Diversidade de gênero: o que é e como fazer uma redação

Saiba o que é diversidade de gênero: veja como ela é abordada no Brasil e no mundo e fique por dentro do tema para o Enem e redação!

Diversidade de gênero: o que é e como fazer uma redação

Se você está prestes a começar a maratona de vestibulares, é preciso ficar atento quanto aos temas que andam sendo discutidos na sociedade para se dar bem na redação. Entre essas problemáticas, está a questão da diversidade de gênero.

Ativistas LGBTQ+ estão travando uma verdadeira batalha para superar preconceitos e, principalmente, chamar a atenção do Estado para a necessidade de leis específicas para equiparação de direitos e garantia de segurança para esse grupo ― como é o caso da criminalização da homofobia que está em discussão no Superior Tribunal Federal (STF).

Por ser um tema ainda tão polêmico e que levanta muitas discussões, é provável que a banca da redação queira saber seus argumentos. Vamos entender mais sobre diversidade de gênero? Dê uma olhada neste artigo!

Conceito de diversidade de gênero

Para que você construa argumentos consistentes e saiba abordar o tema de forma consciente, o primeiro passo é compreender o que é diversidade de gênero.

Antes de explicarmos esse conceito, tenha em mente que orientação sexual e identidade de gênero não são a mesma coisa. Como assim? Acalme-se, pois a explicação é mais fácil do que se imagina.

A orientação sexual diz respeito à atração sexual e à afetividade que qualquer ser humano sente por outro. Está relacionada ao prazer físico, emocional e ao desenvolvimento de relações amorosas que podem até mesmo ser convertidas em casamento.

A orientação sexual também não tem a ver com comportamento. Ou seja, um homem ou uma mulher gays não precisam assumir um comportamento mais feminino ou masculino só por causa de sua orientação. Afinal, eles se sentem bem com seu próprio corpo e evidenciam sua sexualidade como desejam.

Veja as orientações sexuais:

  • heterossexual: indivíduo que sente atração pelo sexo oposto;
  • homossexual: indivíduo que sente atração pelo mesmo sexo;
  • bissexual: indivíduo que sente atração pelos dois sexos (em igual ou diferente proporção);
  • assexual: indivíduo que não sente desejo sexual;
  • pansexual: indivíduo que aprecia todos os gêneros sexuais.

Já a diversidade de gênero consiste no gênero com o qual a pessoa se identifica, independentemente do sexo biológico (pênis ou vagina). Complicou? Então, vamos lá. Entenda:

  • cisgênero: é a pessoa que se identifica com seu sexo biológico. Ou seja, masculino é homem e feminino é mulher;
  • transgênero: é a pessoa que tem uma identidade diferente do seu sexo biológico. São os transexuais ― um homem que se enxerga como mulher e uma mulher que se enxerga como homem. O transgênero procura assumir definitivamente o corpo com o qual se identifica e, em muitos casos, passa por procedimentos de redesignação sexual ou terapias hormonais.
  • não binário: é a pessoa que transita entre masculino e feminino. Por exemplo, uma mulher que se identifica com o gênero masculino, mas não realiza procedimentos de readequação física (uso de hormônios, cirurgias de mastectomia para retirar seios etc.). Ela apenas assume um comportamento condizente com seu gênero.

As nomenclaturas são inúmeras e seria impossível tratar aqui. Mas é importante saber que uma pessoa trans não necessariamente se sente atraída pelo sexo oposto (ou seja, um trans não é obrigatoriamente “hétero”).

Diversidade de gênero na sociedade

A luta pela igualdade de gênero começou em meados dos anos 1960, quando ocorreram diversos movimentos sociais e de direitos humanos, como os dos negros e das mulheres. Esses movimentos levantaram bandeiras de igualdade de oportunidades e ruptura de barreiras preconceituosas que excluíam as minorias.

