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  1. 61

    UEMS 2006

    Livro Tropeçavas nos astros desastrada Quase não tínhamos livros em casa E a cidade não tinha livraria Mas os livros que em nossa vida entraram São como a radiação de um corpo negro Apontando para a expansão do Universo Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso (E, sem dúvida, sobretudo o verso) É o que pode lançar mundos no mundo. [...] No verso “Tropeçavas nos astros desastrada”, os termos em negrito classificam-se, do ponto de vista sintático, respectivamente, como

  2. 62

    UFSC 2013

    Texto 1  Old Greenwich, 3 de agosto de 1946. Clarice, Uma praia com areia preta. Um jardim todo torto, a grama cheia de folhas secas. Na frente o mar, com um homem barbado dando braçadas. A mulher de touca branca olha para trás dentro d’água, ri do barbado que deve ser seu marido, apesar da barba. A barba fica molhada, colada ao peito, escorrendo água. Na cabeça ele tem uma touca de meia de mulher. Estamos em 1912. No jardim tem uma árvore, debaixo da árvore tem uma mesa de vime, em cima da mesa uma máquina, em frente à mesa uma cadeira de vime e em cima da cadeira eu. Me sinto feito de vime também.[...] Abraço com muita amizade. Fernando   Texto 2 Berna, 14 de agosto de 1946. Fernando, A descrição de Old Greenwich começou muito bem, eu lendo apenas; depois fui entrando em 1912, e entrei em transe – fiquei passeando pela praia com um maillot até os tornozelos e com meu lanche numa cestinha; e depois, na hora do pôr do sol, botei meu chapéu de abas largas até os olhos, meu vestido comprido de linho bordado e me sentei num banco junto de um homem de bigode e chapéu de palha. Que maravilha se a gente pudesse mesmo usar o pó do pirlimpimpim. “Nandinho”, que carta boa a sua. [...] Um abraço, Clarice SABINO, Fernando. Cartas perto do coração – Fernando Sabino, Clarice Lispector. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 42; 52. [Adaptado]   Observe os seguintes trechos retirados dos textos 1 e 2.   I. “Que maravilha se a gente pudesse mesmo usar o pó do pirlimpimpim.” (texto 2) II. “No jardim tem uma árvore, debaixo da árvore tem uma mesa de vime [...]” (texto 1) III. [...] botei meu chapéu de abas largas até os olhos, meu vestido comprido de linho bordado [...]” (texto 2)   Assinale a alternativa CORRETA.

  3. 63

    UNESP 2014

    Ossos do ofício (João de Deus, poeta português,  1830-1896) Uma vez uma besta do tesouro, Uma besta fiscal, Ia de volta para a capital, Carregada de cobre, prata e ouro; E no caminho Encontra-se com outra carregada De cevada, Que ia para o moinho. Passa-lhe logo adiante Largo espaço, Coleando arrogante E a cada passo Repicando a choquilha Que se ouvia distante. Mas salta uma quadrilha De ladrões, Como leões, E qual mais presto Se lhe agarra ao cabresto. Ela reguinga, dá uma sacada Já cuidando Que desfazia o bando; Mas, coitada! Foi tanta a bordoada, Ah! que exclamava enfim A besta oficial: — Nunca imaginei tal! Tratada assim Uma besta real!... Mas aquela que vinha atrás de mim, Por que a não tratais mal? “Minha amiga, cá vou no meu sossego, Tu tens um belo emprego! Tu sustentas-te a fava, e eu a troços! Tu lá serves el-rei, e eu um moleiro! Ossos do ofício, que o não há sem ossos.” (Campo de flores, s/d.) Na terceira estrofe, com relação à oração principal do período de que faz parte, a oração que exclamava enfim expressa

