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  1. 61

    UNICENTRO 2016

    Uma vida humana Cada um de nós nasce enquadrado. Acordamos do nada e nos encontramos jogados dentro de uma classe, de uma raça, de uma nação, de uma cultura, de uma época. Nunca mais conseguimos nos desvencilhar completamente desse enquadramento. Ele nos faz o que somos. Mas não tudo o que somos. O indivíduo sente e sabe também ser mais do que essa situação ao mesmo tempo definidora e acidental. Ela nos quer aprisionar num destino específico. Contra esse rebela-se, em cada pessoa, o espírito, que se reconhece como infinito acorrentado pelo finito. E tudo o que quer o espírito é encontrar uma moradia no mundo que lhe faça justiça, respeitando-lhe a vocação para transgredir e transcender. Por isso, as raízes de um ser humano deitam mais no futuro do que no passado. Entretanto o indivíduo cedo precisa abandonar a ideia de ser tudo para que possa ser alguém. Escolhendo e abrindo um caminho ou aceitando o caminho que lhe é imposto, ele se mutila. Suprime muitas vidas possíveis para construir uma vida real. Essa mutilação é o preço de qualquer engajamento fecundo. Para que ela não nos desumanize, temos de continuar a senti-la: a dor no ponto da amputação e os movimentos fantasmas dos membros que cortamos fora. Precisamos imaginar a experiência das pessoas que poderíamos ter sido. Depois, já mutilados e lutando, vemo-nos novamente presos dentro de uma posição que, por melhor que seja, ainda não faz jus àquele espírito dentro de cada pessoa que é o infinito preso no finito. Rendemo-nos, por descrença e desesperança, a essa circunstância, começamos a morrer. Uma múmia se vai formando em volta de cada um de nós. Para continuar a viver até morrer de uma só vez, em vez de morrer muitas vezes e aos poucos, temos de romper a múmia de dentro para fora. A única maneira de fazê-lo é nos desproteger, provocando embates que nos devolvam à condição de incerteza e abertura que abandonamos quando aceitamos nos mutilar. É do hábito de imaginar como outros sofrem a mesma trajetória que surge a compaixão. Aliada ao interesse prático, ela nos permite cooperar no enfrentamento das condições que tornam o mundo 45 inóspito ao espírito. E é para torná-lo mais hospitaleiro ao espírito que precisamos democratizar sociedades e reinventar instituições. Temos de desrespeitar e reconstruir as estruturas para poder respeitar e divinizar as pessoas. UNGUER, Roberto Mangabeira. Uma vida Humana. Folha de São Paulo, São Paulo, 11 setembro [2001]. Opinião, Tendências/Debates.   Marque V ou F, conforme sejam as afirmativas verdadeiras ou falsas. (  ) Em “Cada um de nós nasce enquadrado.”, o termo qualificador “enquadrado” poderia ser usado no plural concordando com o pronome “nós”. (  ) As palavras “época”, “indivíduo”, “espírito” e “raízes” são acentuadas pela mesma razão. (  ) Em “Para que ela não nos desumanize, temos de continuar a senti-la”, o pronome "ela" e a contração "la" são termos anafóricos que retomam a palavra “mutilação”. (  ) As vírgulas em “Depois, já mutilados e lutando, vemo-nos novamente presos” são aplicadas pelo mesmo motivo que em “Rendemo-nos, por descrença e desesperança, a essa circunstância”. A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a

  2. 62

    ENEM PPL 2009

    S.O.S. Português Por que os pronomes oblíquos têm esse nome e quais as regras para utilizá-los? As expressões “pronome oblíquo” e “pronome reto” são oriundas do latim (casus obliquus e casus rectus). Elas eram usadas para classificar as palavras de acordo com a função sintática. Quando estavam como sujeito, pertenciam ao caso reto. Se exerciam outra função (exceto a de vocativo), eram relacionadas ao caso oblíquo, pois um dos sentidos da palavra oblíquo é “não é direito ou reto”. Os pronomes pessoais da língua portuguesa seguem o mesmo padrão: os que desempenham a função de sujeito (eu, tu, ele, nós, vós e eles) são os pessoais do caso reto; e os que normalmente têm a função de complementos verbais (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, os, a, as, lhe, lhes, se, si, consigo, nos, conosco, vos e convosco) são os do caso oblíquo. NOVA ESCOLA. Coluna “Na dúvida”, dez. 2008, p. 20. Na descrição dos pronomes, estão implícitas regras de utilização adequadas para situações que exigem linguagem formal. A estrutura que está de acordo com as regras apresentadas no texto é: 

  3. 63

    ENEM 2000

    O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos abaixo. Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988 “Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (...).” CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980 Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se inferir que ambos

  4. 64

    UNEMAT 2010

    Porque é mau negócio “comer gato por lebre”? Emiliano Urbin Se considerarmos que um filhote de gato persa com pedigree custa até 2 mil, enquanto a venda de uma lebre reprodutora, regulada pelo Ibama, não rende um décimo disso, pode-se dizer que o ditado está errado. Mas ele surgiu na Espanha medieval onde a carne era escassa e a malandragem abundante. O registro mais antigo do sentido clássico, ser ludibriado em uma transação, é de um livro de 1611, Tesoro de la lengua, do espanhol Sebástian de Covarrubias. Relatos dessa época mostram que pedir uma carne e ser servido com um prato pior era uma preocupação constante dos viajantes. (Aliás, gato e lebre, servidos decepados são bem parecidos). [...]. Revista Superinteressante - Edição 262  - fev. 2009. O pronome “ele”, sublinhado no texto, refere-se:

  5. 65

    FAAP 1996

    SONETO DE SEPARAÇÃO   De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto.   De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama.   De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente   Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente. (Vinícius de Morais)     "De repente do riso fez-se o pranto". À colocação do pronome "se" depois do verbo fazer (fez-se) dá-se o nome de:

  6. 66

    UFV 2011

    Para dormir bem Um sono tranquilo é fundamental para seu dia render mais, tornando as atividades cotidianas mais prazerosas. Veja dicas sobre o que você deve fazer e as atitudes que precisa abandonar para ter uma boa noite!   - Alimentar-se pelo menos duas horas antes de ir para a cama e opte por refeições leves.  Durante a noite, o metabolismo desacelera. Portanto, escolha uma refeição sem carboidratos e alimentos gordurosos, pois essas calorias são armazenadas no organismo sob a forma de gordura. Para não sentir fome, prepare um lanche com pão integral, verduras, legumes e proteínas, como peito de frango, além de um copo de leite morno, o que ajuda a adormecer.   - Estabeleça horários regulares para dormir e acordar. A noite existe para o descanso e o sono completo. E o dia é próprio para as atividades de trabalho, estudo e lazer. A dica é respeitar o seu ritmo biológico. Assim, procure evitar cochilar durante o dia. A menos que se trate de criança ou idoso. Procure criar uma rotina antes do horário de dormir, desligando a TV ou outros aparelhos eletrônicos. Isso ajudará o seu corpo a entender que é hora de descansar.   - Mantenha o ambiente de repouso calmo, arejado, com pouca ou nenhuma luminosidade e temperatura adequada. A presença da luz inibe a melatonina, hormônio sensível à claridade e que influi na regulagem do sono. Também conserve o quarto limpo e o clima adequado, ou seja, no verão, refresque-o; no inverno, aqueça-o de modo que mantenha entre 17° e 20° C. Quando nos sentimos confortáveis em um ambiente, o corpo descansa mais facilmente.   - Não consuma bebidas alcoólicas ou cafeína momentos antes do repouso. Já a partir das 18 horas, não tome mais nenhum cafezinho, pois a bebida é estimulante e pode sim, afetar a sua vontade de dormir. Caso você tenha planejado uma confraternização, limite o chope ou qualquer bebida destilada para apenas uma dose, pois elas afetam a qualidade do sono. Evite também refrigerantes, principalmente aqueles à base de cola. Prefira sempre suco de frutas ou água.   - Evite os remédios tranquilizantes sem ter indicação médica. Pessoas que se habituaram a tomar soníferos e/ou ansiolíticos, principalmente aqueles que possuem rígido controle de vendas nas farmácias, estão entrando numa grande armadilha para conseguir um sono regular. Isso porque o uso constante desse tipo de medicamento é capaz de criar hábitos indesejáveis, uma vez que eles agem diretamente no nosso sistema nervoso central, provocando tolerância e dependência.   - Procure não fazer exercícios físicos antes de dormir.  Por liberar endorfina e adrenalina, a atividade física aumenta a temperatura do corpo, provocando excitação. mas isso não vale como desculpa para renunciar aos exercícios, que podem ser realizados pela manhã , durante o dia e no início da noite. Caminhar, nadar, andar de bicicleta, são praticas saudáveis e que até mesmo colaboram na arquitetura do sono correto.  (Para dormir bem. Vivasaúde. São Paulo, n. 97, p. 78, 2001.)   “A presença da luz inibe a melatonina, hormônio sensível à claridade e que influi na regulagem do sono.”.   Na passagem acima, o pronome relativo em destaque substitui a expressão:

  7. 67

    UEL 2009

    Adapte-se ao nível de formalidade Quando um e-mail é enviado em substituição a um bilhete, a linguagem usada pode ter maior grau de informalidade. Nesses casos, ele aproxima-se da fala, embora seja importante considerar que a mensagem será lida. Um dos problemas comunicacionais advém de o redator escrever como se falasse despreocupadamente, com frases mal organizadas e sem clareza. Mesmo que o texto tenda à informalidade, devem-se evitar erros que comprometam a imagem do redator e da instituição que ele representa. Quando o meio eletrônico substitui memorando ou comunicado interno, a formalidade aumenta, tendo em conta o conteúdo e o destinatário. Aí é preciso considerar as características da redação empresarial, que se renovou nestes anos. Tropeços são mais facilmente evitados quando se tem o hábito de leitura de textos bem escritos. Como redação empresarial demanda rapidez, convém redobrar a leitura não só de livros de sua área, pois isso facilitará a redação coesa e coerente. NÓBREGA, M. H. Revista Língua Portuguesa. Segmento, ano III, n. 33. jul. 2008. p. 40-41. Considere a frase: “Nesses casos, ele aproxima-se da fala.” Nesta oração, a palavra sublinhada retoma:

  8. 68

    UNAMA 2009

    Leia a estrofe a seguir, do soneto de Gregório de Matos Guerra.   De que pode servir calar quem cala, Nunca se há de falar o que se sente? Sempre se há de sentir o que se fala! (Aos vícios- Gregório de Matos Guerra)   A respeito de aspectos linguísticos e literários, avalie as quatro afirmativas abaixo, com base no texto lido.   I. Há presença do amor cortês, marca da poesia medieval de Gregório de Matos. II. Como barroco, o poeta utiliza a antítese para confrontar os extremos. III. Nas suas duas ocorrências, o vocábulo o, antes do que, é pronome demonstrativo. IV. O pronome se, em posição enclítica, nas quatro ocorrências, caracteriza desvio da norma padrão, próprio da poesia satírica de Gregório de Matos.   Estão corretas as afirmativas:

  9. 69

    UEL 2012

    Felicidade   Outro dia, falando na vida do caboclo nordestino, eu disse aqui que ele não era infeliz. Ou não se sente infeliz, o que dá o mesmo. Mas é preciso compreender quanto varia o conceito de felicidade entre o homem urbano e essa nossa variedade de brasileiro rural. Para o homem da cidade, ser feliz se traduz em "ter coisas": ter apartamento, rádio, geladeira, televisão, bicicleta, automóvel. Quanto mais engenhocas mecânicas possuir, mais feliz se presume. Para isso se escraviza, trabalha dia e noite e se gaba de bem-sucedido. O homem daqui, seu conceito de felicidade é muito mais subjetivo: ser feliz não é ter coisas; ser feliz é ser livre, não precisar de trabalhar. E, mormente, não trabalhar obrigado. Trabalhar à vontade do corpo, quando há necessidade inadiável. [...]   A gente entra na casa de um deles: é de taipa, sem reboco, o chão de terra batida. (Sempre muito bem varrida, tanto a casa quanto os terreiros.) Uma sala, onde dormem os homens, a camarinha do casal ou as moças, o minúsculo puxado da cozinha, o fogão de barro armado num jirau de varas. Móveis, às vezes, uma mesa pequena, dois tamboretes. Alguns possuem um baú; porém a maioria guarda os panos do uso num caixote de querosene. [...]     Nessa nudez, nesse despojamento de tudo, dê-lhes Deus um inverno razoável que sustente o legume, um pouco de água no açude e não pedem mais nada. De que é que eles gostam? Gostam de dançar, de ouvir música – pagam qualquer dinheiro por um tocador bom e obrigam o homem a tocar ininterruptamente dois, três dias seguidos. Gostam de festas de igreja, e ainda gostam mais de jogo, baralho ou dados. (Conhecem pouco o jogo-de-bicho.) Namoram sobriamente e, se apreciam mulher, como é natural, pouco falam nisso. Gostam de doces de qualquer espécie, e de aluá, que é uma bebida feita com milho ou arroz fermentado e adoçada com rapadura. Adoram cachaça. Mas, acima de tudo, gostam desta terra velha, ingrata, seca, doida, pobre; e nisso estou com eles, e só por cima dela temos gosto em tirar os anos de vida, e só debaixo dela nos saberá bem o descanso, depois da morte. (Junco, junho de 1955)     Considere os períodos a seguir: “Quanto mais engenhocas mecânicas possuir, mais feliz se presume. Para isso se escraviza, trabalha dia e noite e se gaba de bem-sucedido”. Considerando as relações de sentido construídas no texto, é possível afirmar que 

