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  1. 121

    FGV-SP 2011

    O orador representava a Nação [o Brasil] como um charco de vinte províncias, estagnadas na modorra paludosa da mais desgraçada indiferença. Os germens da vida perdem-se na vasa profunda; à superfície de coágulos de putrefação, borbulha, espaçadamente, o hálito mefítico do miasma, fermentado ao sol, subindo a denegrir o céu, com a vaporização da morte. Os pássaros calados fogem; as poucas árvores próximas no ar pesado, debruçam-se uniformes sobre si mesmas num desânimo vegetativo, que parece crescer, descendo – prosperidade melancólica de salgueiros. O horizonte limpo, remoto, desfere golpes de luz oblíqua, reptil, que resvalam, espelhando faixas paralelas, imóveis, sobre o dormir da lama. (...)   E não é o teto de brasa dos estios tropicais que nos oprime. Ah! como é profundo o céu do nosso clima material! Que irradiação de escapadas para o pensamento a direção dos nossos astros! O pântano das almas é a fábrica imensa de um grande empresário, organização de artifício, tão longamente elaborada, que dir-se-ia o empenho madrepórico de muitos séculos, dessorando em vez de construir. É a obra moralizadora de um reinado longo, é o transvasamento de um caráter, alagando a perder de vista a superfície moral de um império – o desmancho nauseabundo, esplanado, da tirania mole de um tirano de sebo!... (Raul Pompeia, O Ateneu) A visão da história do Brasil como inerte e repetitiva, marcante no excerto, deve grande parte de sua força literária ao fato de o texto empregar, em sua construção,

  2. 122

    UEG 2003

    Analise as afirmações acerca das obras indicadas para o vestibular 2003/2 da UEG e assinale a alternativa CORRETA:

  3. 123

    ACAFE 2014

    Leia o fragmento de texto a seguir, extraído de Juiz de Paz na Roça, de Martins Pena:   “ESCRIVÃO, lendo - Diz Francisco Antônio, natural de Portugal, porém brasileiro, que tendo ele casado com Rosa de Jesus, trouxe esta por dote uma égua. Ora, acontecendo ter a égua de minha mulher um filho, o meu vizinho José da Silva diz que é dele, só porque o dito filho da égua de minha mulher saiu malhado como o seu cavalo. Ora, como os filhos pertencem às mães, e a prova disto é que a minha escrava Maria tem um filho que é meu, peço a V. Sa. mande o dito meu vizinho entregar-me o filho da égua que é de minha mulher.”   Sobre o texto é correto afirmar, exceto:

  4. 124

    FGV-SP 2011

    O orador representava a Nação [o Brasil] como um charco de vinte províncias, estagnadas na modorra paludosa da mais desgraçada indiferença. Os germens da vida perdem-se na vasa profunda; à superfície de coágulos de putrefação, borbulha, espaçadamente, o hálito mefítico do miasma, fermentado ao sol, subindo a denegrir o céu, com a vaporização da morte. Os pássaros calados fogem; as poucas árvores próximas no ar pesado, debruçam-se uniformes sobre si mesmas num desânimo vegetativo, que parece crescer, descendo — prosperidade melancólica de salgueiros. O horizonte limpo, remoto, desfere golpes de luz oblíqua, reptil, que resvalam, espelhando faixas paralelas, imóveis, sobre o dormir da lama. [...] E não é o teto de brasa dos estios tropicais que nos oprime. Ah! como é profundo o céu do nosso clima material! Que irradiação de escapadas para o pensamento a direção dos nossos astros! O pântano das almas é a fábrica imensa de um grande empresário, organização de artifício, tão longamente elaborada, que dir-se-ia o empenho madrepórico de muitos séculos, dessorando em vez de construir. É a obra moralizadora de um reinado longo, é o transvasamento de um caráter, alagando a perder de vista a superfície moral de um império — o desmancho nauseabundo, esplanado, da tirania mole de um tirano de sebo!... POMPEIA, Raul. O Ateneu. No contexto do excerto, o locutor virtualmente polemiza uma premissa ideológica do Naturalismo, ao postular que

