Engenharia de Alimentos: o guia completo!

Cursar Engenharia é o sonho de muitos vestibulandos, não é mesmo? Essa é, sem dúvidas, uma área repleta de opções incríveis e muitas alternativas de carreira. Entre elas, temos a Engenharia de Alimentos, uma divisão do curso voltada para os cuidados com um dos pontos mais importantes para a nossa sobrevivência: a alimentação.

Unindo conhecimentos de diversas áreas e a tecnologia, o engenheiro de alimentos é responsável por garantir as boas condições e a qualidade de tudo que a sociedade consome.

Por meio de técnicas exclusivas, eles garantem a integridade dos ingredientes e desenvolvem abordagens variadas para tornar os alimentos mais saudáveis e, ao mesmo tempo, mais rentáveis para o país.

Pensa em cursar essa graduação, mas ainda não está 100% seguro? Não se preocupe! A seguir, discutiremos as principais características do curso de Engenharia de Alimentos e mostraremos pontos importantes que todo vestibulando deve saber sobre a carreira.

Boa leitura!

O que é Engenharia de Alimentos?

Como mencionado no início de nossa conversa, a Engenharia é uma das áreas de estudo mais abrangentes. Ela está presente em campos que têm relação com a elétrica, com o meio ambiente, com a química, com o espaço e até mesmo com os alimentos. Sim, é isso mesmo: a Engenharia também lida com algo fundamental para a nossa sobrevivência.

A Engenharia de Alimentos é um campo científico-tecnológico multidisciplinar, ou seja, que lida diariamente com uma série de disciplinas bastante variadas. Nela, os conhecimentos são aplicados em busca da elaboração de alimentos mais saudáveis e de processos que visam aumentar a rentabilidade do setor, melhorando a economia de nosso país.

Atualmente, por exemplo, conceitos biotecnológicos vêm sendo cada vez mais empregados na indústria alimentícia. Os processos de manutenção da qualidade dos alimentos, seu armazenamento e da sua produção estão diretamente ligados com o engenheiro de alimentos, que dedica seu tempo para melhorar os processos e a qualidade dos ingredientes.

Esse profissional também está ligado com a responsabilidade pela elaboração de embalagens, formulações e muitos outros pontos relacionados com a alimentação no geral.

Assim, podemos afirmar que essa é uma área fundamental não só para a saúde da população, mas também para uma economia nacional mais equilibrada e saudável. O engenheiro de alimentos é, portanto, indispensável em nossa sociedade e a demanda por esse profissional não para de crescer.

Curso de Engenharia de Alimentos

Regulamentada em 1966, com a Lei nº 5194, a Engenharia de Alimentos é uma área em plena expansão no mundo. No Brasil, isso não poderia ser diferente e, atualmente, há uma demanda crescente por esse profissional no mercado, já que o setor alimentício de nosso país não mostra quaisquer sinais de estagnação.

Na maioria das universidades, o aluno de Engenharia de Alimentos inicia o curso com um ciclo básico, comum a todos os cursos de Engenharia. Nele, existem disciplinas ligadas às Ciências Exatas, como cálculo, álgebra, física e muitas outras. Dominar tais matérias é fundamental para seguir no curso.

Ao fim do ciclo básico, o estudante começará a estudar as disciplinas específicas de seu ramo de atuação. No caso do engenheiro de alimentos, elas são mais voltadas para a biologia, mas também há cadeiras sobre gestão, química, economia e até mesmo desenho.

Duração do curso

Na maioria dos casos, o curso de Engenharia de Alimentos tem a duração de 5 anos (ou, em algumas faculdades, 10 períodos). Essa graduação é do tipo bacharelado e consta com a obrigatoriedade de estágio e do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ao término dos estudos.

Durante os estudos, o aluno entrará em contato com uma grande variedade de temas fundamentais para a sua formação. Por ser uma área muito ampla, o engenheiro de alimentos tem conhecimentos em diversas áreas e pode aplicá-los de muitas formas diferentes após o término da graduação.

Outra vantagem do curso de Engenharia de Alimentos é a possibilidade de estágios diferenciados e também de fazer disciplinas eletivas interessantíssimas. Investir em atividades extracurriculares também é outra maneira de observar variados aspectos da profissão e ajudar o aluno a decidir quais caminhos ele pode trilhar quando concluir os estudos.

Engenharia de Alimentos: estágio

Já que estamos falando em estágio em Engenharia de Alimentos, é necessário salientar alguns pontos sobre esse quesito. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que há um período de estágio obrigatório nas universidades, que pode variar (em número de horas) de instituição para instituição.