  10. 70

    UNESP 2013

    A questão toma por base um texto de Millôr Fernandes (1924-2012). Os donos da comunicação Os presidentes, os ditadores e os reis da Espanha que se cuidem porque os donos da comunicação duram muito mais. Os ditadores abrem e fecham a imprensa, os presidentes xingam a TV e os reis da Espanha cassam o rádio, mas, quando a gente soma tudo, os donos da comunicação ainda tão por cima. Mandam na economia, mandam nos intelectuais, mandam nas moças fofinhas que querem aparecer nos shows dos horários nobres e mandam no society que morre se o nome não aparecer nas colunas. Todo mundo fala mal dos donos da comunicação, mas só de longe. E ninguém fala mal deles por escrito porque quem fala mal deles por escrito nunca mais vê seu nome e sua cara nos “veículos” deles. Isso é assim aqui, na Bessarábia e na Baixa Betuanalândia. Parece que é a lei. O que também é muito justo porque os donos da comunicação são seres lá em cima. Basta ver o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela mídia deles, não é mesmo? Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam sair 10% do que sabem? Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas besteiras. Corajoso mesmo, eu acho, é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica xinfrim, teu terrorismo sai em corpo 6 e se você morre vai lá pro fundo do jornal em quatro linhas. Millôr Fernandes. Que país é este?, Circulo do livro, 1978. Acesso em: 23 agosto 2012 No último período do texto, a discrepância dos possessivos teu e tua (segunda pessoa do singular) com relação ao pronome de tratamento você (terceira pessoa do singular) justifica-se como

  11. 71

    UFU 2014

    Considere a situação comunicativa apresentada a seguir.   O médico chega de manhã ao hospital e pergunta ao paciente: - Como estamos hoje? - Como passamos a noite?" FIORIN, José Luiz. Disponível em:. Acesso: 12 fev. 2014.   A forma pronominal nós, implícita no texto, refere-se

  12. 72

    UFSC 2014

    A história da Administração é recente. No decorrer da história da humanidade, a Administração se desenvolveu com uma lentidão impressionante. Somente a partir do século XX é que ela surgiu e apresentou um desenvolvimento de notável pujança e inovação. Nos dias de hoje a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma sociedade pluralista de organizações, na qual a maior parte das obrigações sociais (como a produção de bens ou serviços em geral) é confiada a organizações (como indústrias, universidades e escolas, hospitais, comércio, comunicações, serviços públicos etc.) que são administradas por dirigentes para se tornar mais eficientes e eficazes. No final do século XIX, contudo, a sociedade era completamente diferente. As organizações eram poucas e pequenas: predominavam as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais autônomos (como médicos, advogados, que trabalhavam por conta própria), o lavrador, o armazém da esquina etc. Apesar de o trabalho sempre ter existido na história da humanidade, a história das organizações e de sua administração é um capítulo que teve seu início há pouco tempo. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. p. 25-26.   Analise as afirmativas abaixo, a respeito dos elementos constitutivos do texto. I. O trecho “que trabalhavam por conta própria” tem sentido equivalente ao da expressão “profissionais autônomos”. II. Os três trechos entre parênteses no texto exemplificam, respectivamente, “obrigações sociais”, “organizações” e “profissionais autônomos”. III. O pronome “ela” se refere ao termo “humanidade”, ambos destacados no texto. IV. Em “que são administradas por dirigentes para se tornar mais eficientes e eficazes”, o pronome “que” se refere a “obrigações sociais”. V. O sinal de dois pontos introduz uma complementação do que é dito em “As organizações eram poucas e pequenas”.   Assinale a alternativa CORRETA.

  13. 73

    PUC-SP 2005

    ESTRADAS DE RODAGEM   Comparados os países com veículos, veremos que os Estados Unidos são uma locomotiva elétrica; a Argentina um automóvel; o México uma carroça; e o Brasil um carro de boi.   O primeiro destes países voa; o segundo corre a 50 km por hora; o terceiro apesar das revoluções tira 10 léguas por dia; nós...   Nós vivemos atolados seis meses do ano, enquanto dura a estação das águas, e nos outros 6 meses caminhamos à razão de 2 léguas por dia. A colossal produção agrícola e industrial dos americanos voa para os mercados com a velocidade média de 100 km por hora. Os trigos e carnes argentinas afluem para os portos em autos e locomotivas que uns 50 km por hora, na certa, desenvolvem.   As fibras do México saem por carroças e se um general revolucionário não as pilha em caminho, chegam a salvo com relativa presteza. O nosso café, porém, o nosso milho, o nosso feijão e a farinha entram no carro de boi, o carreiro despede-se da família, o fazendeiro coça a cabeça e, até um dia! Ninguém sabe se chegará, ou como chegará. Às vezes pensa o patrão que o veículo já está de volta, quando vê chegar o carreiro.   - Então? Foi bem de viagem?   O carreiro dá uma risadinha.   - Não vê que o carro atolou ali no Iriguaçu e...   - E o quê?   - ... e está atolado! Vim buscar mais dez juntas de bois para tirar ele.   E lá seguem bois, homens, o diabo para desatolar o carro. Enquanto isso, chove, a farinha embolora, a rapadura derrete, o feijão caruncha, o milho grela; só o café resiste e ainda aumenta o peso. (LOBATO, M. Obras Completas, 14ª ed., São Paulo, Brasiliense, 1972, v. 8, p.74)   No diálogo com o patrão, em certo momento o carreiro diz: " ... e está atolado. Vim buscar mais dez juntas de bois para tirar ele". Empregando a língua informalmente, ele usa o pronome pessoal do caso reto na posição de complemento do verbo. Se a construção fosse reelaborada em nível formal, teríamos:

  14. 74

    PUC-RS 2008

    1. Muitas vezes, passamos a utilizar expressões 2. sem ter certeza de seu significado. “Capital humano” 3. é uma delas. Afinal, o que significa isso? Será que 4. podemos mensurar o valor de um indivíduo? Colo- 5. car etiqueta de preço e transformá-lo em parte do 6. patrimônio empresarial? 7. Certamente tem gente que gostaria que assim 8. fosse. Contudo, essa atitude não só é insensata como 9. improdutiva. Apenas o desenvolvimento dos talentos 10. e habilidades de um indivíduo que atue com objeti- 11. vos claros e de forma voluntária e comprometida, a 12. partir de um trabalho integrado, pode gerar resulta- 13. dos de valor. Dulce Magalhães. In: Revista AMANHÃ, p.146 (fragmento) INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere o que está sendo solicitado e analise as afirmativas.   Sobre certas expressões utilizadas no texto, afirma-se: 1. “lo” (linha 05) retoma “preço” (linha 05). 2. “uma delas” (linha 03) relaciona “Capital humano” (linha 02) a “expressões” (linha 01). 3. “assim” (linha 07) refere-se aos questionamentos do parágrafo anterior. 4. “não só (...) como” (linha 08) desempenha o papel de nexo adversativo. 5. “um trabalho integrado” (linha 12) exerce a função de sujeito de “pode gerar” (linha 12). Todas e somente as afirmativas corretas estão reunidas em

  15. 75

    UFJF 2012

    "Uma Noite em 67" é o tipo do filme que levanta o público e Terra e Calil já se acostumaram a ver espectadores exaltados - e eufóricos com o que para muitos ainda é uma novidade. "Uma Noite em 67" dirige seu foco para a noite de encerramento do Festival da Record de 1967, talvez o mais emblemático dos festivais de música ocorridos no País. Algo decisivo ocorreu naquela noite. O Brasil vivia sob uma ditadura e o palco virou cenário de uma disputa ideológica. A guerra da canção de protesto com a guitarra elétrica, símbolo da dominação imperialista, que Gilberto Gil usou em "Domingo no Parque".   Colocar guitarra elétrica na MPB era considerado de direita. Os artistas de raiz, contrários à guitarra, eram de esquerda. Houve um clima de radicalismo - um Fla-Flu musical, como define Calil. "Não quisemos fazer um filme didático, mas trabalhar o emocional, entregando ao público um documentário que as pessoas precisam completar." E elas completam - e como! Quatro músicas dominavam a competição - "Ponteio", "Domingo no Parque", "Roda Viva" e "Alegria, Alegria". "Até hoje elas polarizam as opiniões. Tem gente que reclama por que Alegria, Alegria não ganhou, ou Roda Viva". O público que viveu a época agradece aos diretores por trazê-la de volta. Os jovens, porque o filme os projeta num mundo que não conheceram. http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,uma-noite-em-67-revive-festival-de-musica-da-record,588109,0.htm       Releia o trecho do texto a seguir:   "Não quisemos fazer um filme didático, mas trabalhar o emocional, entregando ao público um documentário  que as pessoas precisam completar." E elas completam - e como! Quatro músicas dominavam a competição - "Ponteio", "Domingo no Parque", "Roda Viva" e "Alegria, Alegria". "Até hoje elas polarizam as opiniões. Tem gente que reclama por que Alegria, Alegria não ganhou, ou Roda Viva". O público que viveu a época agradece aos diretores por trazê-la de volta.     Na frase: “O público que viveu a época agradece aos diretores por trazê-la de volta.”, o pronome ligado ao   verbo trazer tem como referente:

  16. 76

    UFABC 2006

    Observe o emprego das palavras em destaque nos seguintes contextos: ...no lugar onde se construía a grande cidade. Entregavam-lhe revistas... ...até um mapa, nele mostravam os pontos em que ora e ora se estava... Essas palavras podem ser respectivamente substituídas por

  17. 77

    UFMA

    Identifique a oração em que a palavra "certo" é pronome indefinido:

  18. 78

    UFSC 2013

    Tecnologia e comunicação   Em relação à comunicação, cada invenção tecnológica que surge tem um forte impacto nas práticas cotidianas e no relacionamento humano. Pensemos, por exemplo, no efeito da criação e da popularização do telefone sobre o ato de escrever cartas. Depois de Graham Bell ter inventado o telefone, as pessoas passaram a escrever cada vez menos cartas e a usar cada vez mais o telefone para comunicações cotidianas. É raro, hoje em dia, alguém escrever uma carta para um amigo de outra cidade para perguntar quais são as novidades. É preferível falar com esse amigo por telefone por alguns minutos.   Mais recentemente, o surgimento dos telefones celulares alterou a maneira de usarmos o próprio telefone. O celular apresenta inúmeras vantagens. A mais óbvia delas é a portabilidade, que permite a comunicação sem que seja necessário estar fixo a um lugar. Podemos levar o celular e utilizá-lo, a qualquer momento, em diferentes lugares. Com aparelhos celulares mais modernos é possível até mesmo realizar operações bastante sofisticadas, que não eram sequer imaginadas quando utilizávamos só o telefone fixo tradicional. Por exemplo: o desenvolvimento de uma nova tecnologia já permite que, através de um mapa exibido no visor do celular, seja possível aos pais saber a localização de seus filhos...   O computador é mais uma dessas muitas invenções tecnológicas e, atualmente, ocupa cada vez mais lugar de destaque nas práticas cotidianas. Essa máquina é hoje utilizada como meio de transmissão tanto de mensagens escritas e orais como de imagens estáticas (fotografias) e em movimento (vídeos). O computador criou a possibilidade de comunicação escrita entre duas pessoas (e-mail, bate-papo), ou entre várias pessoas (fóruns, espaços abertos para a conversação). Esses diversos tipos de interação podem ocorrer simultaneamente (como nas conversas telefônicas) ou pode existir um espaço de tempo entre a produção do texto e sua leitura. BRAGA, Denise B.; RICARTE, Ivan L. M. Letramento e tecnologia. Cefiel/IEL/Unicamp, 2005- 2010, p. 20-21. [Adaptado]     Considere os trechos abaixo, extraídos do texto.   I. “Mais recentemente, o surgimento dos telefones celulares alterou a maneira de usarmos o próprio telefone. O celular apresenta inúmeras vantagens.”   II. “É raro, hoje em dia, alguém escrever uma carta para um amigo de outra cidade para perguntar quais são as novidades.“   III. “Com aparelhos celulares mais modernos é possível até mesmo realizar operações bastante sofisticadas, que não eram sequer imaginadas quando utilizávamos só o telefone fixo tradicional.”     Assinale a alternativa CORRETA.

