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  1. 91

    UNICENTRO 2011

    Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai. Se me tem pedido a coisa por favor, alcançá-la-ia do mesmo modo, como de outras vezes, mas parece que era lembrança das outras vezes, o medo de achar a minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender como queria, — e pode ser mesmo que em alguma ocasião lhe tivesse ensinado mal,— parece que tal foi a causa da proposta. [...] Não queria recebê-la, e custava-me recusá-la. Olhei para o mestre, que continuava a ler, com tal interesse, que lhe pingava o rapé do nariz. — Ande, tome, dizia-me baixinho o filho. [...] — Tome, tome... Relancei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo em nós; disse ao Raimundo que esperasse. Pareceu-me que o outro nos observava, então dissimulei; mas daí a pouco deitei-lhe outra vez o olho, e — tanto se ilude a vontade! — não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo. — Dê cá... ASSIS, Machado de. Conto de Escola. Contos. São Paulo: Ática. 1989. p. 34. ( Série Bons Livros). Tem comprovação no texto a ideia de

  2. 92

    UNIFESP 2011

    As provocações no recreio eram frequentes, oriundas do enfado; irritadiços todos como feridas; os inspetores a cada passo precisavam intervir em conflitos; as importuações andavam em busca das suscetibilidades; as suscetibilidades a procurar a sarna das impor tunações. Viam de joelhos o Franco, puxavamlhe os cabelos. Viam Rômulo passar, lançavam-lhe o apelido: mestre-cuca! Esta provocação era, além de tudo, inverdade. Cozinheiro, Rômulo! Só porque lembrava culinária, com a carnosidade bamba, fofada dos pastelões, ou porque era gordo das enxúndias enganadoras dos fregistas, dissolução mórbida de sardinha e azeite, sob os aspectos de mais volumosa saúde? (...)   Rômulo era antipatizado. Para que o não manifestassem excessivamente, fazia-se temer pela brutalidade. Ao mais insignificante gracejo de um pequeno, atirava contra o infeliz toda a corpulência das infiltrações de gordura solta, desmoronava-se em socos. Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente.   Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro. Rômulo, no meio, ficava tonto, esbravejando juras de morte, mostrando o punho. Em geral procurava reconhecer algum dos impertinentes e o marcava para a vindita. Vindita inexorável.   No decorrer enfadonho das últimas semanas, foi Rômulo escolhido, principalmente, para expiatório do desfastio. Mestre-cuca! Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra; mestre-cuca! Por vozes do espaço rouquenhas ou esganiçadas. Sentava-se acabrunhado, vendo se se lembrava de haver tratado panelas.  É slgum dia na vida; a unanimidade impressionava. Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva. Arremetia bufando, espumando, olhos fechados, punhos para trás, contra os grupos. Os rapazes corriam a rir, abrindo caminho, deixando rolar adiante aquela ambulância danada de elefantíase. (Raul Pompecia. O Ateneu.)   Indique a alternativa em que os fragmentos selecionados exemplificam, respectivamente, a manifestação clara do ponto de vista do narrador e a opinião do grupo, a propósito de Rômulo.

  3. 93

    UEL 2007

    As questões refere-se ao texto extraído do capítulo IX da obra O Crime do Padre Amaro (1880), de Eça de Queirós (1845-1900). Então, passeando excitado pelo quarto, levava as suas acusações mais longe, contra o Celibato e a Igreja: por que proibia ela aos seus sacerdotes, homens vivendo entre homens, a satisfação mais natural, que até têm os animais? Quem imagina que desde que um velho bispo diz “serás casto” a um homem novo e forte, o seu sangue vai subitamente esfriar-se? E que uma palavra latina — accedo — dita a tremer pelo seminarista assustado, será o bastante para conter para sempre a rebelião formidável do corpo? E quem inventou isso? Um concílio de bispos decrépitos, vindos do fundo dos seus claustros, da paz da suas escolas, mirrados como pergaminhos, inúteis como eunucos! Que sabiam eles da Natureza e das suas tentações? Que viessem ali duas, três horas para o pé da Ameliazinha, e veriam, sob a sua capa de santidade, começar a revoltar-se-lhes o desejo! Tudo se ilude e se evita, menos o amor! E se ele é fatal, por que impediram então que o padre o sinta, o realize com pureza e com dignidade? É melhor talvez que o vá procurar pelas vielas obscenas! — Porque a carne é fraca! QUEIRÓS, E. Obra Completa. 2 vols. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1970. 1:326. Esse trecho é o pensamento do Padre Amaro Vieira, protagonista do romance. Observa-se que, nesse texto, o escritor registra:

