UFAM 2010

Leia o texto abaixo, tirado do livro Amazônia, a terra e o homem, de Araújo Lima: 
 
“A opinião crítica – precipitada, tumultuosa, claudicantepela deficiência de análise e observação – tem oscilado sempre, ao definir a região amazônica, entre os arroubos de exaltação otimista e os libelos de um pessimismo fulminador. Daí, duas definições antinômicasexprimirem, em fórmulas sintéticas, o radicalismo desses juízos extremados: Inferno verde ou Paraíso verde.

Nem inferno, nem paraíso.

A enormidade imensurável, os latifúndios inviolados, as impérviasterras sem dono, toda essa vastidão territorial ilimitada, que dominam selvas espessas e intérminas, projeta-se num babilonismosugestivo, até à mente dos que de longe observam, envolvendo-a na dúvida, no mistério, no terror.

Desse erro de visão atordoada sobressaem as lendas, as fábulas, as superstições, toda essa trama de percepções errôneas e deformadas, que a ignorância e o pavor inspirado por tais paragens fantásticas entretecem no cérebro dos observadores longínquos e desavisados.

Ficam os forasteiros perplexos ante o esplendor da natureza opulenta e grandiosa, que se esboça nas linhas imprecisas, mal definidas, fugidias da paisagem em seu conjunto panorâmico. E, ao assalto dessas sensações, irrompe a explosão lírica, inspirada pela fascinação do colorido, gerando um superlativismo contagioso, enfático, retórico, que contamina quase todos os descritores desses cenários.

Em sã verdade, a região é mal vista, pouco conhecida, erroneamente interpretada. Persiste indecifrável, mas desastrosamente deturpada na significação de sua essência, de seus atributos, de seus recursos.” 

 

No texto de Araújo Lima, observamos várias palavras pouco usuais no Português coloquial contemporâneo, mas que podem ser compreendidas se considerarmos o contexto em que se inserem. É o caso de:

Escolha uma das alternativas.