  19. 79

    UEMS 2008

    Filme nacional, nem por decreto   A obsessão do governo de impor cotas para os filmes nacionais remonta ao início do cinema falado. A primeira medida assim data de 1932, quando os cinemas foram obrigados a exibir produções brasileiras. A mais recente foi tomada em dezembro passado. Um decreto do governo Lula fixou em 28 dias o período mínimo de exibição de filmes nacionais. O desrespeito à regra é punido com multa diária de 5% da renda média da sala.   O governo pretendia garantir a audiência dos filmes nacionais. Mas, como toda canetada que pretende dar suporte a uma atividade econômica, essa também se destina ao fracasso. Os donos de cinema gaúchos recorreram à Justiça contra o decreto. Outros preferem simplesmente pagar a multa. “Já fomos autuados quatro vezes, mas é melhor ser multado do que deixar salas vazias com filmes como o infantil Os porralokinhas, que só deu prejuízo”, diz Márcio Lima, diretor da rede Centerplex, com 33 salas.   Sobre os termos destacados em negrito, verifica-se que:

  20. 80

    FUVEST 2012

    Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma potência colonizadora à feição da antiga Grécia. O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento de nenhum excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta de lucros, e que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono português trouxe esta burguesia para um primeiro plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da nobreza, representado pela Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas atenções. PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução política do Brasil (adaptado). O pronome "ela" da frase destacada refere-se a 

  21. 81

    UNEMAT 2010

    Leia o enunciado. “Quem já não dirigiu depois de um jantar regado a um bom vinho? Quem já não tomou alguns copos de cerveja durante um tratamento de saúde à base de antibióticos? Quem já não curtiu uma ressaca tão forte que perdeu o dia na escola ou no trabalho? Pergunte a um bebedor de risco como é a sua relação com o álcool e ele certamente dirá que bebe apenas socialmente. Mas o limite que separa esse tipo de bebedor do abismo é muito tênue. Metade deles está à beira do alcoolismo." Revista Veja, ano 42, nº 36, 09/09/2009. Com base nesse texto, assinale a alternativa correta.

  22. 82

    UNESP 2015

    A questão a seguir aborda uma passagem da peça teatral Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett (1799-1854).   Cena V – JORGE, MADALENA E MARIA   JORGE – Ora seja Deus nesta casa! (Maria beija-lhe o escapulário1 e depois a mão; Madalena somente o escapulário.) MADALENA – Sejais bem-vindo, meu irmão! MARIA – Boas tardes, tio Jorge! JORGE – Minha senhora mana! A bênção de Deus te cubra, filha! Também estou desassossegado como vós, mana Madalena: mas não vos aflijais, espero que não há de ser nada. É certo que tive umas notícias de Lisboa... MADALENA (assustada) – Pois que é, que foi? JORGE – Nada, não vos assusteis; mas é bom que estejais prevenida, por isso vo-lo digo. Os governadores querem sair da cidade... é um capricho verdadeiro... Depois de aturarem metidos ali dentro toda a força da peste, agora que ela está, se pode dizer, acabada, que são raríssimos os casos, é que por força querem mudar de ares. MADALENA – Pois coitados!... MARIA – Coitado do povo! Que mais valem as vidas deles? Em pestes e desgraças assim, eu entendia, se governasse, que o serviço de Deus e do rei me mandava ficar, até a última, onde a miséria fosse mais e o perigo maior, para atender com remédio e amparo aos necessitados. Pois, rei não quer dizer pai comum de todos? JORGE – A minha donzela Teodora! Assim é, filha, mas o mundo é doutro modo: que lhe faremos? MARIA – Emendá-lo. JORGE (para Madalena, baixo) – Sabeis que mais? Tenho medo desta criança. MADALENA (do mesmo modo) – Também eu. JORGE (alto) – Mas enfim, resolveram sair: e sabereis mais que, para corte e “buen retiro” dos nossos cinco reis, os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde, foi escolhida esta nossa boa vila de Almada, que o deveu à fama de suas águas sadias, ares lavados e graciosa vista. MADALENA – Deixá-los vir. JORGE – Assim é: que remédio! Mas ouvi o resto. O nosso pobre Convento de São Paulo tem de hospedar o senhor arcebispo D. Miguel de Castro, presidente do governo. Bom prelado é ele; e, se não fosse que nos tira do humilde sossego de nossa vida, por vir como senhor e príncipe secular... o mais, paciência. Pior é o vosso caso... MADALENA – O meu! JORGE – O vosso e de Manuel de Sousa: porque os outros quatro governadores – e aqui está o que me mandaram dizer em muito segredo de Lisboa – dizem que querem vir para esta casa, e pôr aqui aposentadoria2. MARIA (com vivacidade) – Fechamos-lhes as portas. Metemos a nossa gente dentro – o terço3 de meu pai tem mais de seiscentos homens – e defendemo-nos. Pois não é uma tirania?... E há de ser bonito!... Tomara eu ver seja o que for que se pareça com uma batalha! JORGE – Louquinha! MADALENA – Mas que mal fizemos nós ao conde de Sabugal e aos outros governadores, para nos fazerem esse desacato? Não há por aí outras casas; e eles não sabem que nesta há senhoras, uma família... e que estou eu aqui?...   (Teatro, vol. 3, 1844.)   1 escapulário: faixa de tecido que frades e freiras de certas ordens religiosas cristãs usam pendente sobre o peito. 2 pôr aposentadoria: ficar, morar. 3 terço: corpo de tropas dos exércitos português e espanhol dos séculos XVI e XVII.     Assinale a alternativa em que a forma de tratamento se enquadra na segunda pessoa do singular.