  4. 64

    UNITAU 1995

    "A teoria da argumentação é a parte da semiologia comprometida com a explicação das evocações ideológicas das mensagens. Os novos retóricos aproximam-se, assim, da proposta de Eliseo Verón, que, preocupado com as condições ideológicas dos processos de transmissão e consumo das significações no seio da comunicação social, chama de semiologia os estudos preocupados com essa problemática, deixando como objeto da teoria linguística as questões tradicionais sobre o conceito, o referente e os componentes estruturais dos signos. Essa demarcação determina que a semiologia deve ser analisada como uma teoria hermenêutica das formas como se manipulam contextualmente os discursos". (ROCHA & CITTADINO, O Direito e sua Linguagem, p.17, Sérgio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1984)   Os termos em destaque no texto apresentam as seguintes funções, respectivamente:

  5. 65

    FGV-SP 2012

    Sua excelência [O ministro] vinha absorvido e tangido por uma chusma de sentimentos atinentes a si mesmo que quase lhe falavam a um tempo na consciência: orgulho, força, valor, satisfação própria etc. etc. (...) As obscuras determinações das coisas, acertadamente, haviam-no erguido até ali, e mais alto levá-lo-iam, visto que, só ele, ele só e unicamente, seria capaz de fazer o país chegar ao destino que os antecedentes dele impunham. (Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998, pp. 15-6). A relação de sentido que a expressão visto que imprime ao contexto em que se encontra, no último parágrafo, equivale à destacada em

  6. 66

    UFAC 2011

    Para responder à questão, leia os fragmentos a seguir, retirados da reportagem Cientistas criam árvore artificial contra aquecimento global, publicada no site da BBC.   Um grupo de cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, anunciou ter criado árvores artificiais que podem ajudar no combate ao aquecimento global, já que absorvem CO2 da atmosfera quase mil vezes mais rapidamente do que árvores de verdade. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090708arvoressinteticasebc.shtml.   A oração “que podem ajudar no combate ao aquecimento global” deve ser classificada como:

  7. 67

    ACAFE 2015

    Morte de bando desencadeia onda de ataques em SC  De dentro de presídios partiu o "salve" para dar início à onda de ataques que assusta Santa Catarina há mais de duas semanas. Entre as causas do levante está uma operação da Polícia Civil contra uma tentativa de assalto a um banco que terminou com cinco bandidos mortos, há mais de um mês. O Estado apurou que a polícia e o Ministério Público Estadual (MPE) investigam os ataques como uma retaliação ao crescimento do número de bandidos abatidos em confrontos. O caso registrado no dia 30 de agosto na cidade de Governador Celso Ramos seria um dos estopins para os atentados ordenados pelo Primeiro Grupo Catarinense (PGC). Na noite de 29 de agosto, por volta das 23 horas, policiais civis estavam a postos para enfrentar o bando, após rastrear por intercepções telefônicas e troca de mensagens por aplicativo de smartphone, que eles planejavam estourar caixas eletrônicos. Os policiais conseguiram abortar o crime às 3 horas, quando os criminosos foram acuados e mortos. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 16 out. 2014 (fragmento adaptado).    Considerando o texto, assinale a alternativa correta.

  8. 68

    UFV 1996

     "Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil."   As gramáticas diriam que esta flexão verbal está correta porque o sujeito é composto

  9. 69

    UFAM 2009

    Assinale a oração em que ocorrem orações coordenadas e subordinadas:

  10. 70

    Espcex (Aman) 2016

    No período “Ninguém sabe como ela aceitará a proposta”, a oração grifada é uma subordinada

  11. 71

    UNEMAT 2009

    Desigualdade social   O Brasil é um país de grande contraste social. A distribuição de renda é desigual, sendo que uma pequena parcela da sociedade é muito rica, enquanto grande parte da população vive na pobreza e miséria. Embora a distribuição de renda tenha melhorado nos últimos anos, em função dos programas sociais, ainda vivemos num país muito injusto. Fonte:www.suapesquisa.com/educacaoesportes/arru mar_emprego.htm   Assinale a alternativa incorreta.