  5. 125

    FCMMG 2008

    Os excertos dos contos de Machado de Assis fazem referências aos respectivos títulos, EXCETO:

  6. 126

    UNIFESP 2011

    (...) Um poeta dizia que o menino é o pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustiga - va-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer pala - vra, ou, quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: “Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos.   Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras. (Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.)     É correto afirmar que

  7. 127

    MILTON CAMPOS 2015

    Assinale o comentário equivocado em relação ao conto O alienista, de Machado de Assis:

  8. 128

    UEMS 2010

    Considerando o tema central do conto “O enfermeiro”, de Machado de Assis, e o fragmento "Todos os médicos a quem contei as moléstias dele, foram acordes em que a morte era certa, e só se admiravam de ter resistido tanto tempo", é correto afirmar que

  9. 129

    UFES 2009

    O Naturalismo fundamentou-se na ideia, extraída do pensamento científico da época, de que o homem é um produto do meio, da hereditariedade e do momento. Partindo de tal princípio, procurava fazer da ficção uma forma de estudar e diagnosticar leis que regiam o comportamento de pessoas e grupos na esfera social em que atuavam. Bom-Crioulo , romance de Adolfo Caminha, publicado em 1895, coloca em cena questões incômodas para a moral vigente e instituições do Estado. Com base no exposto, é INCORRETO afirmar, sobre Bom-Crioulo , que 

  10. 130

    UNEMAT 2006

    “Homem de pouca fantasia, muito senso de observação, formado no hábito de pesar com a inteligência as suas relações com a paisagem e o meio (era engenheiro, militar e pintor), Taunay foi capaz de enquadrar a história de Inocência (1872) em um cenário e em um conjunto de costumes sertanejos onde tudo é verossímil” (BOSI, 1998, p.160).   Essa verossimilhança se dá por que:

  11. 131

    ITA 2013

    As personagens desta obra, que anunciam um movimento literário posterior, são quase caricaturas de tipos do estrato socioeconômico médio da sociedade da época – o mestre de rezas, a cigana, o barbeiro, dentre outras. Elas agem conforme as necessidades de sobrevivência, sem moralismos ou escrúpulos. As personagens, de certa forma, representam aspectos da cultura brasileira, entre os quais se destaca o “jeitinho brasileiro”. Trata-se de:

  12. 132

    UEMS 2010

    __ Haveis de entender, começou ele, que a virtude e o saber têm duas existências paralelas, uma no sujeito que as possui, outra no espírito dos que o ouvem ou contemplam.Se puserdes as mais sublimes virtudes e os mais profundos conhecimentos em um sujeito solitário, remoto de todoo contato com os outros homens, é como se eles não existissem. Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto quanto as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os vir, não valem nada; ou; por outras palavras mais enérgicas, não há espetáculo sem espectador. Um dia, estando a cuidar nestas cousas, considerei que, para o fim de alumiar um pouco o entendimento, tinha consumido os meus longos anos, e, aliás, nada chegaria a valer sem a existência de outros homens que me vissem e honrassem;então cogitei se não haveria um modo de obter o mesmo efeito, poupando tais trabalhos, e esse dia posso agora dizer que foi o da regeneração dos homens, pois me deu doutrina salvadora. ASSIS, M. O Segredo do bonzo. In: Obras Completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. v.II   No texto, o narrador interpela um possível interlocutor, a fim de que este entenda o que vai narrar. Em referência às funções de linguagem, as que predominam nesse texto denominam-se

  13. 133

    PUC-PR 2009

    "Fiquei tão alegre com esta ideia, que ainda agora me treme a pena na mão. Sim, Nero, Augusto, Massinissa, e tu, grande César, que me incitas a fazer os meus comentários, agradeço-vos o conselho, e vou deitar ao papel as reminiscências que me vierem vindo. Deste modo, viverei o que vivi, e assentarei a mão para alguma obra de maior tomo. Eia, comecemos a evocação por uma célebre tarde de novembro, que nunca me esqueceu. Tive outras muitas, melhores, e piores, mas aquela nunca se me apagou do espírito. É o que vais entender, lendo."   O trecho anterior é do romance "Dom Casmurro", escrito por Machado de Assis. Nele, o narrador propõe-se a escrever suas reminiscências e, assim, viver o que viveu. A evocação da célebre tarde a que o narrador se refere e que nunca se lhe apagou do espírito liga-se