  4. 94

    UNIR 2010

    Machado de Assis desenvolve questões recorrentes em contos e romances. Marque a alternativa que apresenta aspectos também presentes no conto A Cartomante.

  5. 95

    UFAL 2010

    Leia as informações a seguir:     I. Pela reflexão acerca das minúcias dos atos humanos, sua obra nega a ideia de absoluto, visto que não é possível julgar a generalidade da condição humana pelas atitudes isoladas.   II. Afirma-se que os romances da fase de maturidade desprezam qualquer arrebatamento romântico em nome de uma expressão lúcida da existência humana.   III. Explora recursos sofisticados de construção narrativa (digressões, gradações, comparações, reiteração do sentido) quase sempre na busca das múltiplas possibilidades de interpretação.   IV. Utilizando o humor e a ironia, registra os desvios da conduta humana, a loucura, a hipocrisia nas relações sociais e a descrença nos valores essencialmente humanos.     Referem-se a Machado de Assis:

  6. 96

    UNIFESP 2010

    Leia o trecho a seguir, de A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós: Jacinto e eu, José Fernandes, ambos nos encontramos e acamaradamos em Paris, nas escolas do Bairro Latino – para onde me mandara meu bom tio Afonso Fernandes Lorena de Noronha e Sande, quando aqueles malvados me riscaram da universidade por eu ter esborrachado, numa tarde de procissão, na Sofia, a cara sórdida do Dr. Pais Pita.   Ora nesse tempo Jacinto concebera uma ideia... Este príncipe concebera a ideia de que o homem só é “superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. E por homem civilizado o meu camarada entendia aquele que, robustecendo a sua força pensante com todas as noções adquiridas desde Aristóteles, e multiplicando a potência corporal dos seus órgãos com todos os mecanismos inventados desde Teramenes, criador da roda, se torna um magnífico Adão quase onipotente, quase onisciente, e apto portanto a recolher dentro de uma sociedade e nos limites do progresso (tal como ele se comportava em 1875) todos os gozos e todos os proventos que resultam de saber e de poder... Pelo menos assim Jacinto formulava copiosamente a sua ideia, quando conversávamos de fins e destinos humanos, sorvendo bocks poeirentos, sob o toldo das cervejarias filosóficas, no Boulevard Saint-Michel.   Este conceito de Jacinto impressionara os nossos camaradas de cenáculo, que tendo surgido para a vida intelectual, de 1866 a 1875, entre a Batalha de Sadowa e a Batalha de Sedan e ouvindo constantemente desde então, aos técnicos e aos filósofos, que fora a espingarda de agulha que vencera em Sadowa e fora o mestre-de-escola quem vencera em Sedan, estavam largamente preparados a acreditar que a felicidade dos indivíduos, como a das nações, se realiza pelo ilimitado desenvolvimento da mecânica e da erudição. Um desses moços mesmo, o nosso inventivo Jorge Carlande, reduzira a teoria de Jacinto, para lhe facilitar a circulação e lhe condensar o brilho, a uma forma algébrica:     suma ciência          X                     = suma felicidade. suma potência Considere as afirmações.   I.   O Realismo surge num momento de grande efervescência do cientificismo. No texto, isso se comprova pelas referências à vida intelectual e ao desenvolvimento da sociedade do século XIX. II.  Um  personagem como Fabiano, de  Vidas Secas, conforme descrito no trecho – "Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra". – seria infeliz na ótica de Jacinto, apresentada no texto. III. "Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-me escrever um livro.  Jurisprudência, filosofia e política acudiram-me, mas não me acudiram as forças necessárias." Essas palavras de Dom Casmurro, na obra homônima de Machado de Assis, assinalam uma personagem preocupada com o desenvolvimento da erudição, candidata à felicidade postulada por Jacinto.   Está correto o que se afirma em

