mas imenso mesmo, de pessoas desejosas de diplomas e prontas a pagar o preço. Enquanto houver jovens que não passam nos vestibulares das universidades do Estado, haverá mercado para a criação de universidades particulares. É um bom negócio.   Alegria na entrada. Tristeza ao sair. Forma-se, então, a multidão de jovens com diploma na mão, mas que não conseguem arranjar emprego. Por uma razão aritmética: o número de diplomados é muitas vezes maior que o número de empregos.   Já sugeri que os jovens que entram na universidade deveriam aprender, junto com o curso "nobre" que frequentam, um ofício: marceneiro, mecânico, cozinheiro, jardineiro, técnico de computador, eletricista, encanador, descupinizador, motorista de trator... O rol de ofícios possíveis é imenso. Pena que, nas escolas, as crianças e os jovens não sejam informados sobre essas alternativas, por vezes mais felizes e mais rendosas.   Tive um amigo professor que foi guindado, contra a sua vontade, à posição de reitor de um grande colégio americano no interior de Minas. Ele odiava essa posição porque era obrigado a fazer discursos. E ele tremia de medo de fazer discursos. Um dia ele desapareceu sem explicações. Voltou com a família para o seu país, os Estados Unidos. Tempos depois, encontrei um amigo comum e perguntei: "Como vai o Fulano?". Respondeu-me: "Felicíssimo. É motorista de um caminhão gigantesco que cruza o país!". (Rubem Alves. Diploma não é solução, Folha de S. Paulo, 25/05/2004.)   Assinale a opção que apresenta características de coloquialidade.

  6. 66

    MACKENZIE 2015

    Texto I Marketing viral ou publicidade viral são técnicas de marketing que tentam explorar redes sociais pré-existentes para produzir maior divulgação de uma marca. São processos parecidos com o de uma epidemia, uma doença. Inicialmente, marketing viral era a prática de vários serviços livres de e-mail de adicionar publicidade às mensagens que saem de seus usuários para alcançar um usuário suscetível, que será infectado e reenviará o e-mail a outras pessoas suscetíveis, infectando-as também. Atualmente, o conceito de marketing viral não está associado a uma ameaça para o computador, e o termo “viral” está relacionado com a velocidade de propagação da informação. Adaptado de www.significados.com.br     Sobre o Texto I, assinale a alternativa correta.

  7. 67

    UNIR 2010

    OS DEGRAUS Não desças os degraus do sonho Para não despertar os monstros. Não subas aos sótãos – onde Os deuses, por trás das suas máscaras, Ocultam o próprio enigma. Não desças, não subas, fica. O mistério está é na tua vida! E é um sonho louco este nosso mundo... Disponível em http://www.paralerepensar.com.br/m_quintana.htm. Acesso em: 25 out. 2009.   A fim de criar efeitos de sentido especiais, o poeta utiliza, predominantemente, linguagem

  8. 68

    ACAFE 2014

    A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.   Levando isso em consideração, correlacione as colunas a seguir. (1) variação social (2) variação regional (3) variação de contato com a língua italiana (4) registro formal (5) registro informal   ( ) Eu queria ver ele, porque ele queria me ver. Então o que me marcou, na minha vida aí, foi isso aí. Esse aí marcou muito. ( ) Quanto me custa a musculaçon!? ( ) Dirijo-me a V. Sa. para solicitar auxílio-doença nos termos da lei. ( ) Vinha descendo a rua principal, de uma feita, com a cabeça cheia de “veneno” que se compra nos balcões de bolicho, em copitos de fundo grosso. Parecendo, pelo andar balanceado, que totalmente borracho (Silva Rillo). ( ) Ocê já viu uma prantação de tumati?   A sequência correta, de cima para baixo, é:

  9. 69

    UFAM 2010

    Leia o texto abaixo, tirado do livro Amazônia, a terra e o homem, de Araújo Lima:    “A opinião crítica – precipitada, tumultuosa, claudicante pela deficiência de análise e observação – tem oscilado sempre, ao definir a região amazônica, entre os arroubos de exaltação otimista e os libelos de um pessimismo fulminador. Daí, duas definições antinômicas exprimirem, em fórmulas sintéticas, o radicalismo desses juízos extremados: Inferno verde ou Paraíso verde. Nem inferno, nem paraíso. A enormidade imensurável, os latifúndios inviolados, as impérvias terras sem dono, toda essa vastidão territorial ilimitada, que dominam selvas espessas e intérminas, projeta-se num babilonismo sugestivo, até à mente dos que de longe observam, envolvendo-a na dúvida, no mistério, no terror. Desse erro de visão atordoada sobressaem as lendas, as fábulas, as superstições, toda essa trama de percepções errôneas e deformadas, que a ignorância e o pavor inspirado por tais paragens fantásticas entretecem no cérebro dos observadores longínquos e desavisados. Ficam os forasteiros perplexos ante o esplendor da natureza opulenta e grandiosa, que se esboça nas linhas imprecisas, mal definidas, fugidias da paisagem em seu conjunto panorâmico. E, ao assalto dessas sensações, irrompe a explosão lírica, inspirada pela fascinação do colorido, gerando um superlativismo contagioso, enfático, retórico, que contamina quase todos os descritores desses cenários. Em sã verdade, a região é mal vista, pouco conhecida, erroneamente interpretada. Persiste indecifrável, mas desastrosamente deturpada na significação de sua essência, de seus atributos, de seus recursos.”    No texto de Araújo Lima, observamos várias palavras pouco usuais no Português coloquial contemporâneo, mas que podem ser compreendidas se considerarmos o contexto em que se inserem. É o caso de:

  10. 70

    UFPR 2008

    Assinale a alternativa que reescreve o texto abaixo de acordo com a norma culta, mantendo-lhe o sentido. Os presídios não é uma forma de mudar o ponto de vista de qualquer pessoa que esteja lá presa, um marginal que já fez de tudo na vida não é que vai preso que ele vai mudar totalmente.

  11. 71

    ENEM 1998

    Aí, Galera   Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação” ? E, no entanto, por que não? - Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. -Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares. - Como é? - Aí, galera. - Quais são as instruções do técnico? - Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação. - Ahn? - É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. - Certo. Você quer dizer mais alguma coisa? - Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas? - Pode. - Uma saudação para a minha progenitora. - Como é? - Alô, mamãe! - Estou vendo que você é um, um... - Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação? - Estereoquê? - Um chato? - Isso. Correio Braziliense, 13/05/1998.   O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, a fala que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto é:

  12. 72

    UTFPR 2016

    Trânsito – Táxis parados na Sete geram reclamação. Uma postagem feita na página da Prefeitura de Curitiba no facebook na noite de segunda-feira gerou bastante ______________ entre os internautas. Com quase mil curtidas até o fim da noite de ontem e dezenas de comentários, a postagem diz que taxistas ficam parados diariamente na Av. Sete de Setembro no fim da tarde afetando o fluxo do trânsito no local. O autor do post, aluno da UTFPR, escreveu que buzinas e xingamentos dos motoristas que passam pela via podem ser ouvidos facilmente dentro das salas de aula. Ontem pela manhã a prefeitura respondeu argumentando que o local é um dos que mais têm gerado notificações a taxistas. “A Urbs e a Setran têm intensificado a fiscalização dos táxis nesta área, notificando os motoristas parados em área não definida para táxi e que ficam sujeitos a multas por__________ ao regulamento do táxi e ao código de trânsito”, diz trecho. Comentários de outros usuários dizem que o ___________ acontece há meses e a qualquer hora do dia. Outros já haviam reclamado pelo 156. Jornal Metro, 16 de setembro de 2015, p. 03 Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as palavras que preenchem as lacunas, grafadas de forma correta.