Outro ponto importante é que esse estágio pode ou não ser remunerado, ao contrário do que é visto em outras carreiras (especialmente as da área da saúde). Por isso, estagiar pode ser, além de uma boa oportunidade para aprender, uma chance de ganhar um dinheiro extra durante a graduação.

Por se tratar de uma área muito ampla, o estagiário pode trabalhar em diversas frentes para aprender os mais diversos aspectos da profissão. A vantagem de estagiar desde cedo é a possibilidade de conhecer muitas facetas do curso e descobrir qual delas é a mais indicada para você.

Engenharia de Alimentos: salário

De acordo com a legislação, a carreira de Engenharia conta com um salário mínimo fixo especificado. Assim, podemos ter uma boa noção de quanto um profissional dessa área pode receber, já que conseguimos determinar uma remuneração mínima para os engenheiros.

De modo geral, engenheiros com uma carga horária de 6 horas trabalhadas por dia devem ganhar pelo menos 6 salários mínimos. Para os que têm uma jornada de 8 horas de trabalho, a faixa salarial mínima sobe para 8 salários mínimos e meio.

O salário de um estagiário na área da Engenharia de Alimentos gira em torno dos R$ 1.000,00. Isso, é claro, pode variar muito de acordo com a empresa escolhida e as funções desempenhadas pelo estagiário nesse ambiente.

Já o salário ganho após a graduação também sofre influências de muitos fatores, entre eles a localização do profissional, a demanda naquele ambiente e muitos outros. A experiência também conta bastante e, obviamente, recém-formados recebem um salário menor em comparação com profissionais mais qualificados.

No entanto, de modo geral, esse profissional é muito bem remunerado. Os salários médios estão em cerca de R$ 3.000,00 para iniciantes, mas podem chegar até R$ 20.000,00 para profissionais mais experientes ou concursados, uma alternativa muito interessante para essa carreira.

Engenharia de Alimentos: faculdades

Agora que já estamos por dentro de algumas das principais características do curso e da carreira de Engenharia de Alimentos, que tal conversarmos sobre as melhores instituições de ensino do Brasil que oferecem essa graduação?

Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) autoriza que mais de 80 faculdades em todo o Brasil ofereçam o curso de Engenharia de Alimentos. Dentre tantas opções, há, evidentemente, as instituições que mais se destacam no ensino dessa ciência fundamental.

A seguir, você conhecerá algumas faculdades de ponta que ofertam a Engenharia de Alimentos. Dessa forma, é possível começar a pensar sobre qual será o melhor local para completar a sua formação acadêmica. Vamos lá?

Engenharia de Alimentos na USP

A Universidade de São Paulo (USP) figura sempre entre as melhores instituições de ensino superior do Brasil e, por vezes, até mesmo do mundo. Por isso, estudar nessa faculdade é uma oportunidade única para adquirir conhecimento e vivenciar o dia a dia de uma das melhores faculdades do planeta.

O curso de Engenharia de Alimentos na USP é ministrado exclusivamente no campus de Pirassununga, interior do estado. A cidade está localizada a 200 km da capital e conta com uma infraestrutura voltada para cursos como esse, além das graduações de Zootecnia e Medicina Veterinária.

Esse curso é oferecido em dois períodos, o noturno e o diurno. A carga horária total do curso é de 3330 horas, com 210 destinadas exclusivamente para os estágios obrigatórios.

Engenharia de Alimentos na UFSC

A Universidade de Santa Catarina (UFSC) é uma das instituições mais tradicionais do país, com sede em Florianópolis e campi em várias outras cidades. O curso de Engenharia de Alimentos na UFSC tem 50 vagas abertas todos os anos, divididas entre os dois semestres e elas são majoritariamente oferecidas por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada).

No geral, o curso tem uma carga horária de 4.450 horas (uma das maiores em todo o Brasil) e ocorre em período integral. A carga horária do estágio obrigatório é de 300 horas, o que garante um preparo mais extenso e abrangente ao estudante.

Além disso, outra vantagem desse curso é a possibilidade do estudante realizar uma série de disciplinas eletivas para contribuir para a construção de seu conhecimento. Algumas delas, inclusive, são práticas. O estudante precisa cumprir uma carga de 100 horas dessas matérias.

Engenharia de Alimentos na UFMG

Outra representante da região sudeste, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também é referência quando falamos sobre Engenharia de Alimentos. Na UFMG, o curso é ministrado no ICA (Instituto de Ciências Agrárias), localizado na cidade de Montes Claros (norte do estado). O Enem também é a porta de entrada para essa faculdade.

As aulas ocorrem em um único período (noturno), o que faz com que o estudante possa, durante o dia, trabalhar, estagiar ou se dedicar às disciplinas eletivas da faculdade. A carga horária total é de 3000 horas, sendo 2850 de aulas obrigatórias e mais de 300 de disciplinas optativas.