  7. 97

    UNAMA 2009

    Leia os fragmentos a seguir:   A revolução triunfante não perdeu um só minuto; guiou para a Câmara Povo e davam vivas ao “ilustre Porfírio”. Este ia na frente, empunhando tão destramente a espada, como se ela fosse apenas uma navalha um pouco mais comprida. A vitória cingia-lhe a fronte de um nimbo misterioso. A dignidade de governo começava a eurijar-lhe os quadris. O barbeiro, acompanhado de alguns de seus tenentes, entrava na sala da vereança intimava à Câmara a sua queda. A Câmara não resistiu, entregou-se e foi dali para a cadeia. (O Alienista, Machado de Assis)   Os cabelos do capitão Ferreira puseram-se de pé e duro como estacas. Ele bem sabia o que aquilo era. Aquela voz era a voz de cobra grande, da colossal sucuriju, que reside no fundo dos rios e lagos. Eram os lamentos do monstro em laborioso parto (...). Mas a voz, a terrível voz aumentava de volume. Cresceu mais, cresceu tanto afinal, que os ouvidos do capitão zumbiram, tremeram-lhe as pernas e caiu no limiar de uma porta. Com a queda, espantou um grande pássaro escuro que ali parecia pousado, e que voou cantando. – Acauã, acauã! (Acauã, Inglês de Souza)   De repente, chega ao Mutum, um senhor de óculos (Dr. Lourenço) e a amizade se estabelece (...). Era isto mesmo: Miguilim era piticego, tinha vista curta, e não sabia. E então o senhor (que era doutor) tirou os óculos e deu-os a Miguilim: “Olha, agora!” Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas. O Mutum era bonito! - agora Miguilim via claramente. E então veio o convite: - O doutor era homem muito bom, levava o Miguilim, lá ele comprava uns óculos pequenos, entrava para a escola, depois aprendia ofício. E, assim, Miguilim teria uma nova perspectiva na vida: a criança de calça curta ia penetrar, agora, em um novo mundo. (Manuelzão e Miguilim, Campo Geral – Guimarães Rosa)   A leitura das narrativas de O Alienista, de Machado de Assis, Acauã, de Inglês de Souza, e Manuelzão e Miguilim, de Guimarães Rosa, permitem avaliar as cinco afirmativas a seguir, a respeito dos fragmentos dados à leitura.   I. As três narrativas constroem-se em espaço natural, aberto, embora com paisagens totalmente diversas, onde se pode ter contato íntimo com a natureza e ainda se povoam tradições e valores deixados pelos antepassados. II. Nos contos de Inglês de Souza e de Guimarães Rosa há, respectivamente, presença de palavras que nomeiam aves noturnas e de mau agouro: Acauã e Mutum. Essas palavras, em ambas as narrativas citadas, dão nomes carregados de significação aos lugares onde acontecem as histórias contadas por esses autores. III. O fragmento de O Alienista expõe a visão pessimista machadiana sobre a conduta humana: o Boticário, que se pronunciava “amigo” do Alienista, muda de lado de modo egoísta, para salvar-se da perseguição do novo governo, mostrando a instabilidade ideológica do homem. IV. O trecho do conto de Guimarães Rosa se encerra com uma cena simbólica: a descoberta de que Miguilim era míope, e a possibilidade de uma nova vida em outro lugar. V. Em Acauã, a aparição do pássaro é tida como prenúncio de episódio sobrenatural e o trecho desse conto de Inglês de Souza exemplifica a presença da ave sombria, pelo canto agourento.   O correto está em

