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  1. 121

    UEL 2006

    A questão referem-se ao Canto V de Os Lusíadas (1572), de Luís Vaz de Camões (1524/5?-1580).   XXXVII Porém já cinco sóis eram passados Que dali nos partíramos, cortando Os mares nunca de outrem navegados, Prosperamente os ventos assoprando, Quando ua noite, estando descuidados Na cortadora proa vigiando, Ua nuvem, que os ares escurece, Sobre nossas cabeças aparece.   XXXVIII Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo. Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo - “Ó Potestade – disse – sublimada, Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?” CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. 4ª. ed. Porto: Editorial Domingos Barreira, s.d. p. 332.   Com base no segundo verso da estrofe XXXVIII, considere as afirmativas a seguir. I. O “que” substitui “nuvem”, termo presente no penúltimo verso da estrofe anterior. II. O “que” é um conectivo com valor de consequência das situações apresentadas no verso anterior. III. A expressão “um grande medo” é complemento da forma verbal “pôs”. IV. O agente da forma verbal “pôs” é “nuvem”, termo omitido neste verso.   Podemos inferir o que é estabelecido pelas alternativas

  2. 122

    FGV-SP 2012

    Leia o seguinte texto, que é parte de uma entrevista concedida por Érico Veríssimo a Clarice Lispector: – Érico, por que você acha que não agrada aos críticos e aos intelectuais? – Para começo de conversa, devo confessar que não me considero um escritor importante. Não sou um inovador. Nem mesmo um homem inteligente. Acho que tenho alguns talentos que uso bem... mas que acontece serem os talentos menos apreciados pela chamada “critica séria”, como, por exemplo, o de contador de histórias. Os livros que me deram opularidade, como  Olhai os lírios do campo, são romances medíocres. Nessa altura me pespegaram* no  lombo literário vários rótulos: escritor para mocinhas, superficial etc... O que vem depois dessa primeira fase é bastante melhor mas, que diabo! pouca gente (refiro-me aos críticos apressados) se dá ao trabalho de revisar opiniões antigas e alheias. Por outro lado, existem os “grupos”. Os esquerdistas sempre me acharam “acomodado”. Os direitistas me consideram comunista. Os moralistas e reacionários me acusam de imoral e subversivo. Havia ainda essa história cretina de “norte contra sul”.  E ainda essa natural má vontade que cerca todo escritor que vende livro, a ideia de que best-seller tem de ser necessariamente um livro inferior.  Some tudo isto, Clarice, e você não terá ainda uma resposta satisfatória à sua pergunta. Mas devo acrescenta que há no Brasil vários críticos que agora me levam a sério, principalmente depois que publiquei O tempo e o vento. (Bons sujeitos!) Clarice Lispector. Entrevistas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. * “pespegaram”: aplicaram.   Se a oração sublinhada no trecho “Os livros que me deram popularidade  são romances medíocres” for substituída por outra do mesmo tipo sintático, o uso de preposição antes do pronome “que” continuaria a ser desnecessário apenas em:

  3. 123

    UFF 2007

    BEM-AVENTURADOS   Bem-aventurados os pintores escorrendo luz Que se expressam em verde Azul Ocre Cinza Zarcão! Bem-aventurados os músicos... E os bailarinos E os mímicos E os matemáticos... Cada qual na sua expressão!   Só o poeta é que tem de lidar com a ingrata linguagem alheia...   A impura linguagem dos homens! Mário Quintana   Em relação à sintaxe do texto Bem-aventurados, afirma-se que