  12. 72

    FGV-SP 2003

    O pronome você exerce a função de sujeito do verbo sublinhado em: 

  13. 73

    UEMS 2014

    Amanheceu a aurora aquele dia Que 14 de março se contava, Mais tarde do que nunca, porque viam, Que o ar de uma negra sombra se turvava, Aves nos ninhos ainda dormiam, Abelhas nos cortiços já roncavam, Porque ver não queriam minhas mágoas Aves, Abelhas, Aurora, Ares, Águas. CASCUDO, Luís da Câmara. Literatura oral no Brasil, p. 386. A oração contida no quarto verso do texto acima classifica-se sintaticamente como

  14. 74

    ESPM 2014

    Como percepção da sociedade moderna, não há nada que se compare a ‘O Capital’, ao ‘Manifesto Comunista’ e aos escritos sobre a luta de classes na França. A potência da formulação e da análise até hoje deixa boquiaberto. Dito isso, os prognósticos de Marx sobre a revolução operária não se realizaram, o que obriga a uma leitura distanciada. Outros aspectos da teoria, entretanto, ficaram de pé, mais atuais do que nunca, tais como a mercantilização da existência, a crise geral sempre pendente e a exploração do trabalho. Nossa vida intelectual seria bem mais relevante se não fechássemos os olhos para esse lado das coisas. (Roberto Schwarz, “Por que ler Marx”, Folha de S.Paulo, 22.02.2013). No trecho: “Dito isso, os prognósticos de Marx sobre a revolução operária...”, a vírgula separa uma oração reduzida e isso também ocorre na frase:

  15. 75

    UNICENTRO 2009

    MEU IDEAL SERIA ESCREVER Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!” Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má- vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos. Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria, que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história. E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente, e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la: essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem: foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto: sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento: é divina.” E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi, por acaso, na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...” E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro. (Rubem Braga. 200 Crônicas Escolhidas 2 ed. Rio de Janeiro: Record, 1978, p. 287-8).   Ela continuava a olhar para a janela da casa cinzenta. Por trás da vidraça da janela passavam vultos. Transformando a segunda oração numa subordinada adjetiva, a estruturação CORRETA é a seguinte

  16. 76

    UFSC 2013

    Texto 1  Old Greenwich, 3 de agosto de 1946. Clarice, Uma praia com areia preta. Um jardim todo torto, a grama cheia de folhas secas. Na frente o mar, com um homem barbado dando braçadas. A mulher de touca branca olha para trás dentro d’água, ri do barbado que deve ser seu marido, apesar da barba. A barba fica molhada, colada ao peito, escorrendo água. Na cabeça ele tem uma touca de meia de mulher. Estamos em 1912. No jardim tem uma árvore, debaixo da árvore tem uma mesa de vime, em cima da mesa uma máquina, em frente à mesa uma cadeira de vime e em cima da cadeira eu. Me sinto feito de vime também.[...] Abraço com muita amizade. Fernando   Texto 2 Berna, 14 de agosto de 1946. Fernando, A descrição de Old Greenwich começou muito bem, eu lendo apenas; depois fui entrando em 1912, e entrei em transe – fiquei passeando pela praia com um maillot até os tornozelos e com meu lanche numa cestinha; e depois, na hora do pôr do sol, botei meu chapéu de abas largas até os olhos, meu vestido comprido de linho bordado e me sentei num banco junto de um homem de bigode e chapéu de palha. Que maravilha se a gente pudesse mesmo usar o pó do pirlimpimpim. “Nandinho”, que carta boa a sua. [...] Um abraço, Clarice SABINO, Fernando. Cartas perto do coração – Fernando Sabino, Clarice Lispector. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 42; 52. [Adaptado]   Considere as afirmativas abaixo, em relação aos textos 1 e 2. I. Na construção “ri do barbado que deve ser seu marido” (texto 1), o pronome “que” introduz uma oração relativa que modifica o termo “barbado”. II. A referência ao ano de 1912, em ambos os textos, é feita pelo uso do verbo no tempo presente, o que produz uma incoerência em relação ao ano de 1946, época em que viviam os autores no momento em que escreveram as cartas. III. As diferentes temporalidades, expressas em datas diferentes, sinalizam para dois contextos distintos: o contexto real em que viviam os autores das cartas e o contexto ficcional projetado pela imaginação. IV. Com a frase “Que maravilha se a gente pudesse mesmo usar o pó do pirlimpimpim.” (texto 2), a autora expressa sua opinião acerca da possibilidade de se transportar no espaço e no tempo.   Assinale a alternativa CORRETA