  23. 83

    EPCAR

    O termo “que” é pronome interrogativo na frase:

  24. 84

    UPE 2016

    Texto 1 Ter mais e ter menos   Vários leitores me escreveram para acusar os "tempos modernos", em que "ter" é mais importante do que "ser". Hoje, o que temos nos define, à condição, claro, de ostentá-lo o suficiente para que os outros saibam: constatando nossos "bens", eles reconheceriam nosso valor social.   Essa seria a razão da cobiça de todos e, em última instância, da facilidade com a qual todos nos tornamos criminosos. A partir dessa constatação, alguns de meus correspondentes tentam explicar uma diferença entre ricos e pobres em matéria de crime. O argumento básico funciona mais ou menos assim: 1) para ser alguém, na nossa sociedade, é preciso ter e ostentar bens; 2) quem vale menos na consideração social (o desfavorecido, o excluído, o miserável) teria um anseio maior de conquistar aqueles bens que aumentariam seu valor aos olhos dos outros.   Em suma, precisamos ter para ser – e, se formos pouco relevantes ou invisíveis socialmente, só poderemos querer ter mais e com mais urgência. À primeira vista, faz sentido. Mas, antes de desenvolver o raciocínio, uma palavra em defesa da modernidade.   Tudo bem, uma sociedade em que as diferenças são decididas pelo "ter" (vale mais quem tem mais) pode parecer um pouco sórdida. Acharíamos mais digna uma sociedade na qual valeria mais quem "é" melhor, não quem acumulou mais riquezas.   O problema é que, em nosso passado recente, as sociedades organizadas pelo "ser" já existiram, e não foram exatamente sociedades para onde a gente voltaria alegremente – eu, ao menos, não gostaria de voltar para lá.   Geralmente, uma sociedade organizada pelo "ser" é uma sociedade imóvel. Por exemplo, no antigo regime, você podia nascer nobre, perder todos os bens de sua família, inclusive a honra, e continuaria nobre, porque você já era nobre. Inversamente, você podia nascer numa sarjeta urbana e enriquecer pelo seu trabalho ou pela sua sabedoria, e nem por isso você se tornaria nobre, porque você não o era. Ou seja, em matéria de mobilidade social, as sociedades nas quais o que importa é o "ser" são sociedades lentas, se não paradas, e as sociedades nas quais o que importa é o "ter" são sociedades nas quais a mudança é possível, se não encorajada.   É bom lembrar disso quando criticamos nossa "idolatria" consumista ou nossa vaidade. Podemos sonhar com uma sociedade organizada pelas qualidades supostamente intrínsecas a cada um (haveria os sábios, os generosos, os fortes etc.), mas a alternativa real a uma sociedade do "ter" são sociedades em que castas e dinastias exercem uma autoridade contra a qual o indivíduo não pode quase nada.   Voltemos agora à observação de que, numa sociedade do "ter" como a nossa, os que têm menos seriam, por assim dizer, famintos – e, portanto, propensos a querer a qualquer custo. Eles recorreriam ao crime porque sua dignidade social depende desse "ter" – para eles, ter (como navegar) é preciso.   Agora, o combustível de uma sociedade do "ter" é uma mistura de cobiça com vaidade. Por cobiça, preferimos os bens materiais a nossas eventuais virtudes, mas essa cobiça está a serviço da vaidade. A riqueza que acumulamos não vale "em si", ela vale para ser vista e reconhecida pelos outros: é a inveja deles que afirma nossa desejada "superioridade". Em outras palavras, os bens que desejamos são indiferentes; o que importa é o reconhecimento que esperamos receber graças a eles. Por consequência, nenhum bem pode nos satisfazer, e a insatisfação é parte integrante de nosso modelo cultural.   Não é que estejamos insatisfeitos porque nos falta alguma coisa (aí seria fácil, bastaria encontrá-la). Somos (e não estamos) insatisfeitos porque o reconhecimento dos outros é imaterial, difícil de ser medido e nunca suficiente. A procura por bens é infinita ou, no mínimo, indefinida, como é indefinida a procura pelo reconhecimento dos outros.   Os bens que conquistamos (roubando ou não, tanto faz) não estabelecem nenhum "ser", apenas alimentam, por um instante, um olhar que gratificaria nossa vaidade. Não existe uma acumulação a partir da qual nós nos sentiríamos ao menos parcialmente acalmados em nossa busca por esse reconhecimento. Ao contrário, é provável que a cobiça e a vaidade cresçam com o "ter". Ou seja, é bem possível que a tentação do crime seja maior para quem tem mais do que para quem tem menos.  Contardo Calligaris. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/05/1634384-ter-mais-e-termenos.shtml. Acesso em: 27/06/15. Adaptado.   Ao longo do Texto 1, o autor se vale de algumas estratégias linguísticas para revelar seus pontos de vista em relação ao tema de que trata. Acerca dessas estratégias, é CORRETO afirmar que