  14. 134

    UNICENTRO 2010

    Escapei ao agregado, escapei a minha mãe não indo ao quarto dela, mas não escapei de mim mesmo. Corri ao meu quarto, e entrei atrás de mim. Eu falava-me, eu perseguiame, eu atirava-me à cama, e rolava comigo, e chorava, e abafava os soluços com a ponta do lençol. Jurei não ir ver Capitu aquela tarde, nem nunca mais, e fazer-me padre de uma vez. Via-me já ordenado, diante dela, e choraria de arrependimento e me pediria perdão, mas eu, frio e sereno, não teria mais que desprezo, muito desprezo; voltava-lhe as costas. Chamavalhe perversa. Duas vezes dei por mim mordendo os dentes, como se a tivesse entre eles. Texto extraído de Machado de Assis. Dom Casmurro. 1. ed. Rio de Janeiro: MEDIAfashion, 2008. (Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros). Capítulo LXXV. p. 182.   Assinale a alternativa que apresenta, no texto, um recurso linguístico recorrente que auxilia a construção da cena machadiana.

  15. 135

    ACAFE 2014

    Considerando o contexto histórico descrito no texto a seguir, assinale a alternativa correta quanto à produção literária no Brasil.   “Na Europa, a segunda Revolução Industrial promovera modificações profundas. Inovações tecnológicas desenvolveram a produção em massa de bens diversos. As cidades cresceram muito (em detrimento do campo), e formou-se um proletariado que logo começou a organizar-se politicamente. E, dentro desse contexto, as artes mudaram: a belle époque assiste a uma sucessão de movimentos artísticos revolucionários.” (LAFETÁ, 1982, p. 99)  

  16. 136

    FGV-SP 2012

    Reconheço que  [Cotrim] era um modelo. Arguiam-no de avareza, e cuido que  tinham razão; mas a avareza é apenas a exageração de uma virtude e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o  deficit. Como era muito seco de maneiras tinha inimigos, que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole original de um homem o que é puro efeito de relações sociais. Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis Segundo o narrador, “a avareza é uma exageração” de uma determinada virtude. Trata-se da 

  17. 137

    MILTON CAMPOS 2015

    Leia o comentário a seguir, sobre a presença do grotesco em Machado de Assis.   “Elemento constante da configuração do grotesco literário é o motivo da ‘ideia fixa’. (...) Dominado pela ideia fixa, o personagem afasta-se de ligações de ordem material e realiza o distanciamento do mundo. A noção do distanciamento do mundo surge, portanto, como traço essencial na configuração do grotesco, funcionando como elemento catalizador dos outros traços estruturantes.” (FREITAS, Maria Eurides P. de. O grotesco na criação de Machado de Assis e Gregório de Matos. Rio de Janeiro: Presença, 1981. p.17)   Assinale o excerto que melhor exemplifica a ideia fixa sob a perspectiva do grotesco:

  18. 138

    FATEC 2008

    Notícia da atual literatura brasileira – instinto de nacionalidade Quem examina a atual literatura brasileira reconhece-lhe logo, como primeiro traço, certo instinto de nacionalidade. Poesia, romance, todas as formas literárias do pensamento buscam vestir-se com as cores do país, e não há negar que  semelhante preocupação é sintoma de vitalidade e abono de futuro.   As tradições de Gonçalves Dias, Porto Alegre e Magalhães são assim continuadas pela geração já feita e pela que ainda agora madruga, como aqueles continuaram as de José Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Escusado é dizer a vantagem deste universal acordo. Interrogando a vida brasileira e a natureza americana, prosadores e poetas acharão ali farto manancial de inspiração e irão dando fisionomia própria ao pensamento nacional.   Esta outra independência não tem Sete de Setembro nem campo de Ipiranga; não se fará num dia, mas pausadamente, para sair mais duradoura; não será obra de uma geração nem duas; muitos trabalharão para ela até perfazê-la de todo.   Assinale a alternativa que interpreta corretamente o texto.