  17. 77

    UFAM 2010

    Há quarenta anos, os transplantes eram a frente mais avançada na tentativa de curar doenças crônicas, desde que não houvesse rejeição por parte do organismo de quem recebia o órgão. Hoje, a vanguarda com a qual todos sonham está nas pesquisas sobre outro tipo de transplante: o de célulastronco embrionárias, que, por serem indiferenciadas, podem transformar-se em unidades especializadas de qualquer órgão ou tecido do corpo humano. Foi em maio de 1968, que o médico paulista Euryclides Zerbini realizou o primeiro transplante de coração no Brasil, o quinto do mundo. Ele comandaria mais duas cirurgias desse tipo até o ano seguinte, que foi marcado pela explosão do fenômeno. A atuação de Zerbini, que foi considerada uma grande façanha, era ainda mais digna de nota por ter sido realizada num país considerado atrasado na área científica. No entanto, se as células-tronco embrionárias se provarem capazes de gerar e regenerar órgãos e tecidos humanos com segurança, o capítulo dos transplantes tradicionais, que fizeram tanto sucesso, poderá ser encerrado na história da medicina. (Fonte: revista Veja, edição especial de setembro de 2008; texto adaptado)   As orações adjetivas podem restringir ou explicar determinadas frases nas quais se inserem. Nas passagens relacionadas abaixo, indique a única que delimita o sentido do vocábulo ao qual se refere:    

  18. 78

    FGV-SP 2004

    A oração sublinhada funciona como sujeito do verbo da oração principal em:

  19. 79

    UFAM 2009

    Assinale a opção em que a oração não tem sujeito:

  20. 80

    UNICENTRO 2011

    Incivilizado, bárbaro, órfão de sensibilidade e pobre de palavra, ignorante e grave, alheio à paixão e ao erotismo - um mundo sem literatura teria como traço principal o conformismo, a submissão dos seres humanos ao estabelecido. Seria um mundo animal.   Muitas vezes me ocorre, nas feiras de livros ou nas livrarias, que um senhor se aproxime de mim com um livro meu nas mãos e me peça para autografá-lo, especificando: é para a minha mulher, ou minha filha, ou minha irmã, ou minha mãe; ela, ou elas, são grandes leitoras e são apaixonadas por literatura. E eu lhe pergunto, de imediato: “E o senhor? Não gosta de ler?”   A resposta chega pontual, quase sempre: “Bem, sim, é claro que gosto, mas sou uma pessoa muito ocupada, sabe como é.” Sim, sei muito bem, porque ouvi essa explicação dezenas de vezes: esse senhor, esses milhares de senhores iguais a ele têm tantas coisas importantes, tantas obrigações e responsabilidades na vida, que não podem desperdiçar seu tempo precioso passando horas e horas imersos num romance, num livro de poemas ou num ensaio literário. Segundo essa concepção, a literatura é uma atividade da qual se pode prescindir, um entretenimento elevado e útil para cultivar a sensibilidade e as boas  maneiras, um ornamento que se podem permitir os que dispõem de tempo livre para a recreação, e que seria necessário computar na categoria dos esportes, do cinema, do bridge ou do xadrez, mas que pode ser sacrificado sem escrúpulos no momento de estabelecer uma escala de prioridades nos afazeres e compromissos indispensáveis da luta pela vida.   Nada, além que bons romances, ensina a ver nas diferenças étnicas e culturais a riqueza do patrimônio humano e a valorizá-las como uma manifestação de sua múltipla criatividade. Ler boa literatura é divertir-se, com certeza; mas também aprender, dessa maneira direta e intensa que é a da experiência vivida através das obras de ficção, o que somos e como somos em nossa integridade humana, com os nossos atos, os nossos  sonhos e os nossos fantasmas, a sós e na urdidura das relações que nos ligam aos outros, em nossa presença pública e no segredo de nossa consciência, essa soma extremamente complexa de verdades contraditórias - como as chamava Isaiah Berlin - de que é feita a condição humana.   Esse conhecimento totalizador e imediato do ser humano, hoje se encontra apenas no romance. Nem mesmo os outros ramos das disciplinas humanistas - como a filosofia, a psicologia, a história ou as artes - puderam preservar essa visão integradora e um discurso acessível porque, por trás da pressão irresistível da cancerosa divisão e fragmentação do conhecimento, acabaram por sucumbir também às imposições da especialização, por isolar-se em territórios cada vez mais segmentados e técnicos, cujas ideias e linguagens estão fora do alcance da mulher e do homem comuns. Não é nem pode ser o caso da literatura, embora alguns críticos e teóricos se empenhem em transformá-la em uma ciência, porque a ficção não existe para investigar uma área determinada da experiência, mas para enriquecer de maneira imaginária a vida, a de todos, a vida que não pode ser desmembrada, desarticulada, reduzida a esquemas ou fórmulas, sem que desapareça. LLOSA, Mário Vargas. Mojinho na cabeça polonesa. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2010.   A alternativa em que o fragmento transcrito expressa ideia de contraste ao que foi explicitado anteriormente é

  21. 81

    UFMG 2010

    PELÉ: 1000 O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé. Aquele gol que gostaríamos tanto de fazer, que nos sentimos maduros para fazer, mas que, diabolicamente, não se deixa fazer. O gol. (...) O muito papel que sujamos continua alvo, alheio às letras que nele se imprimem, pois aquela não era a combinação de letras que ele exigia de nós. E quantos metros cúbicos de suor, para chegar a esse não-resultado!   Então o gol independe de nossa vontade, formação e mestria? Receio que sim. Produto divino, talvez? Mas, se não valem exortações, apelos cabalísticos, bossas mágicas para que ele se manifeste... Se é de Deus, Deus se diverte negando-o aos que o imploram, e, distribuindo-o a seu capricho, Deus sabe a quem, às vezes um mau elemento. (...) Se a obrigação é aprender, por que todos que aprendem não a realizam? Por que só es te ou aquele chega a realizá-la? Por que não há 11 Pelés em cada time? Ou 10, para dar uma chance ao time adversário?   ANDRADE, Carlos Drummond de. O poder ultrajovem. 9. ed. Rio de Janeiro: Record, 1986. p. 133. (Fragmento).   Assinale a alternativa em que a função da(s) palavra(s) destacada(s) no trecho transcrito NÃO está corretamente explicitada entre colchetes.