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    ITA 2016

    Texto 1   Vou confessar um pecado: às vezes, faço maldades. Mas não faço por mal. Faço o que faziam os mestres zen com seus "koans". "Koans" eram rasteiras que os mestres passavam no pensamento dos discípulos. Eles sabiam que só se aprende o novo quando as certezas velhas caem. E acontece que eu gosto de passar rasteiras em certezas de jovens e de velhos...   Pois o que eu faço é o seguinte. Lá estão os jovens nos semáforos, de cabeças raspadas e caras pintadas, na maior alegria, celebrando o fato de haverem passado no vestibular. Estão pedindo dinheiro para a festa! Eu paro o carro, abro a janela e na maior seriedade digo: "Não vou dar dinheiro. Mas vou dar um conselho. Sou professor emérito da Unicamp. O conselho é este: salvem-se enquanto é tempo!". Aí o sinal fica verde e eu continuo.   "Mas que desmancha-prazeres você é!", vocês me dirão. É verdade. Desmancha-prazeres. Prazeres inocentes baseados no engano. Porque aquela alegria toda se deve precisamente a isto: eles estão enganados.   Estão alegres porque acreditam que a universidade é a chave do mundo. Acabaram de chegar ao último patamar. As celebrações têm o mesmo sentido que os eventos iniciáticos – nas culturas ditas primitivas, as provas a que têm de se submeter os jovens que passaram pela puberdade. Passadas as provas e os seus sofrimentos, os jovens deixaram de ser crianças. Agora são adultos, com todos os seus direitos e deveres. Podem assentar-se na roda dos homens. Assim como os nossos jovens agora podem dizer: "Deixei o cursinho. Estou na universidade".    Houve um tempo em que as celebrações eram justas. Isso foi há muito tempo, quando eu era jovem. Naqueles tempos, um diploma universitário era garantia de trabalho. Os pais se davam como prontos para morrer quando uma destas coisas acontecia: 1) a filha se casava. Isso garantia o seu sustento pelo resto da vida; 2) a filha tirava o diploma de normalista. Isso garantiria o seu sustento caso não casasse; 3) o filho entrava para o Banco do Brasil; 4) o filho tirava diploma.   O diploma era mais que garantia de emprego. Era um atestado de nobreza. Quem tirava diploma não precisava trabalhar com as mãos, como os mecânicos, pedreiros e carpinteiros, que tinham mãos rudes e sujas.   Para provar para todo mundo que não trabalhavam com as mãos, os diplomados tratavam de pôr no dedo um anel com pedra colorida. Havia pedras para todas as profissões: médicos, advogados, músicos, engenheiros. Até os bispos tinham suas pedras.   (Ah! Ia me esquecendo: os pais também se davam como prontos para morrer quando o filho entrava para o seminário para ser padre – aos 45 anos seria bispo – ou para o exército para ser oficial – aos 45 anos seria general.)   Essa ilusão continua a morar na cabeça dos pais e é introduzida na cabeça dos filhos desde pequenos. Profissão honrosa é profissão que tem diploma universitário. Profissão rendosa é a que tem diploma universitário. Cria-se, então, a fantasia de que as únicas opções de profissão são aquelas oferecidas pelas universidades.   Quando se pergunta a um jovem "O que é que você vai fazer?", o sentido dessa pergunta é "Quando você for preencher os formulários do vestibular, qual das opções oferecidas você vai escolher?". E as opções não oferecidas? Haverá alternativas de trabalho que não se encontram nos formulários de vestibular?   Como todos os pais querem que seus filhos entrem na universidade e (quase) todos os jovens querem entrar na universidade, configura-se um mercado imenso, mas imenso mesmo, de pessoas desejosas de diplomas e prontas a pagar o preço. Enquanto houver jovens que não passam nos vestibulares das universidades do Estado, haverá mercado para a criação de universidades particulares. É um bom negócio.   Alegria na entrada. Tristeza ao sair. Forma-se, então, a multidão de jovens com diploma na mão, mas que não conseguem arranjar emprego. Por uma razão aritmética: o número de diplomados é muitas vezes maior que o número de empregos.   Já sugeri que os jovens que entram na universidade deveriam aprender, junto com o curso "nobre" que frequentam, um ofício: marceneiro, mecânico, cozinheiro, jardineiro, técnico de computador, eletricista, encanador, descupinizador, motorista de trator... O rol de ofícios possíveis é imenso. Pena que, nas escolas, as crianças e os jovens não sejam informados sobre essas alternativas, por vezes mais felizes e mais rendosas.   Tive um amigo professor que foi guindado, contra a sua vontade, à posição de reitor de um grande colégio americano no interior de Minas. Ele odiava essa posição porque era obrigado a fazer discursos. E ele tremia de medo de fazer discursos. Um dia ele desapareceu sem explicações. Voltou com a família para o seu país, os Estados Unidos. Tempos depois, encontrei um amigo comum e perguntei: "Como vai o Fulano?". Respondeu-me: "Felicíssimo. É motorista de um caminhão gigantesco que cruza o país!". (Rubem Alves. Diploma não é solução, Folha de S. Paulo, 25/05/2004.)   Considere a frase seguinte no seu contexto: “Essa ilusão continua a morar na cabeça dos pais”. O sintagma sublinhado diz respeito à

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    CEFET-RJ 2013

    CLASSE MÉDIA NEGRA NO BRASIL: NEGROS EM ASCENSÃO SOCIAL Rosângela Rosa Praxedes   1O estudo da mobilidade social ascendente da população brasileira, em particular o aumento apontado por diferentes estudos demográficos das classes médias em relação aos demais segmentos populacionais, leva-nos a uma reflexão sobre as desvantagens raciais relacionadas à ascensão social de não-brancos. (...) 3Embora a classe média tenha crescido em termos relativos e absolutos, entre a população negra, esse crescimento foi significativamente menor. Segundo dados do IPEA, a quantidade de negros pertencentes à classe média ainda é muito pequena. Apesar disso, a classe média negra das capitais brasileiras teve um crescimento relativo de 10% entre os anos de 1992 e 1999, chegando ao patamar de um terço da classe média brasileira. (...) Para a população negra de classe média, a superação dos estereótipos vinculados à cor (admitindo-se que os negros se encontram muito frequentemente realizando atividades desprestigiadas socialmente) constitui-se um problema que podemos associar a uma redefinição da própria identidade negra. Como se não fossem suficientes as dificuldades de uma recente transição do país de economia agrícola para economia urbana industrial e de serviços, há, ainda, 2o peso da herança deixada pelo longo período de escravidão no país, que influencia o racismo a que os negros ainda são submetidos. Nesse sentido é que os afrodescendentes se empenham para a aquisição de certos símbolos que garantam sua distinção em relação ao restante dos afrodescendentes pertencentes às camadas populares, como a posse de um diploma universitário, o exercício de um trabalho não manual e o cultivo de algumas práticas de consumo que envolve diferenças no tamanho das residências, no modelo e ano do automóvel adquirido, no número de empregados domésticos e no modo de vestir. A ascensão social da população negra tem como maior obstáculo a discriminação racial existente em nossa sociedade. Ao incorporar uma representação do espaço social como um espaço em que é possível a ascensão social, os cidadãos negros de classe média muitas vezes relevam o fato de o racismo existente na sociedade brasileira tornar suas perspectivas de futuro frustradas, o que corresponde a reconhecermos que um conjunto de possibilidades teoricamente existentes, na prática, podem se tornar inviáveis para um negro no Brasil, limitando efetivamente o campo de suas possibilidades, já que nem sempre o capital cultural acumulado pelos negros pode ser convertido em uma posição social correspondente. (Revista Espaço Acadêmico. Ano II, ND. 20, Janeiro/2003. Disponível em: http:llwww.espacoacademico.com.br/020/2orpraxedes.htm)       O pronome relativo é um conectivo muito importante na coesão textual, visto que evita a repetição desnecessária de palavras num texto. No trecho “(...) o peso da herança deixada pelo longo período de escravidão no país, que influencia o racismo a que os negros ainda são submetidos.” (ref. 2), os termos representados pelos pronomes relativos destacados são, respectivamente:  

