UNB 2012

Não quero dizer que basta ter um bom espírito para triunfar sobre o mal. A barreira mais eficaz contra o totalitarismo, que é um fato político, é ela mesma política: é a democracia ativa, centrada, ao mesmo tempo, na liberdade dos indivíduos e na promoção do bem comum — uma democracia que aceita ser criticada e transformada de dentro, mas, ao mesmo tempo, mostra-se intransigente com seus verdadeiros inimigos. Os atos morais não se situam no mesmo plano, ainda que, em certas condições (como no caso dos “dissidentes” nos países comunistas), possam também ter um alcance político. Eles não levam a um regime melhor — coisa extremamente desejável —, mas encarnam uma dimensão da existência que não é menos essencial. Tornam o indivíduo melhor e contribuem para a felicidade de todos de uma maneira finalmente mais positiva do que apenas a da eliminação das ameaças exteriores. Realizam aquilo que o melhor regime político apenas torna possível, mas nunca pode engendrar: um excedente de humanidade.

Tzvetan Todorov. Em face do extremo. Campinas: Papirus, 1995, p. 254-5 (com adaptações).

 

A democracia, como fenômeno político, deve ser compreendida em sua historicidade. Nesse sentido, cabe mencionar que

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