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  1. 31

    MACKENZIE 2011

    O leão e a raposa Um leão envelhecido, não podendo mais procurar alimento por sua própria conta, julgou que devia arranjar um jeito de fazer isso. E, então, foi a uma caverna, deitou-se e se fingiu de doente. Dessa forma, quando recebia a visita de outros animais, ele os pegava e os comia. Depois que muitas feras já tinham morrido, uma raposa, ciente da armadilha, parou a certa distância da caverna e perguntou ao leão como ele estava. Como ele respondesse: “Mal!” e lhe perguntasse por que ela não entrava, disse a raposa: “Ora, eu entraria se não visse marcas de muitos entrando mas de ninguém saindo”. (Esopo - escritor grego do século VI a.C.).   Assinale a melhor paráfrase do trecho abaixo, considerando a manutenção dos sentidos, a clareza, a concisão e o uso da norma culta. "Depois que muitas feras já tinham morrido, uma raposa, ciente da armadilha, parou a certa distância da caverna e perguntou ao leão como ele estava".

  2. 32

    UFES 2009

    TEXTO XVIII   O Brasil é um país que possui imensa dívida social, também no âmbito urbano. Alguns autores preferem chamar de “tragédia urbana” este quadro que se desenvolveu principalmente ao longo do século XX, mas que tem raízes no período colonial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira, de 184 milhões de habitantes, vivem nas cidades. Os déficits são impressionantes. Faltam moradias para 7,2 milhões de famílias – 5,5 milhões das quais nas áreas urbanas. Cerca de 10,2 milhões de moradias carecem de pelo menos um dos serviços públicos básicos (abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo ou fornecimento de energia elétrica). As cidades possuem 18 milhões de pessoas sem abastecimento público de água potável, 93 milhões sem rede de esgotos sanitários e 14 milhões sem coleta de lixo. Cerca de 70% do esgoto coletado é despejado in natura nos rios, mares e corpos d’água, gerando impactos no ambiente e na saúde humana. A cada ano, aproximadamente 33 mil pessoas morrem e 400 mil são feridas por acidentes de trânsito no país. (Le Monde Diplomatique Brasil, abril 2008)   As alternativas abaixo apresentam fragmentos do Texto XVIII, nos quais foram feitas alterações na pontuação original. A opção que NÃO está de acordo com as regras de pontuação é:

  3. 33

    UFSC 2014

    A história da Administração é recente. No decorrer da história da humanidade, a Administração se desenvolveu com uma lentidão impressionante. Somente a partir do século XX é que ela surgiu e apresentou um desenvolvimento de notável pujança e inovação. Nos dias de hoje a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma sociedade pluralista de organizações, na qual a maior parte das obrigações sociais (como a produção de bens ou serviços em geral) é confiada a organizações (como indústrias, universidades e escolas, hospitais, comércio, comunicações, serviços públicos etc.) que são administradas por dirigentes para se tornar mais eficientes e eficazes. No final do século XIX, contudo, a sociedade era completamente diferente. As organizações eram poucas e pequenas: predominavam as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais autônomos (como médicos, advogados, que trabalhavam por conta própria), o lavrador, o armazém da esquina etc. Apesar de o trabalho sempre ter existido na história da humanidade, a história das organizações e de sua administração é um capítulo que teve seu início há pouco tempo. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. p. 25-26.   Analise as afirmativas abaixo, a respeito dos elementos constitutivos do texto. I. O trecho “que trabalhavam por conta própria” tem sentido equivalente ao da expressão “profissionais autônomos”. II. Os três trechos entre parênteses no texto exemplificam, respectivamente, “obrigações sociais”, “organizações” e “profissionais autônomos”. III. O pronome “ela” se refere ao termo “humanidade”, ambos destacados no texto. IV. Em “que são administradas por dirigentes para se tornar mais eficientes e eficazes”, o pronome “que” se refere a “obrigações sociais”. V. O sinal de dois pontos introduz uma complementação do que é dito em “As organizações eram poucas e pequenas”.   Assinale a alternativa CORRETA.

  4. 34

    IME 2016

    Texto 1 A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS   Carlos Corrêa Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da ação do homem, é mau. Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não têm nada de bom, mas certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos. Dentre os maiores venenos que existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as dioxinas é que são de origem sintética.   Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o isocianato de alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (defumados, churrascos) causador de câncer do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau) causadores de câncer do esôfago e da boca e muitos outros.   A má imagem da Química resulta da sua má utilização e deve-se particularmente à dispersão de resíduos no ambiente (que levam ao aquecimento global e mudanças climáticas, ao buraco da camada de ozônio e à contaminação das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e pesticidas.   Muitos desses males são o resultado da pouca educação dos cidadãos. Quem separa e compacta o lixo? Quem entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram fora do prazo de validade? Quem trata os efluentes dos currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do automóvel? Quem berra contra as queimadas mas enche a sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não admira o fogo de artifício, que enche a atmosfera e as águas de metais pesados?   Há o hábito de utilizar a expressão “substância química” para designar substâncias sintetizadas, imprimindo-lhes um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou na TV um anúncio destinado a combater o uso do tabaco que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000 substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”. Bastaria referir “substâncias”, mas teve de aparecer o qualificativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso. Todas as substâncias, naturais ou de síntese, são “substâncias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese, podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose.   Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo, logo a seguir às notícias dos dirigentes e jogadores de futebol, que “A água, substância com a fórmula molecular H2O, foi a substância química responsável por muitas mortes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os Químicos determinaram as estruturas e propriedades dessas substâncias, haverá razão para lhes chamar “substâncias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas “substâncias químicas” que invadem as nossas vidas?   A ideia de que o câncer está aumentando devido a essas “substâncias químicas” é desmentida pelas estatísticas sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a maior causa de aumento do câncer do pulmão e das vias respiratórias. O aumento da longevidade acarreta necessariamente um aumento do número de cânceres. Curiosamente, o tabaco é natural e essas 4000 substâncias tóxicas, irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do tabaco. A reação de combustão não foi inventada pelos químicos; vem da idade da pedra, quando o homem descobriu o fogo.   O número de cânceres das vias respiratórias na mulher só começou a crescer em meados dos anos 60, com a emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É o tipo de câncer responsável pelo maior número de mortes nos Estados Unidos. Não é verdade que as substâncias de síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa importante de câncer; isso sucede somente quando há exposição a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro, o excesso de álcool, certas viroses, inflamações crônicas e problemas hormonais. A melhor defesa é uma dieta rica em frutos e vegetais.   Há alguns anos, metade das substâncias testadas (naturais e sintéticas) em roedores deram resultado positivo em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos contêm substâncias naturais que dão resultado positivo, como é o caso do café torrado, embora esse resultado não possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um câncer, pois apenas a presença de doses muito elevadas das substâncias pode justificar tal relação.   Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do Instituto do Coração de Sheba, Israel, mostrasse que a cafeína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no combate a radicais livres, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que, há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes no café tinham sido testados. Das trinta substâncias testadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em roedores e faltava testar cerca de um milhar! Vamos deixar de tomar café? Certamente que não. O que sucede é que a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quantidades minúsculas de substâncias, o que não sucedia no passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas substâncias estão presentes em concentrações demasiado pequenas para causar danos.   Diante do que se sabe das substâncias analisadas até aqui, todos concordam que o importante é consumir abundantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa inclusive riscos associados à possível presença de pequenas quantidades de pesticidas. CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Disponível em: . Acesso em 17 Abr 2015. (Texto adaptado)   Texto 2 CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO QUESTIONAM A VERDADE QUE LHES É VENDIDA   Ênio Rodrigo Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais atenção como a publicidade de produtos de beleza, especialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, usualmente possuem novíssimos "componentes anti-idade" e "micro-cápsulas" que ajudam "a sua pele a ter mais firmeza em oito dias", por exemplo, ou mesmo que determinados organismos "vivos" (mesmo depois de envazados, transportados e acondicionados em prateleiras com pouco controle de temperatura) fervilham aos milhões dentro de um vasilhame esperando para serem ingeridos ajudando a regular sua flora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo de público também não estão fora do alcance desse discurso que utiliza um recurso cada vez mais presente na publicidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda.   Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), enxerga nesse processo um resquício da visão positivista, na qual a ciência pode ser entendida como verdade absoluta. "A visão de que a ciência é a baliza ética da verdade e o mito do cientista como gênio criador é amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito com a realidade, principalmente em uma sociedade informacional, como ( 1 ) nossa", acrescenta.   Para entender esse processo numa sociedade pautada na dinâmica da informação, Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã (Universo dos Livros, 2007), afirma que, primeiramente, devemos repensar a noção de público específico ou senso comum. "Essas categorizações estão sendo postas de lado. A publicidade contemporânea trata com pessoas e elas têm cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de que o público é passivo", acredita. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 ) perceber que a verdade suprema é estanque, não condiz com o dia-a-dia. "Ao se depararem com uma informação, as pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do fazer científico, ou seja, de que a verdade é questionável", enfatiza.   Para a professora da UFMG, isso cria o "jornalista contínuo", um indivíduo que põe a verdade à prova o tempo todo. "A noção de ciência atual é a de verdade em construção, ou seja, de que determinados produtos ou processos imediatamente anteriores à ação atual, são defasados".   Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento possíveis que poderiam explicar a utilização do recurso da imagem científica para vender: a quantidade de informação que a ciência pode agregar a um produto; o quanto essa informação pode ser usada como diferencial na concorrência entre produtos similares; e a ciência como um selo de qualidade ou garantia. Ele cita o caso dos chamados produtos "verdes", associados a determinadas características com viés ecológico ou produtos que precisam de algum tipo de "auditoria" para comprovarem seu discurso. "Na mídia, a ciência entra como mecanismo de validação, criando uma marca de avanço tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tempo", finaliza Silvania.   O fascínio por determinados temas científicos segue a lógica da saturação do termo, ou seja, ecoar algo que já esteja exercendo certo fascínio na sociedade. "O interesse do público muda bastante e a publicidade se aproveita desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir de um jogo de sedução com a linguagem" diz Cristina Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acompanhou ( 5 ) apropriação da imagem da molécula de DNA pelas mídias (inclusive publicidade). "A imagem do DNA, por exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não o sentido original para a ciência, e transformado em discurso de venda de diversos produtos", diz.   Onde estão os dados comprovando as afirmações científicas, no entanto? De acordo com Eduardo Corrêa, do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária (Conar) os anúncios, antes de serem veiculados com qualquer informação de cunho científico, devem trazer os registros de comprovação das pesquisas em órgãos competentes. Segundo ele, o Conar não tem o papel de avalizar metodologias ou resultados, o que fica a cargo do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outros órgãos. "O consumidor pode pedir uma revisão ou confirmação científica dos dados apresentados, contudo em 99% dos casos esses certificados são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a dados numéricos de pesquisas de opinião pública, temos analistas no Conar que podem dar seus pareceres", esclarece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os processos investigatórios são raríssimos. RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Disponível em: .Acesso em 22/04/2015.   TEXTO 4 PSICOLOGIA DE UM VENCIDO Augusto dos Anjos Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.   Marque a opção em que o uso de vírgulas segue uma regra diversa da que foi aplicada aos demais casos. 