  8. 98

    PUC-GO 2015

    CAPÍTULO XVIII   Rubião e o cachorro, entrando em casa, sentiram, ouviram a pessoa e as vozes do finado amigo. Enquanto o cachorro farejava por toda a parte, Rubião foi sentar-se na cadeira, onde estivera quando Quincas Borba referiu a morte da avó com explicações científicas. A memória dele recompôs, ainda que de embrulho e esgarçadamente, os argumentos do filósofo. Pela primeira vez, atentou bem na alegoria das tribos famintas e compreendeu a conclusão: “Ao vencedor, as batatas!”. Ouviu distintamente a voz roufenha do finado expor a situação das tribos, a luta e a razão da luta, o extermínio de uma e a vitória da outra, e murmurou baixinho:   — Ao vencedor, as batatas!   Tão simples! tão claro! Olhou para as calças de brim surrado e o rodaque cerzido, e notou que até há pouco fora, por assim dizer, um exterminado, uma bolha; mas que ora não, era um vencedor. Não havia dúvida; as batatas fizeram-se para a tribo que elimina a outra a fim de transpor a montanha e ir às batatas do outro lado. Justamente o seu caso. Ia descer de Barbacena para arrancar e comer as batatas da capital. Cumpria-lhe ser duro e implacável, era poderoso e forte. E levantando-se de golpe, alvoroçado, ergueu os braços exclamando:    — Ao vencedor, as batatas!   Gostava da fórmula, achava-a engenhosa, compendiosa e eloquente, além de verdadeira e profunda. Ideou as batatas em suas várias formas, classificou-as pelo sabor, pelo aspecto, pelo poder nutritivo, fartou- -se antemão do banquete da vida. Era tempo de acabar com as raízes pobres e secas, que apenas enganavam o estômago, triste comida de longos anos; agora o farto, o sólido, o perpétuo, comer até morrer, e morrer em colchas de seda, que é melhor que trapos. E voltava à afirmação de ser duro e implacável, e à fórmula da alegoria. Chegou a compor de cabeça um sinete para seu uso, com este lema: AO VENCEDOR AS BATATAS.    Esqueceu o projeto do sinete; mas a fórmula viveu no espírito de Rubião, por alguns dias: — Ao vencedor as batatas! Não a compreenderia antes do testamento; ao contrário, vimos que a achou obscura e sem explicação. Tão certo é que a paisagem depende do ponto de vista, e que o melhor modo de apreciar o chicote é ter-lhe o cabo na mão. (ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Ática, 2011. p. 38-39.)     Machado de Assis possui uma obscuridade que fascina o leitor, na medida em que o desconcerta. A magia de suas palavras e seus sentidos de mistério agem profundamente, embora a compreensão permaneça desorientada. No entanto, deve-se ressaltar que a linguagem literária não expressa tipos, conceitos ou emoções; é um leque de interpretações. O que faz a literatura ser literatura é a literariedade. Literariedade é a elevação da língua à sua função máxima, sua plurissignificação, sua polissemia, seu poder de sugestão, estranheza e sua linguagem solitária, mas solidária. Com relação à literatura de Machado de Assis, considerando o texto escolhido, analise as afirmativas a seguir:   I-O escritor buscou, por meio de personagens, transfigurar o embate entre a essência e a aparência, o caráter relativo da moral humana, as convenções sociais e os impulsos piores, a normalidade, a loucura e a precariedade da condição humana.   II-Machado, em Quincas Borba, exprimiu uma visão pessimista em relação à vida e ao ser humano. Mais do que pessimista ou negativista, a postura do escritor é niilista.   III-A “teoria do Humanitismo”, elaborada no romance Quincas Borba pelo “louco filósofo” Quincas Borba, pretende demonstrar que, na luta pela vida, vence sempre o mais forte, o mais esperto.   IV-Em Machado de Assis, a preocupação fundamental é a análise dos fatos; as personagens ficam em segundo plano e são apresentadas à medida que afloram à consciência ou à memória do narrador. Por essa razão, a narrativa não segue uma ordem cronológica, mas sim obedece a um ordenamento interior.   Em relação às proposições analisadas, marque a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

