UEL 2006

Canto V de Os Lusíadas (1572), de Luís Vaz de Camões (1524/5?-1580).

 

XXXVII
Porém já cinco sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca de outrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando ua noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Ua nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.
XXXVIII
Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo.
Bramindo, o negro mar de longe brada,
Como se desse em vão nalgum rochedo
- “Ó Potestade - disse - sublimada,
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tormenta?”
(CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. 4ª. ed. Porto: Editorial Domingos Barreira, s.d. p. 332.)


Sobre a referência a “corações”, trata-se
 

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