  5. 35

    UFRGS 2007

    Os filmes de Hollywood repetidamente narram o caso de um homem (geralmente um jornalista) que procura a amizade de um criminoso para depois entregá-Io à polícia: nós, que temos a paixão da amizade, sentimos que esse "herói" dos filmes americanos é um incompreensível canalha.  Texto adaptado de: VELOSO, Caetano. Diferentemente dos americanos do norte. In: • O mundo não é chato. São Paulo: Cia. das Letras, 2005. p. 42-43.   Considere as seguintes propostas de alteração da pontuação do trecho acima: I - Os filmes de Hollywood, repetidamente, narram o caso de um homem - geralmente um jornalista - que procura a amizade de um criminoso para depois entregá-lo à polícia. Nós, que temos a paixão da amizade, sentimos que esse "herói" dos filmes americanos é um incompreensível canalha. II - Os filmes de Hollywood, repetidamente, narram o caso de um homem (geralmente um jornalista), que procura a amizade de um criminoso para depois entregá-lo à polícia. Nós que temos a paixão da amizade, sentimos que esse "herói", dos filmes americanos, é um incompreensível canalha. III - Os filmes de Hollywood repetidamente narram o caso de um homem, geralmente, um jornalista, que procura a amizade de um criminoso para depois entregá-lo à polícia: nós – que temos a paixão da amizade – sentimos que esse "herói" dos filmes americanos, é um incompreensível canalha. Texto adaptado de: VELOSO, Caetano. Diferentemente dos americanos do norte. In: • O mundo não é chato. São Paulo: Cia. das Letras, 2005. p. 42-43.   Do ponto de vista da pontuação, qual(quais) é(são) correta(s)?

  6. 36

    UEL 2012

    A DILMA NÃO É LULODEPENDENTE “Vinde a mim vós todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Cristão de boa cepa – já quis até ser padre –, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, continua com o hábito de escolher, matinalmente, o versículo do dia. O da quarta-feira, 27 de julho, era este de Mateus 11, 28-30. Oprimido ele não está, mas o cansaço não dá para esconder. “Isso aqui não para”, disse logo depois de voltar de mais uma reunião “com a Dilma”. É como ele a trata, alternando com o “presidenta” quando acha mais adequado. “Eu chamo mais ela de Dilma que chamava o Lula de Lula. O Lula gostava muito que a gente o chamasse de presidente”. Aos 60 anos, o ex-seminarista, ex-sindicalista e ex-dirigente do PT quer ser ex-ministro no fim deste mandato, “se a presidenta quiser que eu fique até lá”.   Com relação aos recursos linguísticos utilizados no texto, considere as afirmativas a seguir. I. A frase “oprimido ele não está, mas o cansaço não dá para esconder” mantém uma relação de intertextualidade com o versículo que inicia o texto. II. Tanto no trecho “o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência,” quanto no trecho “continua com o hábito de escolher, matinalmente, o versículo do dia”, as vírgulas separam o sujeito do aposto. III. Em “aos 60 anos, o ex-seminarista, ex-sindicalista e ex-dirigente do PT quer ser ex-ministro no fim deste mandato”, o autor utiliza vírgulas, pois se trata de uma enumeração. IV. A expressão “lulodependente”, do título do texto, é um neologismo.   Assinale a alternativa correta.  