  22. 82

    UNCISAL 2016

    A cura pelo afeto   Ainda aluna de medicina, Nise da Silveira se horrorizou ao ver o professor abrir com um bisturi o corpo de uma jia e deixar à mostra, pulsando, seu pequenino coração. Saiu da sala para vomitar. Esse fato define a mulher que iria revolucionar o tratamento da esquizofrenia e pôr em questão alguns dogmas estéticos em vigor mesmo entre artistas antiacadêmicos e críticos de arte. A mesma sensibilidade à flor da pele que a fez deixar, horrorizada, a aula de anatomia a levou a se opor ao tratamento da esquizofrenia em voga na época em que se formou: o choque elétrico, o choque insulínico, o choque de colabiosol e, pior do que tudo, a lobotomia, que consistia em secionar uma parte do cérebro do paciente. Tomou-se de revolta contra tais procedimentos, negando-se a aplicá-los nos doentes a ela confiados. Foi então que o diretor do hospital, seu amigo, disse-lhe que não poderia mantê-la no emprego, a não ser em outra atividade que não envolvesse o tratamento médico. – Mas qual?, perguntou ela. – Na terapia ocupacional, respondeu-lhe o diretor. A terapia ocupacional, naquela época, consistia em pôr os internados para lavar os banheiros, varrer os quartos e arrumar as camas. Nise aceitou a proposta e, em pouco tempo, em lugar de faxina, os pacientes trabalhavam em ateliês improvisados pintando, desenhando, fazendo modelagem com argila e encadernando livros. Desses ateliês saíram alguns dos artistas mais criativos da arte brasileira, cujas obras passaram a constituir o hoje famosíssimo Museu de Imagens do Inconsciente do Centro Psiquiátrico Nacional, situado no Engenho de Dentro, no Rio. [...] GULLAR, Ferreira. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015.     Dadas as afirmativas acerca da análise das relações dos vocábulos dentro de um mesmo campo semântico,   I. Na frase Saiu da sala para vomitar, há o apagamento do sujeito que poderá ser recuperado pelo contexto. Uma situação análoga ocorre em Tomou-se de revolta contra tais procedimentos....   II. Em ...na época em que se formou: o choque elétrico, o choque insulínico, o choque de colabiosol e, ..., explicita-se exemplo da reiteração de palavras pertencentes à mesma família lexical, um mecanismo de repetição lexical.   III. Os termos medicina e tratamento da esquizofrenia representam emprego de hiperonímia e hiponímia, uma vez que mantém uma relação semântica do tipo contém/está contido.   IV. Os vocábulos anatomia, esquizofrenia e lobotomia, citados no contexto referente, apresentam equivalência de significado, já que evitam repetições.      verifica-se que estão corretas apenas  

  23. 83

    UFC 2003

    Leia o trecho abaixo.   "Consultando o relógio da parede, que bate as horas num gemer de ferros, ela chama uma das pretas, para que lhe traga a chaleira com água quente." (MOREIRA CAMPOS, José Maria. Dizem que os cães veem coisas. Fortaleza: Edições UFC, 1987)   Classifique a função sintática dos termos de acordo com a numeração a seguir:   (1) adjunto adnominal (2) adjunto adverbial   (     ) num gemer de ferros (     ) da parede (     ) com água quente   A sequência correta, de cima para baixo, é:

  24. 84

    UFSC 2013

    Educador,   Você já trabalhou os conteúdos produzidos pelo IBGE em sua sala de aula? Que tipo de atividades seus alunos desenvolveram? Esse é um espaço para você contar sobre essas experiências e conhecer o trabalho de outros professores. Esse blog é moderado e, após avaliação, seu texto será publicado.   Texto enviado por Elania Maria Carvalho dos Santos Oliveira Escola Municipal João Nascimento Filho – Estância – SE (Ensino Fundamental 1° ao 5°)   Na minha graduação fiz vários artigos e precisei pesquisar muito. Em uma dessas pesquisas precisei recorrer ao IBGE, para me informar sobre dados estatísticos da cidade de Estância. Quando fui para o estágio essas pesquisas ajudaram muito meu desenvolvimento em sala de aula, e hoje estimulo meus alunos a pesquisarem no site do IBGE e também na própria instituição. Creio que todo cidadão brasileiro deveria se apossar dessas informações que revelam o modo como somos e como vivemos. Disponível em: [Adaptado] Acesso em: 09 de junho de 2013.     Com base no texto, identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo.     ( ) Em conformidade com a variedade padrão da língua portuguesa, em “Você já trabalhou os conteúdos produzidos pelo IBGE em sua sala de aula?”, o pronome possessivo mais adequado seria tua, para concordar com “você”, pronome que designa a segunda pessoa do discurso.   ( ) Em “Quando fui para o estágio essas pesquisas ajudaram muito meu desenvolvimento em sala de aula [...]”, as regras de pontuação recomendam o uso da vírgula após o trecho sublinhado para isolar a oração subordinada adverbial anteposta à principal.   ( ) Em “Esse blog é moderado e, após avaliação, seu texto será publicado.”, o pronome possessivo faz referência a “educador”.   ( ) Se em “Creio que todo cidadão brasileiro deveria se apossar [...]” a forma verbal sublinhada fosse substituída por tem que, a força da recomendação da autora seria atenuada.   ( ) O termo sublinhado em “Creio que todo cidadão brasileiro deveria se apossar dessas informações [...]” faz referência a dados estatísticos do IBGE.     Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.