  9. 99

    UFAM 2010

    O Realismo e o Naturalismo são movimentos surgidos na segunda metade do século XIX, marcada por transformações econômicas, científicas e ideológicas. Sobre esses dois movimentos, assinale a alternativa incorreta.

  10. 100

    FGV-SP 2011

    Capítulo primeiro / Óbito do autor Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. Tanto por aquilo que narra quanto por seu modo de fazê-lo, o narrador do excerto revela-se um

  11. 101

    ENEM - 3 APLICACAO 2014

    E vejam agora com que destreza, com que arte faço eu a maior transição deste livro. Vejam: o meu delírio começou em presença de Virgília; Virgília foi o meu grão pecado de juventude; não há juventude sem meninice; meninice supõe nascimento; e eis aqui como chegamos nós, sem esforço, ao dia 20 de outubro de 1805, em que nasci. Viram?  ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1974 (fragmento). A repetição é um recurso linguístico utilizado para promover a progressão textual, pois indica entrelaçamento de ideias. No fragmento de romance, as repetições foram utilizadas com o objetivo de 

  12. 102

    FCMMG 2008

    Assinale a passagem que NÃO pertence ao conto "O alienista", de Machado de Assis:

  13. 103

    PUC-RS 2016

    Leia o excerto abaixo, retirado da obra As vítimas algozes, de Joaquim Manuel de Macedo.   Havia no terreiro cães a velar; mas o homem compra os cães como compra homens; a uns, pedaços de carne; aos outros, mais ou menos moedas de ouro. Simeão comprara os cães e um negro escravo da cozinha, e entrava todas as noites na casa de João de Sales. A casa de João de Sales estava pois de noite à mercê das intenções e de quaisquer projetos de Simeão; mas que casa há aí, onde haja escravos e sobretudo escravas, cuja segurança não esteja exposta às consequências do instinto animal e da boa ou má vontade do elemento escravo? Simeão era, pois, durante duas horas em cada noite mais do que o amante da mucama, o árbitro das vidas e da fortuna de João de Sales e de sua família. Ainda bem que Simeão, o escravo, ali ia somente como animal que o instinto arrasta em procura da sua igual; se fora ladrão ou assassino tinha tido abertas a janela da sala e a porta da cozinha. Com base no excerto, assinale a única alternativa INCORRETA:

  14. 104

    PUC-PR 2009

    Leia o capítulo IV de "Dom Casmurro", de Machado de Assis, transcrito integralmente a seguir:   "José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às ideias; não as havendo, servia a prolongar as frases. Levantou-se para ir buscar o gamão, que estava no interior da casa. Cosime muito à parede, e vi-o passar com as suas calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e gravata de mola. Foi dos últimos que usaram presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo. Trazia as calças curtas para que lhe ficassem bem esticadas. A gravata de cetim preto, com um arco de aço por dentro, imobilizava-lhe o pescoço; era então moda. O rodaque de chita, veste caseira e leve, parecia nele uma casaca de cerimônia. Era magro, chupado, com um princípio de calva; teria os seus cinquenta e cinco anos. Levantou-se com o passo vagaroso do costume, não aquele vagar arrastado se era dos preguiçosos, mas um vagar calculado e deduzido, um silogismo completo, a premissa antes da consequência, a consequência antes da conclusão. Um dever amaríssimo!". Fonte: Machado de Assis, "Dom Casmurro"   Aponte, entre as alternativas, a que for INCORRETA em relação ao capítulo:

  15. 105

    UPE 2012

    Sobre a escola literária Realista, analise as afirmativas a seguir.   I. Fundamentada numa linha de pensamento racionalista e ao mesmo tempo não racionalista, a escola literária realista brasileira tem como premissa central criar uma arte tomada pelos ideários que definiram o pensamento de importantes autores brasileiros, tanto na poesia quanto na prosa. II. Um dos princípios da estética realista é a busca pela relação biunívoca entre realidade e fantasia. Isso implica uma tentativa de conseguir a produção de textos literários, identificados com propostas positivistas, cuja base de pensamento é a racionalidade como a faculdade humana única e legítima para conceber a verdade. III. No Brasil, a chamada estética naturalista tem em livros, como O cortiço, de Aluísio Azevedo, e A carne, de Júlio Ribeiro, expressiva manifestação. A estética realista se diferencia da estética naturalista em vários pontos, porém o que mais se destaca é que a primeira busca a realidade, e a segunda almeja lampejos do fantasmagórico. IV. No conto “Antes da Missa”, Machado de Assis critica o comportamento da sociedade brasileira no que diz respeito à moralidade. O referido autor pode ser considerado, no Brasil, um dos mais importantes autores da estética realista, e o conto citado, um exemplo dessa estética em sua obra. V. Há uma expressiva diferença entre a estética romântica e a realista. No entanto, em ambas, a linguagem, por ser de natureza literária, encontra-se sempre figurada. Segundo a crítica especializada, Machado de Assis perpassa essas estéticas, sendo de ambas um exímio representante.   Estão CORRETAS, apenas,

  16. 106

    UFAM 2009

    Assinale a opção que caracteriza a prosa de Bernardo Guimarães:

  17. 107

    UNIFESP 2010

    As provocações no recreio eram frequentes, oriundas do enfado; irritadiços todos como feridas; os inspetores a cada passo precisavam intervir em conflitos; as importuações andavam em busca das suscetibilidades; as suscetibilidades a procurar a sarna das impor tunações. Viam de joelhos o Franco, puxavamlhe os cabelos. Viam Rômulo passar, lançavam-lhe o apelido: mestre-cuca! Esta provocação era, além de tudo, inverdade. Cozinheiro, Rômulo! Só porque lembrava culinária, com a carnosidade bamba, fofada dos pastelões, ou porque era gordo das enxúndias enganadoras dos fregistas, dissolução mórbida de sardinha e azeite, sob os aspectos de mais volumosa saúde? (...)   Rômulo era antipatizado. Para que o não manifestassem excessivamente, fazia-se temer pela brutalidade. Ao mais insignificante gracejo de um pequeno, atirava contra o infeliz toda a corpulência das infiltrações de gordura solta, desmoronava-se em socos. Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente.   Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro. Rômulo, no meio, ficava tonto, esbravejando juras de morte, mostrando o punho. Em geral procurava reconhecer algum dos impertinentes e o marcava para a vindita. Vindita inexorável.   No decorrer enfadonho das últimas semanas, foi Rômulo escolhido, principalmente, para expiatório do desfastio. Mestre-cuca! Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra; mestre-cuca! Por vozes do espaço rouquenhas ou esganiçadas. Sentava-se acabrunhado, vendo se se lembrava de haver tratado panelas.  É slgum dia na vida; a unanimidade impressionava. Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva. Arremetia bufando, espumando, olhos fechados, punhos para trás, contra os grupos. Os rapazes corriam a rir, abrindo caminho, deixando rolar adiante aquela ambulância danada de elefantíase. (Raul Pompecia. O Ateneu.)   Considere as seguintes afirmações. I. A alcunha de mestre-cuca, recebida por Rômulo, advinha do fato de ter praticado, anteriormente, a arte culinária. II. As agressões e humilhações sofridas por Rômulo eram essencialmente motivadas por sua antipatia. III. As reações de Rômulo às provocações dos colegas variavam conforme as circunstâncias.   De acordo com o texto, está correto o que se afirma apenas em  

