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  1. 61

    ENEM 2006

    No poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de se fazer com palavras o que o escultor Michelângelo fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa afirmação. (…) Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (…) Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: trouxeste a chave? Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record 1997, p. 13-14   Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas:

  2. 62

    ENEM 2009

    Confidência do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil, este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói! ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima

  3. 63

    UFABC 2009

    Assinale a alternativa em que é empregada linguagem figurada.

  4. 64

    UNESPAR 2011

    A segunda geração modernista na prosa, também conhecida como modernismo regionalista, tem como expoentes: Jorge Amado, além de:

  5. 65

    UNESPAR 2011

    São características do Segundo Tempo da Poesia Modernista (anos 30):   I) Liberdade temática, o verso livre. II) Gosto da expressão atualizada. III) Poesia de cosmovisão, com tom intimista. IV) Revivificação da cultura brasileira, sobretudo o folclore. V) Tom combativo, eufórico, de empolgação.   Está(ão) correta(s):

  6. 66

    UFAC 2011

    Carlos Drummond de Andrade é um grande poeta da denominada Segunda Geração do Modernismo cujas principais características são:   I. Grande preocupação com a renovação da linguagem. II. Arte pela arte.   III. Produção com forte dimensão social.   Das afirmações anteriores: 

  7. 67

    EPCAR 2016

    FAVELÁRIO NACIONAL   Carlos Drummond de Andrade     Quem sou eu para te cantar, favela, Que cantas em mim e para ninguém a noite inteira de sexta-feira e a noite inteira de sábado E nos desconheces, como igualmente não te conhecemos? Sei apenas do teu mau cheiro: Baixou em mim na viração, direto, rápido, telegrama nasal anunciando morte... melhor, tua vida. ... Aqui só vive gente, bicho nenhum tem essa coragem. ... Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer, Medo só de te sentir, encravada Favela, erisipela, mal-do-monte Na coxa flava do Rio de Janeiro.   Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver nem de tua manha nem de teu olhar. Medo de que sintas como sou culpado e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade. Custa ser irmão, custa abandonar nossos privilégios e traçar a planta da justa igualdade. Somos desiguais e queremos ser sempre desiguais. E queremos ser bonzinhos benévolos comedidamente sociologicamente mui bem comportados. Mas, favela, ciao, que este nosso papo está ficando tão desagradável. vês que perdi o tom e a empáfia do começo? ... (ANDRADE, Carlos Drummond de, Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984)     Nos versos: “Mas, favela, ciao, / que este nosso papo / está ficando tão desagradável / vês que perdi o tom e a empáfia do começo?”, verifica-se a presença das funções de linguagem

  8. 68

    UFABC 2007

    A linguagem figurada ou conotativa está amplamente presente na literatura mundial, não sendo diferente com a brasileira. Ela é identificada no seguinte trecho de Vidas Secas, de Graciliano Ramos:

  9. 69

    PUC-CAMPINAS 2016

    Atente para estes versos de Manuel Bandeira, extraídos do poema “Minha terra”:   Revi afinal o meu Recife. Está de fato completamente mudado. Tem avenidas, arranha-céus. É hoje uma bonita cidade. Diabo leve quem pôs bonita a minha terra.   Nesses versos o poeta pernambucano

  10. 70

    UPF 2014

    Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste. E, falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever. Quando os grilos cantam, sento-me aqui à mesa da sala de jantar, bebo café, acendo o cachimbo. Às vezes as ideias não vêm, ou vêm muito numerosas – e a folha permanece meio escrita, como estava na véspera. Releio algumas linhas, que me desagradam. Não vale a pena tentar corrigi-las. Afasto o papel. Emoções indefiníveis me agitam – inquietação terrível, desejo doido de voltar, tagarelar novamente com Madalena, como fazíamos todos os dias, a esta hora. Saudade? Não, não é isto: é desespero, raiva, um peso enorme no coração. Procuro recordar o que dizíamos. Impossível. As minhas palavras eram apenas palavras, e as dela tinham alguma coisa que não consigo exprimir. Para senti-las melhor, eu apagava as luzes, deixava que a sombra nos envolvesse até ficarmos dois vultos indistintos na escuridão. Lá fora os sapos arengavam, o vento gemia, as árvores do pomar tornavam-se massas negras. GRACILIANO RAMOS – São Bernardo   A única afirmação que não corresponde ao texto acima é que Paulo Honório, personagem-narrador:

  11. 71

    UEMG 2016

    Poema de sete faces     Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra   disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.     As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres.   A tarde talvez fosse azul,   não houvesse tantos desejos.   O bonde passa cheio de pernas:   pernas brancas pretas amarelas.   Para que tanta perna, meu Deus,   pergunta meu coração.   Porém meus olhos   não perguntam nada.     O homem atrás do bigode é sério, simples e forte.   Quase não conversa.   Tem poucos, raros amigos   o homem atrás dos óculos e do bigode,   Meu Deus, por que me abandonaste   se sabias que eu não era Deus   se sabias que eu era fraco.     Mundo mundo vasto mundo,   se eu me chamasse Raimundo   seria uma rima, não seria uma solução.   Mundo mundo vasto mundo,   mais vasto é meu coração.     Eu não devia te dizer mas essa lua   mas esse conhaque   botam a gente comovido como o diabo.     O termo “gauche”, discutido por Zuenir Ventura a partir de uma entrevista que fez com Drummond, revela que o poeta foi um

  12. 72

    UERJ 2012

    Memórias do cárcere Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, casos passados há dez anos − e, antes de começar, digo os motivos por que silenciei e por que me decido. Não conservo notas: algumas que tomei foram inutilizadas, e assim, com o decorrer do tempo, ia-me parecendo cada vez mais difícil, quase impossível, redigir esta narrativa. Além disso, julgando a matéria superior às minhas forças, esperei que outros mais aptos se ocupassem dela. Não vai aqui falsa modéstia, como adiante se verá. Também me afligiu a ideia de jogar no papel criaturas vivas, sem disfarces, com os nomes que têm no registro civil. Repugnava-me deformá-las, dar-lhes pseudônimo, fazer do livro uma espécie de romance; mas teria eu o direito de utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? Que diriam elas se se vissem impressas, realizando atos esquecidos, repetindo palavras contestáveis e obliteradas? (...) O receio de cometer indiscrição exibindo em público pessoas que tiveram comigo convivência forçada já não me apoquenta. Muitos desses antigos companheiros distanciaram-se, apagaramse. Outros permaneceram junto a mim, ou vão reaparecendo ao cabo de longa ausência, alteram-se, completam-se, avivam recordações meio confusas − e não vejo inconveniência em mostrá-los. (...) E aqui chego à última objeção que me impus. Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água. Certamente me irão fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável? Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer com rigor a hora exata de uma partida, quantas demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz, frases autênticas, gestos, gritos, gemidos. Mas que significa isso? Essas coisas verdadeiras podem não ser verossímeis. E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco, pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é inevitável mencioná-las. Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade. (...) Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado. Outros devem possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas: conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade. Formamos um grupo muito complexo, que se desagregou. De repente nos surge a necessidade urgente de recompô-lo. Define-se o ambiente, as figuras se delineiam, vacilantes, ganham relevo, a ação começa. Com esforço desesperado arrancamos de cenas confusas alguns fragmentos. Dúvidas terríveis nos assaltam. De que modo reagiram os caracteres em determinadas circunstâncias? O ato que nos ocorre, nítido, irrecusável, terá sido realmente praticado? Não será incongruência? Certo a vida é cheia de incongruências, mas estaremos seguros de não nos havermos enganado? Nessas vacilações dolorosas, às vezes necessitamos confirmação, apelamos para reminiscências alheias, convencemo-nos de que a minúcia discrepante não é ilusão. Difícil é sabermos a causa dela, desenterrarmos pacientemente as condições que a determinaram. Como isso variava em excesso, era natural que variássemos também, apresentássemos falhas. Fiz o possível por entender aqueles homens, penetrar-lhes na alma, sentir as suas dores, admirar-lhes a relativa grandeza, enxergar nos seus defeitos a sombra dos meus defeitos. Foram apenas bons propósitos: devo ter-me revelado com frequência egoísta e mesquinho. E esse desabrochar de sentimentos maus era a pior tortura que nos podiam infligir naquele ano terrível. GRACILIANO RAMOS Memórias do cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2002.   Memórias do cárcere, do romancista Graciliano Ramos, contam as desventuras do autor enquanto foi preso político no Presídio da Ilha Grande, em 1936. Apesar de ser um livro autobiográfico, o autor expõe, logo na abertura, as dificuldades de reconstrução da memória. A consciência de Graciliano Ramos em relação ao caráter parcialmente ficcional das suas memórias está evidenciada no seguinte trecho:

  13. 73

    UNAMA 2007

    Morte do leiteiro   Há pouco leite no país, é preciso entregá-lo cedo. Há muita sede no país, é preciso entregá-lo cedo. Há no país uma legenda, que ladrão se mata com tiro. (Rosa do povo – Carlos Drummond de Andrade )   Nesse excerto, a dramaticidade da realidade social denunciada pelo poeta é evidenciada por meio da seguinte figura de linguagem: 

  14. 74

    FCMMG 2009

    Assinale a alternativa em que Manuel Bandeira faz referência irônica à sua enfermidade:

  15. 75

    UFAL 2010

    Esse autor se destaca dos demais de seu tempo pela marcante captação do universal a partir do regional, pela concisão de sua linguagem e pelo rigor vocabular. Para alguns críticos, sua obra pode ser uma continuação da forma machadiana de escrever.   As características acima se aplicam à obra de

  16. 76

    UFRGS 2014

    Leia o poema Legado, de Carlos Drummond de Andrade. abaixo.     Que lembrança darei ao país que me deu tudo que lembro e sei, tudo quanto senti? Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu minha incerta medalha, e a meu nome se ri.   E mereço esperar mais do que os outros, eu? Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti. Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu, a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.   Não deixarei de mim nenhum canto radioso, uma voz matinal palpitando na bruma e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.   De tudo quanto foi meu passo caprichoso na vida, restará, pois o resto se esfuma, uma pedra que havia em meio do caminho.     Considere as seguintes afirmações sobre o poema.   I - No primeiro quarteto, o poeta pergunta pelo legado que deixará para o país a que deve tudo o que lhe é caro; no segundo quarteto, há uma invocação um tanto irônica do mundo, não se trata mais apenas do país: há uma ampliação da referência que atravessaria os limites geográficos para lidar com o mundo/realidade.   II - A forma soneto e a referência a Orfeu, o mitológico poeta grego capaz de encantar a todos com o som da sua lira, revelam que o modernismo de Drummond agora se associa com o parnasianismo, o que permite ao poeta reivindicar uma posição fixa na tradição, em contraste com Orfeu, perplexo entre o talvez e o se.   III- No último terceto, o poeta alega que, da sua trajetória um tanto instável, restará uma pedra que havia em meio do caminho, o que equivale a uma paráfrase, agora em registro formal e sério, dos versos do célebre poema do início de sua carreira modernista: No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho (...).     Quais estão corretas?  

  17. 77

    UNIFESP 2009

    Trecho 1 No dia seguinte, encontrei Madalena escrevendo. Avizinheime nas pontas dos pés e li o endereço de Azevedo Gondim. – Faz favor de mostrar isso? Madalena agarrou uma folha que ainda não havia sido dobrada. (...) – Vá para o inferno, trate da sua vida. Aquela resistência enfureceu-me: – Deixa ver a carta, galinha. Madalena desprendeu-se e entrou a correr pelo quarto, gritando: – Canalha! D. Glória chegou à porta, assustada: – Pelo amor de Deus! Estão ouvindo lá fora. Perdi a cabeça: – Vá amolar a p.q.p. Está mouca, aí com a sua carinha de santa? É isto: p.q.p. E se achar ruim, rua. A senhora e a boa de sua sobrinha, compreende? P.q.p. as duas. Trecho 2 Penso em Madalena com insistência. Se fosse possível recomeçarmos... Para que enganar-me? Se fosse possível recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu. Não consigo modificar-me, é o que mais me aflige.   Trecho 3 Paulo Honório cresceu e afirmou-se no clima da posse, mas a sua união com a professorinha idealista da cidade vem a ser o único e decisivo malogro daquela posição de propriedade estendida a um ser humano. (...) romance do desencontro fatal entre o universo do ter e o universo do ser, [a obra] ficará, na economia extrema de seus meios expressivos, como paradigma do romance psicológico e social da nossa literatura. Também aqui vira escritor o herói decaído a anti-herói depois do suicídio da mulher que a sua violência destruíra. (Alfredo Bosi, História concisa da Literatura Brasileira.) Os trechos 1 e 2 e as informações de Alfredo Bosi remetem a