O estágio curricular obrigatório na UFMG ocorre no 11º período da faculdade (ou seja, após a graduação em si) e tem como obrigatoriedade a conclusão de 120 horas de estágio. Isso, no entanto, não impede que o estudante comece a estagiar antes, adquirindo mais conhecimento em sua área de atuação.

Engenharia de Alimentos na Unicamp

Na Universidade de Campinas (Unicamp), o curso de Engenharia de Alimentos é dado em período integral e forma profissionais com um caráter pesquisador muito forte. Essa faculdade é, inclusive, uma das que mais se preocupam com a pesquisa em nosso país, sendo pioneira na elaboração de uma série de avanços tecnológicos no setor alimentício.

Todos os anos, a Unicamp reserva 80 vagas para esse curso, as quais são preenchidas por meio de um vestibular próprio (que ocorre ao fim de cada ano letivo). Por isso, o vestibulando precisa se preparar também para esse processo seletivo, que tem características próprias e se difere bastante da prova do Enem. A melhor maneira é resolver muitos testes anteriores para ficar craque!

Por fim, precisamos salientar que a Unicamp é uma universidade que se preocupa muito com a inovação e, claro, com a sustentabilidade. Por isso, o profissional formado nessa faculdade se preocupará fortemente com o meio ambiente e estará integrado no contexto do século XXI e de todas as suas demandas.

Engenharia de Alimentos na UFV

Outra grande representante mineira, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) é uma verdadeira referência quando nos referimos aos cursos da área agrária. Por isso, é claro, o curso de Engenharia de Alimentos não poderia ser diferente.

Em Viçosa, o estudante terá inúmeras oportunidades acadêmicas, seja por meio de atividades complementares dentro da própria universidade ou da participação ativa em workshops, simpósios e palestras. Visitas de campo também são muito comuns, para integrar a turma com o dia a dia do trabalho desde cedo.

O estágio também é obrigatório e largamente incentivado pela instituição. A carga horária é de 180 horas ao longo do curso. Já o número total de horas da graduação fica em 3.720, sendo 3.270 delas as disciplinas obrigatórias.

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Engenharia de Alimentos EAD

O ensino a distância é uma modalidade que cresce bastante no Brasil. Ele é muito mais indicado para pessoas que já têm uma graduação e buscam especialização em uma determinada área. Mas nada impede que estudantes que concluíram recentemente o Ensino Médio busquem uma graduação EAD.

Os cursos a distância, em geral, podem apresentar duas características: ser online ou semipresencial. A segunda modalidade é mais comum e, como o nome já nos indica, conta com disciplinas feitas pela internet e outras que demandam a visita do estudante ao campus.

Há opções de graduação em Engenharia de Alimentos a distância em todo o país, sendo a maioria em universidades particulares — mas boa parte delas oferece bolsas para estudantes com bom desempenho. Por isso, pesquise bastante e escolha a melhor opção para você!

Engenharia de Alimentos: nota de corte

A nota de corte para Engenharia de Alimentos varia de acordo com a universidade pretendida pelo estudante. Pelo Sisu, a maioria dos cursos tem notas que variam entre 630 e 770 pontos. Isso dependerá do número de candidatos interessados na vaga e, claro, no desempenho individual de cada um deles.

Para os alunos que pretendem tentar bolsas do Prouni, os pontos ficam normalmente entre os 620 e os 710 pontos. No entanto, algumas universidades permitem que alunos com notas 550 se matriculem.

Na Universidade de São Paulo (USP), no campus de Pirassununga (São Paulo), a nota de corte em 2019 foi de:

  • 30 pontos para as modalidades Ampla Concorrência e PPI (Pretos, pardos e indígenas); e
  • 27 para candidatos oriundos de escolas públicas (modalidade EPI).

Esses pontos valem apenas para a primeira fase do processo seletivo da Fuvest.

Engenharia de Alimentos: grade curricular

O curso de Engenharia de Alimentos é, assim como outras graduações da área, bastante amplo em termos de disciplinas ofertadas. Esse, no entanto, se torna mais abrangente devido ao próprio caráter multidisciplinar da profissão, que lida diariamente com uma vasta gama de situações.

Entre as matérias mais comuns, e que estão presentes em praticamente todas as universidades, podemos citar o Cálculo, a Álgebra Linear, a Estatística e conteúdos de Física e Química. Além desses, algumas universidades oferecem matérias como Desenho Técnico, Sociologia e disciplinas ligadas à gestão, ao transporte e ao condicionamento dos alimentos.

