UFR-RJ 1999

CORRIDINHO

O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
É descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
(PRADO, Adélia. O CORAÇÃO DISPARADO. Rio de Janeiro, Nova Fronteira. 1977.)
 

A oração que apresenta a ideia de causalidade é

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