  7. 37

    FGV-SP 2012

    Leia o seguinte parágrafo, extraído de uma matéria jornalística: Hoje, as famílias que vivem na cidade de São Paulo gastam uma fatia maior do orçamento com ração para o cãozinho ou o gato de estimação (0,55%) do que com o feijão (0,39%), um alimento básico. Em contrapartida, o desembolso com aluguel caiu pela metade nos últimos dez anos, porque um número crescente de famílias teve acesso à casa própria. Também o peso da prestação do carro zero nas despesas, triplicou no período. O Estado de S. Paulo, 12/07/2011. Adaptado.    Ao se adaptar o texto, foi introduzida uma vírgula que contraria as normas da língua escrita padrão.  Ela ocorre em:  

  8. 38

    UERJ 2013

    Recordações do escrivão Isaías Caminha    Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance das mãos, tenho os autores que mais amo. (...) Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de fazer. Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas pálidas Recordações. Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como eu e com os desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.    Entretanto, quantas dores, quantas angústias! Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem. Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, repletos de orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram. (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse falar neste livro - que espanto! que sarcasmo! que crítica desanimadora não fariam. Depois que se foi o doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de sua carta apergaminhada, nada digo das minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e minha mulher, quando me demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:   - Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã!    De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a que as destino; se a minha inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento. Que tortura! E não é só isso: envergonho-me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que me dispo em frente de desconhecidos, como uma mulher pública... Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem dela, unicamente dela. Quero abandoná-la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço, na coletoria, na botica, jantando, banhando-me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo, insensivelmente aproximo-me da mesa e escrevo furiosamente. Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei em fazê-la pública, anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. Que ela tenha a sorte que merecer, mas que possa também, amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil que a refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.    (...) Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei não o sei narrar. Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, e, sobretudo, pouco expressiva do que eu de fato tinha sentido.  LIMA BARRETO Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010.   O emprego de sinais de pontuação contribui para a construção do sentido dos textos.   O emprego de exclamações, no segundo parágrafo, reforça o seguinte elemento relativo ao narrador:

  9. 39

    UFSC 2014

    Pechada O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de “Gaúcho”. Porque era gaúcho. Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado. — Aí, Gaúcho! — Fala, Gaúcho! Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações? — Mas o Gaúcho fala “tu”! — disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato. — E fala certo — disse a professora. — Pode-se dizer “tu” e pode-se dizer “você”. Os dois estão certos. Os dois são português. O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara. Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera. — O pai atravessou a sinaleira e pechou. — O quê? — O pai. Atravessou a sinaleira e pechou. A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo. — O que foi que ele disse, tia? — quis saber o gordo Jorge. — Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou. — E o que é isso? — Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu. — Nós vinha... — Nós vínhamos. — Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto. A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito. “Sinaleira”, obviamente, era sinal, semáforo. “Auto” era automóvel, carro. Mas “pechar” o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que “pechar” vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada. — Aí, Pechada! — Fala, Pechada! VERISSIMO, Luis Fernando. Disponível em: . Acesso em: 13 jun. 2014.   Analise as afirmativas abaixo e indique se são VERDADEIRAS (V) ou FALSAS (F). ( ) Pode-se inferir do texto que a classe a que o aluno chegou se localiza em um estado diferente do Rio Grande do Sul e no qual se usa predominantemente o pronome “você”, em vez de “tu”. ( ) Em "Nós vínhamos", a professora corrige o aluno indevidamente, pois o uso de “nós vinha” é adequado em qualquer tipo de situação comunicativa. ( ) De acordo com a norma padrão escrita, o verbo “fazer” está adequadamente empregado na frase “Tu fizeste um ótimo trabalho hoje”. ( ) Apesar de muito comuns na fala do brasileiro, construções como “tu vai à escola” ou “tu gosta de estudar” não são adequadas para a escrita formal. ( ) No texto, os travessões cumprem duas funções distintas: introduzir as falas dos personagens e destacar comentários do narrador nessas falas.   Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.

  10. 40

    UEAP 2013

    Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de autoestima. Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico... Então, a rã pulou para o seu colo e disse: - Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre... Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma: - Eu, hein?... nem morta!(pensador.uol.com.br/textos_de_luis_fernando_veríssimo) Entre os elementos que garantem a temporalidade do texto, estão:

  11. 41

    UPE 2014

    Mais de 21% dos jovens têm sintomas de depressão; 5% tentaram suicídio   Mais de 21% dos brasileiros de 14 a 25 anos têm sintomas indicativos de depressão. Entre as mulheres, a proporção é ainda maior e passa de 28%, segundo dados do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado nesta quarta-feira (26) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).   Os pesquisadores do Lenad avaliaram os indicadores do transtorno por meio de uma ferramenta de diagnóstico validada no país, a escala CES-D. Eles alertam, no entanto, que a diferença entre os gêneros pode se dar simplesmente porque as mulheres tendem a relatar mais seus sintomas e procurar ajuda.   Você está deprimido ou é só tristeza?   Confundir tristeza com depressão é muito comum e não traz graves consequências. O problema é quando a pessoa acha que está triste e, na verdade, está deprimida. Nesse caso, além de gerar sofrimento, a situação pode colocar a saúde em risco.    Suicídio   Na população de adolescentes e jovens adultos, quase 1 em cada dez já pensou, em algum momento, em tirar a própria vida – índice que foi semelhante entre os jovens dos dois sexos; 5% dos jovens declararam já terem feito alguma tentativa de suicídio.   A OMS prevê que até o ano de 2020 a depressão passe a ser a segunda maior causa de incapacidade e perda de qualidade de vida na população mundial.   “Este tipo de dado causa um pouco de espanto, pois, se pensarmos na faixa etária, diríamos que estão na chamada ‘flor da idade’. E, novamente, as meninas são a maioria. Porém, é bom lembrarmos que elas costumam relatar mais facilmente seus sentimentos e opiniões que os garotos”, salienta a psicóloga e doutora em psiquiatria Ilana Pinsky, uma das responsáveis pela pesquisa. Cármen Guaresemin. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 18/07/2014. Adaptado.   Acerca de aspectos gramaticais do texto, analise as proposições a seguir.   I. No trecho: “5% dos jovens declararam já terem feito alguma tentativa de suicídio.”, o autor optou pela forma plural do verbo. Nesse caso, a forma singular estaria igualmente de acordo com a norma-padrão. II. No trecho: “Na população de adolescentes e jovens adultos, quase 1 em cada dez já pensou, em algum momento, em tirar a própria vida – índice que foi semelhante entre os jovens dos dois sexos.”, o travessão indica uma pausa breve e realça a informação que vem após ele. III. O segmento “tirar a própria vida” pode ser parafraseado por “dizer não à vida”. Nessa paráfrase, o sinal indicativo de crase é obrigatório. IV. Assim como “depressão”, também se grafam com “ss” palavras como “admirassão" e “excessão”.   Estão CORRETAS, apenas:

  12. 42

    ITA 2014

    Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os heróis das lendas populares ou as personagens das velhas farsas de mamulengo.   Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e definitivo da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por uma sucessão de tentativas e erradas.   Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe. Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual. Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito. O vestuário da personagem – fraquezinho humorístico, calças lambazonas, botinas escarrapachadas, cartolinha – também se fixou pelo consenso do público.   Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito. [...]   Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só não se vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia. A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pessoais, em sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em evidência o fator comum de todas as expressões humanas. O olhar de Carlito, no filme O Circo, para a brioche do menino faz rir a criançada como um gesto de gulodice engraçada. Para um adulto pode sugerir da maneira mais dramática todas as categorias do desejo. A sua arte simplificou-se ao mesmo tempo que se aprofundou e alargou. Cada espectador pode encontrar nela o que procura: o riso, a crítica, o lirismo ou ainda o contrário de tudo isso. [...] Por mais ao par que se esteja do caráter prático do americano, do seu critério de sucesso para julgamento das ações humanas, do seu gosto pela estandardização, não deixa de surpreender aquela interpretação moralista dos filmes de Chaplin. Bem examinadas as coisas, não havia motivo para surpresa. A interpretação cabe perfeitamente dentro do tipo e mais: o americano bem verdadeiramente americano, o que veda a entrada do seu território a doentes e estropiados, o que propõe o pacto contra a guerra e ao mesmo tempo assalta a Nicarágua, não poderia sentir de outro modo. [...] (Em: BANDEIRA, M. Crônicas da Província do Brasil. 1937.)   Assinale a opção cujo elemento coesivo em negrito substitui os dois pontos sem alterar o sentido do enunciado.