Já nos anos 1990, como muitas empresas passaram a ser globalizadas, a questão da diversidade cultural e de gênero passou a ser debatida, a fim de que os trabalhadores com crenças e comportamentos distintos pudessem começar a interagir.

Como ainda vivenciamos resquícios de uma sociedade patriarcal, que definia culturalmente comportamentos padrão para homens e mulheres ― e isso está altamente vinculado à heterossexualidade e à cisgeneridade ―, pessoas que não se encaixam nesses padrões sempre foram excluídas.

Por isso, a população LGBTQ+ por muitos anos permaneceu presa a estereótipos que só geraram preconceitos e discriminação. Pior de tudo isso, sofrendo violência psicológica e física brutal.

Isso está mudando com o tempo e muitos países estão criando políticas públicas de combate à discriminação contra LGBTQ+. Por outro lado, em 73 países simplesmente “ser gay” ainda é crime, com punições que vão de prisão a pena de morte.

Com relação aos transgêneros, a situação ainda é mais delicada, especialmente por ser um assunto que está começando a ser discutido abertamente há pouco tempo. Para se ter uma ideia, até 1990 a homossexualidade era considerada “um distúrbio mental” pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Somente no ano passado a transexualidade saiu da classificação internacional de transtornos mentais.

rostos diversidade de gênero

Diversidade de gênero no Brasil

A sexualidade e a diversidade de gênero ainda são vistas com alta carga de preconceito por alguns setores mais conservadores da sociedade brasileira. Estatísticas afirmam que o Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo, mas esses dados são incompletos e tornam impossível comprovar sua veracidade. Mas o fato é que a homotransfobia existe.

Com a população trans a situação ainda é pior, pois faltam políticas públicas de combate ao preconceito e a luta por igualdade enfrenta barreiras constitucionais que não parecem ser quebradas tão cedo.

Infelizmente, a expectativa de vida de uma pessoa transexual é de 35 anos no Brasil, fato evidenciado pelo número de assassinatos. Ainda que existam alguns avanços consideráveis na área da saúde, como o surgimento de ambulatórios dedicados a receber transexuais que queiram passar por cirurgia, é um processo lento e que gera pouca informação à população por limitações de estrutura.

Diversidade de gênero na escola

Outra polêmica é como trabalhar a diversidade de gênero na escola, a fim de combater o preconceito. Toda escola tem casos de bullying, e essas “brincadeiras” que desmerecem os colegas que não se encaixam em padrões da maioria podem gerar consequências desastrosas. Com a internet, a situação piora e as vítimas podem ter suas vidas muito mais expostas.

Quem é contra o que se chama erroneamente de “ideologia de gênero” nas escolas imagina, por falta de esclarecimento e informação, que haverá uma indução por parte dos professores a um “comportamento incomum”.

Lembre-se de uma coisa: discutir e debater é a principal forma para dialogar sobre qualquer tema. O objetivo de trabalhar a problemática da diversidade de gênero na escola não é promover a erotização dos alunos, mas, sim, esclarecer e enfatizar o respeito!

Redação sobre diversidade de gênero

O tema diversidade de gênero (redação) pode ser abordado por meio de diferentes formas. Em comum, todas convergem para a realidade contemporânea, sobretudo no Brasil, em que está em alta ponderar essa questão ser debatida nas escolas é uma necessidade ou faz parte de um tipo de doutrinação ideológica.

Independentemente de sua opinião sobre o assunto, é importante apresentar de forma consistente a problemática, por meio de dados e argumentos relevantes. Apoie-se nos textos oferecidos na proposta da redação e procure enfatizar uma postura mais humanista sobre o assunto, fugindo de clichês ou comentários irrelevantes.

Agora que você já sabe o que é diversidade de gênero, reflita sobre a importância de conhecer esse tema para não ser pego de surpresa na hora da redação. Sugerimos que você continue conosco e conheça o Plano de Estudos para montar seu cronograma e mandar bem no Enem!

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