  13. 73

    ENEM PPL 2014

    E-mail no ambiente de trabalho   T. C., consultor e palestrante de assuntos ligados ao mercado de trabalho, alerta que a objetividade, a organização da mensagem, sua coerência e ortografia são pontos de atenção fundamentais para uma comunicação virtual eficaz.   E, para evitar que erros e falta de atenção resultem em saias justas e situações constrangedoras, confira cinco dicas para usar o e-mail com bom senso e organização:    1. Responda às mensagens imediatamente após recebê-las. 2. Programe sua assinatura automática em todas as respostas e encaminhamentos.  3. Ao final do dia, exclua as mensagens sem importância e arquive as demais em pastas previamente definidas.  4. Utilize o recurso de "confirmação de leitura" somente quando necessário. 5. Evite mensagens do tipo “corrente”. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento).   O texto apresenta algumas sugestões para o leitor. Esse caráter instrucional é atribuído, principalmente, pelo emprego 

  14. 74

    ENEM - 3 APLICACAO 2016

    Parestesia não, formigamento Trinta e três regras que mudam a redação de bulas no Brasil Com o Projeto Bulas, de 2004, voltado para a tradução do jargão farmacêutico para a língua portuguesa – aquela falada em todo o Brasil – e a regulamentação do uso de medicamentos no país, cinco anos depois, o Brasil começou a sair das trevas. O grupo comandado por uma doutora em Linguística da UFRJ sugeriu à Anvisa mudar tudo. Elaborou, também, “A redação de bulas para o paciente: um guia com os princípios de redação clara, concisa e acessível para o leitor de bulas”, disponível em versão adaptada no site da Anvisa. Diferentemente do que acontece com outros gêneros, na bula não há espaço para inovações de estilo. “O uso de fórmulas repetitivas é bem-vindo, dá força institucional ao texto”, explica a doutora. “A bula não pode abrir possibilidades de interpretações ao seu leitor”. Se obedecidas, as 33 regras do guia são de serventia genérica – quem lida com qualquer tipo de escrita pode se beneficiar de seus ensinamentos. A regra 12, por exemplo, manda abolir a linguagem técnica, fonte de possível constrangimento para quem não a compreende, e recomenda: “Não irrite o leitor.” A regra 14 prega um tom cordial, educado e, sobretudo, conciso: “Não faça o leitor perder tempo”. Disponível em: revistapiaui.estadao.com.br. Acesso em: 24 jul. 2012 (adaptado). As bulas de remédio têm caráter instrucional e complementam as orientações medicas. No contexto de mudanças apresentado, a principal característica que marca sua nova linguagem é o(a)

  15. 75

    ENEM PPL 2009

    S.O.S. Português Por que os pronomes oblíquos têm esse nome e quais as regras para utilizá-los? As expressões “pronome oblíquo” e “pronome reto” são oriundas do latim (casus obliquus e casus rectus). Elas eram usadas para classificar as palavras de acordo com a função sintática. Quando estavam como sujeito, pertenciam ao caso reto. Se exerciam outra função (exceto a de vocativo), eram relacionadas ao caso oblíquo, pois um dos sentidos da palavra oblíquo é “não é direito ou reto”. Os pronomes pessoais da língua portuguesa seguem o mesmo padrão: os que desempenham a função de sujeito (eu, tu, ele, nós, vós e eles) são os pessoais do caso reto; e os que normalmente têm a função de complementos verbais (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, os, a, as, lhe, lhes, se, si, consigo, nos, conosco, vos e convosco) são os do caso oblíquo. NOVA ESCOLA. Coluna “Na dúvida”, dez. 2008, p. 20. Na descrição dos pronomes, estão implícitas regras de utilização adequadas para situações que exigem linguagem formal. A estrutura que está de acordo com as regras apresentadas no texto é: 

  16. 76

    UFPR 2010

    Considere as seguintes formas verbais:   1. havia recebido 2. tinha recebido 3. estava recebendo 4. iria estar recebendo   Na frase “Todas as notícias daquele dia foram redigidas a partir dos documentos que a direção do jornal recebera do ministério público”, a forma verbal grifada pode ser substituída, mantendo-se a relação de sentido temporal e sem prejuízo à obediência à língua culta, por: 