  13. 43

    FCMMG 2007

    Zzzzzzzzzzzzz Os britânicos adoram conselhos. Não desses que as campanhas institucionais divulgam pela televisão (“Cuidado, não beba”), ou os amigos dão no botequim (“Vai, pede mais um chope, rapaz!”), mas aqueles em que vários indivíduos se reúnem, em caráter oficial, ou por aí, a fim de executar ou estudar determinado assunto.   Por aqui, tem conselho de tudo. O Conselho do Sono é um bom exemplo. As regras do cronista medíocre ditam que, a esta altura das ponderações, estando eu na Grã-Bretanha, deveria abrir um parágrafo e citar o Cisne de Avon, o Bardo Imortal e outros lugares-comuns, mais conhecido como Shakespeare: “Dormir, sonhar talvez”. Sem etcéteras.   Tento a originalidade e me agarro a Cervantes: “Bendito aquele que inventou o sono, o manto que cobre todos os pensamentos humanos”.    No que então, finalmente, acordado e aceso, vou ao assunto. O Conselho do Sono (Sleep Council) em pesquisa recente revelou que, entre a população destas ilhas, há profundas diferenças, e dorme-se de acordo com a profissão praticada.   No alto da lista, estão esses magníficos dorminhocos que são os advogados. Dormem uma média de sete horas e quarenta minutos por noite. Vinte por cento deles chegam às dez horas de sono. Deve ser bom, embora cansativo, ser advogado.   No penúltimo lugar da lista, estão – vejam vocês – os ilustres parlamentares. Não vão além das cinco horas e vinte minutos por noite. Quem foi que disse que política não é profissão de sacrifício? O Conselho do Sono, no entanto, não conta as cochiladas tiradas por eles no decorrer de chatíssimos papos ou discussões nas câmaras, tanto a dos Comuns quanto a dos Lordes.   Em último lugar da lista dos que se entregam aos braços de Morfeu (resolvi não poupar lugar-comum ou frase-feita), estão os médicos, cuja vida profissional exige a decantada (olha outro lugar-comum) eterna vigilância na espera da ambulância (só para – quase – rimar).   O Conselho do Sono, de posse desses dados fascinantes, chega à conclusão de que todo mundo, não importa a profissão, precisa de uma boa noite de sono, embora não mencione se com ou sem sonho, já que isso é com outro conselho.   E por falar em conselho, olha a marmelada aí, digo eu, indo agora de gíria antiga. O Conselho do Sono é subsidiado pela Federação Nacional de Camas. Como todos sabem, uma boa noite de sono tem de se passar em cama com colchão, lençol e travesseiro.   Menos no caso excepcional de nossos nordestinos, esses fortes, que preferem uma boa rede. Que, entre outras coisas, tem a vantagem de só ser montada com imensa dificuldade no plenário de uma câmara. (LESSA, Ivan . O luar e a rainha. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p.285)     As aspas e/ou os parênteses foram empregados com as seguintes funções, EXCETO:

  14. 44

    UEL 2012

    A DILMA NÃO É LULODEPENDENTE   “Vinde a mim vós todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Cristão de boa cepa – já quis até ser padre –, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, continua com o hábito de escolher, matinalmente, o versículo do dia. O da quarta-feira, 27 de julho, era este de Mateus 11, 28-30. Oprimido ele não está, mas o cansaço não dá para esconder. “Isso aqui não para”, disse logo depois de voltar de mais uma reunião “com a Dilma”. É como ele a trata, alternando com o “presidenta” quando acha mais adequado. “Eu chamo mais ela de Dilma que chamava o Lula de Lula. O Lula gostava muito que a gente o chamasse de presidente”. Aos 60 anos, o ex-seminarista, ex-sindicalista e ex-dirigente do PT quer ser ex-ministro no fim deste mandato, “se a presidenta quiser que eu fique até lá”.     Sobre o texto, considere as afirmativas a seguir.   I. No trecho “Vinde a mim vós todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”, as aspas são empregadas por se tratar de uma citação. II. Em “Eu chamomais ela de Dilma que chamava o Lula de Lula. O Lula gostava muito que a gente o chamasse de presidente”, o uso das aspas é para expressar o discurso direto. III. O artigo “o” utilizado no trecho “É como ele a trata, alternando com o ‘presidenta”’ representa a resistência em usar o feminino para “presidenta”. IV. No trecho “Cristão de boa cepa – já quis até ser padre –”, os travessões são utilizados para inserir uma oração intercalada.   Assinale a alternativa correta.

  15. 45

    FUVEST 2014

    A civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que não foi percebido antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau uso” da ciência, da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria moral inexorável. Os que condenam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo monopolista de sua terceira fase. Em páginas secas premonitórias, E. Mandel* apontara tais riscos. O “livre jogo do mercado” (que não é e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões de seres humanos nos países ricos e uma carrada maior de milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu nem sob o regime colonial direto, das outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto do mundo”. Florestan Fernandes, Folha de S.Paulo, 27/12/1993. (*) Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e militante político belga. O emprego de aspas em uma dada expressão pode servir, inclusive, para indicar que ela I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição; II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento; III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor. Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto: A. “pós-moderna”; B. “mau uso”; C. “livre jogo do mercado”; D. “livre”; E. “resto do mundo”. As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas acima, verificam-se, respectivamente, em

  16. 46

    UEL 2006

    Sobre o período “Conquanto não concordasse ser ela a espécie de besta de carga e máquina de prazer que as sentenças daqueles idiotas a abrangiam no seu pensamento de lorpas, entretanto eu, seu filho, julgava-me a meus próprios olhos muito diverso dela, saído de outra estirpe, de outro sangue e de outra carne”, considere as afirmativas a seguir.   I. “Conquanto” e “entretanto” podem ser substituídos respectivamente por “como” e “portanto”, sem prejuízo do sentido original. II. As duas ocorrências do pronome “seu” remetem a diferentes personagens. III. O uso da primeira pessoa nos pronomes “eu”, “me” e “meus”, tão próximos entre si, acentua a autoria do julgamento citado. IV. A segunda vírgula está sendo utilizada obedecendo ao mesmo critério da última.   Estão corretas apenas as afirmativas: 

  17. 47

    UERJ 2011

    Competição e individualismo excessivos ameaçam saúde dos trabalhadores   Ideologia do individualismo   O novo cenário mundial do trabalho apresenta facetas como a da competição globalizada e a da ideologia do individualismo. A afirmação foi feita pelo professor da Universidade de Brasília (UnB) Mário César Ferreira, ao participar do seminário Trabalho em Debate: Crise e Oportunidades. Segundo ele, pela primeira vez, há uma ligação direta entre trabalho e índices de suicídio, sobretudo na França, em função das mudanças focadas na ideia de excelência.   Fim da especialização   “A configuração do mundo do trabalho é cada vez mais volátil”, disse o professor. Ele destacou ainda a crescente expansão do terceiro setor, do trabalho em domicílio e do trabalho feminino, bem como a exclusão de perfis como o de trabalhadores jovens e dos fortemente especializados. “As organizações preferem perfis polivalentes e multifuncionais.” Desta forma, a escolarização clássica do trabalhador amplia-se para a qualificação contínua, enquanto a ultraespecialização evolui para a multiespecialização.   Metamorfoses do trabalho   Ele ressaltou que as “metamorfoses” no cenário do trabalho não são “indolores” para os que trabalham e provocam erros frequentes, retrabalho, danificação de máquinas e queda de produtividade. Outra grande consequência, de acordo com o professor, diz respeito à saúde dos trabalhadores, que leva à alta rotatividade nos postos de trabalho e aos casos de suicídio. “Trata-se de um cenário em que todos perdem, a sociedade, os governantes e, em particular, os trabalhadores”, avaliou.   Articulação entre econômico e social   Para a coordenadora da Diretoria de Cooperação e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Christiane Girard, a problemática das relações de trabalho envolve também uma questão: qual o tipo de desenvolvimento que nós, como cidadãos, queremos ter?   Segundo Christiane, é preciso “articular” o econômico e o social, como acontece na economia solidária. “Ela é uma das alternativas que aparecem e precisa ser discutida. A resposta do trabalhador se manifesta por meio do estresse, de doenças diversas e do suicídio. A gente não se pergunta o suficiente sobre o peso da gestão do trabalho”, disse a representante do Ipea. Adaptado de www.diariodasaude.com.br     No fragmento destacado, a exemplo de outras passagens no texto, o emprego das aspas pelo autor tem a função de:

  18. 48

    ITA 2016

    Texto 2 Com o declínio da velha lavoura e a quase concomitante ascensão dos centros urbanos, precipitada grandemente pela vinda, em 1808, da Corte Portuguesa e depois pela Independência, os senhorios rurais principiam a perder muito de sua posição privilegiada e singular. Outras ocupações reclamam agora igual eminência, ocupações nitidamente citadinas, como a atividade política, a burocracia, as profissões liberais.   É bem compreensível que semelhantes ocupações venham a caber, em primeiro lugar, à gente principal do país, toda ela constituída de lavradores e donos de engenhos. E que, transportada de súbito para as cidades, essa gente carregue consigo a mentalidade, os preconceitos e, tanto quanto possível, o teor de vida que tinham sido atributos específicos de sua primitiva condição.   Não parece absurdo relacionar a tal circunstância um traço constante de nossa vida social: a posição suprema que nela detêm, de ordinário, certas qualidades de imaginação e “inteligência”, em prejuízo das manifestações do espírito prático ou positivo. O prestígio universal do “talento”, com o timbre particular que recebe essa palavra nas regiões, sobretudo, onde deixou vinco mais forte a lavoura colonial e escravocrata, como o são eminentemente as do Nordeste do Brasil, provém sem dúvida do maior decoro que parece conferir a qualquer indivíduo o simples exercício da inteligência, em contraste com as atividades que requerem algum esforço físico.   O trabalho mental, que não suja as mãos e não fatiga o corpo, pode constituir, com efeito, ocupação em todos os sentidos digna de antigos senhores de escravos e dos seus herdeiros. Não significa forçosamente, neste caso, amor ao pensamento especulativo, – a verdade é que, embora presumindo o contrário, dedicamos, de modo geral, pouca estima às especulações intelectuais – mas amor à frase sonora, ao verbo espontâneo e abundante, à erudição ostentosa, à expressão rara. E que para bem corresponder ao papel que, mesmo sem o saber, lhe conferimos, inteligência há de ser ornamento e prenda, não instrumento de conhecimento e de ação.   Numa sociedade como a nossa, em que certas virtudes senhoriais ainda merecem largo crédito, as qualidades do espírito substituem, não raro, os títulos honoríficos, e alguns dos seus distintivos materiais, como o anel de grau e a carta de bacharel, podem equivaler a autênticos brasões de nobreza. Aliás, o exercício dessas qualidades que ocupam a inteligência sem ocupar os braços, tinha sido expressamente considerado, já em outras épocas, como pertinente aos homens nobres e livres, de onde, segundo parece, o nome de liberais dado a determinadas artes, em oposição às mecânicas que pertencem às classes servis. (Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1984, p. 50-51)   Conforme a norma padrão da Língua Portuguesa, o emprego de vírgulas é opcional em

  19. 49

    Espcex (Aman) 2015

    Marque a opção que justifica a colocação do ponto e vírgula e da vírgula utilizados por José de Alencar no período.   “Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.”

  20. 50

    FCMMG 2008

    A raiva é uma das várias reações naturais do ser humano a uma situação de estresse, mas também pode ser a ponte para futuras preocupações, como crescentes problemas de saúde. Esse e outros desdobramentos da pesquisa que transformou no centro de sua carreira acadêmica estão sendo apresentados pelo psiquiatra norte-americano Redford Williams durante o congresso da Isma (International Stress Management Association), que termina hoje em Porto Alegre.   Autor, entre outros livros, de "Anger Kills and Lifeskills" (algo como "a raiva mata e habilidades da vida", escrito em parceria com sua mulher, Virginia Williams), o pesquisador - formado pela Universidade Yale, atualmente professor de psiquiatria e de ciências do comportamento e diretor do centro de pesquisa nessa área da Universidade Duke, na Carolina do Norte - detalha suas investigações sobre o papel de fatores de ordem psicossocial para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e outras enfermidades.   O pesquisador vem se concentrando especialmente em averiguar que variáveis genéticas tornam determinadas pessoas mais propensas a adoecer em decorrência da exposição a um excesso de estresse. "O uso de critérios genéticos deve melhorar a sensibilidade e a especificidade com que os clínicos podem identificar os indivíduos com o risco mais elevado e, portanto, com maior probabilidade de se beneficiar de intervenções comportamentais", justifica, no material do congresso.   Também na pauta de Williams estão estudos sobre mecanismos que levam a hostilidade a evoluir para a adoção de comportamentos de risco (fumo, alto consumo de álcool, descontroles emocionais etc) e a ocasionar mudanças no corpo humano (como em relação à pressão arterial, ao sistema imunológico e ao metabolizante).   "Em primeiro lugar, precisamos aumentar nossa consciência em relação ao que pensamos e sentimos quando estamos vivendo circunstâncias desgastantes no cotidiano. Depois, temos de avaliar essas reações à luz dos fatos objetivos dessa situação e então podemos tomar uma decisão racional sobre se devemos reduzir nossa raiva ou tomar medidas para modificar aquilo que está nos estressando", afirmou à Folha.   Entender é simples. Difícil, apontam os números, é fazer: de acordo com a Isma, hoje o estresse atinge 70% dos brasileiros, índice semelhante aos registrados ao redor do mundo. "O que temos identificado é que, apesar de hoje haver mais informação e milhares de estudos sobre como lidar com essa questão, os níveis de estresse estão aumentando", afirma a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma no Brasil.   Williams propõe um passo-a-passo que inclua, além da objetividade, realismo - outra palavra-chave para que as emoções possam ser mais bem administradas e que cada um possa exercer um "controle de danos", como descreve, frente a momentos desagradáveis do dia-a-dia.   Para o pesquisador - que chega ao Brasil também com o desejo de implantar no país uma filial da Sociedade Internacional de Medicina do Comportamento, da qual é presidente-, é recomendável ter em mente sempre um plano de ação.   "Quando alguém diz que somos estúpidos por querer assistir a um filme em particular, por exemplo, podemos pedir a essa pessoa que pare de usar tais termos para designar as escolhas de lazer que fazemos. Mas, se estamos parados no meio de um engarrafamento, temos de saber que não há nada que possa ser feito e que precisamos relaxar e diminuir esses níveis de adrenalina que prejudicam a saúde", diz. "Do que estamos tratando aqui é de controle de danos: algo estressante aconteceu e você precisa administrar suas reações e às vezes mudar a situação."   Outras táticas podem ser usadas, ensina o psiquiatra, não somente para lidar melhor com momentos estressantes mas mesmo para evitar que cheguem a acontecer: "Falar claramente, ser um bom ouvinte, praticar a empatia - para entender de onde os outros estão vindo - e buscar oportunidades para injetar elementos positivos nos relacionamentos diários" são algumas delas.   Além do impacto da raiva sobre a saúde humana, o congresso da Isma, que traz como tema desta sétima edição "Trabalho, Estresse e Saúde: Gerenciamento Eficaz - Da Teoria à Ação", ainda coloca em discussão as conseqüências de um ambiente estressante para a produtividade e para as condições físicas e emocionais do trabalhador.   Dentro dessa linha, outro entre os 30 convidados a dissertar sobre os mais novos estudos em desenvolvimento na área, o psiquiatra norteamericano Richard Rahe - um dos pioneiros na formulação de testes sobre estresse - leva ao evento uma pesquisa que indica como as empresas podem diminuir seus custos com saúde e de que forma alguns estabelecimentos da Califórnia conseguiram reduzir em até 34% o número de consultas médicas por parte de seus funcionários.   A administração de fobias sociais também ganha destaque. Em apresentação que acontece no evento gaúcho e se repetirá em agosto em Budapeste, a Isma divulgará as conclusões de um trabalho de três anos, realizado junto a 150 pessoas entre 25 e 60 anos e que resultou no desenvolvimento de um tratamento cognitivo-comportamental para profissionais que têm medo de falar em público. (Denise Mota. "Equilíbrio". Folha de São Paulo, 28 de junho de 2007, p.5)   Os parênteses usados no texto NÃO têm a função de

  21. 51

    ACAFE 2014

    Assinale a frase que está formulada de acordo com as normas da língua portuguesa escrita padrão.