  18. 108

    UFES 2009

    Neste ano de 2008, completam-se 100 anos da morte de Machado de Assis. O seu romance Quincas Borba, publicado em 1892, narra as desventuras de um personagem discípulo e herdeiro do louco filósofo Quincas Borba. Sobre o romance Quincas Borba, é CORRETO afirmar:

  19. 109

    UERJ 2015

    Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.   Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro,  possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.   Pode-se apontar, no texto, a contradição, que repercute na obra a que ele pertence, entre

  20. 110

    MILTON CAMPOS 2015

    Entre as seguintes passagens de O alienista, de Machado de Assis, assinale a que melhor exibe a relativização do conceito de loucura:

  21. 111

    UNEMAT 2006

    A narrativa machadiana, ao tomar o quadro nacional por referência, espelha a situação do próprio país que oscila entre o retrógrado e o modernamente burguês; assumindo nessa direção, uma ficção irônica com relação à forma artística do homem do seu tempo e do seu país. Reflita sobre tais perspectivas e assinale a alternativa INCORRETA em relação aos Contos machadianos.

  22. 112

    PUC-PR 2016

    Alfredo Bosi, em sua História concisa da literatura brasileira, diz a respeito de Inocência, de Visconde de Taunay:   “Por temperamento e cultura, o Visconde de Taunay tinha condições para dar ao regionalismo romântico a sua versão mais sóbria. Homem de pouca fantasia, muito senso de observação, formado no hábito de pesar com a inteligência as suas relações com a paisagem e o meio (era engenheiro, militar e pintor), Taunay foi capaz de enquadrar a história de Inocência (1872) em um cenário e em um conjunto de costumes sertanejos onde tudo é verossímil. Sem que o cuidado de o ser turve a atmosfera agreste e idílica que até hoje dá um renovado encanto à leitura da obra". (BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2003, p. 144 -145).   Com base no trecho acima, é possível dizer que: 

  23. 113

    UNEMAT 2006

    Machado de Assis desmascara certos hábitos de raciocínio, de mecanismos de pensamento, de benevolência retórica, enraizados na cultura brasileira. Cria, assim, mecanismos de pensamento a que acostumara o povo brasileiro e assinala, ironicamente, os seus defeitos. A repetição de certos temas e episódios como o amor e o adultério, nos Contos machadianos, deve, assim ser compreendida como um todo coerente organizado e como busca do esforço criador em favor de uma profundidade metafórica do social. Reflita sobre tais afirmativas e assinale a alternativa INCORRETA.

  24. 114

    UNIFESP 2003

    Eça de Queirós fez parte da chamada geração de 1870, que lutou ferrenhamente contra a ordem social lisboeta, passional e romântica, liderada, politicamente, pela monarquia, pela burguesia e pelo clero. Além dele, foram figuras importantes dessa geração

  25. 115

    FUVEST 2015

    E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados.   Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca. Aluísio Azevedo, O cortiço.   Em que pese a oposição programática do Naturalismo ao Romantismo, verifica-se no excerto – e na obra a que pertence – a presença de uma linha de continuidade entre o movimento romântico e a corrente naturalista brasileira, a saber, a

  26. 116

    UFPR 2016

    A respeito do narrador do romance Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha, assinale a alternativa correta.

  27. 117

    FAAP 1997

    Eça de Queirós só não escreveu: 