  17. 77

    FUVEST 2011

    Já na segurança da calçada, e passando por um  trecho em obras que atravanca nossos passos, lanço à queima-roupa: — Você conhece alguma cidade mais feia do que São Paulo? — Agora você me pegou, retruca, rindo. Hã, deixa  eu ver... Lembro-me de La Paz, a capital da Bolívia, que me pareceu bem feia. Dizem que Bogotá é muito feiosa também, mas não a conheço. Bem, São Paulo, no geral, é feia, mas as pessoas têm uma disposição para o trabalho aqui, uma vibração empreendedora, que dá uma feição muito particular à cidade. Acordar cedo em São Paulo e ver as pessoas saindo para trabalhar é algo que me toca. Acho emocionante ver a garra dessa gente. R. Moraes e R. Linsker. Estrangeiros em casa: uma caminhada pela selva urbana de São Paulo. National Geographic Brasil (adaptado).   No texto, a expressão que indica, de modo mais evidente, o distanciamento social do segundo interlocutor em relação às pessoas a que se refere é

  18. 78

    INSPER 2014

    TEXTO I Barreira da língua Cenário: um posto de saúde no interior do Maranhão. – Buenos dias, señor, o que siente? – pergunta o médico. – Tô com dor no bucho, comi uma tapioca reimosa, me deu um empachamento danado. Minha cabeça ficou pinicando, deu até um farnizim no juízo. – Butcho? Tapiôka? Empatchamiento? Pinicón? Farnew zeen??? O trecho acima é de uma piada que circula no Hospital das Clínicas de São Paulo sobre as dificuldades de comunicação que os médicos estrangeiros deverão enfrentar nos rincões do Brasil. (...) Claúdia Colucci, Folha de S. Paulo, 03 jul.2013.   TEXTO II No texto “Barreira da língua”, a jornalista Cláudia Collucci reproduz uma piada ouvida no Hospital das Clínicas, em São Paulo, para criticar a iniciativa do governo de abrir a possibilidade de que médicos estrangeiros venham a trabalhar no Brasil. Faltou dizer duas obviedades ululantes para qualquer brasileiro: 1) A maioria dos ilustres médicos que trabalham no Hospital das Clínicas teria tantas  dificuldades quanto um estrangeiro para entender uma frase recheada de regionalismos completamente desconhecidos nas rodas das classes média e alta por onde circulam; 2) A quase totalidade deles não tem o menor interesse em mudar para uma comunidade carente, seja no interior do Maranhão, seja num vilarejo amazônico, e lá exercer sua profissão. (...) José Cláuver de Aguiar Júnior, “Painel do leitor”, Folha de S. Paulo, 04 jul. /2013.   De acordo com o Texto II, os regionalismos usados na piada transcrita no Texto I