  18. 78

    UNIPAM 2013

    O leitor ideal, de Mário Quintana   O leitor ideal para o cronista seria aquele a quem bastasse uma frase. Uma frase? Que digo? Uma palavra! O cronista escolheria a palavra do dia: “Árvore”, por exemplo, ou “Menina”. Escreveria essa palavra bem no meio da página, com espaço em branco para todos os lados, como um campo aberto para os devaneios do leitor. Imaginem só uma meninazinha solta no meio da página. Sem mais nada. Até sem nome. Sem cor de vestido nem de olhos. Sem se saber para onde ia... Que mundo de sugestões e de poesia para o leitor! E que cúmulo de arte a crônica! Pois bem sabeis que arte é sugestão... E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra-prima, poderia o autor alegar, cavilosamente, que a culpa não era do cronista. Mas nem tudo estaria perdido para esse hipotético leitor fracassado, porque ele teria sempre à sua disposição, na página, um considerável espaço em branco para tomar seus apontamentos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha... Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, a palavra “Ventania”. Serve? (QUINTANA, Mário. Porta giratória. São Paulo: Globo, 1988)   Esse texto de Mário Quintana classifica-se como

  19. 79

    IFPE 2012

    Mulher proletária Jorge de Lima Mulher proletária — única fábrica que o operário tem, (fabrica filhos) tu na tua superprodução de máquina humana forneces anjos para o Senhor Jesus, forneces braços para o senhor burguês. Mulher proletária, o operário, teu proprietário há de ver, há de ver: a tua produção, a tua superprodução, ao contrário das máquinas burguesas salvar o teu proprietário. In: Poesia completa. 2.ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980. v.1   Jorge de Lima é um poeta representativo da segunda geração modernista. Analise as proposições abaixo acerca dos recursos expressivos que constroem a imagem da “mulher proletária”. I. As metáforas “fábrica” e “máquina humana” são, de certo modo, desveladas pela construção parentética “fabrica filhos”. II. Os dois últimos versos na primeira estrofe constituem eufemismos das ideias de mortalidade e de trabalho infantil. III. O trocadilho entre “prole” e “proletária” assinala a função social da mulher no contexto do poema. IV. A gradação na segunda estrofe aponta para a submissão da mulher e para a salvação do homem operário. V. Os últimos versos do poema sugerem que o trabalho da mulher pode levar sua família à ascensão social. Estão corretas, apenas:

  20. 80

    CESGRANRIO 1995

    Pátria Minha A minha pátria é como se não fosse, é íntima Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo É minha pátria. Por isso, no exílio Assistindo dormir meu filho Choro de saudades de minha pátria.   Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi: Não sei. De fato, não sei (...) Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água Que elaboram e liquefazem a minha mágoa Em longas lágrimas amargas.   Vontade de beijar os olhos de minha pátria De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos... Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias   De minha pátria, de minha pátria sem sapatos E sem meias, pátria minha Tão pobrinha!   Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho Pátria, eu semente que nasci do vento Eu que não vou e não venho, eu que permaneço Em contato com a dor do tempo (...)   Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa Que brinca em teus cabelos e te alisa Pátria minha, e perfuma o teu chão... Que vontade me vem de adormecer-me Entre teus doces montes, pátria minha Atento à fome em tuas entranhas E ao batuque em teu coração.   Teu nome é pátria amada, é patriazinha Não rima com mãe gentil Vives em mim como uma filha, que és Uma ilha de ternura: a Ilha Brasil, talvez. Vinicius de Moraes - Trechos     1 - Vontade de beijar os olhos de minha pátria De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos".   2 - "Pátria, eu semente que nasci do vento Eu que não vou e não venho, eu que permaneço".   A partir dos exemplos 1 e 2, indique as respectivas figuras de linguagem:

  21. 81

    FCMMG 2015

    I Sai, Câncer  Desaparece, parte, sai do mundo  Volta à galáxia onde fermentam  Os íncubos da vida, de que és  A forma inversa. Vai, foge do mundo  Monstruosa tarântula, hediondo  Caranguejo incolor, fétida anêmona  Carnívora! Sai, Câncer.  Furbo anão de unhas sujas e roídas  Monstrengo sub-reptício, glabro homúnculo  Que empestas as brancas madrugadas  Com teu suave mau cheiro de necrose  Enquanto largas sob as portas  Teus sebentos volantes genocidas  Sai, get out, va-t-en, henaus  Tu e tua capa de matéria plástica  Tu e tuas galochas  Tu e tua gravata carcomida  E torna, abjeto, ao Trópico  Cujo nome roubaste. Deixa os homens em sossego  Odioso mascate; fecha o zíper  De tua gorda pasta que amontoa  Caranguejos, baratas, sapos, lesmas  Movendo-se em seu visgo, em meio a amostras  De óleo, graxas, corantes, germicidas,  Sai, Câncer  Fecha a tenaz e diz adeus à Terra  Em saudação fascista; galga, aranha,  Contra o teu próprio fio  E vai morrer de tua própria síntese  Na poeira atômica que se acumula na cúpula do mundo.  Adeus  Grumo louco, multiplicador incalculável, tu  De quem nenhum Cérebro Eletrônico poderá jamais seguir a matemática. Parte, poneta ahuera, andate via  Glauco espectro, gosmento camelô  Da morte anterior à eternidade.  Não és mais forte do que o homem - rua!  Grasso e gomalinado camelô, que prescreves  A dívida humana sem aviso prévio, ignóbil  Meirinho, Câncer, vil tristeza ..  Amada, fecha a porta, corta os fios,  Não preste nunca ouvidos ao que o mercador contar!     II Cordis sinistra  - Ora pro nobis Tabis dorsalis - Ora pro nobis Marasmus phthisis - Ora pro nobis Delirium tremens -    Ora pro nobis Fluxus cruentum -    Ora pro nobis Apoplexia parva -    Ora pro nobis Lues venérea -    Ora pro nobis Entesia tetan us -    Ora pro nobis Saltus viti -    Ora pro nobis Astralis sideratus -    Ora pro nobis Morbus attonitus -    Ora pro nobis Mama universalis -    Ora pro nobis Cholera morbus -    Ora pro nobis Vom itus cruentus -    Ora pro nobis Empresma carditis -    Ora pro nobis Fellis suffusio - Ora pro nobis Phallorrhoea virulenta - Ora pro nobis G utta serena - Ora pro nobis Angina canina - Ora pro nobis Lepra leontina - Ora pro nobis Lupus vorax - Ora pro nobis Tônus trismus - Ora pro nobis Angina pectoria - Ora pro nobis - Ora pro nobis Et libera nobis omnia Câncer -  Amém.   IlI Há 1 célula em mim que quer respirar e não pode Há 2 células em mim que querem respirar e não podem Há 4 células em mim que querem respirar e não podem Há 16 células em mim que querem respirar e não podem Há 256 células em mim que querem respirar e não podem Há 65.536 células em mim que querem respirar e não podem Há 4.294.967.296 células em mim que querem respirar e não podem Há 18.446.744.073.709.551.616 células em mim que querem respirar e não podem Há 340.282.366.920.938.463.374.607.431.768.211.456 células em mim que querem respirar e não podem.   IV -  Minha senhora, lamento muito, mas é meu dever informá-la de que seu marido é portador de um tumor maligno no fígado -  Meu caro senhor, tenho que comunicar-lhe que sua esposa terá que operar-se de uma neoplastia do útero .. -  É, infelizmente a biopsia revela um osteo-sarcoma no menino. É impossível prever .. -  É a dura realidade, meu amigo. Sua mãe .. -  Seu pai ainda é um homem forte, vai aguentar bem a intervenção ..  -  Sua avó está muito velhinha, mas nós faremos o possível.. -  Veja você ... E é cancerologista .. -  Coitado, não tinha onde cair morto. E logo câncer .. -  Há muito operário que morre de câncer. Mas câncer de pobre não tem vez .. -  Era nosso melhor piloto. Mas o câncer de intestino não perdoa .. -  Qual o que, meu caro, não se assuste prematuramente. Câncer não dá em deputado .. -  Parece que o General está com câncer .. -  Tão boa atriz ... E depois, tão linda .. -  Que coisa! O Governador parecia tão bem disposto ..  -  Se for câncer, o Presidente não termina o mandato ..  -  Não me diga? O Rei ..  -  Mentira ... O Papa? .. -  E atenção para a última notícia. Estamos ligados com a lnterplat 666 .. -  DEUS ESTÁ COM CÂNCER. (MORAES, Vinicius de. http:l/200.147.99.156/#/letras-e-musicas/vinicius-de-moraes/sob-o-tropico-de­cancer/1853703. Acesso em 21/07/2014.)    A segunda e terceira partes do poema são caracterizadas, respectivamente, por:

  22. 82

    ENEM 2011

    Lépida e leve   Língua do meu Amor velosa e doce, que me convences de que sou frase, que me contornas, que me vestes quase, como se o corpo meu de ti vindo me fosse. Língua que me cativas, que me enleias os surtos de ave estranha, em linhas longas de invisíveis teias, de que és, há tanto, habilidosa aranha... [...] Amo-te as sugestões gloriosas e funestas, amo-te como todas as mulheres te amam, ó língua-lama, ó língua-resplendor, pela carne de som que à ideia emprestas e pelas frases mudas que proferes nos silêncios de Amor!... MACHADO, G. in: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento). A poesia de Gilka Machado identifica-se com as concepções artísticas simbolistas. Entretanto, o texto selecionado incorpora referências temáticas e formais modernistas, já que, nele, a poeta

  23. 83

    FCMMG 2006

    A analogia ocorre nas passagens de Um certo capitão Rodrigo, de Erico Verissimo, EXCETO em:

  24. 84

    MACKENZIE 1996

    I - O vento vem vindo de longe, a noite se curva de frio. (Cecília Meireles)   II - Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem açoitar o rosto meu. (Alphonsus de Guimaraens)   III - A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. (Monteiro Lobato)   IV - Nunca se afizera ao regime novo - essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia! "Qualquer coisinha": Uma mucama assada no forno porque se engraçou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: "Como é ruim, a sinhá"... (Monteiro Lobato)   Assinale a alternativa que indica corretamente o ponto comum entre os respectivos trechos:

  25. 85

    UPF 2016

    Primeiro grande poeta a se afirmar após as estreias  modernistas,  Carlos  Drummond  de  Andrade  publica,  na década de 1930, os livros Alguma poesia e Brejo das almas, marcados pelo individualismo e pelo humor do poeta gauche. Entretanto, desde Sentimento do mundo, publicado no início da década de 1940, nota- se  a  emergência de um(a)         na  produção do poeta mineiro, e o livro A rosa do povo, de 1945, assinala, justamente, o momento culminante e derradeiro da                     de Drummond, composta sob os anos trágicos e sombrios da Segunda Guerra Mundial. Assinale a alternativa cujas informações preenchem corretamente as lacunas do enunciado.

  26. 86

    INSPER 2014

    Sempre desconfiei   Sempre desconfiei de narrativas de sonhos. Se já nos é difícil recordar o que vimos despertos e de olhos bem abertos, imagine-se o que não será das coisas que vimos dormindo e de olhos fechados... Com esse pouco que nos resta, fazemos reconstituições suspeitamente lógicas e pomos enredo, sem querer, nas ocasionais variações de um calidoscópio. Me lembro de que, quando menino, minha gente acusava-me de inventar os sonhos. O que me deixava indignado. Hoje creio que ambas as partes tínhamos razão. Por outro lado, o que mais espantoso há nos sonhos é que não nos espantamos de nada. Sonhas, por exemplo, que estás a conversar com o tio Juca. De repente, te lembras de que ele já morreu. E daí? A conversa continua. Com toda a naturalidade. Já imaginaste que bom se pudesses manter essa imperturbável serenidade na vida propriamente dita?   (Mario Quintana, A vaca e o hipogrifo. São Paulo: Globo,1995)   Em “Hoje creio que ambas as partes tínhamos razão”, o autor recorre a uma figura de construção, que está corretamente explicada em 