  19. 139

    UFMG 2007

    Assinale a alternativa em que, no trecho transcrito de Quincas Borba, se faz referência a Rubião.

  20. 140

    MILTON CAMPOS 2014

    Em O alienista, além da sátira à ciência e à política, encontra-se também uma caricatura da própria linguagem retórica, como se vê na seguinte passagem:

  21. 141

    MILTON CAMPOS 2014

    Em relação à narrativa O alienista, de Machado de Assis, é CORRETO afirmar:

  22. 142

    FASEH 2014

    Assinale a alternativa em que se percebe uma relação CORRETA entre o personagem da obra O alienista e a respectiva passagem.

  23. 143

    UPE 2013

    Fragmento do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida I Origem, Nascimento e Batismo.   Era no tempo do rei.   Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando‐se mutuamente, chamava‐se nesse tempo  ‐  O canto dos meirinhos ‐; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida: o extremo oposto eram os desembargadores. Ora, os extremos se tocam, e estes, tocando‐se, fechavam o círculo dentro do qual se passavam os terríveis combates das citações, provarás, razões principais e finais, e todos esses trejeitos judiciais que se chamava o processo. Daí sua influência moral.   Mas tinham ainda outra influência, que é justamente a que falta aos de hoje: era a influência que derivava de suas condições físicas. Os meirinhos de hoje são homens como quaisquer outros; nada têm de imponentes, nem no seu semblante nem no seu trajar, confundem‐se com qualquer procurador, escrevente de cartório ou contínuo de repartição. Os meirinhos desse belo tempo não, não se confundiam com ninguém; eram originais, eram tipos, nos seus semblantes transluzia um certo ar de majestade forense, seus olhares calculados e sagazes significavam chicana. Trajavam sisuda casaca preta, calção e meias da mesma cor, sapato afivelado, ao lado esquerdo aristocrático espadim, e na ilharga direita penduravam um círculo branco, cuja significação ignoramos, e coroavam tudo isto por um grave chapéu armado.     Colocado sob a importância vantajosa destas condições, o meirinho usava e abusava de sua posição. Era terrível quando, ao voltar uma esquina ou ao sair de manhã de sua casa, o cidadão esbarrava com uma daquelas solenes figuras que, desdobrando junto dele uma folha de papel, começava a lê‐la em tom confidencial! Por mais que se fizesse não havia remédio em tais circunstâncias senão deixar escapar dos lábios o terrível ‐ Dou‐me por citado.  ‐ Ninguém sabe que significação fatalíssima e cruel tinham estas poucas palavras! Eram uma sentença de peregrinação eterna que se pronunciava contra si mesmo; queriam dizer que se começava uma longa e afadigosa viagem, cujo termo bem distante era a caixa da Relação, e durante a qual se tinha de pagar importe de passagem em um sem‐número de pontos; o advogado, o procurador, o inquiridor, o escrivão, o juiz, inexoráveis    Carontes, estavam à porta de mão estendida, e ninguém passava sem que lhes tivesse deixado, não um óbolo, porém todo o conteúdo de suas algibeiras, e até a última parcela de sua paciência. Disponível em: http://stat.correioweb.com.br/arquivos/educacao/arquivos/ManuelAntniodeAlmeida-emriasdeumSargentodeMilcias0.pdf. Acesso em: 18/09/2013   Sobre o texto, analise as afirmativas a seguir:   I. O livro Memórias de um Sargento de Milícias (1852), de Manuel Antônio de Almeida, distanciando‐se dos textos produzidos por autores mais identificados com a estética romântica, possui nuances que lhe configuram uma novela categorizada como realista. II. Pelo que se lê no fragmento do livro de Manuel Antônio de Almeida, a palavra “meirinhos”, utilizada repetidas vezes, evidencia, de forma contundente, as principais características da época de transição na qual o livro se encaixa. III. O tema abordado em Memórias de um Sargento de Milícias (1852), de alguma maneira, anuncia temas, direta ou indiretamente, os quais virão a ser tratados em obras que se coadunam mais com a estética literária realista. IV. No fragmento analisado, o narrador comenta sobre as demais personagens com um certo “tom” irônico, atitude ficcional pouco comum, por exemplo, no romance A moreninha (1844), de vez em quando. V. Segundo o que lemos no fragmento analisado, o “cidadão” que, porventura, durante o seu trajeto, encontrasse um “meirinho” teria de arcar com problemas relacionados a despesas, envolvendo figuras oficiais.   Estão CORRETAS