  19. 79

    UNICENTRO 2013

    TEXTO 1 Vacinas necessárias Vicente Amato Neto e Renato de Ávila Kfouri   Há muito é conhecido o poder das vacinas. Quando elas se tornam política pública, reduzem a mortalidade infantil, eliminam doenças e reduzem custos no setor de saúde.   Foi através de amplos programas de imunização que se eliminou a varíola do planeta e que obtivemos o controle de várias outras doenças.   Mas duas inquietudes ainda precisam ser resolvidas: o acesso de todos e o desenvolvimento de vacinas contra doenças negligenciadas - ou, como dizem, "doenças órfãs".   O acesso obedece à lógica do capitalismo, em que a indústria farmacêutica, que investe no desenvolvimento de novas moléculas e vacinas, recebe o retorno de seus grandes investimentos após o licenciamento desses produtos, aprovados após rigorosos exames feitos pelas agências regulatórias.   Fica evidente que são os países mais ricos, possivelmente os que menos necessitam, que se beneficiam com a inclusão de novos imunizantes em seus programas públicos.   No Brasil, nosso elogiado e copiado Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem sido exitoso não somente pelo número de vacinas contempladas, mas principalmente pelas altas coberturas vacinais atingidas, quase imbatíveis quando comparadas às de outros países.   Contudo, lembramos que existem medidas cogitáveis, como a inclusão das vacinas contra:   - A varicela, ou catapora, muitas vezes tida como benigna, mas podendo não raramente apresentar complicações; - O vírus do papiloma humano (HPV), importante agente sexualmente transmissível capaz de causar verrugas e câncer em homens ou mulheres; - Hepatite A, que representa importante agravo à saúde.   Essas vacinas citadas são hoje administradas somente em serviços privados de imunização.   Outros avanços ainda esperados são: ampliar o emprego da anti-hepatite B para todas as idades, expandir a utilização da vacina contra a meningite entre os adolescentes, contar com a prevenção da coqueluche em adultos, além de disponibilizarmos as protetoras de pneumonias de maneira mais efetiva para os idosos.   A propósito de males esquecidos, precisamos investir no desenvolvimento de imunizantes contra a dengue, a malária, a tuberculose, a AIDS e a hepatite C.   Convém conhecer quem estará à frente dos processos de pesquisas e desenvolvimento dessas novas vacinas. Os laboratórios públicos não conseguem competir com o investimento da indústria farmacêutica privada. As exigências, acertadamente cada vez mais severas para licenciar novos produtos, demandam estudos dispendiosos e com um enorme número de envolvidos.    Por isso, ficamos reféns de interesses no âmbito da produção de imunobiológicos, e assim ocorrem menos benefícios em países pobres.   Algumas iniciativas como a GAVI (Aliança Global de Apoio às Imunizações) e os altos investimentos em munização da Fundação Bill e Melinda Gates, fervorosos apoiadores dos progressos em imunizações, talvez não sejam suficientes para reduzir o grande abismo que há entre as nações. Entretanto, certamente são diligências como essas que estabelecerão o tamanho da diferença.    É hora de pensarmos em promoção de saúde através da prevenção, e não somente o intento de curar pessoas alcançadas por distúrbios indesejados. Agir assim requer esforços e investimentos muito maiores, sempre recordando que aliviar o sofrimento humano não tem preço. Folha de S.Paulo, 22 de julho de 2012. Tendências e debates   As expressões “exitoso” e “diligências” remetem, no contexto, respectivamente, às ideias de

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    UNESP 2013

    A questão toma por base dois trechos de um artigo de Alexandre Oliva sobre a importância do uso de software na educação.     Software Livre, isto é, software que respeita as liberdades dos usuários de executar o software para qualquer propósito, de estudar o código fonte do software e adaptá-lo para que faça o que o usuário deseje, de fazer e distribuir cópias do software, e de melhorá-lo e distribuir as melhorias, permite que pessoas usem computadores sem abrir mão de serem livres e independentes, sem aceitar condições que os impeçam de obter ou criar conhecimento desejado.   Software que priva o usuário de qualquer dessas liberdades não é Livre, é privativo, e mantém usuários divididos, dependentes e impotentes. Não é uma questão técnica, não tem nada a ver com preço nem com a tarefa prática desempenhada pelo software. Um mesmo programa de computador pode ser Livre para alguns usuários e não-Livre para outros, e tanto os Livres quanto os privativos podem ser grátis ou não. Mas além do conhecimento que foram projetados para transmitir, um deles ensinará liberdade, enquanto o outro ensinará servidão. [...] Se o usuário depender de permissão do desenvolvedor do software para instalá-lo ou utilizá-lo num computador qualquer, o desenvolvedor que decida negá-la, ou exija contrapartida para permiti-la, efetivamente terá controle sobre o usuário. Pior ainda se o software armazenar informação do usuário de maneira secreta, que somente o fornecedor do software saiba decodificar: ou o usuário paga o resgate imposto pelo fornecedor, ou perde o próprio conhecimento que confiou ao seu controle. Seja qual for a escolha, restarão menos recursos para utilizar na educação.   Ter acesso negado ao código fonte do programa impede o educando de aprender como o software funciona. Pode parecer pouco, para alguém já acostumado com essa prática que pretende também controlar e, por vezes, enganar o usuá- rio: de posse do código fonte, qualquer interessado poderia perceber e evitar comportamento indesejável, inadequado ou incorreto do software. Através dessa imposição de impotência, o fornecedor cria um monopólio sobre eventuais adaptações ao software: só poderão ser desenvolvidas sob seu controle. Pior ainda: cerceia a curiosidade e a criatividade do educando. Crianças têm uma curiosidade natural para saber como as coisas funcionam. Assim como desmontam um brinquedo para ver suas entranhas, poderiam querer entender o software que utilizam na escola. Mas se uma criança pedir ao professor, mesmo o de informática, que lhe ensine como funciona um determinado programa privativo, o professor só poderá confessar que é um segredo guardado pelo fornecedor do software, que a escola aceitou não poder ensinar ao aluno. Limites artificiais ao que os alunos poderão almejar descobrir ou aprender são a antítese da educação, e a escolha de modelos de negócio de software baseados numa suposta necessidade de privação e controle desse conhecimento não deve ser incentivada por ninguém, muito menos pelo setor educacional. (Alexandre Oliva. Software privativo é falta de educação. http://revista.espiritolivre.org)     No fragmento do artigo apresentado, em todas as referências a software, a palavra “Livre” aparece com inicial maiúscula e a palavra “privativo” com inicial minúscula. Aponte a alternativa que explica essa diferença em função do próprio contexto do artigo:

  21. 81

    UNIFESP 2016

    A questão a seguir focaliza uma passagem da comédia O juiz de paz da roça do escritor Martins Pena (1815-1848). JUIZ (assentando-se): Sr. Escrivão, leia o outro requerimento. ESCRIVÃO (lendo): Diz Francisco Antônio, natural de Portugal, porém brasileiro, que tendo ele casado com Rosa de Jesus, trouxe esta por dote uma égua. “Ora, acontecendo ter a égua de minha mulher um filho, o meu vizinho José da Silva diz que é dele, só porque o dito filho da égua de minha mulher saiu malhado como o seu cavalo. Ora, como os filhos pertencem às mães, e a prova disto é que a minha escrava Maria tem um filho que é meu, peço a V. Sa. mande o dito meu vizinho entregar-me o filho da égua que é de minha mulher”. JUIZ: É verdade que o senhor tem o filho da égua preso? JOSÉ DA SILVA: É verdade; porém o filho me pertence, pois é meu, que é do cavalo. JUIZ: Terá a bondade de entregar o filho a seu dono, pois é aqui da mulher do senhor. JOSÉ DA SILVA: Mas, Sr. Juiz... JUIZ: Nem mais nem meios mais; entregue o filho, senão, cadeia. Martins Pena. Comédias (1833-1844), 2007. O emprego das aspas no interior da fala do escrivão indica que tal trecho