  25. 85

    UNIFESP 2009

    No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala, que provavelmente era, encontrou condições inteiramente novas. Ficou talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em ordem nova de sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono. Foi um acaso feliz para a nossa literatura esta conjunção de um poeta de meia idade com a menina de dezessete anos. O quarentão é o amoroso refinado, capaz de sentir poesia onde o adolescente só vê o embaraçoso cotidiano; e a proximidade da velhice intensifica, em relação à moça em flor, um encantamento que mais se apura pela fuga do tempo e a previsão da morte:   Ah! enquanto os destinos impiedosos não voltam contra nós a face irada, façamos, sim, façamos, doce amada, os nossos breves dias mais ditosos.   (texto extraído de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.)   Em –  Ficou talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em ordem nova de sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono. – a vírgula separa orações coordenadas com sujeitos gramaticais .........; os dois pontos introduzem uma .................... .   Os espaços devem ser preenchidos, respectivamente, com

  26. 86

    UFRGS 2016

    A variação linguística é uma realidade que, embora razoavelmente bem estudada pela sociolinguística, pela dialetologia e pela linguística histórica, provoca, em geral, reações sociais muito negativas. O senso comum tem escassa percepção de que a língua é um fenômeno heterogêneo, que alberga grande variação e está em mudança contínua. Por isso, costuma folclorizar a variação regional; demoniza a variação social e tende a interpretar as mudanças como sinais de deterioração da língua. O senso comum não se dá bem com a variação linguística e chega, muitas vezes, a explosões de ira e a gestos de grande violência simbólica diante de fatos de variação. Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua – um ensino que garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. E esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais próprias a essas práticas – isto é, as variedades escritas e faladas que devem ser identificadas como constitutivas da chamada norma culta. Isso pressupõe, inclusive, uma ampla discussão sobre o próprio conceito de norma culta e suas efetivas características no Brasil contemporâneo. Parece claro hoje que o domínio dessas variedades caminha junto com o domínio das respectivas práticas socioculturais. Parece claro também, por outro lado, que não se trata apenas de desenvolver uma pedagogia que garanta o domínio das práticas socioculturais e das respectivas variedades linguísticas. Considerando o grau de rejeição social das variedades ditas populares, parece que o que nos desafia é a construção de toda uma cultura escolar aberta à crítica da discriminação pela língua e preparada para combatê-la, o que pressupõe uma adequada compreensão da heterogeneidade linguística do país, sua história social e suas características atuais. Essa compreensão deve alcançar, em primeiro lugar, os próprios educadores e, em seguida, os educandos. Como fazer isso? Como garantir a disseminação dessa cultura na escola e pela escola, considerando que a sociedade em que essa escola existe não reconhece sua cara linguística e não só discrimina impunemente pela língua, como dá sustento explícito a esse tipo de discriminação? Em suma, como construir uma pedagogia da variação linguística? Adaptado de: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. Apresentação. In: ZILLES, A. M; FARACO, C. A, orgs., Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola, 2015. Considere as seguintes propostas de alteração da ordem de elementos adverbiais do texto. I - Deslocamento de ,em geral, para imediatamente antes de razoavelmente. II - Deslocamento de ,muitas vezes, para imediatamente antes de chega. III- Deslocamento de inclusive, precedido de vírgula, para imediatamente depois de características. Quais propostas estão corretas e preservam o sentido do texto?