Outro ponto muito interessante dessa grade curricular é a presença de matérias voltadas para a biologia, como Fisiologia e Nutrição Humana, Microbiologia e até mesmo a Análise Sensorial de Alimentos. É, sem dúvidas, um curso muito interessante e adequado para pessoas que adoram estudar e são naturalmente curiosas.

Pós-graduação em Engenharia de Alimentos

Muitas vezes, a graduação não é o bastante. Seja por vontade de saber mais sobre a área, pela necessidade de uma especialização ou pela busca por colocações melhores no mercado de trabalho, muitos estudantes optam por continuar estudando mesmo após o término da graduação.

Felizmente, no ramo da Engenharia de Alimentos, campos de estudo de pós-graduação não são um problema. Há diversas opções que podem garantir a especialização desses profissionais, tornando-os mais qualificados e melhorando a remuneração. Uma vantagem desses cursos é a possibilidade de fazê-los online ou em modalidades semipresenciais, otimizando o tempo disponível.

Outra opção é o caminho contrário, ou seja, profissionais graduados em outra área da Engenharia e que querem saber mais sobre a Engenharia dos Alimentos. Nesse caso, eles podem fazer uma pós-graduação, tornando-se também mais qualificados e expandindo o leque de conhecimento que já têm. Esse tipo de curso também está disponível nas modalidades EAD ou semipresencial em diversas universidades pelo Brasil.

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O profissional de Engenharia de Alimentos

Para muitos, o profissional de Engenharia precisa ser um verdadeiro ‘’crânio’’ nas ciências exatas e mandar muito bem com cálculos e números. Embora isso seja verdade e gostar dessa disciplinas seja fundamental (já que elas compõem uma grande parte da grade curricular do curso), isso não é tudo.

Em uma área tão expansiva como a Engenharia dos Alimentos, o profissional precisará lidar em seu dia a dia com muitos fatores que vão além das contas e equações. Ele será, afinal, responsável pela produção direta de alimentos que serão consumidos por toda a sociedade. Essa produção vai desde a concepção de embalagens seguras à segurança dos próprios ingredientes.

Utilizando a tecnologia e vários conhecimentos básicos (ou seja, de base, e não necessariamente simples), esse profissional tem papel fundamental na saúde da população, criando processos para melhorar os alimentos e deixá-los mais nutritivos e benéficos para o organismo humano.

Perfil do profissional

Com tantas atribuições e uma variedade tão grande de caminhos a seguir, é possível afirmar que o profissional da Engenharia de Alimentos precisa ser altamente multifacetado. Algumas características são, portanto, fundamentais para garantir o sucesso de um estudante nessa carreira.

A seguir, confira algumas das características que não podem deixar de ser trabalhadas por aqueles que buscam uma carreira na área de Engenharia de Alimentos no Brasil. Observe:

  • gostar de matérias como física, química e matemática;
  • ter um interesse considerável pela biologia;
  • ser curioso;
  • ter uma ótima capacidade de análise e observação;
  • saber lidar com problemas;
  • conseguir gerenciar ambientes;
  • ter espírito de liderança;
  • ser focado;
  • ter disciplina;
  • ser responsável;
  • ter uma criatividade aguçada;
  • saber solucionar problemas;
  • ter uma boa consciência ambiental.

Em outras palavras, podemos afirmar que o profissional da área de Engenharia de Alimentos é um indivíduo com sede de conhecimento e que nunca pretende parar de se aprimorar. Afinal, a tecnologia está em constante avanço e engenheiros necessitam se atualizar frequentemente em seus campos de atuação.

Mercado de trabalho: Engenharia de alimentos

A essa altura de nossa conversa, você provavelmente já consegue ter uma boa ideia de como anda o mercado de trabalho para essa carreira, certo? Caso a resposta seja negativa, não se preocupe: vamos discutir mais sobre esse tema agora mesmo! Afinal, ter uma perspectiva do que espera o profissional recém-formado é muito importante para qualquer vestibulando.

O primeiro passo para conseguir um emprego é se registrar no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). Depois, basta cair em campo e escolher uma das inúmeras vagas existentes nessa área, que não para de crescer em território brasileiro.

O profissional de Engenharia dos Alimentos pode atuar em muitas frentes, como empresas privadas do setor alimentício. Ainda há a possibilidade de prestar concursos públicos, atuar na vigilância sanitária ou na área de pesquisas, contribuindo para a descoberta de novas fórmulas e ferramentas para melhorar cada dia mais a alimentação.

Para mandar muito bem no vestibular de um curso tão concorrido como o de Engenharia de Alimentos, é preciso estudar muito! O Stoodi está pronto para ajudá-lo nessa jornada e, por isso, preparamos um Plano de Estudos completo para que você arrase em suas provas. Também não deixe de conferir nossas aulas e fazer alguns exercícios para aprimorar as suas habilidades.