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    UNICENTRO 2012

    O sexto sentido   Os cinco sentidos são, a um tempo, seres da “caixa de ferramentas” e seres da “caixa de brinquedos”. Como ferramentas, os sentidos nos fazem conhecer o mundo. A cor vermelha, no semáforo, diz que é preciso parar o carro. O som da buzina chama a minha atenção para um carro que se aproxima. O cheiro estranho na cozinha me adverte de que o gás está aberto. Como brinquedos, os cinco sentidos me informam que o mundo está cheio de beleza. Os sentidos são órgãos sexuais: com eles fazemos amor com o mundo. Dão-nos prazer e alegria.   Mas há um sexto sentido dotado de propriedades mágicas, um sentido que nos permite fazer amor com coisas que não existem... Esse sentido se chama “pensamento”. Digo que o pensamento é um sentido mágico porque ele tem o poder de chamar à existência coisas que não existem e de tratar as coisas que existem como se não existissem. E é dele que surge a grandeza dos seres humanos. O pensamento nos dá asas, ele nos transforma em pássaros!   “Mas que realidade tem as coisas que não existem?”, poderão perguntar os filósofos. Aí serão os poetas que darão respostas aos filósofos. “Que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem?”, perguntava Paul Valery. E Manoel da Barros acrescentaria: “As coisas que não existem são mais bonitas...” Leonardo da Vinci pensava e desenhava máquinas que não existiam e que só poderiam existir num futuro distante. Mas que alegria aquelas entidades não existentes lhe davam! Por isso ele as guardava como segredos perigosos que, se conhecidos, poderiam levá-lo à Inquisição. Mas o prazer valia o risco.   Que extraordinário exercício de alienação é a literatura! Mergulhados num livro, a realidade que nos cerca deixa de existir. Estamos inteiramente no mundo do pensamento. Se Marx estava certo ao afirmar que “o homem é o mundo do homem”; então, na literatura, tornamo-nos criaturas dos muitos mundos da fantasia. Tornamo-nos personagens de uma história inventada, “atores” de teatro. Os atores são seres alienados da realidade por estarem vivendo totalmente no mundo da ficção. Todo artista é um fingidor. Todo leitor tem de ser um fingidor. Fingir, brincar de fazer de contas, tratar as coisas que são como se não fossem e as coisas que não são como se fossem! É dessa loucura que surgem as mais belas criações da arte e da ciência. Por isso, eu me daria por feliz se a educação fizesse apenas isso: introduzir os alunos no mundo mágico do pensamento tal como ele acontece na literatura... Quem experimentou 50 a magia do pensamento uma única vez não se esquece jamais. ALVES, Rubem. O sexto sentido. A casa de Rubem Alves. Disponível em:. Acesso em: 6 jun. 2011. Adaptado.   Identifique os fragmentos que exemplificam a linguagem conotativa.   I. “seres da ‘caixa de ferramentas’ e seres da ‘caixa de brinquedos.” II. “O som da buzina chama a minha atenção para um carro que se aproxima.” III. “um sentido que nos permite fazer amor com coisas que não existem...” IV. “Mergulhados num livro, a realidade que nos cerca deixa de existir.” V. “Por isso, eu me daria por feliz se a educação fizesse apenas isso”   A alternativa em que todos os fragmentos indicados possuem linguagem conotativa é a

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    MACKENZIE 2015

    Os bebês nascem com instintos que os ajudam a sintonizar rapidamente os ritmos da fala e a gramática. São muito sensíveis à direção do olhar de outra pessoa, que os ajuda a decifrar frases incompreensíveis, como “olha aquele cachorro engraçado”. Os bebês murmuram e balbuciam, ações que tornam as cordas vocais mais afinadas. Eles também viram a cabeça instintivamente por causa de um barulho e se extasiam com a voz da mãe ou do pai. O elo afetivo é muito importante para o seu desenvolvimento intuitivo e emocional. Embora a linguagem ainda não esteja conectada no seu cérebro, o bebê tem várias artimanhas genéticas que lhe permitem aprender desde o dia de seu nascimento. John McCrone   Assinale a alternativa que apresenta melhor paráfrase para o trecho abaixo, considerando a manutenção do sentido original e o uso da norma culta.   Os bebês murmuram e balbuciam, ações que tornam as cordas vocais mais afinadas. Eles também viram a cabeça instintivamente por causa de um barulho e se extasiam com a voz da mãe ou do pai.

  24. 84

    ENEM PPL 2013

    — Ora dizeis, não é verdade? Pois o Sr. Lúcio queria esse cravo, mas vós lho não podíeis dar, porque o velho militar não tirava os olhos de vós; ora, conversando com o Sr. Lúcio, acordastes ambos que ele iria esperar um instante no jardim... MACEDO, J. M. A moreninha. Disponível em: www.dominiopublico.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010 (fragmento).   O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do romance, há um diálogo entre dois personagens. A fala transcrita revela um falante que utiliza uma linguagem

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    UNEMAT 2011

    As mariposa As mariposa quando chega o frio Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá Elas roda, roda, roda, dispois se senta Em cima do prato da lâmpida pra descansá [...] (BARBOSA, 2008).   Levando em conta o processo da variação linguística, assinale a alternativa correta. 