  24. 144

    UPE 2012

    Sobre as obras Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas, analise as afirmativas a seguir.   I. Nos dois romances, o processo narrativo das memórias ficcionais revela uma forma de desconstrução linear, uma das linhas de produção seguida pelo autor, já que as dúvidas lançadas sobre a apresentação do passado e o cunho autobiográfico mostram ambiguidades e impressões próprias de quem não tem compromisso com a realidade das histórias. II. A ausência da linearidade narrativa e o caráter atemporal das obras machadianas em questão revelam as idiossincrasias de um autor realista, que iniciou sua produção literária ainda na época romântica, embora não tenha sido um grande representante dessa fase, pois suas obras já anunciavam um distanciamento do sentimentalismo romântico. III. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o narrador, mesmo morto e enterrado, escreve sua autobiografia, seguindo uma linha de raciocínio direta e objetiva, como também o fez Bento Santiago, narrador de Dom Casmurro, ao relatar as histórias de sua infância, vivenciada na Rua de Matacavalos, e a sua paixão pelos ‘olhos de ressaca da cigana oblíqua’, Capitu, seu grande amor. IV. A visão irônica da vida, a exemplo do que se lê na dedicatória das Memórias Póstumas, em: “ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver”, e os traços psicológicos, como a hipocrisia, o interesse por ascensão social e a ingratidão, são marcas recorrentes do realismo machadiano, que também se reconhecem em seus romances românticos. V. Brás Cubas e Bento Santiago, o primeiro, narrador das Memórias Póstumas, e o segundo, narrador de Dom Casmurro, demonstram um domínio na narrativa, que envolve o leitor a ponto de fazê-lo tomar partido quanto à traição de Capitu, relatada por Bento, e ao jogo de interesse e de sedução de Marcela, narrado por Brás Cubas.   Está CORRETO apenas o que se afirma em