  28. 118

    FEI 2016

    Leia os primeiros parágrafos do livro Terra sonâmbula, do escritor moçambicano Mia Couto: “Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada. Pelos caminhos só as hienas se arrastavam, focinhando entre cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tristezas nunca vistas, em cores que se pegavam à boca. Eram cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza, esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui, o céu se tornara impossível. E os viventes se acostumaram ao chão, em resignada aprendizagem da morte. A estrada que agora se abre a nossos olhos não se entrecruza com outra nenhuma. Está mais deitada que os séculos, suportando sozinha toda a distância. Pelas bermas apodrecem carros incendiados, restos de pilhagens. Na savana em volta, apenas os embondeiros contemplam o mundo a desflorir. Um velho e um miúdo vão seguindo pela estrada. Andam bambolentos como se caminhar fosse seu único serviço desde que nasceram. Vão para lá de nenhuma parte, dando o vindo por não ido, à espera do adiante. Fogem da guerra, dessa guerra que contaminara toda a sua terra. Vão na ilusão de, mais além, haver um refúgio tranquilo. Avançam descalços, suas vestes têm a mesma cor do caminho. O velho se chama Tuahir. É magro, parece ter perdido toda a substância. O jovem se chama Muidinga. Caminha à frente desde que saíra do campo de refugiados. Se nota nele um leve coxear, uma perna demorando mais que o passo. Vestígio da doença que, ainda há pouco, o arrastara quase até à morte. Quem o recolhera fora o velho Tuahir, quando todos outros o haviam abandonado. O menino estava já sem estado, os ranhos lhe saíam não do nariz mas de toda a cabeça. O velho teve que lhe ensinar todos os inícios: andar, falar, pensar. Muidinga se meninou outra vez. Esta segunda infância, porém, fora apressada pelos ditados da sobrevivência. Quando iniciaram a viagem já ele se acostumava de cantar, dando vaga a distraídas brincriações. No convívio com a solidão, porém, o canto acabou por migrar de si. Os dois caminheiros condiziam com a estrada, murchos e desesperançados” (COUTO, M. Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 09).  A linguagem, a estrutura e o conteúdo sugerem que se trata de um fragmento de um romance

  29. 119

    FGV-RJ 2013

    CAPÍTULO 73 - O Luncheon* O despropósito fez-me perder outro capítulo. Que melhor não era dizer as coisas lisamente, sem todos estes solavancos! Já comparei o meu estilo ao andar dos ébrios. Se a ideia vos parece indecorosa, direi que ele é o que eram as minhas refeições com Virgília, na casinha da Gamboa, onde às vezes fazíamos a nossa patuscada, o nosso luncheon. Vinho, frutas, compotas. Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas doces, de olhares ternos, de criancices, uma infinidade desses apartes do coração, aliás o verdadeiro, o ininterrupto discurso do amor. Às vezes vinha o arrufo temperar o nímio adocicado da situação. Ela deixava-me, refugiava-se num canto do canapé, ou ia para o interior ouvir as denguices de Dona Plácida. Cinco ou dez minutos depois, reatávamos a palestra, como eu reato a narração, para desatá-la outra vez. Note-se que, longe de termos horror ao método, era nosso costume convidá-lo, na pessoa de Dona Plácida, a sentar-se conosco à mesa; mas Dona Plácida não aceitava nunca. Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. (*) Luncheon (Ing.): lanche, refeição ligeira, merenda.   Considere as seguintes afirmações sobre o excerto das Memórias póstumas de Brás Cubas, obra fundamental da literatura brasileira: I Depois de haver comparado seu estilo ao andar dos ébrios, o narrador resolve compará-lo também ao “luncheon”, penitenciando-se, assim, dos vícios que praticara em vida – entre eles, o do alcoolismo. II Nas comparações com o “luncheon”, presentes no excerto, o narrador revela ser o capricho (ou arbítrio) o móvel dominante tanto de seu estilo quanto das ações que relata. III Na autocrítica do narrador, realizada com ingenuidade no excerto, oculta-se a crítica do realista Machado de Assis ao Naturalismo dominante em sua época. Está correto o que se afirma em

  30. 120

    ACAFE 2012

    Segundo Graça Proença em seu livro História da Arte: “Na última década do século XIX, surgiu um movimento que reuniu as mais diversas tendências: as ideias da industrialização, do movimento das artes e ofícios, da arte oriental, das artes decorativas e das iluminuras medievais.” Sobre essa citação é correto afirmar:

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