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História
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Revolução Francesa - Fatores

Prof. Dimas 17:12

Nesta videoaula você irá começar a estudar uma das mais importantes revoluções da história da humanidade, a revolução francesa. Verá os principais fatores que influenciaram esse processo histórico tão importante e que marca o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea. Entenderá de maneira detalhada todos os fatores que fizeram parte da revolução que lutava por liberdade, igualdade e fraternidade.

Vamos falar desta que é uma das principais revoluções da história, aliás, um marco na periodização da própria história. Com ela, termina a Idade Moderna e começa uma nova era, a Idade Contemporânea. Esta, que apesar de ter sim, a sua fase mais radical, mais popular, é por excelência uma revolução burguesa. Um marco também na história da humanidade na luta pela igualdade perante a lei, pela liberdade. "Liberté, Egalité, Fraternité", o lema desta que é a Revolução Francesa, que começa em 1789 e termina em 1799. São dez anos de uma convulsão social e política que vai abalar não só a França, mas o mundo ocidental praticamente todo. Ora, mas para que você possa compreender claramente esta revolução, convido você a uma análise, a um estudo da França pré-revolucionária, da situação econômica, política e social da França às vésperas desta revolução. Primeiro, você não vai entender absolutamente nada de Revolução Francesa se você não entender qual é a situação social da França à época, qual é a estrutura social francesa. Ora, a sociedade francesa à época é uma sociedade de ordens ou de estados. Uma sociedade rigidamente hierarquizada em que praticamente não havia possibilidade de ascensão social. Ora, é uma França essencialmente rural com vinte e seis milhões de habitantes. O país mais popular, mais populoso da Europa e que está dividido da seguinte forma: Primeiro Estado, o clero, os membros da igreja; Segundo Estado, a nobreza. E aqui eu me refiro tanto à nobreza de espada, aquela nobreza tradicional cujos os títulos remontam à Idade Média, quanto também estou me referindo a nobreza togada. A nobreza togada, na verdade, é uma pseudonobreza porque tratam se de burgueses que compraram títulos de nobreza e por isso são marginalizados de certa forma, sofrem um certo preconceito por parte da nobreza tradicional francesa, nobreza de espada. Temos também a chamada nobreza provincial, que é aquela nobreza que ainda vive na zona rural em seus castelos e explora a mão de obra de camponeses submetidos a servidão, que vive em suas terras. Essa é a nobreza provincial. E temos também a nobreza cortesã, é aquela nobreza, como o próprio nome diz, que vive na corte, são aqueles que realizam alguma atividade administrativa na corte; E, finalmente, o Terceiro Estado. A maior parcela da população francesa, são noventa e oito por cento da população francesa. Nós temos neste grupo, os burgueses, e aqui estou me referindo tanto a alta burguesia, um rico comerciante, um mercador, um dono de uma manufatura, de uma indústria, um banqueiro, quanto também estou me referindo ao pequeno burguês, o pequeno comerciante, o profissional liberal. Temos os camponeses, muitos deles ainda submetidos a servidão, o que prova que algumas características do feudalismo resistiram ao tempo. Terminou a Idade Média lá no século XV, mas em alguns lugares da Europa como por exemplo na França, ainda se verifica uma característica tipicamente feudal, ou seja, a servidão. E temos os trabalhadores do país, podem ser artesãos, pequenos comerciantes, enfim, aqueles que são conhecidos como " sans-culottes", os sem culotes. Ora, que que é isso? Por que este nome? O culotte, aliás, repare aqui na imagem, era uma vestimenta típica distintiva da nobreza. Essa espécie de, desculpe-me a ignorância em moda, mas uma espécie de colã ou coisa do tipo, que a nobreza utilizava e vinha até os joelhos. Ora, os membros do Terceiro Estado, principalmente no caso os trabalhadores de Paris, não tinham condições e nem a distinção para utilizar esse tipo de vestimenta e por isso utilizavam essas calças. Aí está a imagem de um típico "sans-culotte", com suas calças largas. Ora, este é um fator, aliás, esta é uma questão importante para você entender as origens da Revolução Francesa, mas enfim, que relação isso pode ter com a eclosão de um processo revolucionário? Ora, a questão é a seguinte, esses dois por cento da população francesa, ou seja, os membros da Igreja e os nobres eram sustentado s em seu luxo, em sua ostentação, pelo restante da população, noventa e oito por cento da população que estava cansada de pagar impostos e sustentar esses privilégios, essa boa vida da, no caso, da nobreza, do Primeiro Estado. Ora, inclusive convido você analisar comigo essa charge. Olha só, reparem, temos aqui um camponês que, com muito esforço, carrega em suas costas um membro da Igreja, o clero, e também da nobreza. Portanto, o Terceiro Estado estava cansado desses privilégios do primeiro e do segundo estados. Que tinham que privilégios? Isenção fiscal, não pagavam um imposto, um centavo de