  4. 124

    UPF 2012

    Reforma na corrupção Como previsto, já arrefece o mais recente debate sobre corrupção. Ainda se discute, sem muito entusiasmo, a absolvição de uma deputada que foi filmada recebendo um dinheirinho suspeito, mas isso aconteceu antes de ela ser deputada, de maneira que não vale. Além da forte tendência de os parlamentares não punirem os seus pares, havia o risco do precedente. Não somente o voto é indecentemente secreto nesses casos, como o precedente poderia expor os pescoços de vários outros deputados. O que o deputado faz enquanto não é deputado não tem importância, mesmo que ele seja tesoureiro dos ladrões de Ali Babá. Aliás, me antecipando um pouco ao que pretendo propor, me veio logo uma ideia prática para acertar de vez esse negócio de deputado cometendo crimes durante o exercício do mandato. Às vezes – e lembro que errar é humano – o sujeito comete esses crimezinhos distraído. Esquece, em perfeita boa-fé, que exerce um mandato parlamentar e aí perpetra a falcatrua. Fica muito chato para ele, se ele for flagrado, e seus atos podem sempre vir à tona, expostos pela imprensa impatriótica. Não é justo submeter o deputado a essa tensão permanente, afinal de contas, ele é gente como nós. Minha ideia, como, modéstia à parte, costumam ser as grandes ideias, é muito simples: os deputados usariam uniforme. Não daria muito trabalho contratar (com dispensa de licitação, dada a urgência do projeto), um estúdio de alta-costura francês ou italiano, ou ambos, para desenhar esse uniforme. Imagino que seriam mais de um: o de trabalho, usado só excepcionalmente, o de gala, o de visitar eleitores e assim por diante. Enquanto estiver de uniforme, o deputado é responsabilizado pelos seus atos ilícitos ou indecorosos. Mas, se estiver à paisana, não se encontra no exercício do mandato e, portanto, pode fazer o que quiser. (...) Mas isso é um mero detalhe, uma providência que melhor seria avaliada no conjunto de uma reforma séria, que levasse em conta nossas características culturais e nossas tradições. (...) O que cola mesmo aqui são os ensinamentos de líderes como o ex-presidente (gozado, o "ex" enganchou aqui no teclado, quase não sai), que, em várias ocasiões, torceu o nariz para denúncias de corrupção e disse que aqui era assim mesmo, sempre tinha sido feito assim e não ia mudar a troco de nada. E assumia posturas coerentes com esse ponto de vista. (...) Contudo, quando se descobre mais um caso de corrupção, a vida republicana fica bagunçada, as coisas não andam, perdese trabalho em investigações, gasta-se tempo prendendo e soltando gente e a imprensa, que só serve para atrapalhar, fica cobrando explicações, embora já saibamos que explicações serão: primeiro desmentidos e em seguida promessas de pronta e cabal investigação, com a consequente punição dos culpados. Não acontece nada e perdura essa situação monótona, que às vezes paralisa o País. A realidade se exibe diante de nós e não a vemos. Em lugar de querer suprimir nossas práticas seculares, que hoje tanto prosperam, por que não aproveitá-las em nosso favor? (..) O brasileiro preocupado com o assunto já pode sonhar com uma corrupção moderna, dinâmica e geradora de empregos e renda. E não pensem que esqueci as famosas classes menos favorecidas, como se dizia antigamente. O mínimo que antevejo é o programa Fraude Fácil, em que qualquer um poderá habilitar-se ao exercício da boa corrupção, em seu campo de ação favorito. Acho que dá certo, é só testar. E ficar de olho, para não deixar que algum corrupto corrupto passe a mão no fundo todo, assim também não vale. João Ubaldo Ribeiro, O Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.estadao.com.br. Acesso em: 04 Set. 2011.   A única alternativa em que o elemento sublinhado não corresponde ao complemento verbal, no contexto em que aparece, é:

  5. 125

    UNICENTRO 2010

    “Saiu o leão (1) a fazer sua pesquisa estatística, (2) para verificar (3) se ainda era o Rei das Selvas.” (4)   Assinale a alternativa correta quanto à classificação das orações destacadas acima, na ordem em que ocorrem.