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    CESGRANRIO 1999

    Toda cultura é particular. Não existe, nem pode existir uma cultura universal constituída. No nosso século, os antropólogos vivem ensinando isso a quem quiser aprender.   Tal como acontece com cada indivíduo, os grupos humanos, grandes ou pequenos, vão adquirindo e renovando, construindo, organizando e reorganizando, cada um a seu modo, os conhecimentos de que necessitam.   O movimento histórico da cultura consiste numa diversificação permanente. A cultura universal - que seria a cultura da Humanidade - depende dessa diversificação, quer dizer, depende da capacidade de cada cultura afirmar sua própria identidade, desenvolvendo suas características peculiares.   No entanto, as culturas particulares só conseguem mostrar sua riqueza, sua fecundidade, na relação de umas com as outras. E essa relação sempre comporta riscos.   Em condições de uma grande desigualdade de poder material, os grupos humanos mais poderosos podem causar grandes danos e destruições fatais às culturas dos grupos mais fracos.(...)   Todos tendemos a considerar nossa cultura particular mais universal do que as outras. (...) Cada um de nós tem suas próprias convicções.(...)   Tanto indivíduos como grupos têm a possibilidade de se esforçar para incorporar às suas respectivas culturas elementos das culturas alheias.   Apesar dos perigos da relação com outras culturas (descaracterização, perda da identidade, morte), a cultura de cada pessoa, ou de cada grupo humano, é frequentemente mobilizada para tentativas de auto-relativização e de autoquestionamento, em função do desafio do diálogo. (Leandro Konder - O GLOBO, 02/08/98)   Em "TODOS tendemos A considerar..." (par. 6) e "...A quem quiser aprender." (par. 1), os termos em maiúsculo classificam-se, respectivamente, como:

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    UFRGS 2007

    01. Nosso povo, diferentemente dos americanos do 02. norte, não se identifica com a inconcebível 03. abstração que é o Estado. O Estado é impessoal: 04. nós só concebemos relações pessoais. Por isso, 05. para nós, roubar dinheiros públicos não é um 06. crime. Somos indivíduos, não cidadãos. Os filmes 07. de Hollywood repetidamente narram o caso de um 08. homem (geralmente um jornalista) que procura a 09. amizade de um criminoso para depois entregá-Io à 10. polícia: nós, que temos a paixão da amizade, 11. sentimos que esse "herói" dos filmes americanos é 12. um incompreensível canalha. 13. As palavras que acabei de pronunciar podem 14. parecer referir-se a nós, brasileiros. E não 15. tenho dúvida de que, se ditas hoje por um 16. brasileiro diante de brasileiros, podem causar certo 17. mal-estar, a despeito da encantadora elegância 18. com que estão dispostas. Na verdade, são palavras 19. de uma argumentação sobre o caráter do 20. argentino a que Jorge Luis Borges recorreu mais 21. de uma vez, com a ressalva: "Comprovo um fato, 22. não o justifico ou desculpo". Se decidi abrir esta 23. conversa repetindo as palavras de Borges, não foi 24. para criar na sala esse mal-estar. Se o fiz, foi para 25. ressaltar o risco que corremos - todos nós que 26. falamos em nome de países perdedores da História 27. - de tomar as mazelas decorrentes do subdesen- 28. volvimento por virtudes de nossas nacionalidades. 29. De fato, se olharmos tal texto de uma 30. perspectiva brasileira hoje, na mesma medida em 31. que nos identificamos com o retrato que ele nos 32. oferece, repudiamos o conjunto que ali nos é apre- 33. sentado e, sobretudo, as observações específicas 34. de que não somos cidadãos e de que, em nosso 35. íntimo, roubar dinheiros públicos não constitui 36. crime. O que nos parece sinistro é o fato de vermos 37. a nossa incapacidade para a cidadania guindada 38. à condição de contrapartida de uma bela vocação 39. individualista, de uma quase nobre rejeição dessa 40. "inconcebível abstração" que é o Estado.   Assinale a alternativa em que se estabelece uma relação correta entre um pronome do texto e o segmento a que ele se refere.

  29. 89

    PUC-PR 2016

    Leia as sentenças abaixo e assinale a alternativa que preencha adequadamente as lacunas.   I. Questões sobre virtude e honra são óbvias demais para ser negadas. Considere-se o debate sobre _______ seria merecedor da medalha “Coração Púrpura”. Desde 1932, o exército dos Estados Unidos outorga essa honraria a soldados feridos ou mortos pelo inimigo durante um combate. (SANDEL, M. Justiça. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014, p. 18). II. Indivíduos _______ recebem vacinas fazem _______ haja diminuição da circulação do agente infeccioso na comunidade. Ao diminuir o número de pessoas suscetíveis, diminui também a chance de transmissão da doença para todos. (Superinteressante, São Paulo: Abril, p. 44-45, set. 2015). III. No mês anterior ao ataque às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, o FBI e a CIA receberam diversos indicativos _______ algo grande estava sendo tramado, mas não conseguiram conectar as pistas e prever o atentado. (Superinteressante, São Paulo: Abril, p. 35, ago. 2015). IV. Algumas celebrações regionais, como o Vinte de Setembro, no Rio Grande do Sul, ou o Nove de Julho, em São Paulo, exaltam confrontos históricos _______ nem todos os brasileiros conhecem, porém, _______ a população local fortemente se identifica. (GOMES, L. 1889. São Paulo: Globo, 2013. p. 17. Adaptado). V. Recostado na confortável poltrona, Luís Bernardo via desfilar a paisagem através da janela do trem, observando como aos poucos o céu de chuva _______ deixara em Lisboa ia timidamente abrindo clareiras _______ espreitava um reconfortante sol de inverno. (TAVARES, M.S. Equador. São Paulo: Companhia das Letras, 20111. p. 13. Adaptado). 

  30. 90

    UEL 2015

    A cavalgada, que lenta subira a encosta, descia-a rapidamente enquanto Atanagildo, visitando os muros, exortava os guerreiros da cruz a pelejarem esforçadamente. Quando estes souberam quais eram as intenções dos árabes acerca das virgens do mosteiro, a atrocidade do sacrilégio afugentou-lhes dos corações a menor sombra de hesitação. Sobre as espadas juraram todos combater e morrer como godos. Então o quingentário, a quem parecia animar sobrenatural ousadia, correu ao templo. (HERCULANO, A. Eurico, o presbítero. 2.ed. São Paulo: Martin Claret, 2014. p.107.)     Sobre os elementos linguísticos presentes no texto, assinale a alternativa correta.

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