imposto. Tinham também pensões vitalícias, cargos na administração pública, postos de comando do exército, tribunais especiais, lembrando aqui que não havia igualdade perante a lei. Existiam tribunais específicos pro Primeiro Estado, pro Segundo Estado e pro Terceiro Estado e, logicamente, que as leis para o Terceiro Estado eram muito mais rigorosas. Temos também a indignação dos camponeses submetidos a servidão. Por isso um dos lemas da Revolução Francesa é liberdade, "liberté". Os camponeses queriam se libertar dos grilhões, dessas correntes, dessas amarras, que remontavam o período medieval. Temos também a burguesia. A burguesia, que na França já era uma classe ou grupo social economicamente poderoso, hegemônico, mas a burguesia queria um poder político correspondente ao seu poder econômico, algo que ela não possuía porque lembrando, a França à época era uma monarquia absolutista com Luís XVI da dinastia Bourbon no trono, concentrando todos os poderes em suas mãos. A burguesia estava cansada, estava farta, de contribuir para o enriquecimento da França pagando pesados impostos e não ter nenhuma participação, alguma participação até possuía, mas a burguesia queria mais do que participação, queria poder político, queria tomar decisões. E a crise econômica, não podemos esquecer também, esse é um importante fator. A França vivia uma situação econômica muito grave por diversos fatores. Por exemplo, os gastos militares na guerra contra os ingleses, uma guerra conhecida com o nome de "Guerra dos Sete Anos" (1756 a 1763), uma disputa por colônias na Ásia e, principalmente, no norte do continente americano. Resultado, além dos gastos militares elevados, a França perdeu essa guerra para os ingleses e de quebra perdeu várias colônias, por exemplo, o Canadá, que passou então para o domínio inglês. Para piorar a situação, a França viveu nos anos de 1787 a 1789 a sua pior safra, sua pior produção agrícola do século. Ora, isso foi uma consequência de uma crise climática, chuvas intensas depois um inverno rigoroso. Resultado: queda na produção agrícola, aumento do preço dos alimentos. Então uma inflação altíssima vai afetar principalmente os mais pobres. Para que você tenha uma ideia do que eu estou falando, em 1788, um trabalhador francês gastava em média cinquenta por cento dos seus rendimentos com pão, para comprar pão. E não era baguete não, era pão francês. E em 1789, no ano seguinte, um trabalhador parisiense gastava, pasmem, oitenta por cento de sua renda com pão, que era o que dava para comprar. Ora, reza a lenda, não há nenhuma comprovação de que ela tenha realmente dito isto, que Maria Antonieta, a esposa de Luís XVI, o rei, teria dito: "Ora, se não há pão, que comam brioches ". Digamos que Maria Antonieta vai pagar um preço muito alto por ter dito isto ou por supostamente ter dito isto. Em breve você vai ver como. Além disso, a França ao ser derrotada na " Guerra dos Sete Anos" estava sedenta por vingança. Ora, como assim vingança? A França foi derrotada e queria se vingar dessa derrota sofrida para os ingleses e, ao tomar conhecimento de que os colonos norte americanos estavam em guerra contra a Inglaterra para conquistar a sua liberdade, o que os franceses vão fazer? Vão apoiar os colonos norte-americanos na luta pela sua independência com tropas e com recursos financeiros, comprometendo ainda mais a já combalida economia francesa. E não podemos esquecer também deste item: os gastos excessivos da corte desde Luís XIV, o rei Sol, e toda a sua ostentação, o seu glamour, seu luxo. Isso se intensificou com o Luís XIV, continuou com Luís XV, com Luís XVI, e todos esses gastos, com essas festas, com esses jantares, tudo isso leva a economia francesa à bancarrota. A França está quebrada. E para encerrar os fatores da Revolução Francesa, está lembrado do Iluminismo? Das ideias iluministas? Por exemplo, a liberdade, o liberalismo. Uma crítica veemente dos pensadores iluministas, aliás, a maioria deles, francesa. Diderot, Montesquieu, D’Alembert, Rousseau, que tanto inspirou os revolucionários franceses. Ora, todos eles criticavam a concentração de poderes nas mãos de uma pessoa. Todos eles condenavam este governo tirânico, absolutista de Luís XVI. Todos eles defendiam a igualdade perante a lei, a igualdade jurídica, e todos eles defendiam o direito sagrado que todo o povo explorado, oprimido, por um governo tirânico, o direito sagrado que esse povo tem de se rebelar, de lutar contra essa tirania e de conquistar a liberdade. Ora, os franceses têm como referência nesse momento o que os americanos fizeram em 4 de julho de 1776, lutando e conquistando a sua independência e a sua liberdade frente à tirania, ao controle, da metrópole inglesa. Os franceses ficaram encantados com este governo norte americano que emana do povo, que corresponde à soberania popular, a vontade do povo, a vontade da maioria e não a vontade de um monarca absolutista, como acontecia na França com o Luís XVI. No próximo episódio, não perca, vamos falar dos antecedentes da revolução, vamos falar do grande medo, vamos falar da tomada da Bastilha. Ok? Não perca! É isso aí.

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