  22. 52

    MILTON CAMPOS 2013

    Todos juntos Acho que já contei aqui a história, mas a ocasião me permite repeti-la. Eu tinha 18 anos e estava em minha primeira aula de filosofia, na USP. O professor, Renato Janine Ribeiro, nos explicava que, no fim do semestre, seríamos avaliados por um trabalho individual, cujo limite deveria ser de 8.000 caracteres. Levantei a mão: "Se estourar um pouquinho esse limite, tudo bem, né?". Janine sorriu e disse algo mais ou menos assim: "O que é 'limite'? É aquilo que não se pode transpor. Mas vejam como são as coisas no Brasil: entre nós, o limite não limita! Repito: o limite é de 8.000 caracteres". Peço perdão ao filósofo se as palavras não foram exatamente essas. Assim, porém, é que ficaram gravadas na minha memória e é assim que me voltam, quase todo dia, quando me deparo com a nossa ilimitada necessidade de burlar a lei. Há uma altura máxima para prédios na rota do aeroporto, mas o empreiteiro constrói um "puxadinho", alguns metros acima. A construtora precisa botar de tantos em tantos metros, sob o concreto da rodovia, umas ripas de metal, mas economiza dinheiro aumentando a distância entre elas. Quantas pessoas que compraram a carta de motorista você conhece? Que têm gato de TV a cabo? Que já subornaram um guarda de trânsito para não serem multadas? O avião vai decolar, o comissário de bordo pede para desligarem os celulares, mas o sujeito o ignora solenemente. O avião pousa, o comissário pede aos passageiros para que aguardem sentados até o "apagar do aviso luminoso de atar cintos", mas todo mundo levanta. Não um, não dois: todo mundo – como se respeitar aquele simples sinal luminoso equivalesse a ter a palavra otário escrita na testa. Um sinal luminoso também piscou na cabine do Fokker 100 da TAM, que taxiava na pista de Congonhas na manhã de 31 de outubro de 1996, alertando sobre um problema no reverso da turbina. O piloto o desligou. O luminoso piscou novamente, novamente foi desligado. Segundo o depoimento de outro piloto, dias mais tarde, esse era o costume: se fossem dar atenção a todo alarme que soava na cabine, nenhuma aeronave saía do chão. Às vezes, ao que parece, alarmes soam à toa. Às vezes, não: 24 segundos depois de decolar, o avião caiu, matando 99 pessoas. Eu estava saindo para a USP, naquela manhã, quando o telefone tocou. Uma amiga do meu pai queria saber se era verdade que meu tio Duda, irmão da minha mãe e meu padrinho, estava entre os passageiros. Liguei a televisão. Vi a lista. Era verdade. Nas próximas semanas, o Brasil concentrará suas energias em encontrar os culpados pela tragédia de Santa Maria. É fundamental, se houver culpados (como parece ser o caso), que eles sejam punidos. É fundamental que as casas de show passem por reavaliações, como já estão passando. Mas se não mudarmos a nossa mentalidade, se não entendermos que as leis são universais, que há procedimentos que precisam ser executados conforme as regras, sem jeitinho, sem gambiarra, em TODAS as esferas, por TODAS as pessoas, as tragédias continuarão acontecendo – e a morte é um limite que nós, brasileiros, por mais espertos que nos julguemos, não somos capazes de transgredir. (Antonio Prata - Folha de S. Paulo - 30 de janeiro de 2013– acessado em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/1222610-todosjuntos.shtml - com adaptações)   Em todas as passagens extraídas do texto, as aspas cumprem uma mesma função, EXCETO em:

  23. 53

    ITA 2013

    Edison não conseguia se concentrar de jeito nenhum. Tinha sempre dois ou três empregos e passava o dia indo de um para outro. Adorava trocar mensagens, e se acostumou a escrever recados curtos e constantes, às vezes para mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Apesar de ser um cara mais inteligente do que a média, sofria quando precisava ler um livro inteiro. Para completar, comia rápido e dormia pouco – e não conseguia se dedicar ao casamento conturbado, por falta de tempo. Se identificou? Claro, quem não tem esses problemas? Passar horas no twitter ou no celular, correr de um lado para o outro e ter pouco tempo disponível para tantas coisas que você tem que fazer são dramas que todo mundo enfrenta. Mas esse não é um mal do nosso tempo. O rapaz da história aí em cima era ninguém menos que Thomas Edison, o inventor da lâmpada. A década era a de 1870 e o aparelho que ele usava para mandar e receber mensagens, um telégrafo. O relato, que está em uma edição de 1910 do jornal New York Times, conta que quando Edison finalmente percebeu que seu problema era falta de concentração, parou tudo. Se fechou em seu escritório e se focou em um problema de cada vez. A partir daí, produziu e patenteou mais de 2 mil invenções. [...] (Gisela Blanco. Superinteressante, julho/2012) O emprego da vírgula no trecho, “A década era a de 1870 e o aparelho que ele usava para mandar e receber mensagens, um telégrafo.”, é semelhante em:

  24. 54

    UNEMAT 2006

    Apenas Seis Meses de Vida O médico abre o jogo para o paciente: -Infelizmente, o senhor só tem seis meses de vida. -E agora doutor? O que faço? -Se eu fosse você, me casaria com uma mulher velha, chata e bem feia e me mudaria para o Paraguai. -Por que, doutor? -Vão ser os seis meses mais longos da sua vida. Almanaque Piadas Na língua escrita, os sinais de pontuação auxiliam o leitor na busca do significado e da coerência do texto, por isso são tão importantes. Com base neste contexto, analise as assertivas abaixo. I. Os dois pontos foram utilizados para anunciar a voz dos enunciadores. II. Os dois pontos anunciam uma citação. III. A vírgula, após a palavra infelizmente, está separando uma oração adjetiva explicativa. Tomando como parâmetro as assertivas acima, assinale a alternativa CORRETA.