  27. 87

    CESGRANRIO 1993

    O IMPÉRIO DA LEI   O desfecho da crise política deu uma satisfação a um anseio fundamental dos brasileiros: o de que a lei seja respeitada por todos. Estamos, agora, diante da imperiosa necessidade de dar prosseguimento ao processo de regeneração dos costumes políticos e da restauração dos princípios éticos na vida pública, que nada mais é do que se conseguir em novas bases um consenso em torno da obediência civil.   Existem reformas pendentes nas áreas política e econômica, lacunas constitucionais a serem preenchidas, regulamentações não realizadas, aprimoramentos da Carta que deverão ocorrer em datas já definidas. Mas estas tarefas não esgotam a pauta de urgências da cidadania. É indispensável inculcar no cidadão comum o respeito à lei.   Esta aspiração é antiga no Brasil. Capistrano de Abreu já sonhava com uma Constituição com dois únicos artigos: 1 - A partir, desta data, todo brasileiro passa a ter vergonha na cara; 2 - Revogam-se as disposições em contrário. Num país que combina o furor legiferante à tradição de impunidade, o historiador compreendeu que o problema era menos a ausência de leis do que a generalizada e permanente tendência em desobedecê-las. Simplificar e cumprir foram suas palavras de ordem.   O sociólogo americano Phillip Schmitter se confessou abismado pela naturalidade com que os brasileiros transgridem as leis em vigor. É de se duvidar se uma Constituição como a de Capistrano "pegaria" no Brasil. Uma vez adotado o "cumpra-se a lei", as normas vigentes não seriam suficientes? Caso não fossem que mecanismos garantiriam o imediato cumprimento da nova lei? Mais: a desobediência à nova lei não aprofundaria ainda mais a desconfiança nas instituições? São questões que surgem espontaneamente num país cuja cidadania ainda não internalizou a lei. Jornal do Brasil, 01/10/92, p.10   Aponte a ÚNICA opção em que o termo em maiúsculo NÃO é complemento nominal:

  28. 88

    UFABC 2006

    – Você é um bicho, Fabiano. Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades. Chegara naquela situação medonha – e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha. – Um bicho, Fabiano ... mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra. No contexto em que se encontra, a oração em negrito estabelece a relação de sentido de  

  29. 89

    UEL 1994

    Relativamente A ESSE ASSUNTO, tenho muito que dizer.   A expressão em destaque na frase anterior classifica-se, sintaticamente, como:

  30. 90

    UECE 2012

    SEQUÊNCIAS Eu era pequena. A cozinheira Lizarda tinha nos levado ao mercado, minha irmã, eu. Passava um homem com um abacate na mão e eu inconsciente: “Ome, me dá esse abacate...” O homem me entregou a fruta madura. Minha irmã, de pronto: “vou contar pra mãe que ocê pediu abacate na rua”. Eu voltava trocando as pernas bambas. Meus medos crescidos, enormes... A denúncia confirmada, o auto, a comprovação do delito. O impulso materno... consequência obscura da escravidão passada, o ranço dos castigos corporais. Eu, aos gritos, esperneando. O abacate esmagado, pisado, me sujando toda. Durante muitos anos minha repugnância por esta fruta trazendo a recordação permanente do castigo. Sentia, sem definir, a recreação dos que ficaram de fora, assistentes, acusadores. Nada mais aprazível no tempo, do que presenciar a criança indefesa espernear numa coça de chineladas. “É pra seu bem”, diziam, “doutra vez não pedi fruita na rua”. (Cora Coralina. Melhores poemas. p. 158.) A expressão no tempo, destacada em negrito, refere-se ao

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