  27. 87

    INSPER 2014

    Sempre desconfiei Sempre desconfiei de narrativas de sonhos. Se já nos é difícil recordar o que vimos despertos e de olhos bem abertos, imagine-se o que não será das coisas que vimos dormindo e de olhos fechados... Com esse pouco que nos resta, fazemos reconstituições suspeitamente lógicas e pomos enredo, sem querer, nas ocasionais variações de um caleidoscópio. Me lembro de que, quando menino, minha gente acusava-me de inventar os sonhos. O que me deixava indignado. Hoje creio que ambas as partes tínhamos razão. Por outro lado, o que mais espantoso há nos sonhos é que não nos espantamos de nada. Sonhas, por exemplo, que estás a conversar com o tio Juca. De repente, te lembras de que ele já morreu. E daí? A conversa continua. Com toda a naturalidade. Já imaginaste que bom se pudesses manter essa imperturbável serenidade na vida propriamente dita? (Mario Quintana, A vaca e o hipogrifo. São Paulo: Globo,1995) Em “Hoje creio que ambas as partes tínhamos razão”, o autor recorre a uma figura de construção, que está corretamente explicada em

  28. 88

    UPF 2016

    Em Um certo Capitão Rodrigo, de Érico Veríssimo, quando Rodrigo Cambará avista pela primeira vez Bibiana, ela se encontra no cemitério, junto a seus pais, visitando o túmulo da avó, Ana Terra. Ao final da narrativa, o leitor encontra Bibiana, outra vez, no cemitério, agora junto aos seus filhos pequenos, visitando o túmulo do Capitão Rodrigo. A circularidade dessas cenas no cemitério, dispostas no início e no final da história, reforçam, em relação à figura de Bibiana, os traços simbólicos do(a) _____________ e da _____________, que a crítica destaca nas grandes personagens femininas de O tempo e o vento. É por meio desses traços que Bibiana, assim como sua avó, Ana Terra, se contrapõem a um mundo dominado pelos homens e que se encontra continuamente transfigurado pela violência.    Assinale a alternativa cujas informações preenchem corretamente as lacunas do enunciado.

  29. 89

    FGV-SP 2011

    Achado Aqui, talvez, o tesouro enterrado há cem anos pelo guarda-mor. Se tanto o guardou, foi para os trinetos, principalmente este: o menor. Cavo com faca de cozinha, cavo até, no outro extremo, o Japão e não encontro o saco de ouro de que tenho a mor precisão   para galopar no lombo dos longes fugindo a esta vidinha choca. Mas só encontro, e rabeia, e foge uma indignada minhoca.   (Carlos Drummond de Andrade) Considere as seguintes afirmações: I. A repetição do verbo no verso 5 tem a finalidade de indicar que a ação foi praticada repetidas vezes.  II. Entre as figuras de linguagem usadas no poema, destaca-se a hipérbole no verso 6. III. Há, no verso 9, um recurso expressivo de natureza sonora.   Está correto o que se afirma em  

  30. 90

    ITA 2003

    Canção Pus o meu sonho num navio e o navio em cima do mar; — depois, abri o mar com as mãos para o meu sonho naufragar Minhas mãos ainda estão molhadas do azul das ondas entreabertas e a cor que escorre dos meus dedos colore as areias desertas. O vento vem vindo de longe, a noite se curva de frio; debaixo da água vai morrendo meu sonho, dentro de um navio... Chorarei quanto for preciso, para fazer com que o mar cresça, e o meu navio chegue ao fundo e o meu sonho desapareça. Depois, tudo estará perfeito; praia lisa, águas ordenadas, meus olhos secos como pedras e as minhas duas mãos quebradas  Cecília Meireles, poeta da segunda fase do Modernismo Brasileiro, faz parte da chamada "Poesia de 30". Sobre esta autora e seu estilo, é CORRETO afirmar que ela

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