  26. 86

    FCMMG 2015

    SAÚDE SOFRE ESCASSEZ CRÔNICA DE RECURSOS   Dos pilares do ambicioso modelo de seguridade social criado pela Constituição de 1988, o Sistema Único de Saúde é o que enfrenta os maiores entraves orçamentários. Enquanto os gastos públicos brasileiros com Previdência, assistência social e amparo ao trabalhador são comparáveis, como proporção da economia, aos do Primeiro Mundo, a saúde padece de escassez crônica de verbas. Com base em dados de 2009, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estimou o gasto público em saúde em 3,8% do Produto Interno Bruto; com valores de 2011, um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) calculou muitos semelhantes 3.9% do PIB. Embora crescente nos últimos anos, o montante é inferior aos 4,8% da renda nacional gastos pelas famílias com planos privados, medicamentos e outros bens de serviços de saúde, nas contas do IBGE. É muito menos, ainda, que a média de 6,5% do PIB desembolsada pelos governos dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a maioria desenvolvidos. Segundo as regras constitucionais, estabelecidas em 2000, a União deve elevar suas despesas em saúde conforme o crescimento anual da economia do país. Estados e municípios devem destinar ao setor, respectivamente, 12% e 15% de suas receitas. (PATU, G.;NUBLAT, J. Folha de São Paulo. 29/03/2014. Caderno especial de Saúde, p.8. Texto adaptado.)     A substituição do vocábulo destacado altera o sentido do texto em:

  27. 87

    ENEM 2011

    Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal às normas do português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais às populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidaram em diferentes momentos da nossa história e que só a partir do século XVII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios. CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (Org). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado). O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a

  28. 88

    IFPE 2016

    Brasi de cima e Brasi de baxo Meu compadre Zé Fulo, Meu amigo e companhêro, Faz quage um ano que eu tou Neste Rio de Janêro; Eu saí do Cariri Maginando que isto aqui Era uma terra de sorte, Mas fique sabendo tu Que a misera aqui no Su É esta mesma do Norte. Tudo o que procuro acho. Eu pude vê neste crima, Que tem o Brasi de Baxo E tem o Brasi de Cima. Brasi de baxo, coitado! É um pobre abandonado; O de Cima tem cartaz, Um do ôtro é bem deferente: Brasi de Cima é pra frente, Brasi de Baxo é pra trás. ASSARÉ, Patativa do. Melhores poemas. Seleção de Cláudio Portella. São Paulo: Global, 2006. p.329-332 (fragmento).. Ao observar a variedade linguística e o nível de linguagem utilizados no poema, é correto caracterizar o eu lírico como

  29. 89

    UFMS 2009

    Em cada item há uma palavra que NÃO pertence ao mesmo campo semântico das demais palavras. 1. dissertação – argumento – lógica – diálogo 2. prova – exame – teste – intervalo 3. diretor – cliente – chefe – supervisor 4. médico – enfermeiro – freguês – paciente 5. professor – aluno – escola – eleitor   São elas, em sequência:

  30. 90

    ENEM 2009

    Texto I O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de sua língua; se outra for a orientação, vamos cair na “língua brasileira”, refúgio nefasto e confissão nojenta de ignorância do idioma pátrio, recurso vergonhoso de homens de cultura falsa e de falso patriotismo. Como havemos de querer que respeitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a descuidar daquilo que exprime e representa o idioma pátrio? ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da língua portuguesa. Prefácio. São Paulo: Saraiva, 1999 (adaptado). Texto II Alguns leitores poderão achar que a linguagem desta Gramática se afasta do padrão estrito usual neste tipo de livro. Assim, o autor escreve tenho que reformular, e não tenho de reformular; pode-se colocar dois constituintes, e não podem-se colocar dois constituintes; e assim por diante. Isso foi feito de caso pensado, com a preocupação de aproximar a linguagem da gramática do padrão atual brasileiro presente nos textos técnicos e jornalísticos de nossa época. REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São Paulo: Ática, 1996. Confrontando-se as opiniões defendidas nos dois textos, conclui-se que

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