  25. 145

    PUC-GO 2016

    VI   Para entenderes bem o que é a morte e a vida, basta contar-te como morreu minha avó.   — Como foi?   — Senta-te.   Rubião obedeceu, dando ao rosto o maior interesse possível, enquanto Quincas Borba continuava a andar.   — Foi no Rio de Janeiro, começou ele, defronte da Capela Imperial, que era então Real, em dia de grande festa; minha avó saiu, atravessou o adro, para ir ter à cadeirinha, que a esperava no Largo do Paço. Gente como formiga. O povo queria ver entrar as grandes senhoras nas suas ricas traquitanas. No momento em que minha avó saía do adro para ir à cadeirinha, um pouco distante, aconteceu espantar- -se uma das bestas de uma sege; a besta disparou, a outra imitou-a, confusão, tumulto, minha avó caiu, e tanto as mulas como a sege passaram-lhe por cima. Foi levada em braços para uma botica da Rua Direita, veio um sangrador, mas era tarde; tinha a cabeça rachada, uma perna e o ombro partidos, era toda sangue; expirou minutos depois.   — Foi realmente uma desgraça, disse Rubião.   — Não.   — Não?   — Ouve o resto. Aqui está como se tinha passado o caso. O dono da sege estava no adro, e tinha fome, muita fome, porque era tarde, e almoçara cedo e pouco. Dali pôde fazer sinal ao cocheiro; este fustigou as mulas para ir buscar o patrão. A sege no meio do caminho achou um obstáculo e derribou-o; esse obstáculo era minha avó. O primeiro ato dessa série de atos foi um movimento de conservação: Humanitas tinha fome. Se em vez de minha avó, fosse um rato ou um cão, é certo que minha avó não morreria, mas o fato era o mesmo; Humanitas precisa comer. Se em vez de um rato ou de um cão, fosse um poeta, Byron ou Gonçalves Dias diferia o caso no sentido de dar matéria a muitos necrológios; mas o fundo subsistia. O universo ainda não parou por lhe faltarem alguns poemas mortos em flor na cabeça de um varão ilustre ou obscuro; mas Humanitas (e isto importa, antes de tudo) Humanitas precisa comer.   Rubião escutava, com a alma nos olhos, sinceramente desejoso de entender; mas não dava pela necessidade a que o amigo atribuía a morte da avó. Seguramente o dono da sege, por muito tarde que chegasse à casa, não morria de fome, ao passo que a boa senhora morreu de verdade, e para sempre. Explicou-lhe, como pôde, essas dúvidas, e acabou perguntando-lhe:   — E que Humanitas é esse?   — Humanitas é o princípio. Mas não, não digo nada, tu não és capaz de entender isto, meu caro Rubião; falemos de outra coisa.   — Diga sempre. Quincas Borba, que não deixara de andar, parou alguns instantes.   — Queres ser meu discípulo?   — Quero.   — Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há vinho que embriague como a verdade. Crê-me, o Humanitismo é o remate das coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas...   — Mas que Humanitas é esse?   — Humanitas é o principio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível, — ou, para usar a linguagem do grande Camões:   Uma verdade que nas coisas anda,   Que mora no visíbil e invisíbil.   Pois essa sustância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas. Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vais entendendo?   — Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte de sua avó...   — Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o carácter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar- -se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.   — Mas a opinião do exterminado?   — Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.   — Bem; a opinião da bolha...   — Bolha não tem opinião. Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho. Repito, as bolhas ficam na água. Vês este livro? É Dom Quixote. Se eu destruir o meu exemplar, não elimino a obra, que continua eterna nos exemplares subsistentes e nas edições posteriores. Eterna e bela, belamente eterna, como este mundo divino e supradivino. (ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 26-28.)     Com relação à narrativa Quincas Borba, de Machado de Assis, de que faz parte o texto, muitos críticos já afirmaram e continuam afirmando tratar-se de um dos romances mais significativos das décadas finais do século XIX. Seu prestígio se estendeu por todo o século XX e o texto persiste como obra de grande importância até nossos dias.   Dessa forma, podemos afirmar que o êxito alcançado por esse romance se deve principalmente ao fato de (analise os itens que se seguem):     I-o romance apresentar uma linguagem madura, livre dos adereços verborrágicos do Romantismo, ao qual se contrapõe, e discutir com refinada ironia as questões fundamentais inerentes ao ser humano em sua existência terrena.   II-o romance apresentar uma linguagem dotada de resquícios das idealizações românticas, e discutir, de forma direta, questões relativas ao ser humano em suas relações com os animais.   III-A obra machadiana em debate alcançou tanta popularidade, principalmente devido a sua linguagem acessível, mas profunda, que chama a atenção do leitor, por abordar um tema de elevado cunho filosófico ao atribuir características humanas a um animal, o cachorro Quincas Borba.   IV-A obra machadiana em debate alcançou tamanho êxito, principalmente devido a sua linguagem, em que cada detalhe deve ser levado em conta, porque guarda sentidos múltiplos que conduzem o leitor a reflexões profundas sobre si mesmo e sobre o mundo.     Marque, abaixo, a alternativa correta:

  26. 146

    FCMMG 2008

    Assinale a passagem de uma narrativa machadiana que NÃO corresponda ao conto de onde foi extraída:

  27. 147

    UFAM 2009

    Assinale a opção cujo enunciado, feito a propósito de O Alienista, de Machado de Assis, se encontra CORRETO:

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