  6. 126

    UFSC 2014

    Pechada O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de “Gaúcho”. Porque era gaúcho. Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado. — Aí, Gaúcho! — Fala, Gaúcho! Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações? — Mas o Gaúcho fala “tu”! — disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato. — E fala certo — disse a professora. — Pode-se dizer “tu” e pode-se dizer “você”. Os dois estão certos. Os dois são português. O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara. Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera. — O pai atravessou a sinaleira e pechou. — O quê? — O pai. Atravessou a sinaleira e pechou. A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo. — O que foi que ele disse, tia? — quis saber o gordo Jorge. — Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou. — E o que é isso? — Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu. — Nós vinha... — Nós vínhamos. — Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto. A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito. “Sinaleira”, obviamente, era sinal, semáforo. “Auto” era automóvel, carro. Mas “pechar” o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que “pechar” vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada. — Aí, Pechada! — Fala, Pechada! VERISSIMO, Luis Fernando. Disponível em: . Acesso em: 13 jun. 2014.   Considere os excertos A e B retirados do texto, e analise as afirmativas abaixo. A. “Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações?” B. A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito.   I. Em A, a pronúncia e a língua são sujeito de “variava” e de “era”, respectivamente. II. Em B, as formas verbais varreu e acontecera podem ser substituídas por “varrera” e “aconteceu”, sem alteração no significado temporal do excerto. III. Em B, os pronomes seu e o fazem referência a “professora” e “Jorge”, respectivamente. IV. Os verbos falassem (em A) e procurava (em B) estão conjugados no mesmo tempo verbal, porém em modos diferentes: subjuntivo e indicativo, respectivamente.   Assinale a alternativa CORRETA.

  7. 127

    UNIRIO 1995

    " 'Carioca', que nos dizem significar casa de branco, e outros, com mais probabilidade, casa de pedra, foi o nome dado em virtude do depósito de pipas de água fresca [...] para a aguada das caravelas e dos bergantins. 'Das Caboclas' por outros motivos, menos aquáticos que afrodíticos. O rio acompanhava, descoberto, o vale das Laranjeiras, desde a encosta do Corcovado até o Flamengo". (Antonio Callado - In FOLHA DE SÃO PAULO. 09/04/1994.)   "CARIOCA (...) FOI O NOME DADO EM VIRTUDE DO DEPÓSITO DE PIPAS DE ÁGUA FRESCA."  A opção correta, quanto à sintaxe da oração acima, é:

  8. 128

    UNESP 2016

    A questão aborda um poema do português Eugênio de Castro (1869-1944).   MÃOS Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, o vosso gesto é como um balouçar de palma; o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso [gesto canta! Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, rolas à volta da negra torre da minh’alma. Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes, Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma, O vosso gesto é como um balouçar de palma, Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... Mãos afiladas, mãos de insigne formosura, Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim, Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim, Duas velas à flor duma baía escura. Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas, Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Divinas mãos que me heis coroado de espinhos, Mas que depois me haveis coroado de rosas! Afilhadas do luar, mãos de rainha, Mãos que sois um perpétuo amanhecer, Alegrai, como dois netinhos, o viver Da minha alma, velha avó entrevadinha. (Obras poéticas, 1968.)   Na última estrofe do poema, os termos “Afilhadas do luar”, “mãos de rainha” e “Mãos que sois um perpétuo amanhecer” funcionam, no período de que fazem parte, como

  9. 129

    UNICAMP 2013

    A experiência que comprovou a existência da partícula conhecida como bóson de Higgs teve ampla repercussão na imprensa de todo o mundo, pelo papel fundamental que tal partícula teria no funcionamento do universo. Leia o comentário abaixo, retirado de um texto jornalístico, e responda às questões propostas. Por alguma razão, em língua portuguesa convencionou-se traduzir o apelido do bóson como “partícula de Deus” e não “partícula Deus”, que seria a forma correta. (Folha de São Paulo, São Paulo, 05/07/2012, Caderno Ciência, p. 10.)   A diferença sintática que se pode identificar entre as duas expressões mencionadas no trecho reproduzido (“partícula de Deus” e “partícula Deus”) é:

  10. 130

    ESPM 2006

    A morte do livro Ferreira Gullar   A morte do livro como veículo da literatura já foi profetizada várias vezes, na chamada época moderna. E não por inimigos da literatura, mas pelos escritores mesmos. Até onde me lembro, o primeiro a fazer essa profecia foi nada menos que o poeta Guillaume Apollinaire, no começo do século 20. (...) De qualquer modo, Apollinaire, que foi um bom poeta, revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram a se valer do livro para difundir seus poemas enquanto o disco veio servir mesmo foi aos cantores e compositores de canções populares, que são de fato os aedos modernos. [...] Ferreira Gullar. Folha de S.Paulo, 19/03/2006. No trecho "De qualquer modo, Apollinaire, que foi um bom poeta, revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram a se valer do livro para difundir seus poemas", o conector em destaque só não possui o mesmo valor semântico de

  11. 131

    UNIR 2010

    Por onde anda Emília?   Dona Benta e Tia Anastácia faleceram, Rabicó virou presunto há muito tempo, Pedrinho e Narizinho tornaram-se adultos e sumiram. Mas Emília continua viva. Idosa agora – mesmo bonecas envelhecem –, ela continua a mesma contestadora de sempre. Continua em busca da Casa das chaves, aquela em que penetrou buscando desligar a Chave da Guerra (mas enganou-se: desligou a Chave do Tamanho, e tornou-se a precursora – bem melhor que a sequela – do filme Querida, encolhi as crianças). As chaves que Emília agora quer desligar são as chaves da Pobreza, do Desemprego, da Fome. Mas será difícil. Se não conseguiu isso há 50 anos, não conseguirá agora, que sua energia é muito menor.   Emília sonha. Com que sonha? Com o Sítio do Picapau Amarelo. E sonha que o sítio está sendo invadido pelos sem-terra, que ali tentam se instalar. Querem plantar, no que era o território da fantasia, milho e feijão. Emília hesita; seu lado anarquista quer aderir aos invasores, seu lado conservador acha isso uma barbaridade. Procura uma resposta, mas não acha; o único que poderia aconselhá-la, o amável escritor chamado Monteiro Lobato, morreu há muito tempo. SCLIAR, Moacyr. In MESQUITA, R.M. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Saraiva, 2007.   Sobre usos de recursos linguísticos e textuais, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) A relação intertextual com o filme Querida, encolhi as crianças mostra o mesmo engano tanto na obra A Chave do Tamanho quanto no filme. ( ) O período "Se não conseguiu isso há 50 anos, não conseguirá agora, que sua energia é muito menor." é constituído de três orações, uma principal, uma subordinada e uma coordenada. ( ) As várias frases curtas que iniciam o segundo parágrafo imprimem tom oral, ênfase informacional e ritmo aligeirado. ( ) O primeiro período do texto traz as ideias de cada oração em igualdade de posição sintática e semântica pelo uso do processo de coordenação.   Assinale a sequência correta.

  12. 132

    UNB 2013

    A música eletrônica redefiniu um valor da experiência humana, daquilo que é estar diante da música. Tudo é reduzido, neste novo mundo digital, ao presente do fluxo e do prazer constante, autoerotismo social e tecnicamente produzido, talvez turbulento, mas contínuo. No novo corpo pulsante que se desconhece, velhas coisas humanas como dormir, acordar, sonhar ou viver estão em suspensão. Isso os jovens brasileiros chamaram de fritar na noite, metáfora bem concreta.   Com relação a aspectos gramaticais do texto acima, assinale a opção correta.

  13. 133

    UFAM 2009

    Assinale a opção em que o objeto direto vem preposicionado para assegurar a clareza da frase, isto é, para evitar que seja tomado como sujeito:

  14. 134

    UNIFESP 2015

    Cumpridos dez anos de prisão por um crime que não pratiquei e do qual, entanto, nunca me defendi, morto para a vida e para os sonhos: nada podendo já esperar e coisa alguma desejando – eu venho fazer enfim a minha confissão: isto é, demonstrar a minha inocência.   Talvez não me acreditem. Decerto que não me acreditam. Mas pouco importa. O meu interesse hoje em gritar que não assassinei Ricardo de Loureiro é nulo. Não tenho família; não preciso que me reabilitem. Mesmo quem esteve dez anos preso, nunca se reabilita. A verdade simples é esta.   E àqueles que, lendo o que fica exposto, me perguntarem: “Mas por que não fez a sua confissão quando era tempo? Por que não demonstrou a sua inocência ao tribunal?”, a esses responderei: – A minha defesa era impossível. Ninguém me acreditaria. E fora inútil fazer-me passar por um embusteiro ou por um doido… Demais, devo confessar, após os acontecimentos em que me vira envolvido nessa época, ficara tão despedaçado que a prisão se me afigurava uma coisa sorridente. Era o esquecimento, a tranquilidade, o sono. Era um fim como qualquer outro – um termo para a minha vida devastada. Toda a minha ânsia foi pois de ver o processo terminado e começar cumprindo a minha sentença.   De resto, o meu processo foi rápido. Oh! o caso parecia bem claro… Eu nem negava nem confessava. Mas quem cala consente… E todas as simpatias estavam do meu lado.   O crime era, como devem ter dito os jornais do tempo, um “crime passional”. Cherchez la femme*. Depois, a vítima um poeta – um artista. A mulher romantizara-se desaparecendo. Eu era um herói, no fim de contas. E um herói com seus laivos de mistério, o que mais me aureolava. Por tudo isso, independentemente do belo discurso de defesa, o júri concedeu-me circunstâncias atenuantes. E a minha pena foi curta.   Ah! foi bem curta – sobretudo para mim… Esses dez anos esvoaram-se-me como dez meses. É que, em realidade, as horas não podem mais ter ação sobre aqueles que viveram um instante que focou toda a sua vida. Atingido o sofrimento máximo, nada já nos faz sofrer. Vibradas as sensações máximas, nada já nos fará oscilar. Simplesmente, este momento culminante raras são as criaturas que o vivem. As que o viveram ou são, como eu, osmortos-vivos, ou – apenas – os desencantados que, muita vez, acabam no suicídio. *Cherchez la femme: Procurem a mulher. (Mário de Sá-Carneiro. A confissão de Lúcio, 2011.)     Quando se quer chamar atenção para o Objeto Direto que precede o verbo, costuma-se repeti-lo. É o que se chama Objeto Direto Pleonástico, em cuja constituição entra sempre um pronome pessoal átono. (Celso Cunha e Lindley Cintra. Nova gramática do português contemporâneo, 2000.)   Verifica-se a ocorrência de objeto direto pleonástico em:

  15. 135

    Espcex (Aman) 2014

    A oração que apresenta complemento nominal é:  

  16. 136

    IBMECRJ 2009

    A Carolina   Querida, ao pé do leito derradeiro Em que descansas dessa longa vida, Aqui venho e virei, pobre querida, Trazer-te o coração do companheiro.   Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro Que, a despeito de toda a humana lida, Fez a nossa existência apetecida E num recanto pôs um mundo inteiro.   Trago-te flores, - restos arrancados Da terra que nos viu passar unidos, São pensamentos idos e vividos.   Que eu, se tenho nos olhos mal feridos Pensamentos de vida formulados, São pensamentos idos e vividos. (Machado de Assis)   Qual das seguintes opções apresenta classificação sintática INCORRETA dos termos em destaque:

  17. 137

    UFABC 2006

    Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços. As palavras destacadas que exercem a mesma função sintática exercida pelo que no enunciado acima são:

  18. 138

    UECE 2008

    O BARBEIRO Perto de casa havia um barbeiro, que me conhecia de vista, amava a rabeca e não tocava inteiramente mal. Na ocasião em que ia passando, executava não sei que peça. Parei na calçada a ouvi-lo (tudo são pretextos a um coração agoniado), ele viu-me, e continuou a tocar. Não atendeu a um freguês, e logo a outro, que ali foram, a despeito da hora e de ser domingo, confiar-lhe as caras à navalha.  (ASSIS, Machado de. Dom Casmurro - obra completa - vol. I, Aguilar, 2ª ed. 1962.)   Na passagem "... executava não sei que peça.", a palavra que tem função de:

  19. 139

    PUC-CAMPINAS 2016

    A questão a seguir remete ao parágrafo abaixo, em seu contexto. Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento.   Comenta-se corretamente sobre o que o segmento sublinhado acima expressa, em seu contexto:

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