  25. 55

    UEAP 2010

    A SOMBRA DA INVEJA A inveja está presente em todos nós e é encarada como algo ruim. Mas é possível tirar proveito desse sentimento para evoluir, sem prejudicar ninguém. Conta uma antiga fábula que, depois de muito fugir de uma cruel serpente, o vaga-lume se rendeu, pedindo apenas para que ela lhe respondesse três perguntas, antes de devorá-lo. Um pouco relutante, mas satisfeita por mostrar sua superioridade diante da presa, a serpente aceitou a proposta. Para começar, o inseto quis saber se fazia parte da cadeia alimentar de sua perseguidora. Rapidamente, ela respondeu que não fazia. Percebendo que não se tratava de uma questão alimentar, o vaga-lume tentou puxar pela memória algo pessoal. No entanto, não se recordou de nenhum conflito entre eles. Questionou, então, se já havia feito algum mal à cobra. Ela balançou a cabeça negativamente. Confuso e sem entender o que se passava, ele perguntou, por fim, o que fazia a serpente caçá-lo com tanta insistência e ódio. A resposta foi objetiva. “É que não suporto vê-lo brilhar”, disse. Essa simples história retrata com clareza um sentimento conhecido por todos nós: a inveja. Afinal, quem é que nunca se sentiu incomodado com o sucesso alheio, desejou estar no lugar de outra pessoa ou possuir algo que não era seu? E mais que isso, qual de nós nunca notou (e temeu!) olhos invejosos diante de um momento feliz que estava vivenciando? “A inveja faz parte da natureza humana. E, por mais que as pessoas a evitem e sintam vergonha de admiti-la, é preciso reconhecer sua ação em nossas vidas e, assim, encontrar uma forma de trabalhá- la”, ressalta a terapeuta transpessoal Cida Medeiros, de São Paulo. Uma das principais questões acerca da inveja é a competitividade. Apesar de esse conceito ser um velho conhecido dos seres humanos – antes ligado a questões importantes, como a sobrevivência – atualmente, sua atuação é muito mais intensa e abrange as mais diversas áreas. “A cultura moderna prega padrões profissionais, estéticos e até pessoais que levam as pessoas a competirem o tempo todo, sem nem sequer se dar conta disso. E competição leva à comparação. Esse é o ponto de partida para muitas situações em que a inveja figura”, comenta Cida Medeiros. O raciocínio é lógico: quando comparamos duas ou mais pessoas, alguém termina em posição de desvantagem. E é aí que, geralmente, pinta aquele incômodo persistente, quase que como uma voz que nos estimula a cobiçar o trunfo do outro. No início a coisa é branda: a gente reconhece as qualidades dele e até lamenta por não ser daquele jeito. Existem casos, porém, em que a inveja toma proporções tão grandes que cria o desejo de destruir o ser invejado. Muita gente acredita, no entanto, que acertando a dose e sabendo direcioná-la é possível livrar a inveja do estigma de vilã. E mais do que isso, dá até para utilizá-la em favor próprio, sem prejudicar o outro. “A inveja pode funcionar como ferramenta para o crescimento. Isso ocorre quando as pessoas enxergam aquele que obteve sucesso como um exemplo e fazem disso um estímulo para buscar o que desejam ter ou ser”, explica Priscila Araújo. É o que chamamos de inveja boa e os especialistas de inveja criativa. Acontece que, muitas vezes, presenciar a vitória de outra pessoa nos desperta a vontade de vencer também. Aí, começamos uma série de atitudes benéficas: pensamos no que nos falta para chegar lá, planejamos, mudamos aquilo que não estava bom... É como um empurrãozinho, a força que faltava para irmos atrás de nossos objetivos. “Diante disso, fica claro que mesmo os sentimentos que rotulamos como negativos podem vir a serviço de algo, revelando-se, na verdade, transformadores. O segredo é acolher as emoções como parte de nós, refletir sobre elas e tudo o que sinalizam”, finaliza Cida Medeiros. (Extraído de Patrícia Affonso – Edição 29/2009 – Editora Escala, SP: Revista Vida Natural)   Analise as proposições e, posteriormente, assinale a alternativa que contém a opção correta.   I- Em ...um sentimento conhecido por todos nós: a inveja... e No início a coisa é branda: a gente reconhece... os dois pontos podem ser substituídos pela expressão que é. II- As orações Existem casos... e ...explica Priscila Araújo... são marcadas por um sujeito posposto. III- O período ...é possível livrar a inveja do estigma de vilã... pode ser reescrito, sem prejuízo de sentido, por ...é possível que se livre a inveja do estigma de vilã. IV- O uso predominante das aspas, no texto, serve para destacar o posicionamento de especialistas no assunto em discussão.

  26. 56

    UFES 2009

    As aspas foram utilizadas para isolar citação textual em

  27. 57

    UPF 2012

    Reforma na corrupção Como previsto, já arrefece o mais recente debate sobre corrupção. Ainda se discute, sem muito entusiasmo, a absolvição de uma deputada que foi filmada recebendo um dinheirinho suspeito, mas isso aconteceu antes de ela ser deputada, de maneira que não vale. Além da forte tendência de os parlamentares não punirem os seus pares, havia o risco do precedente. Não somente o voto é indecentemente secreto nesses casos, como o precedente poderia expor os pescoços de vários outros deputados. O que o deputado faz enquanto não é deputado não tem importância, mesmo que ele seja tesoureiro dos ladrões de Ali Babá. Aliás, me antecipando um pouco ao que pretendo propor, me veio logo uma ideia prática para acertar de vez esse negócio de deputado cometendo crimes durante o exercício do mandato. Às vezes – e lembro que errar é humano – o sujeito comete esses crimezinhos distraído. Esquece, em perfeita boa-fé, que exerce um mandato parlamentar e aí perpetra a falcatrua. Fica muito chato para ele, se ele for flagrado, e seus atos podem sempre vir à tona, expostos pela imprensa impatriótica. Não é justo submeter o deputado a essa tensão permanente, afinal de contas, ele é gente como nós. Minha ideia, como, modéstia à parte, costumam ser as grandes ideias, é muito simples: os deputados usariam uniforme. Não daria muito trabalho contratar (com dispensa de licitação, dada a urgência do projeto), um estúdio de alta-costura francês ou italiano, ou ambos, para desenhar esse uniforme. Imagino que seriam mais de um: o de trabalho, usado só excepcionalmente, o de gala, o de visitar eleitores e assim por diante. Enquanto estiver de uniforme, o deputado é responsabilizado pelos seus atos ilícitos ou indecorosos. Mas, se estiver à paisana, não se encontra no exercício do mandato e, portanto, pode fazer o que quiser. (...) Mas isso é um mero detalhe, uma providência que melhor seria avaliada no conjunto de uma reforma séria, que levasse em conta nossas características culturais e nossas tradições. (...) O que cola mesmo aqui são os ensinamentos de líderes como o ex-presidente (gozado, o "ex" enganchou aqui no teclado, quase não sai), que, em várias ocasiões, torceu o nariz para denúncias de corrupção e disse que aqui era assim mesmo, sempre tinha sido feito assim e não ia mudar a troco de nada. E assumia posturas coerentes com esse ponto de vista. (...) Contudo, quando se descobre mais um caso de corrupção, a vida republicana fica bagunçada, as coisas não andam, perdese trabalho em investigações, gasta-se tempo prendendo e soltando gente e a imprensa, que só serve para atrapalhar, fica cobrando explicações, embora já saibamos que explicações serão: primeiro desmentidos e em seguida promessas de pronta e cabal investigação, com a consequente punição dos culpados. Não acontece nada e perdura essa situação monótona, que às vezes paralisa o País. A realidade se exibe diante de nós e não a vemos. Em lugar de querer suprimir nossas práticas seculares, que hoje tanto prosperam, por que não aproveitá-las em nosso favor? (...) O brasileiro preocupado com o assunto já pode sonhar com uma corrupção moderna, dinâmica e geradora de empregos e renda. E não pensem que esqueci as famosas classes menos favorecidas, como se dizia antigamente. O mínimo que antevejo é o programa Fraude Fácil, em que qualquer um poderá habilitar-se ao exercício da boa corrupção, em seu campo de ação favorito. Acho que dá certo, é só testar. E ficar de olho, para não deixar que algum corrupto corrupto passe a mão no fundo todo, assim também não vale. João Ubaldo Ribeiro, O Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.estadao.com.br. Acesso em: 04 Set. 2011.   Examine as seguintes proposições relacionadas à pontuação do texto: I. Caso se retirasse o trecho “como, modéstia à parte, costumam ser as grandes ideias”, não se justificaria o uso da vírgula nesse período. II. A vírgula após as palavras “corrupção” e “monótona” é opcional. III. Caso se retirassem as vírgulas da expressão “que só serve para atrapalhar” não haveria substancial alteração de sentido. IV. A expressão “preocupado com o assunto”, caso estivesse entre vírgulas, modificaria substancialmente o sentido do termo “brasileiro”.   Assinale a alternativa que apresenta as proposições verdadeiras:

  28. 58

    UNIFESP 2009

    No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala, que provavelmente era, encontrou condições inteiramente novas. Ficou talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em ordem nova de sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono. Foi um acaso feliz para a nossa literatura esta conjunção de um poeta de meia idade com a menina de dezessete anos. O quarentão é o amoroso refinado, capaz de sentir poesia onde o adolescente só vê o embaraçoso cotidiano; e a proximidade da velhice intensifica, em relação à moça em flor, um encantamento que mais se apura pela fuga do tempo e a previsão da morte:   Ah! enquanto os destinos impiedosos não voltam contra nós a face irada, façamos, sim, façamos, doce amada, os nossos breves dias mais ditosos.   (texto extraído de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.)   Em –  Ficou talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em ordem nova de sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono. – a vírgula separa orações coordenadas com sujeitos gramaticais .........; os dois pontos introduzem uma .................... .   Os espaços devem ser preenchidos, respectivamente, com

  29. 59

    PUC-SP 2016

    Da soberania do indivíduo   Hélio Schwartsman   Folha de S.Paulo, 24/10/2015     SÃO PAULO – Alguns leitores ficaram um pouco bravos comigo porque eu afirmei na coluna de ontem que a legislação sobre costumes de um Estado moderno deve sempre seguir a inspiração liberal e não a conservadora. Diferentemente do que sugeriram certos missivistas, não escrevi isso porque minhas preferências pessoais coincidem com as ideias ditas progressistas, mas porque existe uma diferença qualitativa no papel que as duas visões de mundo reservam para a lei.   Na visão conservadora, é legítimo que o Estado opere ativamente para promover a coesão social, mesmo que, para isso , force o indivíduo a conformar-se ao "statu quo". Não dá para dizer que não funcione. Em que pese um certo autoritarismo intrínseco, sociedades que colocam os interesses coletivos acima dos individuais tendem a apresentar menores índices de violência interpessoal e menos desigualdade. Costumam ser menos inventivas também, mas esse é outro problema.   Já para os liberais, a ênfase recai sobre a liberdade individual. Bem no espírito de John Stuart Mill, atitudes e comportamentos, por mais exóticos que pareçam, só podem ser legitimamente proibidos ou limitados se resultarem em dano objetivo e demonstrável para terceiros. Caso contrário, "sobre si mesmo, seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano".   A implicação mais óbvia dessa diferença é que, enquanto a perspectiva liberal permite que cada grupo viva segundo suas próprias convicções, ainda que numa escala menor que a do todo, a concepção conservadora exige que as franjas minoritárias renunciem a seus valores. Trocando em miúdos, existem vários projetos de lei para proibir ou limitar o aborto e o casamento gay, mas não há nenhum com o intuito de torná-los obrigatórios. Numa época em que consensos sociais podem mudar rapidamente, conservadores deveriam ser os principais interessados numa legislação bem liberal.     No texto de Hélio Schwartsman, as aspas sinalizam, respectivamente,

  30. 60

    UPE 2013

    Relacionamentos modernos deixam romantismo de lado, dizem jovens Conceito de namoro mudou e atitudes também, diz psicóloga. Jovem casal dá aula de como superar obstáculos para ser feliz.   Jovens de São José do Rio Preto (SP) confirmam: com os relacionamentos cada vez mais modernos, às vezes o romantismo é deixado de lado. A roda de conversa foi feita pelo Tem Notícias e indica que cada vez mais jovens assumem que se apaixonaram, mas poucos assumiram um relacionamento sério.   Um casal de namorados de mãos dadas, trocando juras de amor, parece ser cena rara de se ver atualmente. Quando chegam os 18 anos, a fase de transição da adolescência para a vida adulta se completa com a chegada do amor e dos relacionamentos. Segundo o estudante Bruno Gensen, de 17 anos, a pessoa ideal ainda não chegou. “Para ser perfeito, o namoro tem que ter confiança. Se uma pessoa não confia na outra, não vai continuar, não dá certo. Eu ainda não encontrei a pessoa ideal, quando achei que havia encontrado, não deu certo”, disse o estudante.   A estudante Glícia Cardoso, de 17 anos, também vê os jovens se afastando dos namoros. “As pessoas não têm mais compromisso sério, só querem saber de pegação, de balada etc. Isso prejudica o relacionamento,” comenta a estudante.   O conceito de namoro mudou e as atitudes mudaram com o tempo. Segundo a psicóloga Renata Montenegro Rebuá, a culpa não é do homem nem da mulher. “Hoje mudou o sistema, não se namora direto, existe o ficar e quem fica com muito mais frequência e com seletividade, essa é a diferença,” explica Renata.   Mas existem as exceções. À moda antiga, Renan Codogno, de 17 anos, e Juliana Kodjaoglanian, de 14 anos, não se enquadram nas "novas regras de relacionamento". O casal tem Síndrome de Down e está junto há um ano e meio. A história deles é como manda a tradição, e os pais deram apoio ao casal. “Nós queríamos que nossos filhos sentissem o que todos os jovens sentem, que não fosse um amor platônico”, comenta a mãe de Renan, Sandra Maria Ferreira Codogno.   A mãe de Juliana, Christiane Previato Kodjaoglanian, no início ficou cheia de cuidados, mas logo percebeu que ver a alegria da filha valeria a pena. “Quando eles começaram a namorar, eu me assustei, achei que eles iam curtir a amizade mais longa. Mas tem sido muito bonito, construído com amor, respeito, com carinho. É um namoro bonito de se ver”, contou Christiane.   No dia 12 de junho, em que se comemora a data mais romântica do calendário, o jovem casal é uma aula de como superar obstáculos para ser feliz ao lado de alguém. Disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2013/06/relacionamentos-modernos-deixamromantismo-de-lado-dizem-jovens.html. Acesso em 12/06/2013. Adaptado.   Acerca do emprego dos sinais de pontuação no texto, analise as afirmativas a seguir.   I. No trecho: “Jovens de São José do Rio Preto (SP) confirmam: com os relacionamentos cada vez mais modernos, às vezes o romantismo é deixado de lado” (parágrafo 1), os dois pontos poderiam ser substituídos pela conjunção “que”, sem prejuízos para os sentidos pretendidos. II. No trecho: “Um casal de namorados de mãos dadas, trocando juras de amor, parece ser cena rara” (parágrafo 2), o emprego das vírgulas contribuiu para destacar o segmento “trocando juras de amor”. III. No trecho: “A estudante Glícia Cardoso, de 17 anos, também vê os jovens se afastando dos namoros” (parágrafo 3), as vírgulas separam um segmento (destacado) que não tem autonomia sintática, isto é, só constrói sentido se articulado ao resto do enunciado. IV. Nos trechos: “À moda antiga, Renan Codogno, de 17 anos, e Juliana Kodjaoglanian, de 14 anos, não se enquadram nas ‘novas regras de relacionamento’” e “‘Nós queríamos que nossos filhos sentissem o que todos os jovens sentem, que não fosse um amor platônico’, comenta a mãe de Renan” (parágrafo 5), as aspas cumprem, nos segmentos sublinhados, a mesma função: marcar a introdução de uma outra “voz” no texto.   Estão CORRETAS, apenas:

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